sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Playlist #9 Setembro

Setembro foi um mês de estágio e como se diz por aí...antes tarde do que nunca, aqui está a playlist:

Rachel Platten, "Fight Song" - Adoro músicas com energia e mensagens positivas. Esta "Fight Song" é um exemplo desse tipo de canções. Outras melodias que inseria nesta categoria seriam a "Firework" da Katy Perry, a "Shake It Off" da Taylor Swift e a "Pocketfull of Sunshine" da Natasha Bedingfield. São estas as canções que me proporcionam a energia positiva de que preciso! São precisas mais como estas!


Imogen Heap, "Tiny Human" - A Imogen é daquelas artistas que acompanhei desde que "nasceu". Sempre foi muito inventiva e sem medo de experimentar coisas, sons e métodos de criação novos. Mantém-se sempre ela mesma e é isso que adoro nela! E esta voz! Recentemente foi mamã e este "Tiny Human" terá certamente algo dessa experiência. 



Regina Spektor, "How" - E por falar em artistas que acompanho. Deixo aqui a Regina Spektor. Linda e maravilhosa como só ela consegue ser, com esta voz de princesa!





 

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

"A Arte de Morrer Longe", Mário de Carvalho

Quando me propuseram que divulgasse o inquérito para o Projecto Adamastor, "Os Melhores Romances Escritos em Língua Portuguesa", pensei "Claro!". Foi só depois de tentar escolher os que considero o meu top 10, que percebi que tenho um problema no meu repertório de leituras - raramente leio autores portugueses. 

Senti-me imensamente analfabeta e resolvi começar a explorar o que Portugal tem para oferecer, para além de José Saramago e Eça de Queirós. Sim, porque no final da minha lista, era só estes dois nomes que lá estavam. Uma tristeza mesmo!

Na próxima ida à Biblioteca estava decidida e dirigi-me à secção de autores portugueses. Escolhi "A Arte de Morrer Longe" de Mário de Carvalho, por uma razão bastante idiota - é um livro com menos de 200 páginas. Ultimamente ando com preguiça de ler livros muito extensos e escolher livros "pequenos" é uma excelente forma de conhecer mais autores.

"A Arte de Morrer Longe" foi uma surpresa agradável. Narra a história de um jovem casal, Arnaldo e Bárbara, que, após um breve casamento, se decide divorciar. Mas o processo é dificultado, por causa de uma simples tartaruga que ambos decidiram comprar, e que agora nenhum quer.   

Embora por vezes sentisse que a escrita de Mário de Carvalho é um bocado confusa e emaranhada, assim que se entra no ritmo, acaba por ser bastante fácil e agradável. Gostei do sentido de humor do escritor, que ia fazendo pouco do "típico portuguesito", usando várias personagens características da nossa sociedade. É um livro "pequeno" que não é a melhor coisa de sempre. Mas, como acontece quando se prova algo de que gostamos, ficamos sempre curiosos por mais.

sábado, 17 de outubro de 2015

"Emily L." de Marguerite Duras


Muitas vezes é fácil esquecer como o amor é algo tão complexo. Como consegue ser um conceito tão mutável. Estamos formatados para acreditar que tudo na vida deve ser linear; tudo ou preto, ou branco - o que é intermédio é duvidoso, não é correcto. 

"Emily L." de Marguerite Duras, publicado em 1987, fez-me pensar precisamente nisso. Nunca tinha lido nada desta escritora francesa, nascida em 1914. Comecei até por ter algumas dúvidas acerca do que estava a ler, por ser tão vago e sem o chamado "enredo clássico", mas no final estava já convencida que que sem dúvida é uma escritora que vale a pena explorar. 

A história centra-se em dois casais bastante distintos. O casal narrador, cujo romance se encontra já no final, cheio de dúvidas e incertezas, que observa um casal já idoso de ingleses, que apesar da vida, ainda se amam. Talvez não se amem como no início, mas sabem que se amam. Com as suas limitações e diferenças, foram seguindo a vida, sem muitas vezes duvidarem, apesar de o amor ir sempre mudando, ou de eles mesmos irem mudando. 

