quinta-feira, 29 de agosto de 2013

"Percy Jackson and the Lightning Thief" - Rick Riordan

A curiosidade para ler esta saga apareceu recentemente; estava a ler um artigo intitulado "Como fazer para que os seus filhos se tornem leitores", escrito por uma mãe americana, e deparei-me com este Percy Jackson. Segundo a autora do artigo, este é o herói que os filhos dela escolheram para ler sozinhos, após a leitura em conjunto do Harry Potter. Pensei "Bem, se estes putos adoraram o Harry Potter e adoraram igualmente o Percy Jackson, vou investigar!"

Arranjei a versão inglesa (visto que estou tesa como um carapau, para poder dar-me ao luxo de gastar dezasseis euros num livro, que nem sabia se valia a pena) e li o primeiro volume recorrendo ao meu Kindle.

Já não sou a criança que era quando li o Harry Potter, mas quem uma vez o lê passa o resto da sua vida à procura de alguma obra que consiga produzir o mesmo tipo de felicidade e entusiasmo, que se sentia ao ler a saga do famoso feiticeiro. Claro que nunca conseguimos. Não só porque o contexto é totalmente diferente, mas também porque algures pelo caminho os nossos gostos vão evoluindo e o nosso entusiasmo é redireccionado. 

Ainda assim, gostei bastante deste primeiro volume das aventuras de Percy Jackson. Combina duas coisas que eu gosto bastante: fantasia e mitologia grega/romana. 

Se há coisa que aprendi, quando li um dos livros da saga "Predadores da Noite", de Sherrilyn Kenyon, é que nem sempre esta mistura funciona da melhor forma. Contudo, Rick Riordan consegue criar um universo literário em que todas as peças encaixam sem caírem no ridículo. A única coisa que achei que não corria muito bem era o facto da personagem principal ter apenas doze anos, mas pensar como se tivesse mais uns cinco ou dez. 

Tirando essa pequena falha, que pode ser contornada se supusermos que Percy se encontra a narrar a história de uma perspectiva que não é a do actual momento, considero que foi um excelente e original livro juvenil. Fiquei curiosa para ler a continuação e descobrir se estou perante um possível sucessor do Harry Potter, ou se estou simplesmente perante algo ao nível de "The Hunger Games".

 

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

10 vantagens das Bibliotecas Públicas

Sou muito poupada. E isto não é um eufemismo. Acredito que tenha sido a sociedade que me moldou para o ser. Com mil notícias por dia sobre a crise económica e, sendo eu sustentada pelos meus pais, é complicado para mim não o ser. Assim, a única altura em que recebo livros é no Natal, na Páscoa e no meu Aniversário.

Como é que faço para ter acesso a outros livros? Visito a Biblioteca Municipal.
Algo que já reparei, não só por essa blogoesfera fora, mas também nas pessoas que conheço pessoalmente, é que são raras as pessoas que visitam as bibliotecas públicas; são mais as que compram livros do que as que optam por requisitar.

Como utilizadora recente de Bibliotecas Públicas (frequento duas há aproximadamente seis anos) elaborei esta lista de 10 vantagens associadas a estes locais tão pouco valorizados:
 
 
 
1) A primeira, e mais óbvia, razão é o acesso gratuito (ou quase, se considerarmos a taxa anual de sócio, que ronda os insignificantes dois euros) a centenas de livros; desde literatura dos autores clássicos a obras mais contemporâneas e comerciais; Adoro entrar na biblioteca e olhar simplesmente para os títulos e para as mil possibilidades de escolha gratuita.

2) Acesso a inúmeras revistas e jornais. Muitas bibliotecas disponibilizam também filmes e álbuns, que podem ser assistidos/ouvidos no local ou requisitados gratuitamente durante alguns dias;

3) São uma importante base de dados associados à história de todo o município; 
 
4) São locais muito agradáveis para estudar, ou simplesmente ler e desfrutar de um momento de silêncio. É até comum ser um local para horas de explicações com os professores.
Pessoalmente adoro o cheiro a "livro" e só isso faz-me entrar mais facilmente em modo "concentração para estudar";
 
