segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

2º Semestre

Depois de mais de um mês de férias, que terminou com uma semana de cama, estou de volta à universidade. Antes que a confusão comece, e o tempo livre se torne escasso, vou tentar criar uma rotina que me permita visitar o blog com regularidade. Espero conseguir cumprir esse objectivo este ano.
Nova crírica para breve!
Cumps!
Alu

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Sick

Desde quarta feira que estou mesmo mal. Esta gastroenterite deixa-me de rastos. Não durmo, não como e, claro, não leio. Daí a falta de actividade do blog.
Peço desculpas aos meus leitores. Espero em breve estar de volta!
Cumps
Alu

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

O marcador

Li que o primeiro passo para o tratamento de uma dependência é admitir que dela se sofre. Eu admito, sou dependente de livros. O seu cheiro, a sua textura, as suas palavras e os seus misteriosos segredos fascinam-me, fazem-me desejá-los. Desde novo que é assim. Acordo todos os dias e vejo-me mergulhado nos livros. Já não sei o que devo fazer para me livrar deste vício. Já tentei imaginá-los feios e sujos, mas há sempre aquele brilho e encanto, mesmo no livro mais mal-parecido. Tentei olhar para o lado, mas não consigo evitá-los. Estão por toda a parte. Nas mesas, nas estantes, nos peitoris das janelas, nas mesinhas de cabeceira e até no chão da casa de banho.
Tudo começou no meu primeiro dia de trabalho na livraria. Sentia-me como um recém-nascido. Era novo, apresentava uma linda tez branca e brilhante e via com entusiasmo essa pequena livraria. Sempre tinha sentido curiosidade pelos livros, mas nunca tinha lido um. Ainda era livre. Existiam mil possibilidades para o meu futuro e nada me faria hesitar. Contudo, quando me vi enfiado naquele primeiro volume tudo mudou.
 Lembro-me como se fosse hoje. Estávamos na Primavera. Lá fora o céu estava azul e o sol iluminava a montra da livraria. Todavia, para mim existia apenas um raio que iluminava o objecto mais belo que eu alguma vez havia visto. A sua capa era vermelha e tão luminosa, que parecia obscurecer a luz do próprio Sol. Para mim, que era novo, o amor era um sentimento desconhecido. Senti-me imediatamente arrebatado. Foi naquele romance que me afundei pela primeira vez. O livro narrava a história de dois amantes separados pelo tempo, dois destinos e uma história de amor. A combinação perfeita para a criação de uma dependência, que hoje me cerca.
Lastimo que as histórias de amor já tenham deixado de me fascinar. Descobri que não passam de mentiras. Bonitas à superfície e feitas para agradar ao leitor inexperiente. Porém, durante muitos anos, foram elas a minha perdição. Com o tempo mudei. Acontece a toda a gente. Agora o meu género favorito é a fantasia e o sobrenatural. A criatividade e o engenho de muitas destas histórias é tão espantoso, que dou por mim perdido em mundos distantes, enfrentando monstros terríveis e servindo-me da magia para os derrotar. Ultimamente parecem estar muito em voga, mas para mim Tolkien continua a ser o expoente máximo do género.
Eu sei aquilo em que estão a pensar. “Julga-se um génio sobre a literatura”. Não. Na verdade eu não me julgo, é aquilo que eu sou.
Imaginem que tem 45 anos e que todos os dias da vossa vida estiveram entre as páginas de um livro absorvendo cada letra, cada palavra, cada frase e por fim toda a história de um livro. Multipliquem por centenas de histórias e aí tem a quantidade de saber, que eu contenho.
Perguntam-se se tenho vida própria. Bem, na verdade sou um ser sem vida, um ser inanimado. Todos pensam que não sinto, que sou frio, ou que não tenho sonhos, mas enganam-se. Um marcador de livros está vivo.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Novo visual

Estava na altura de mudar para uma aparência mais simples. Depois de muito experimentar aqui está o resultado final. Talvez venha a mudar uma coisa ou outra num futuro proximo, mas para já ficará assim.
Obrigada por visitarem o blog!
Não se esqueçam de deixar a vossa opinião.
Muito Obrigado!
Alu