Acho que esta é uma questão que muitas vezes atormenta as pessoas dos dias de hoje. É uma questão que já me atormentou e que ainda me atormenta - a questão do que é suposto sentirmos quando se gosta de alguém VS o que é proibido sentir/pensar. Neste livro há uma carta, escrita em certa altura da vida da senhora do casal mais velho a um rapaz a quem também amou, que acho que espelha precisamente aquilo que é o amor e as barreiras que não lhe devem ser impostas:

"Esqueci as palavras adequadas. Sabia-as e esqueci-as, e aqui falo-lhe com o esquecimento dessas palavras. Contrariamente a todas as aparências, eu não sou mulher que se entregue de corpo e alma ao amor de uma só pessoa, mesmo que ela fosse o ser mais adorado da sua vida. Sou uma pessoa infiel. Bem gostaria de reencontrar as palavras que tinha reservado para lhe dizer isto. Eis que relembro algumas delas. Queria dizer-lhe aquilo em que eu creio, é que seria preciso conservar sempre adiante de nós, aqui está, reencontro a palavra, um lugar, uma espécie de lugar pessoal, é isso, para nele estar só e para amar. Para amar não se sabe o quê, nem quem, nem como, nem por quanto tempo. Para amar, eis que todas as palavras me voltam à memória, de repente...para conservarmos o lugar de uma espera, nunca se sabe, da espera de um amor, de um amor sem ninguém ainda, talvez, mas disso e só disso, do amor. (...)"

Quantos de nós não seremos também "uma pessoa infiel"? Acho que a resposta é - todos somos. Porque em todos nós deve haver um local secreto onde guardamos o nosso amor, que oferecemos das mais diversas formas, às mais diversas pessoas. Um lugar que reservamos só para nós e para os nossos pensamentos de amor, para as nossas paixões platónoicas, para os nossos pensamentos menos "correctos"...Esse lugar é nosso e só nosso e rejeitar a sua existência, como fazendo parte de nós é o mesmo que fechar os olhos a quem somos, convencidos de que o nosso amor é perfeito e imutável, quando é tudo excepto isso.



sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Vamos ser espanhoís de Leiria para cima

Leram bem! Vamos ser espanhóis de Leiria para cima. Passo a explicar:

Estava eu a dormir a minha siesta de Domingo, quando começo a ter um dos sonhos mais parvos de sempre. Estava num comboio que era todo ele vidro transparente (para dar uns ares futuristicos, talvez), juntamente com a minha família, e estávamos a caminho de Lisboa. Na televisão estava o Pacheco Pereira a comentar o actual estado do país. Estávamos na fase em que ninguém aceitava o orçamento de estado do PaF e o tótó do Cavaco Silva, para solucionar o problema, tinha estabelecido que o nosso país seria dividido, através de um muro intransponível, em dois: de Leiria para cima deixava de ser Portugal e passava a ser Espanha. Fim do problema da falta de dinheiro.  

Eu só sei que acordei a chorar baba e ranho e eu não sou alguém que acorda a chorar muitas vezes. Posso adormecer a chorar, mas acordar a chorar não. E depois fiquei a pensar porquê que raio estava a chorar? O meu bisavó paterno era espanhol; eu percebo espanhol; gosto da comida; acho que eles tratam as suas florestas muito melhor que nós; tem ursos; o Norte litoral de Espanha é lindo; desde as últimas eleições que já só vejo Euronews e Tv Galicia; passava a fazer parte do povo que descobriu a América e não o Brasil (não que os EUA estejam melhores...mas ao menos o Canadá está); até o Saramago trocou Portugal por Espanha; etc etc.

Por isso só posso concluir que estava a chorar com medo de ficar presa do lado errado e separada de todos os que gosto só para ser portuguesa...o que é irónico, considerando a quantidade de pessoas emigradas, que devem pensar nisto todos os dias. 

Conclusão: cuidado com as siestas.

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

"O Demónio Branco" de Leo Tolstoy

Começo por afirmar que os autores russos não são dos meus preferidos. Não é que já tenha lido muita coisa deles. O último que consegui terminar foi o primeiro livro de Guerra e Paz, também de Tolstoy. Custou-me bastante e não porque não fosse interessante do ponto de vista histórico. Adoro romances de época, não me interpretem mal. Mas há certas épocas para as quais não me sinto muito inclinada...uma delas é precisamente a das guerras napoleónicas e pós-napoleónicas e pré-napoliónicas, ou seja, perinapoleónicas! 

