sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Top 2011 - Livros Lidos

Costumo dar a pontuação aos livros de acordo com a impressão que eles me dão. Não é por isso uma classificação rigorosa, pois eu não sou formada para tal; apenas gosto de opinar sobre aquilo que li e de os classificar dentro de uma escala de 0 a 7, que me permita organizar aquilo que vou lendo. No entanto, só nestes momentos, quando já passaram meses, é que conseguimos realmente saber quais aquelas obras que mais nos marcaram. Assim, decidi criar, em jeito de despedida do ano que passou, um "Top 2011 - Livros Lidos".

Para este ano tinha como objectivo ler cerca de 75 livros. Contudo, tal não foi possível e fiquei-me pelos 31. 

Deste pequeno número tenho a destacar aqueles que mais me marcaram:

1) As Crónicas do Gelo e do Fogo, de George R.Martin - sem dúvida que esta saga foi a descoberta do ano. Eles já existiam há muito tempo no mercado, mas como poupadinha que sou, fui sempre adiando, até que finalmente a minha madrinha me ofereceu o primeiro livro. Ocupou muitos dos meus dias deste ano de 2011, mas valeu a pena cada segundo. Destaco o nome dos meus volumes preferidos, "A Tormenta das Espadas" e "A Glória dos Traidores".

2) Millennium 1 - Os Homens que Odeiam as Mulheres, de Stieg Larson - o que mais me entristecesse  é que o autor tenha morrido, deixando-nos apenas com três volumes da saga. Este foi simplesmente um dos melhores policiais (poder-se-á classificá-lo assim...), que já li. Certamente que Larson tornar-se-ia na Agatha Christie  da actualidade... É um livro que recomendo vivamente para quem gosta do género.

3) O Sonho Celta, de Mário Vargas Llosa - Este foi um daqueles livros que deu prazer ler lentamente. Recheado de história sobre as colónias brasileiras e do Congo, e também sobre a luta pela independência da Irlanda. Um livro que nos informa e nos faz querer saber mais.

4)Comer, Orar e Amar, de Elizabeth Gilbert - como cliché ambulante que sou, não pude deixar de gostar de um livro como este. Cheio de clichés, mas perfeito na medida em que tudo começa mal e acaba bem. Fez-me querer ser como a autora, apesar de me ter passado essa vontade algumas semanas depois. Um livro que sem dúvida voltaria a ler, se tivesse mais do que uma vida.

5) O Rapaz dos Olhos Azuis, de Joanne Harris- pelo que percebi, lendo opiniões de outros leitores, ou se adora, ou se detesta este livro. Penso que isto se deve ao facto de ser tão diferente dos restantes livros "apetitosos" da autora, e também por ter um enredo não muito claro. Eu adorei e espero que a autora continue a evoluir, para nos continuar a surpreender. 

E este foi o meu pequenino Top de 2011. Espero que para o ano seja maior!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Feliz 2012!


Quando olho para os doze meses do ano, que passaram a voar, penso naquilo de bom que eles me trouxeram:

As pequenas férias nas Astúrias, onde vi lindas paisagens que espero um dia voltar a visitar; a viagem a Itália com o meu namorado, primeira de muitas (espero…); a minha família, que se manteve saudável e unida, apesar de todas as pequenas discussões; os amigos, que sempre estiveram perto, e aos quais se juntaram mais alguns; a universidade, que apesar do trabalho que me dá, vai correndo bem; os meus queridos animais, que, apesar de um pequeno susto, continuam a fazer me companhia e me aquecem neste tempo frio de Inverno; as idas ao cinema, que apesar da crise continuam a acontecer (embora o bilhete esteja a ficar puxadote!); etc etc etc.

