Tenho dito, nos últimos meses, que um dos meus autores predilectos se estabeleceu na pessoa de Haruki Murakami. Sempre que leio um dos seus livros é fácil deixar-me enredar pelo dia-a-dia tão normal das personagens, descrito de uma forma tão rica, e ao mesmo tempo tão simples. O que me fascina nos seus livros é essa normalidade, confrontada com um enredo de contornos tão surrealistas.
Que melhor escolha para começar o ano, do que com este primeiro volume da trilogia 1Q84? Ainda pensei se deveria escrever uma opinião depois de acabar os três volumes, já que nunca se sabe como acaba uma história de Murakami, mas, para além de ter curiosidade em mais tarde comparar as minhas três opiniões, gostava também de ir fazendo pequenas reflexões independentes, para cada um dos livros.
A narrativa em "1Q84" está dividida em capítulos alternados entre duas personagens, que aparentemente, nada tem em comum - Aomame, uma jovem treinadora de artes marciais, com alguns segredos obscuros e um passado enigmático e Tengo, um jovem professor de matemática, escritor nos tempos livres. Ambos pessoas com uma vida de rotinas extremamente solitárias, mas bem definidas.
O primeiro capítulo inicia-se com Aomame sentada num táxi, presa no trânsito e atrasada para um compromisso a que não pode faltar. Vê-se por isso forçada a sair do veículo em plena auto-estrada e em descer umas escadas de emergência, para a rua mais próxima. Porém, antes de o fazer, o motorista, homem misterioso, avisa-a de que deve ter cuidado com as aparências, pois a realidade é apenas uma. Aomame e leitores ficam intrigados com esta advertência, mas em pouco tempo esquecem e acompanham a protagonista nas suas rotinas não muito habituais.
À medida que vamos avançando ao longo dos capítulos, que cobrem um ano da vida destas duas personagens, vão surgindo alguns mistérios. Começam por ser pequenas incongruências na vida de Aomame, que a fazem sentir paranóica em relação ao mundo onde habita, passando a designá-lo como o ano 1Q84. Na vida de Tengo surge também um mistério na forma uma estranha rapariga disléxica, com uma de história de contornos ainda mais estranhos por desvendar. De alguma forma, a vida destas duas personagens aproxima-se cada vez mais e o primeiro livro termina de forma bastante enigmática, com Tengo fazendo uma divagação acerca de mundos paralelos, o que é claramente uma pista de que eventualmente, os distintos mundos destas duas personagens se irão cruzar.
Depois de já ter lido alguns dos livros deste escritor, começo a notar uma série de padrões; desde a própria construção das personagens, sempre solitárias, ainda que inseridas num ambiente citadino, estando constantemente rodeadas de pessoas, passando pelas descrições detalhadas das orelhas das pessoas, até ao enredo sempre misterioso, mesmo um pouco inverossímil. O que mais me fascina em Haruki Murakami é esta sua capacidade de concentrar numa única história a realidade e o fantástico; o tangível, com o intangível, mas de uma forma tão perfeita, que mal damos por ela. Não há tempo para questionarmos se o enredo faz sentido, ou se a história irá evoluir num sentido, ou noutro. Somos simplesmente transportados ao longo do livro, como que embalados.
É neste embalo, que termina o primeiro volume de 1Q84 e mal posso esperar por começar o segundo livro da trilogia!
A narrativa em "1Q84" está dividida em capítulos alternados entre duas personagens, que aparentemente, nada tem em comum - Aomame, uma jovem treinadora de artes marciais, com alguns segredos obscuros e um passado enigmático e Tengo, um jovem professor de matemática, escritor nos tempos livres. Ambos pessoas com uma vida de rotinas extremamente solitárias, mas bem definidas.
O primeiro capítulo inicia-se com Aomame sentada num táxi, presa no trânsito e atrasada para um compromisso a que não pode faltar. Vê-se por isso forçada a sair do veículo em plena auto-estrada e em descer umas escadas de emergência, para a rua mais próxima. Porém, antes de o fazer, o motorista, homem misterioso, avisa-a de que deve ter cuidado com as aparências, pois a realidade é apenas uma. Aomame e leitores ficam intrigados com esta advertência, mas em pouco tempo esquecem e acompanham a protagonista nas suas rotinas não muito habituais.
À medida que vamos avançando ao longo dos capítulos, que cobrem um ano da vida destas duas personagens, vão surgindo alguns mistérios. Começam por ser pequenas incongruências na vida de Aomame, que a fazem sentir paranóica em relação ao mundo onde habita, passando a designá-lo como o ano 1Q84. Na vida de Tengo surge também um mistério na forma uma estranha rapariga disléxica, com uma de história de contornos ainda mais estranhos por desvendar. De alguma forma, a vida destas duas personagens aproxima-se cada vez mais e o primeiro livro termina de forma bastante enigmática, com Tengo fazendo uma divagação acerca de mundos paralelos, o que é claramente uma pista de que eventualmente, os distintos mundos destas duas personagens se irão cruzar.
Depois de já ter lido alguns dos livros deste escritor, começo a notar uma série de padrões; desde a própria construção das personagens, sempre solitárias, ainda que inseridas num ambiente citadino, estando constantemente rodeadas de pessoas, passando pelas descrições detalhadas das orelhas das pessoas, até ao enredo sempre misterioso, mesmo um pouco inverossímil. O que mais me fascina em Haruki Murakami é esta sua capacidade de concentrar numa única história a realidade e o fantástico; o tangível, com o intangível, mas de uma forma tão perfeita, que mal damos por ela. Não há tempo para questionarmos se o enredo faz sentido, ou se a história irá evoluir num sentido, ou noutro. Somos simplesmente transportados ao longo do livro, como que embalados.
É neste embalo, que termina o primeiro volume de 1Q84 e mal posso esperar por começar o segundo livro da trilogia!
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