5) Aceitam sugestões de novos livros para a colecção, o que é óptimo para aqueles que queiram acompanhar as últimas novidades do mundo literário, ou encontrar edições de clássicos mais raros;
 
6) São excelentes locais para entreter as crianças, o que é óptimo para aqueles que dizem não terem disponibilidade para as visitar por causa delas;

7) Organizam inúmeros e variados eventos culturais, além de serem locais de divulgação dos mesmos;

8) Oferecem acesso gratuito às publicações de inúmeras revistas e jornais (incluindo muitas vezes os diários);
 
9) São uma gigantesca base de dados e muitas vezes a única forma de acesso à cultura por parte de muitas famílias carenciadas. Muitas delas emprestam inclusive manuais escolares durante o período lectivo;

10) São o local de encontro para muitas das pessoas que se encontram reformadas, ou desempregadas; são uma forma de terapia contra a solidão.

 
 
 


segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Português do Brasil VS Português Europeu

O português é uma das línguas mais antigas deste planeta e uma das mais faladas. Temos representantes da nossa língua em quase todos os continentes, mas mesmo assim existem diferenças e polémicas.

Na minha opinião estas diferenças são naturais; estamos todos separados por oceanos e mares; funciona um pouco como a Teoria da Evolução das Espécies de Charles Darwin, mas aplicada a uma linguagem.

Uma coisa que sei que tenho de amadurecer na minha pessoa é a capacidade de superar as mudanças. O acordo ortográfico foi uma grande mudança e uma grande polémica. Ainda hoje, no "Bom Português", que passa de manhã na RTP 1, há quem diga " antigamente era assim, agora com o acordo deve ser da outra forma". Isto demonstra que podemos estar sob a lei de um novo acordo, mas a forma como escrevemos continua a ser uma opção (pelo menos para aqueles que já terminaram o 12º há um par de anos). Eu não gostei da mudança, ainda torço o nariz, quando vejo as pequenas (ou grandes) alterações na forma de escrever dos portugueses. Muitas vezes me pergunto se serei a única pessoa a sentir o seu espaço violado de alguma forma; afinal sempre foi assim que eu escrevi e sempre foi assim que li. 



Depois comecei a perceber que esta foi uma medida que tinha outros argumentos a favor: ao padronizarmos o português estamos a evitar a evolução em direcções muito diferentes de uma língua que é falada em países importantes, como é o caso do Brasil. Tradução: é economicamente conveniente, que nos continuemos a entender.

Mas basta criar uma forma padronizada? Não! 

Há meia dúzia de dias recebi um email que dizia (de forma resumida) "Sou brasileiro e gostaria muito de trocar livros com vocês. Já li edições portuguesas e não senti qualquer tipo de dificuldade em perceber e penso que você também não terá problemas." 

Pois, eu adorava dizer "Claro que não tenho problemas! Que estupidez! Afinal não somos os dois entendidos em língua portuguesa?", mas a verdade é que não gosto de ler em português do Brasil. Culpo as novelas brasileiras por isso! Eu adorava conseguir ler sem imaginar o sotaque de todas as personagens e conseguir encarar o tratamento de "você" naturalmente, mas não soa natural. Eu acredito quem cresceu com português do Brasil pensa o mesmo quando lê uma edição portuguesa; deve ser no mínimo estranho. Sei isso, pois cresci com versões brasileiras de muitos filmes de animação e detesto revê-los em português de Portugal. 

E isto não é algo que o acordo vai solucionar, pois cada povo mantém a sua individualidade linguística, com "c's" ou sem eles, com dupla vogal no plural, ou não!

Talvez a música solucione:

domingo, 18 de agosto de 2013

"Dead Ever After" - Charlaine Harris

No último mês li os últimos dois volumes da série "The Southern Vampire Mysteries", de Charlaine Harris. Não são clássicos da literatura e considero-os um "guilty pleasure"; são livros que não trazem grande coisa de novo, mas que trazem muitas horas de entretenimento agradáveis.

Quem já leu algum dos livros desta série, sabe que algo que os distingue das típicas histórias de vampiros é a ênfase que é dada à descrição do dia-a-dia da personagem principal; depois de aproximadamente cinco anos na companhia de Sookie Stackhouse, é impossível não sentir um certo grau de nostalgia, quando chega a hora de dizer adeus.