Quanto ao blog, continuo a espantar-me com o facto de ele ainda existir, pois nunca fui de levar algo até ao fim. É por isso com manifesta satisfação que admiro aquilo, que juntamente com o Luís Azevedo, tenho conseguido fazer. Contudo, ainda há um milhão de coisas que desejo fazer para tornar o Baú dos Livros melhor e maior:

- Tenho que começar a treinar a minha escrita, porque sei que estou longe de ser uma boa escritora;

- Tenho de criar hábitos de leitura, que me permitam conseguir ter tempo para ler, mesmo em época de exames;

- Desejo ler mais livros do que este ano (depende do objectivo anterior);

- Pretendo fazer mais passatempos, e se possível encontrar outros Bloggers, ou mesmo editoras, que queiram colaborar com o Baú dos Livros;

- Abordar temas de discussão referentes ao mundo da literatura;

- Agradar a mais pessoas!

Com todos estes desejos, resta-me apenas agradecer ao ano que passou e desejar que 2012 seja um ano igualmente bom, ou ainda melhor!
 

Um Feliz Ano Novo para todos vocês!



Enid


Há alguns dias atrás, vi por acaso um filme intitulado de "Enid". Realizado pela BBC, retrata a vida da escritora Enid Blyton. Não pude deixar de me sentir espantada, pois não fazia a mais pálida ideia de que esta autora, capaz de criar livros tão inocentes e sem maldade, pudesse ser na sua vida privada uma pessoa tão fraca!

Não sei até que ponto o filme será inspirado na realidade, mas tratando-se da BBC, penso que não iriam denegrir de propósito a reputação de uma das mais famosas escritoras do Reino Unido.

Recomendo este filme, para quem, como eu é fã da autora.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Prendinhas Literárias

Bom dia! Mais um Natal que passou...
Espero que tudo tenha corrido bem com vocês.

Este ano recebi alguns livros, embora não tantos como o costume, mas aqui vai:








Do último autor nunca li nada. Espero gostar! :)



sábado, 24 de dezembro de 2011

"O Crime do Padre Amaro" - Eça de Queirós


Mais do que um simples romance, esta foi a primeira obra do movimento realista a ser escrita por um autor português. Alvo de várias críticas pela Igreja Católica, “O Crime do Padre Amaro”, publicado em 1875, foi escrito em jeito de crítica social, descrevendo o ridículo no qual caiu toda a comunidade católica, desde o padre até à mais santa beata.
A obra retracta a chegada a Leiria de Amaro, padre por obrigação e não por vocação. Amaro cedo se estabelece como pároco popular e dono do coração da menina Amélia. Ambos vão estar em constante confronto com as suas emoções, devido às regras que a Igreja lhes impõe. No entanto, este trágico romance floresce entre os dois e no final acabam por ser confrontados pelas consequências.

Achei a este livro muito diferente da “Casa de Ramires” e com um estilo semelhante àquele que encontramos em “Os Maias”. É uma obra que, apesar de já ter sido escrita há décadas, continua a despertar o interesse nas gerações mais recentes. (5/7)

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More than a mere romance, this was the first work classified as being part of the realist movement to be written by a Portuguese author. Target of criticism by the Catholic Church, "The Crime of Padre Amaro", published in 1875, was written to criticize and to descrive the ridicule in which the entire Catholic community fell, from the priest to the most holy blessed.

The work portrays the arrival of Father Amaro to the city of Leiria. Father by obligation and not by vocation, Amaro soon establishes himself as pastor and owner of the popular girl's heart Amelia. Both will be in constant confrontation with their emotions, due to the rules that the Church imposes on them. However, this tragic romance florishes between the two of them and they end up having to  suffer the consequences.

I found this book very different from the "A Ilustre Casa de Ramires" and with a style similar to the one i found in " Os Maias ". It's a work that, despite having been written decades ago, continues to spark interest in more the recent generations. (5/7)

Um Feliz Natal !


A Equipa do Baú dos Livros deseja-lhe um Feliz Natal cheio de alegria, saúde e algumas prendinhas!

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Ler hoje em dia...