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Moby sem Dick

Enquanto lia o clássico da literatura escrito por Herman Melville, "Moby Dick", resolvi ouvir o cantor e compositor Moby. Descobri que esse senhor do mundo da música é descendente de Herman Melville, e por isso escolheu como nome artístico "Moby".
Uma das coisas curiosas que notei na suas letras, principalmente as do disco "Play", é que as músicas falam muito de Deus, da alma e de viagens (quem sabe a viagem da vida...), à semelhança do que se passa no romance "Moby Dick". Penso se o artista não terá ido buscar inspiração para as suas letras ao seu antepassado escritor e às aventuras por ele escritas:



sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

"Carrie" - Stephen King

A primeira vez que li algo de Stephen King foi numa tarde na FNAC so Porto. Estava aborrecida e procurava passar o tempo. Apesar de já não me recordar do nome do livro, fiquei curiosa por explorar este autor.



Escolhi “Carrie”, porque o nome me parecia familiar e também porque não era uma obra muito extensa. Queria começar por algo leve. Coincidência ou não, esta foi a primeira obra publicada de Stephen King.


Carrie White é uma adolescente vítima de bullying. Cresceu num pequeno chalé na cidade de Chamberlain, no estado do Maine, nos EUA. A sua mãe, Margaret White, uma cristã fanática, educa Carrie de uma forma abusiva, condenando-a e maltratando-a, servindo-se dos alicerces morais da bíblia. Mas Margaret sabe que a sua filha tem potencialidade para ser extremamente perigosa. Carrie é dotada de um gene especial, denominado pelos especialistas de TC, que lhe permite usufruir de poderes telecinéticos. Depois de anos de sofrimento, Carrie sofre a última partida da sua vida, que desencadeia uma série de acontecimentos que mudarão para sempre aquela pacata cidade do Maine.


Fiquei fascinada pelo modo de contar histórias deste autor, desde aquela tarde no Porto. No entanto, “Carrie” apresenta-nos um Stephen King no seu estado mais cru. Nunca um livro me tinha feito sentir nojo, horror e, simultaneamente, pena. Penso que isto se deve às descrições bastante pormenorizadas do horror que Carrie sofreu na sua vida. Por outro lado, algumas dessas descrições eram desnecessárias o que me leva a supor, que King possui uma mente muito preversa.
Quando li a obra de Joanne Harris, “O Rapaz dos Olhos Azuis” pensei que nunca tinha lido uma história com uma mãe tão psicótica, mas acreditem que, comparada com Margaret White, blueyeedboy tinha sorte.


Recomendo para quem tenha um estômago forte e para quem goste de histórias de terror. É uma história interessante, embora pudesse estar mais desenvolvida. (4,5/7)
Nota: O filme foi adaptado ao cinema pelo realizador Brian de Palma. Conta com a participação de Jonh Travolta e Sissy Spacek. Aqui fica o trailer, para os mais curiosos:


quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

"O Vampiro Lestat I" - Anne Rice

Esta foi a terceira obra da escritora que li. Intrigava-me saber a verdade sobre esta personagem misteriosa, que na “Entrevista com o Vampiro” era retratado como um vilão.

Tudo começa com o acordar de Lestat. Depois de décadas adormecido, Lestat vê-se fascinado pelas novas possibilidades com que se depara na década de oitenta do século XX. Decide que está na hora de anunciar ao mundo que ele existe, que os vampiros existem. No entanto, antes disso, conta-nos como tudo aconteceu, como se tornou naquilo que hoje é. Um vampiro.

Mais uma vez fiquei fascinada pela criatividade de Anne Rice, pelo modo como descreve tão graciosamente os cenários da história e pela expressividade que consegue incorporar nas suas personagens. Apesar disso, e mesmo sabendo que a história de Lestat é composta por dois volumes, senti que esta não é uma obra tão bem conseguida como a “Entrevista com o Vampiro”. Falta-lhe aventura, mas talvez isso se deva à complexidade de Lestat e à necessidade de Rice de apresentar uma descrição mais introspectiva da personagem. Espero que melhore no segundo volume.
Apesar disso é um boa obra. (4/7)

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A Saga dos Marcadores de Livros/ The Saga of bookmarks

Nunca tive o hábito de usar marcadores de livros. Dobrava sempre a ponta da página. No entanto, há uns meses atrás, comecei a usá-los. É uma questão de hábito e tem alguns que são bem engraçados. Resolvi que os ia coleccionar. Qual o meu espanto quando vou à Fnac e não encontro marcadores de livros. Mas então os marcadores de livro não servem também para fazer publicidade aos livros? Porquê que não estão à nossa disposição? 