Mas, ainda assim, dou por mim a enfrentar esta minha falta de gosto pelos romances russos, porque tenho consciência de que não os aprecio muito, porque também me falta alguma bagagem histórica relativa aquilo que foi o Império Russo. Tendo em conta que Tolstoy foi soldado, estando a Rússia sob o domínio do czar Nicolau I, que foi até bastante ridicularizado nesta obra, não deixa de ser interessante ver o seu ponto de vista do que era realmente a guerra, para os povos que por infelicidade viviam no meio destes conflitos. 

O enredo de "O Demónio Branco", centra-se na personagem de Hadji-Murat. Este homem, habitante do Cáucaso e temível guerreiro tártaro muçulmano, desiludido tanto com os Russos, imperialistas e selvagens, como com os tártaros, que o desprezaram e lhe aprisionaram a família, passa-se para o lado dos russos, na esperança de que estes, guiados pelo desejo de o terem como companheiro de batalhas, o ajudem a libertar a família. 

Este é um livro anormalmente curto para Leo Tolstoy. Descrito como sendo o seu último trabalho antes de morrer, representa fielmente o seu estilo literário e até a sua posição enquanto um dos maiores críticos da sociedade czarista da antiga Rússia. Este pequeno livro pode perfeitamente servir como "aquecimento", para os leitores que se possam sentir intimidados com a dimensão das suas obras mais conhecidas. 


 

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Os Melhores Romances Escritos em Língua Portuguesa

O Projecto Adamastor tem por objectivo contrariar a raridade de livros em formato digital escritos em português:

"(...) Neste sentido, o Projecto Adamastor tem como principal objectivo atenuar essa escassez através da criação de uma biblioteca digital de obras literárias em domínio público, obras essas que serão disponibilizadas de forma gratuita e em formato EPUB, sem qualquer tipo de restrição.

Tal não significa que o projecto se resuma à mera conversão de textos disponíveis online, bem pelo contrário: os colaboradores do Projecto Adamastor procuram acrescentar valor através de uma revisão cuidada de cada obra, de modo a minimizar o número de erros e a atingir uma versão fiel ao original, actualizada de acordo com a ortografia vigente. Tudo isto acompanhado por um design atractivo."


É neste sentido que surge a procura pelos "Melhores Romances Escritos em Língua Portuguesa". A lista será elaborada com base numa votação pública que podem realizar AQUI. É um processo rápido e simples e rápido e que não custa nada preencher! 

Eu já fiz as minhas escolhas. E vocês de que estão à espera?


segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Setembro #Insta

 Este mês começou com a cirurgia da minha gatinha Amália. 
Felizmente correu tudo bem...

 Algum trabalho fora da minha área...

 Uma reunião de amigas em Lisboa...
 
 Com algumas imagens tipicamente "tugas"...
 
 E outras mais turísticas...

Sempre com novos amigos!

domingo, 11 de outubro de 2015

Passatempo "AVC do Amor"

UPDATE (11/11/2015) - A VENCEDORA É - FÁTIMA VALENTE!

Hoje começa mais um Passatempo no Baú dos Livros. O objectivo destes passatempos é dar a conhecer aos leitores e amantes de livros, novos autores. 

"AVC do Amor" é o primeiro livro em prosa do escritor Luís Abreu e tem particularidades bastante interessantes, sendo que uma delas é o facto de 50% do lucro da venda de cada exemplar reverter para a "Associação Salvador":


AVC do Amor é um texto de ficção, baseado na realidade e que relata, de uma forma “leve”, não espiritual e alegre a rotina diária de uma paralisia causada por um AVC. Neste texto, o autor, ele próprio tetraplégico, faz um relato muito verosímil e realista dessa condição, misturando-o com grandes paixões, com uma viagem a outra dimensão e com alguns episódios ligeiramente humorísticos.
Com várias histórias, AVC do Amor conta-nos alguns eventos passados na adolescência e na vida adulta de Rodrigo. Personagem principal que se recusa a acreditar no AVC e que, com a pertinência das suas questões, leva o leitor a duvidar da sua condição de tetraplégico. O autor guarda segredo da sua condição e nunca revela se está mesmo tetraplégico, deixando essa decisão ao leitor.
O texto percorre várias fases da vida de Rodrigo, personagem usado para o autor refletir sobre os múltiplos assuntos que o apoquentam negativa ou positivamente.
É uma obra desconcertante que provocará, de certeza, múltiplos sentimentos conforme o estado de espírito de cada leitor.