Num destes dias, ao jantar, eu, o meu irmão e os meus pais estávamos a conversar acerca de como a mentalidade dos jovens tem vindo a deteriorar-se e nessa conversa o meu irmão disse:
“- Na minha turma sou dos poucos que já leu um livro!”

Não fiquei espantada. Depois do ano que passei a ajudar os meus pais no trabalho, onde se lida diariamente com muitos jovens, apercebi-me de que são raros aqueles que se interessam por algo mais do que a sua roupa, o seu telemóvel ou o que os outros pensam deles. Assim como a boa educação, ler está fora de moda e, como tal, não é um hábito que “fique bem”. 

Com cada vez mais editoras no mercado, mais autores por onde escolher e preços cada vez mais altos, não sei o que irá acontecer; ou se dá uma grande reviravolta no mundo do livro e na própria sociedade, ou então esse mundo estará condenado com a chegada da crise, que deixou de ser apenas monetária, e passou a ser também de valores. 

“Antigamente…” diziam os meus pais, “…toda a gente lia livros. Não havia mais nada para fazer…”. Mas será que os jovens de hoje são assim tão ocupados? 


domingo, 18 de dezembro de 2011

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Vamos para Casa (Diários de John Green)

12º Lugar em Popularidade na Kindle Store



Vamos para Casa é o primeiro livro de um jovem autor português. Este volume é o primeiro de uma trilogia que conta a história de John Green, patriarca de uma família burguesa. 

Esta história passa-se em qualquer lado, em qualquer lugar.

Excerto:

John Green, mesmo a pessoa que eu queria encontrar, já ouvi dizer que recebeste excelente na tua dissertação, qual era a tua tese de doutoramento outra vez, algo como Artes Magistrais Modernas e o seu uso na sociedade, certo, pois bem, só te queria felicitar, receberes tão alta distinção é digno de se louvar, Viste a apresentação, Estava na primeira fila a absorver tudo o que estavas a dizer como uma esponja, infelizmente fui chamado à secretaria por causa dum problema que surgiu na minha própria tese, ou seja, só vi até à parte em que exibiste o livro para a plateia e júri, posso dizer que foi o que me levou a procurar-te, acho que ainda não me apresentei, sou Jason Toflam, aluno de Engenharias Alternativas, Já ouvi falar de ti, és o tal que o ano passado apresentou um carro que anda sem a ajuda de humanos, Sim, esse mesmo, Parabéns pelo projecto, apreciei bastante e chegou a intrigar-me como conseguiste fazer, mas pouco depois consegui perceber, a tua ideia foi genial, como se diz, simples e eficaz, Obrigado, amigo, parece que temos uma coisa em comum, o respeito e a apreciação mútua, mas agora outra questão se levanta, precisamos da tua ajuda, Precisamos, Sim, desculpa, precisamos, não sou só eu, faço parte dum grupo aqui da universidade que já há algum tempo que estuda o que tu apresentaste hoje, como tu, também encontrámos o livro, mas nunca conseguimos chegar às conclusões a que tu chegaste, é por isso que nos tens de ajudar e ingressar na nossa associação, há coisas que tu ainda não sabes sobre esse livro e do seu verdadeiro poder, Porque não me abordaste antes, o tempo que eu perdi ao tentar decifrá-lo podia ter sido reduzido a metade, Não sabíamos que o tinhas encontrado e que o estavas a estudar, sinto-me um pouco envergonhado por dizer isto, mas nós tínhamos o livro em nossa posse, mas um certo dia perdemo-lo misteriosamente, não fazíamos ideia onde estava, o que nos safou foram as cópias que fizemos, apesar de rudimentares deram-nos espaço de análise, mas nunca imaginámos que voltasse para a biblioteca da universidade, Não digo já que vos ajudo, mas estou com curiosidade em saber das descobertas que fizeram.