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Never had the habit of using bookmarks. I always folded the tip of the page. However, a few months ago, I started using them. It's a matter of habit and i've got some that are pretty funny. I decided to start collecting them. For my astonishment when I went to "Fnac"'store and didn't find any. Aren't the bookmarkers used to advertise the books? Why aren't they available to us?



Abri alguns livros e lá estavam eles. Mas qual é a lógica? Agora a publicidade também se paga? Temos de comprar o livro para ter o marcador?


Nunca tinha roubado nada na minha vida. Tirei quatro marcadores de quatro livros diferentes e meti-os na minha sacola. Era só o que faltava, ter de pagar por publicidade!


Decidi que estava na hora de sair discretamente da Fnac.



- Menina onde pensa que vai? – perguntou o segurança.



Senti o meu coração bater mais rápido. Antecipava a vergonha.


- Esvazie o seu saco, e diga-me porquê que roubou esses marcadores. – pediu ele.


- Eu pensei que eram de borla. – respondi eu, vermelha como um tomate.


- Pois, por isso é que os enfiou no saco tão sorrateiramente? – perguntou ele, erguendo uma das suas negras sobrancelhas – Você deve achar que nós andamos a dormir! - gritou ele.

- Mas qual é a lógica de ter os marcadores, que servem para publicitar livros, dentro dos livros? E porquê que aqui se tem de comprar os livros para os ter? A Bertrand oferece alguns! Vocês são é uns vigaristas! – argumentei eu em fúria. Sentia o meu coração a mil à hora, mas não porque tinha medo, e sim porque eu sabia que tinha razão.


- Vigaristas! Chupistas! A publicidade é de borla! – gritaram todas as pessoas na loja, enquanto tiravam dúzias de marcadores de livros das suas carteiras e bolsos.



Claro que isto foi tudo imaginação minha, mas teria sido bem engraçado se tivesse acontecido.

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I opened some books and there they were. But what is the logic? Now i also have to pay advertising? We have to buy the book to get the bookmark?

I had never stole anything in my life. I took four markers from four different books and stuck them into my bag. It was just what was missing, having to pay for advertising!

I decided it was time to leave quietly from the store.

- Girl where are you going? - Asked the security guard.

I felt my heart beat going faster. It was anticipating the shame.

- Empty your bag, and tell me why you stole these bookmarks. - He asked.

- I thought it was for free. - I replied, looking as red as a tomato.

-Is that so? Then why is that you put them so stealthily into your bag? - He asked, raising one of his black eyebrows - You must think we walk while we are sleepping! - He shouted.

- But what is the logic of having bookmarks that serve to publicize books within the books? And why is it that in this store i have to buy the books, while in the others, like Bertrand,
i don't? You guys are crooks is one! - I argued in fury. I felt my heart was beating a thousand an hour, but not because i was afraid, but because I knew I was right.


- Crooks! Cocksuckers! Advertising is for free! - Cried all the people that were in the store, while they took dozens of bookmarks of their wallets and pockets.

Of course this was all my imagination, but it would have been pretty funny if it really happened.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Primeiro Aniversário, Primeiro Passatempo!



O blog “Baú dos Livros” irá completar um ano dia 5 de Fevereiro. Para comemorar tenho um exemplar da obra de H.G.Wells, “A Máquina do Tempo” (http://bau-dos-livros.blogspot.com/2010/02/maquina-do-tempo.html), para oferecer.

O passatempo começa hoje, dia 18 de Janeiro de 2011, e terminará dia 4 de Fevereiro de 2011 às 23h59min. O vencedor será anunciado no dia do aniversário do blog.