Luís Abreu nasceu no ano de 1973 em Luanda. Veio para Portugal com 30 meses para morar em Vieira de Leiria, aos 4 anos mudou-se para Paio Pires e aos 13 anos foi viver para Almada. Estudou engenharia informática no IST, foi sócio de uma empresa de novas tecnologias e trabalhou numa multinacional onde esteve envolvido em projetos de âmbito nacional. Em 2006 teve um avc gravíssimo que quase o levou à morte. Contrariando as evidências sobreviveu e, desde então, tem tido vários ganhos que, apesar de lentos, são o culminar de muito esforço e dedicação do próprio e de todos que o rodeiam. É autor da página do facebook “Palavras Paralíticas - LuísAbreu” e tem publicados a título individual, entre outros títulos a título colectivo, Insónia (Minerva, 2012); Fragmentário (Chiado Editora, 2013); Muros e Amor (Chiado Editora, 2014).

"AVC do Amor" será publicado no próximo dia 16 de Outubro! Para se habilitarem a ganhar um exemplar, basta preencherem o formulário "Rafflecopter" abaixo apresentado. Tem até dia 11 de Novembro para o fazer! Boa Sorte!
Este passatempo é válido para Portugal Continental e Ilhas.

Páginas Facebook onde colocar o "Gosto" (opcional, para mais hipóteses de ganhar):
- Baú dos Livros
- Associação Salvador

a Rafflecopter giveaway

 Termos e Condições:
- O Passatempo termina dia 11 de Novembro de 2015.
- É válidos para Portugal Continental e Ilhas.
- O vencedor é sorteado com recurso ao site "Rafflecopter.com" e é contactado pela autora do blog para que seja indicada a morada de recepção.
- O vencedor tem 7 dias úteis para responder a esse email. Caso não responda nesse período de tempo, será sorteado um novo vencedor.
- O Baú dos Livros não se responsabiliza por qualquer extravio ou problema com o funcionamento dos CTT.

sábado, 10 de outubro de 2015

"A Pérola" - John Steinbeck

Quando escolhemos um romance de John Steinbeck com uma coisa podemos sempre contar - um final que não vai ser cor de rosa. 

"A Pérola", publicado em 1947, é considerada pelo autor como uma parábola. A história, inspirada num conto popular mexicano, segue a luta de Kino, da sua mulher Juana e de Coyotito por uma vida melhor, capaz de os libertar da ignorância e da pobreza. Estas ambições surgem após a aquisição de uma enorme e valiosa pérola, que acaba por se transformar numa maldição. 

Já nas outras duas obras que li de John Steinbeck, As Vinhas da Ira e A um Deus desconhecido, somos confrontados com personagens que são a personificação da miséria, mas que procuram sempre vencer os duros obstáculos que a vida lhes vai apresentando. Esta é uma das caracteristicas que gosto neste escritor; o facto de ele ser a voz da fracção populacional mais débil da sua época. 

No entanto, em "A Pérola", notei que havia uma preocupação do autor em tentar fazer-nos pensar até que ponto vale a pena arriscar, por algo material, o pouco que de melhor uma pessoa pode ter na vida - o amor e a família.

Este é um livro bastante pequeno (tem umas 156 páginas) e lê-se muito bem numa tarde. Como é característico de Steinbeck, a escrita é simples, fluída e atrativa. A natureza assume mais uma vez um papel importante no que diz respeito a descrições, o que é também típico do autor. Recomendo para quem esteja à procura de uma leitura breve e simples de um grande autor. 

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

"O Mundo de Sofia", Jostein Gaarder

"O Mundo de Sofia" resulta de uma boa tentativa para cativar as crianças/adolescentes para o mundo da Filosofia. Infelizmente não passou mesmo de uma tentativa de Jostein Gaarder, professor de Filosofia de nacionalidade Norueguesa. 

Neste livro, somos apresentados a Sofia, uma rapariga aparentemente como todas as outras, prestes a completar 15 anos e a entrar oficialmente no mundo dos adultos. Não percebi muito bem porquê esta importância dos 15 anos. Pelo que percebi a maioridade na Noruega atinge-se aos 18, tal como em Portugal...a não ser que o autor se tenha baseado na idade de responsabilidade penal juvenil, que se inicia aos 15... o.O

Anyway... certo dia Sofia recebe uma misteriosa carta, que a leva a iniciar uma grande aventura filosófica, orientada por Albert Knox, um igualmente misterioso professor. 