John Green e Jason Toflam movimentam-se por entre os corredores da Faculdade de Ciências da Universidade de Algovian em direcção a uma sala, precedida por uma porta com uma tableta em que se pode ler Clube de Teologia, Green achou o facto estranho, Toflam apercebe-se da relutância do novo companheiro e desculpa-se com o facto de ter sido a única sala disponibilizada pelos órgãos da Universidade, visto que em milhares de alunos, nenhum mostrou interesse em ingressar nos moldes da religião. Toflam abre a porta, esta range como qualquer boa porta que se preze. Aliás, o rangido é digno de uma história de terror, em que as personagens se encontram num profundo silêncio a tentar fugir, regra geral, dum monstro que simplesmente se recusa a morrer e que ao passar de um quarto para o outro, a maldita porta teima em chiar, fazendo com que todos morram. O futuro Duque, lembra-se em particular, duma cena de um filme que viu há pouco tempo e não consegue deixar de achar piada ao facto de realmente ser verdade. Se, por obra do destino, se encontrasse a fugir ou esconder-se de algo ou alguém, a última coisa que faria seria abrir uma porta, pois esta, inevitavelmente, iria gemer revelando a sua posição, fazendo com que o seu destino ficasse traçado. Jason, com uma certa dificuldade, abre a porta. 


Para os interessados nesta obra, este é o link onde o podem adquirir, por 0,86£:

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Bananas (1971)


O filme Bananas, de 1971 falha em vários aspectos, desde a montagem ao ritmo; do argumento rebuscado aos fracos actores secundários. No que que não falha, contudo, é no poder de fazer rir, ora com humor inteligente ora com slapstick mais rudimentar. Woody Allen nunca foi mais engraçado.

Ao ver este filme não pude deixar de pensar no And Now for Something Completely Diferent dos Monty Python. Pelos piores e melhores motivos: O argumento parece apenas uma estrutura provisória, prestes a colapsar. Vigas de madeira carcomida – vulgo, a história de uma cobaia para produtos tecnológicos (Fielding Mellish, interpretado por Woody Allen) que se torna o presidente de um país fictício na América do Sul – a suportar a mais fina e cara porcelana – alguns dos melhores sketches cómicos de que há memória. Como no filme dos Monty Python, é palpável a falta uma história coerente que ajude a interlaçar os momentos cómicos (aka 99% do filme – não me perguntem como cheguei a este número).

O cinema cómico de Woody Allen atingiu o pico em Annie Hall. Até lá, houve um crescendo estrutural (à falta de melhor palavra para descrever a coerência do argumento) e cómico (aqui a palavra certa). Depois de Annie Hall, Woody Allen continuou a aprimorar o aspecto formal mas o lado cómico foi-se perdendo com os anos. Se Bukowski ainda fosse vivo, e não menosprezasse totalmente Hollywood e os seus intervenientes, e tivesse visto a maioria dos filmes de Woody Allen, e quisesse fazer uma apreciação crítica e… bem, se todas as condições se materializassem, Bukowski provavelmente reciclaria uma frase sua, “As the spirit wanes the form appears”. (qualquer coisa como, quando o espírito desvanece a estrutura aparece) 

Se nos abstrairmos dessa falta de estrutura inicial, desculpável a um aprendiz de realizador, Woody proporciona-nos momentos como só os maiores da comédia conseguem. Numa cena que marca o aparecimento da figura recorrente do psiquiatra nos seus filmes, Fielding Mellish, deitado no sofá da praxe começa a divagar sobre a sua infância com tiradas que parecem saídas directamente do seu stand-up. Mellish conta como costumava esfregar os dedos nas partes porcas de uma revista pornográfica em braille ou como os pais apenas lhe tinham batido uma vez enquanto criança. Começaram a 23 de Dezembro de 1942 e pararam no final da Primavera de ’44. Nessa mesma sequência, aparece a reconstituição hilariante de um dos sonhos recorrentes de Mellish que só pode ser descrito usando o chavão “só visto”!