Regras para os participantes:
- Serem seguidores do blog.
- Residirem em Portugal e terem apenas uma participação por morada.
- Responderem correctamente às perguntas sobre a obra. As respostas devem ser enviadas para ana.calves89@gmail.com juntamente com o vosso endereço de email e o nome de seguidor.
- O participante vencedor será escolhido aleatoriamente.

Perguntas:

Qual o ano da primeira edição desta obra?
Quem são os Elóis?
De que se alimentam os Morlock?

Boa Sorte a todos!


domingo, 16 de janeiro de 2011

Música em Blogs/ Music on Blogs

A sério. Música em blogs é irritante. Tudo bem que as pessoas gostem de exibir a música de que gostam, na esperança de que os outros também gostem. Mas, imaginem que estão no silêncio do vosso quarto e o volume do pc está no máximo. Poiis... não é muito agradável.

Estou farta de me assustar cada vez que vou a um blog com música.

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Really. Music on blogs it's annoying. Alright people like to display music they like, in the hope that others will enjoy it too. But, imagine you are in the silence of your room and the pc volume is at the maximum point. Right ... is not very pleasant.

I'm tired of getting scared every time I go to a blog with music.



"A Ilustre Casa de Ramires" - Eça de Queirós

“A Ilustre Casa de Ramires” narra a história de Gonçalo Ramires, um fidalgo com um orgulho excessivo na sua linhagem familiar, influenciável e sem convicções. Ramires aspirava tornar-se um deputado por Vila Clara. Para o conseguir decide aceitar a proposta, feita por um amigo, de publicar um romance histórico baseado num poema elaborado por um dos seus tios no periódico “Annaes da Literatura”. Assim, o autor apresenta-nos uma história secundária passada no século XII, dentro do romance principal. No entanto, apesar do seu sucesso, o romance escrito por Gonçalo Ramires não passa de uma obra sem grande realismo histórico e pouco criativo, sendo quase um plágio do poema do seu tio. Um romance incoerente à semelhança da vida do fidalgo, que vive segundo os interesses e conveniências sociais.

Comecei a ler este livro há cerca de 4 meses. Geralmente o tempo que demoro a ler um livro reflecte o interesse que ele me suscita. Fico feliz por ter acabado.

A única obra que já havia lido de Eça de Queirós foi “Os Maias”. Na altura gostei muito de a ler e fiquei curiosa por ler mais obras deste autor. Contudo, a escolha de “A Ilustre Casa de Ramires” talvez não tenha sido a melhor escolha. O texto é muito maçudo e a história previsível e aborrecida. É um romance que não apresenta uma crítica social tão aguçada como em “Os Maias” e que está impregnada de patriotismo. Um exemplo desse patriotismo está patente no final do livro, quando a personagem Gouveia compara Gonçalo Ramires a Portugal. (2/7)

sábado, 8 de janeiro de 2011

Untitled 2

Morte. Uma palavra estranha na minha vida. Nunca tinha perdido nenhum ente querido, nunca tinha presenciado uma morte e nunca havia desejado a morte a alguém. E aqui estava ela. Tão cedo, tão inesperada.



A reacção da minha família perante tal desastre foi a que se esperava. Dor, culpa e revolta. Porquê que num mundo com 6 biliões de pessoas tinha de ser a sua querida e jovem filha a padecer de um acto tão terrível como o assassínio?


Tudo foi feito para encontrar os criminosos. Contudo, foi tudo em vão. Podia ter sido qualquer um. O caso foi arquivado por falta de provas e a vida continuou, como se Eli nunca tivesse existido. Isto porque, no meu país, quando uma pessoa morre a solução é o silêncio. As pessoas evitam tocar no assunto. Evitam partilhar o que sentem. Fecham-se em si mesmas, como se isso fosse a solução. Como se basta-se para apagar a mágoa.


Eu, pelo contrário, não podia esquecer. Estava viva. Talvez não na verdadeira concepção da palavra, mas existia.