Do ponto de vista de conteúdo, este livro é interessante. Fiquei a conhecer muitos nomes de filósofos que não falamos no secundário (...agora que penso nisso...não falei de quase nenhum filósofo no secundário...) e alguns factos históricos que ajudaram a compreender o modo de pensar de cada época. O narrador oferece-nos muitos exemplos simples e casos práticos do que está a ser exposto, o que ajuda imenso a chegar a centro de teorias menos concretas; Do ponto de vista da narrativa, achei que o livro tem mesmo muito a desejar.

Começo por apontar um facto simples: se tivesse pegado neste livro aos 15 anos não passava do segundo capítulo. E estou a falar de mim, nascida numa época em que havia mais do que o Facebook nas nossas vidas de adolescentes irreverentes, quando não existia a saga do Harry Potter completa para reler vezes sem fim, ou o Hunger Games...Hoje em dia este livro está condenado a ser esquecido, porque falha em conseguir manter uma história cativante. Os diálogos entre Sofia e Albert, mais parecem monólogos e sempre que a miúda responde apetece-me dar-lhe uma chapada, pela insolência das respostas. Acho que o autor achava que lhe estava a dar um toque de irreverência, só que não.

Ainda assim, lá fui lendo este "Mundo de Sofia" e aprendendo de que forma os vários filósofos foram reflexo de uma época, ou de que modo a época foi o reflexo destes pensadores. Para quem gosta de história, é um bom manual. Não tão massudo como os manuais que por aí existem. Funciona como uma espécie de resumo.

Houve várias passagens de que gostei e que me deixaram a pensar, como o facto de que quando olhamos para um céu estrelado estamos a olhar exclusivamente para o passado. É algo que se sabe. A luz das estrelas demora milhões de anos luz a chegar cá, ou seja, vemos a estrela como era há x milhões de anos atrás. Isto é algo que se sabe, mas na qual raramente se pensa.

Este é um livro que recomendo que leiam pelos dados interessantes que tem, mas não esperem encontrar uma leitura empolgante. É um livro para ser apreciado de forma lenta e gradual, idealmente enquanto lemos outra coisa mais mexida e com mais acção. 

"Mas a vida é triste e séria. Entramos num mundo lindíssimo, encontramo-nos aqui, apresentamo-nos uns aos outros - e caminhamos juntos mais um pouco. Depois, perdemo-nos e desaparecemos tão súbita e inexplicavelmente como viemos."

domingo, 4 de outubro de 2015

Mais do mesmo...


Crianças Alienadas - A educação do Tablet

Já me perguntei inúmeras vezes o que vai ser dos miúdos dos dias de hoje. É estranho falar assim, uma vez que com 25 anos, quem sou eu para fazer julgamentos acerca do futuro de crianças com menos 10, ou 15 anos que eu. Mas a verdade é que cada vez vejo mais estupidez na rua. Não posso deixar de me questionar se eu alguma vez fui assim? Estridente, a querer dar nas vistas e viciada no meu próprio umbigo e no meu telemóvel.

Se calhar até já fui e isso chamava-se adolescência. No entanto, há coisas que uma pessoa vê que não nos pode deixar indiferentes, como famílias inteiras a jantar fora, em que nenhum dos elementos abre a boca, porque cada um está entretido no seu telemóvel, tablet, ou outro tipo de aparelho electrónico. Se isso se passa assim num restaurante, imagino como será em casa. 

Esta alienação da realidade e entre as pessoas não poderá dar bom resultado.


Nos meus momentos de tédio gosto de imaginar cenários apocalípticos; maremotos, ataques de zombies e, mais recentemente, um mundo em que a Internet e os aparelhos electrónicos deixam de funcionar. Esta última possibilidade é a mais provável das três e talvez um dia, seja a arma mais perigosa dos terroristas. E se algum dia isso acontecer, eu pergunto-me o que vai ser destes miúdos, que cresceram alienados? Miúdos que nem sabem de onde vem o leite e ficam escandalizados por serem as vacas a produzi-lo. Miúdos que tem por garantida a comida que lhes aparece no prato. Miúdos que só estão bem em frente ao Facebook, ou com um tablet na mão, mas que no dia à dia nem apertar os cordões sabem. 



