domingo, 29 de outubro de 2017

A arte de não me sujar na lama

Tenho andado a treinar o acto de conseguir não me meter em discussões online. É mais fácil do que pensam. Basta não argumentar durante 10 minutos, ignorar o assunto e pronto, estamos safos! Poupa-se tempo e poupa-se o teclado.

Não deixa no entanto de ser frustrante, ou mesmo cansativa, esta necessidade constante de ter uma opinião sobre tudo. É quase como se fosse crime não opiniar, não defender um ponto de vista. É vergonhoso não ter uma opinião.

Pois bem, eu não tenho opinião sobre o que se passa na Catalunha. Já disse. Não me sinto equipada, intelectualmente, ou mesmo culturalmente, para formar uma opinião. Em relação aos incêndios, por exemplo, já tenho uma opinião. Mas é a opinião de muita gente. O que é que eu ganho ao partilhá-la na secção de comentários do facebook do Público? 

Nada pessoal! N-A-D-A. Por isso parem de competir acerca de quem tem razão sobre tudo!






quarta-feira, 25 de outubro de 2017

"Swing Time" - Zadie Smith

Tenho uma opinião pouco clara acerca deste livro. Acho que por isso é que tenho andado a adiar a escrita da mesma...

"Swing Time" da escritora Zadie Smith foi uma sugestão que desencantei do site "Man Repeller". Comprei o livro, coisa que é muito raro acontecer, e li-o numa semana. A verdade é que está muito bem escrito e, embora não exista um enredo muito promissor, conseguiu cativar-me em cada página. 

A protagonista (narradora sem nome) é uma rapariga de origem negra, que renuncia, sem tentar, a todos os seus sonhos e vive na sombra das outras pessoas, deixando a vida levá-la para onde calha. Esta rapariga tem uma melhor amiga de infância - Tracey. Ambas adoram dança, mas só Tracey tem talento. A protagonista acaba por viver sempre na sua sombra e à medida que vão crescendo, vão se afastando. Já em adulta, a narradora vai trabalhar para Aimee, uma celebridade americana de origem branca, cheia de boa intenções e caridade, que decide abrir uma escola para raparigas na Nigéria. É na sombra desta personagem que a protagonista se refugia durante vários anos.

Este livro explora várias questões associadas à raça, à classe social, ao individualismo, ao capitalismo e ao lugar das mulheres no mundo. Demasiadas questões para serem analisadas a fundo e é nisso que este livro falha. Enquanto a história se centra na amizade entre as duas raparigas, há um equilíbrio, quase que um sentimento de propósito na historia. A partir do momento em que começa a parte da escola na Nigeria, tudo se transforma numa salgalhada de temas. 

Apesar de estar muito bem escrito, com a alternância do tempo de cada episódio, com ideias claras e interessantes, senti que ao terminar a leitura não cheguei a lado nenhum. Esse é um sentimento terrível de se ter, acerca de um livro que está escrito de forma tão brilhante. 

Talvez este final sem fim tenha sido intencional. Se calhar não consegui foi compreender onde a autora queria chegar. Se calhar a intenção era mesmo não chegar a lado nenhum.

domingo, 22 de outubro de 2017

Lentamente...

Não, ainda não é desta que o blog acaba, embora o meu forte não seja realmente a interacção com outros internautas, ou a angariação de seguidores. 

Lentamente as coisas vão voltando ao normal. Não me sentia assim tão relaxada desde que estive na Escócia. Mas o que parece não querer recuperar são os meus hábitos de leitura. Tenho passado mais tempo a ver séries televisivas do que propriamente a ler. Li algo muito bom, há um mês atrás, "Swing Times", da Zadie Smith. Foi um dos poucos livros que comprei e não larguei desde a primeira página. Devo ter demorado uma semana a ler tudo. 

Também terminei "Os Filhos de Wang Lung" da Pearl S.Buck. Já andava a arrastar a leitura há mais de seis meses. Não significa que fosse mau. Só não me captava tanto a atenção. 

Agora encontro-me a atravessar um deserto de leituras....estou a ler muita coisa ao mesmo tempo e nada simultaneamente. "Emma" de Jane Austen não está a funcionar. O Valter-Hugo Mãe também não...acho que preciso de sucumbir a um guilty pleasure para ganhar ritmo. Talvez leia Charlaine Harris...há uma trilogia não relacionada com a Sookie e o True Blood, chamada "Midnight Crossroad". Ou talvez opte pela Gillian Flynn...vamos ver. 

Quando tiver paciência, vou tentar emitir uma opinião sobre as últimas leitura. Aparentemente também é lentamente que vou voltar ao Baú.