O sítio para onde vamos depois de morrermos fisicamente não se assemelha em nada à imagem do Paraíso, que me tinha sido incutida na catequese. Era um local livre de anjos, de um Deus todo-poderoso e de santos. Nada disso existia na minha pós-vida. Sentia-me leve, lembrando-me apenas das coisas boas que tinha experimentado em vida. Lembrava-me dos abraços e beijinhos dos meus pais, das brincadeiras com o irmão, do puré com frango da minha mãe, das aventuras na neve com o meu pai, do som das rolas pela manhã… todos os pequenos e grandes prazeres da vida. Não sentia os anos a passar.


Subitamente regressei, recordando todos os maus e bons momentos. Senti-me assustada, com dores e como se tivesse acabado de sair de uma piscina. Não conseguia ver nada e sempre que tentava falar, um estranho som saía das minhas cordas vocais. Não era a minha voz.

to be continued...

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Untitled 1

Eli vivia num mundo à parte. Era uma daquelas raparigas de 14 anos, que espera por um príncipe encantado montado num corcel branco, que sonha em fazer uma grande viagem pelo mundo, conhecer povos e culturas diferentes, pintar lindas paisagens em aguarelas translúcidas. Mais do que tudo, sonha em ser livre para provar os sabores do mundo e da vida.



No entanto, no mundo em que agora vive, Eli nunca poderá realizar os seus sonhos. Pode dizer-se que esta jovem rapariga vive agora num lugar mágico, mas não com entusiasmo. Nada há de fantástico em viver num local esquecido. Em ter sido esquecida. Não, nada há de fantástico em ser uma gata doméstica. É isso mesmo que ela é. Um animal. Um animal irracional.


“Mas como foi que aconteceu?” Foi a pergunta que me ocorreu, quando me apercebi de que, de um momento para o outro, já não era um ser humano. A resposta é simples. As pessoas morrem.


A minha vida como humana foi curta. Vivia com os meus pais e o meu irmão mais novo nos subúrbios de uma pequena cidade do litoral do país, num apartamento nem muito grande, nem muito pequeno, nem muito bonito, nem muito feio. A minha família não era rica nem pobre. Éramos desafogados. Nos fins-de-semana passeávamos na praia, ou então fazíamos grandes jantares para toda a família. A minha mãe gostava de cozinhar e o meu pai animava toda a gente com a sua música dos anos 80. Na altura, eu não gostava muito dessas jantaradas. Agora sinto a sua falta.


Ia para a escola quando aconteceu.


Era uma típica terça-feira de Inverno. Decorria o mês de Fevereiro. Estava frio e um pouco enublado, e o vapor que eu expirava para a atmosfera fazia-me sentir quente e viva. Era agradável sentir o cheiro do ar da manhã. Frio e fresco, é como o recordo.


O caminho que eu usava para chegar à escola não era muito seguro. Usava-o apenas quando estava atrasada. Nesse dia, o despertador não tinha tocado. Estava muito atrasada. Enquanto acelerava o passo senti um movimento atrás de mim. Nunca gostei de me cruzar com estranhos. Aquele em particular fazia-me sentir arrepios. Acelerei. Porém, não era só uma pessoa que me seguia. Surgiram mais duas pessoas com um aspecto, no mínimo, duvidoso que subitamente pararam à minha frente. Sentia o meu coração a bater mais rápido. Algo não estava bem.


Quando os alcancei barraram-me o caminho. Agora estava mesmo assustada. Não tinha telemóvel e não passava muita gente por aquele caminho. Os três homens rodearam-me. Perguntaram-me se tinha horas. Automaticamente respondi que não. Era a verdade. Não tinha mesmo horas, mas os três homens não acreditaram. Esbofetearam-me e um deles retirou uma longa e afiada faca do cinto. Sei que era afiada, porque mais tarde, e depois de tentar escapar, fui esfaqueada 7 vezes. Não resisti. Não tinha sete vidas. Agora tenho.
(to be continued...)

"O Rapaz dos Olhos Azuis" - Joanne Harris

Mais uma vez a escritora de “Chocolate” conseguiu surpreender-me. “O Rapaz dos Olhos Azuis”, narrado sob a forma do blog de “blueeyedboy”, a personagem principal da história.
“Blueeyedboy” tem 42 anos e vive com a mãe, uma mulher manipulativa e agressiva, numa pequena vila denominada de Malbry. Contudo, não é isto que o torna fora do comum. Ele é sinestésico, isto é, possui um sentido super apurado. Vive preso ao passado, e as suas entradas no blog reflectem isso mesmo. Escrevendo ficção ou realidade, blueeyedboy vinga-se de todos aqueles que o atormentaram ou desprezaram em criança, assassinando-os.