A culpa das limitações que estas crianças vão ter é dos pais? Sim, é. Acho que hoje em dia as pessoas tem filhos, como quem tem animais de estimação (outro tema, para outro post!). Com isto quero dizer que tem filhos, muitas vezes porque é o que se espera deles, mas acham que simultaneamente podem manter a vida que sempre tiveram e o tempo deles, que sempre tiveram. Para manterem um estilo de vida entretém a criança com o tablet, porque é o mais simples e fácil depois de um dia/semana esgotante de trabalho. É a forma mais fácil VS o difícil caminho de educar, de socializar, de interagir e os sacrifícios necessários para criar e ensinar uma criança.

Tendencialmente, vemos mais depressa aquilo que de pior há na sociedade. Talvez eu esteja a exagerar. Existem famílias muito unidas e crianças muito amorosas e simpáticas, mas este é um fenómeno que, a meu ver, tem crescido e talvez venha a tornar-se pior. Eu costumava gostar de todas as crianças. Hoje, gosto só de algumas e outras são extremamente irritantes, mais irritantes do que há uns anos atrás. Será coincidência? 



sábado, 3 de outubro de 2015

Diário de uma Estagiária #Fim do 1º round!

Esta foi a minha última semana do estágio de dois meses que realizei em Braga, na área dos pequenos animais. Aprendi imensa coisa! Aprendi principalmente coisas sobre mim mesma, que não conhecia...Descobri que até sou boa com pessoas e que quando se gosta do que se está a fazer o tempo passa a voar. Descobri que consigo manter a cabeça fria e não entrar em pânico em situações complicadas. Percebi que se não formos confrontados com os problemas, não vamos evoluir. Aprendi o valor de uma boa equipa hospitalar e a necessidade de comunicação entre todas as pessoas; não basta fazer as coisas, é preciso falar sobre elas. 

Tenho uma montanha de casos clínicos para actualizar, tarefa que fui sempre adiando, mas que posso agora continuar. No meio disto tudo o único tempo para leituras era no comboio. Fiquei espantada com a quantidade razoável de gente que ainda lê nos transportes públicos, principalmente pessoas do sexo masculino. Achei que éramos uma espécie em extinção...É bom saber que me enganei. Infelizmente não posso dizer que não assisti igualmente a um cem número de comentários/conversas idiotas entre as pessoas. Como gente a dizer que toda a vila, ou cidade que não tivesse um Shopping não era um sítio digno para se viver...




Enquanto essas pessoas pensam assim é da maneira que continua a haver emprego no interior do país, para quando eu acabar o curso. 

Amanhã é dia de eleições e não podia deixar passar a data sem fazer um breve comentário sobre o assunto: se o PSD/CDS ganhar este país é oficialmente um país de bananas, que, desculpem a expressão, gostam de ser violados e espancados e ainda pedem mais. Contudo, tal não me espantaria. O povo português sempre foi muito comodista. Aliás...por isso é que o país está como está. Por causa desta inércia, que parece tão natural ao portuguezito. "Ah e tal! Antes este que outro pior...", "Ah e tal! São todos iguais!"... Isto até nem seria um problema, se depois não viessem para a rua chorar a vida.



Pode ser que um dia o pessoal deixe de ter pena dele mesmo e se mexa para tentar mudar alguma coisa...entretanto eu vou para a Escócia e se uma oportunidade para ficar surgir, nem vou pensar duas vezes em não trocar Portugal! Para quê? Que é que me dá em troca o país neste momento? As pessoas estão cada vez mais idiotas, há cada vez menos poder de compra, menos emprego, cada vez mais centralização dos serviços no litoral, mais imposto, menos benefícios fiscais, reformas que ameaçam desaparecer. Para que é que eu vou ficar? Para continuar no ciclo vicioso de queixa sem consequência?



Gostava tanto de estar enganada...

Entretanto, vou treinando o corpo e a cabeça para o próximo estágio com bovinos de leite! Here I go!




quinta-feira, 1 de outubro de 2015

O Significado...

Ultimamente tenho pensado muito no significado da música dos The Weeknd, "Can't Feel My Face". Só consigo concluir que ele não sente a cara por causa das drogas...Se estiver errada e isto for uma música bué profunda, avisem-me!



ACORDA!