Este volume é uma continuação do anterior, que deixa, como é hábito, várias questões por solucionar. Sem querer entrar em hábitos de "spoiler", há uma nova conspiração contra a nossa heroína e desta vez os vampiros não estão muito disponíveis para o salvamento.

Sempre fui uma acérrima fã do vampiro Bill, mesmo na série televisiva. Considero que é uma personagem que merecia ficar com a Sookie, apesar de todas as coisas feias que tem andado a fazer (na televisão). Ainda assim, se não gostam da personagem na série televisiva é impossível não gostar dele nos livros. Sempre cortês e servil, faz tudo pela mulher que anteriormente desiludiu, na esperança de a reconquistar.

Todo o mistério de quem seria o parceiro final da telepata é também solucionado neste último livro, como não podia deixar de ser. Mas o que apreciei mesmo é que no final a Sookie está feliz embora reconheça que pode não durar para sempre. Ainda assim se algo de mal acontecer ela sabe que será capaz de se por de pé novamente. Um verdadeiro espelho da forma como todos nós deveríamos pensar, quando a vida não corre pelo melhor.

Adeus Sookie Stackhouse.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Porquê que voltei

Estive longe durante cerca de dois meses. Após encarar esta pausa como definitiva, deixei de pensar na leitura como "um tenho de ler, para depois escrever no blog". Bastou isso, para que ler fosse algo muito mais relaxante e agradável. Consequentemente, este lugar passou a ser facultativo e não obrigatório  e percebi que queria voltar a escrever.

Sempre tive perfeita noção de que tenho falhas e por vezes elas inibem-me de escrever; muitas vezes não consigo expressar aquilo que estou a pensar. É como se houvessem demasiadas ideias que quero exteriorizar, mas me faltassem os meios e, aquilo que era inicialmente a ideia, sai completamente alterada, ou não de acordo com o que eu queria mesmo dizer. 

Acontece também que, embora tenha adorado o livro e ele me tenha dito muito, não consigo descrever muito bem essa sensação; as minhas críticas acabam sempre por parecer muito incompletas e padronizadas. Às vezes canso-me mesmo de não conseguir explicar. É como se tivesse doze anos e o rapaz por quem tenho uma paixoneta me aparece à frente e eu bloqueio; o meu cérebro fica deserto e uma espécie de raíz (daquelas redondas) rola sobre a sua areia. 

Tudo isto acabou por me desmotivar. Mas como o Baú dos Livros deixou de ser uma obrigação/avaliação, espero melhorar com o tempo. 

"Em Busca do Carneiro Selvagem" - Haruki Murakami

Durante a minha ausência atingi o meu objectivo mais modesto de ler vinte livros em 2013. Um dos que escolhi estava na minha prateleira há já um par de anos. Recebi-o no Natal de 2008, o ano em que decidi que ia desistir de Artes Plásticas e partir em busca do curso que me faria mais feliz, Medicina Veterinária. Agora que finalmente li “Em Busca do Carneiro Selvagem”, não posso deixar de achar esse facto curioso.

O herói desta história, um publicitário divorciado, com hábitos vulgares e um intelecto igualmente comum (pelo menos, segundo o próprio), é obrigado a abandonar a rotina diária, para encontrar um carneiro. E tudo por causa de uma simples imagem publicitária que desagrada o supra-sumo da sociedade japonesa. 

Tendo por pano de fundo a cultura japonesa da década de setenta, Murakami brinda-nos com uma obra muito própria; ainda que realista e detalhada, consegue ter simultaneamente uma grande dose de misticismo e elementos irrealistas. Uma combinação que à partida não seria a melhor, mas que acaba por funcionar muito bem e cativar mesmo o leitor menos sensível ao sobrenatural. 

Esta era a minha segunda tentativa para ler “ Em Busca do Carneiro Selvagem”. Como todas as coisas na vida, é preciso o momento certo, e a maturidade certa, para se conseguir apreciar Hakuri Murakami. Há cinco anos não estava pronta para ele. Hoje posso dizer, que foi das minhas obras favoritas e deu-me um grande prazer lê-lo.

domingo, 11 de agosto de 2013