Depois de ler várias obras desta autora pensei que não poderia voltar a surpreender-me. Enganei-me. Confesso que no início a história estava a ser um pouco aborrecida. No entanto, com o decorrer das páginas, o meu interesse foi aumentando até que no final ansiava por mais. Joanne Harris foi muito criativa ao criar uma fronteira muito ténue entre o real e o ficcional na história. Também gostei da forma como ela alternava ao longo da narrativa entre esses dois mundos, apresentando publicações no blog restritas (o que realmente aconteceu com a personagem principal) e públicas (o mundo ficcional da personagem) até que no final era difícil para o leitor distinguir esses dois mundos de “blueeyedboy”.


Misterioso e por vezes assustador. Acho que é assim que este livro pode ser descrito. Uma mistura da série “Dexter” com Joanne Harris. (5/7) 
O Rapaz de Olhos Azuis - www.wook.pt

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

A internet

Desde que descobri a blogosfera tenho vindo a notar, que são inúmeros os blogs que alguns pais tem sobre os seus filhos.
Tudo bem que todos os pais gostem dos filhos e tenham orgulho neles, mas não acham que é inocência e até falta de cuidado expor as suas vidas na internet?
O que não falta por aí são tarados e toda a gente conhece a frase "Mais vale prevenir do que remediar".

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Ok..

Novo ano, vida nova. Ou então não.
No meu caso, quase todas as resoluções de ano novo, acabam por cair por terra. Não consigo seguir o plano. A preguiça é tão poderosa! O seu poder é tal, que numa questão de horas perco o entusiasmo que tinha, quando me propus a fazer algo, que, por alguma razão, me parecia espétacular.
Um exemplo desta luta interior contra a "Sra. Preguiça", acontece hà cerca de 4 anos. Todas as passagens de anos, como as minhas 12 uvas passas, peço os meus desejos e faço a minha lista mental de resoluções de ano novo. Todos os anos digo "vou escrever um diário", e todos os anos esse objectivo falha!
Por isso, vou fazer do "Baú dos Livros" não apenas um espaço para falar sobre livros, mas um local para falar sobre qualquer coisa. Uma espécie de diário. Como o "diário" do "blueyedboy", claro que menos trágico e psicopata e também mantendo os livros.

domingo, 2 de janeiro de 2011

"Sangue Felino" - Charlaine Harris

Traída pelo seu namorado vampiro de longa data, Sookie Stackhouse, empregada de bar do Louisiana, vê-se obrigada não apenas a lidar com um possível novo homem na sua vida (Quinn, um metamorfo muito atraente), mas também com uma cimeira de vampiros há muito agendada. Com o seu poder enfraquecido pelos estragos do furacão em Nova Orleães, a rainha dos vampiros locais encontra-se em posição vulnerável perante todos aqueles que anseiam roubar o seu poder. Sookie vê-se obrigada a decidir de que lado ficará. E a sua escolha poderá significar a diferença entre a sobrevivência e a catástrofe completa...


Depois do sexto livro da saga ter sido menos excitante que os anteriores, achei que este iria ser um pouco entediante. De facto, o livro é isso mesmo até mais de metade do volume. No entanto, tem um dos finais mais espectaculares de todos os livros da saga! Foi precisamente o final, e também a referência à história da vida humana da personagem “Pam”, que salvaram o livro. (4/7) 


Sangue Felino - www.wook.pt

sábado, 1 de janeiro de 2011

E aqui estamos!

E chegou 2011!

Primeira música do ano: "Telephone" Lady Gaga
Primeira comida do ano: uma batata frita
Primeiro chichi do ano: na sanita da minha avó
Primeiro beijinho do ano: ao pai
Primeiro filme do ano: "A Possuída" do Mestre Alves
Primeiro telefonema: ao namorado