segunda-feira, 27 de junho de 2011

True Blood - Estreia quarta temporada

Boa noite, seguidores!

Como já devem ter reparado, o “Baú dos Livros” tem andado um pouco parado, mas eu juro que existe uma boa justificação: EXAMES. No entanto, e apesar de dever passar os meus dias a marrar, tenho os aproveitado para ver algumas séries televisivas. 

Hoje estreou a quarta temporada da série “True Blood” (Sangue Fresco em Portugal… ainda não percebi qual o problema das traduções literais...). Já estão disponíveis os dois primeiros episódios da série, e confesso, depois de ver o primeiro episódio fiquei bastante desiludida. (SPOILER ALERT) Porquê que transformaram as fadas nos maus da fita?! E porquê que o Bill é rei? Isso significa que não vai haver o lobisomem “Quinn”, nem o atentado ao encontro de vampiros? PORQUÊ QUE NÃO ESTÃO A SEGUIR O LIVRO?!

Isto foi o que eu pensei, mas pode ter sido falso alarme, porque no final do segundo episódio, o principal acontecimento do quarto livro da saga também é passado para o pequeno ecrã. A questão é, como é que a história se vai desenrolar com todo enredo alterado? (se calhar era isto que eles pretendiam...)

Deixo-vos o trailer:




domingo, 19 de junho de 2011

"O Médico e o Monstro" - Robert Louis Stevenson

Li este livro há já algumas semanas atrás. No entanto, a vontade para fazer esta crítica não era muita. No meio de testes e trabalhos não é fácil encontrar a inspiração e confesso, que mesmo hoje, depois de umas bem merecidas semaninhas em casa, ainda sinto uma onda de desinspiração.

Se calhar este não é um bom prenúncio para o livro deste escritor escocês. Na verdade foi uma história que não me cativou. Achei mais interessante o facto de as duas personagens principais desta obra, o doutor Jekyll e Mr. Hyde, terem sido utilizadas em diversos filmes e séries televisivas, como por exemplo “A Liga Extraordinária” do realizador Stephen Norrington.

Este livro, classificado como sendo de ficção científica, foi publicado pela primeira vez em 1886. A história fala-nos de um advogado londrino, chamado Gabriel Jonh Utterson, amigo de um tal Dr. Jekyll. John Utterson é confrontado com o estranho comportamento do seu amigo, que começa a tornar-se bastante enfermiço e anti-social. Tudo se relaciona com Mr. Hyde. Este homem de aspecto obscuro parece estar a fazer chantagem sobre o pobre Dr.Jekyll, sendo para o advogado, a causa mais provável para o comportamento inabitual do seu amigo.

O livro aborda o tema clássico da luta do bem e do mal, tema já bastante explorado nos dias que correm. Na época em que foi publicado causou um grande impacto. O mesmo não se passou comigo. (2/7)

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Nova aquisição!

Não consegui resistir a uma promoção da FNAC que na compra de três livros (entre eles este) ofereciam mais um. Por isso foi um para mim, um para o namorado e outro para o passatempo do blog!


terça-feira, 14 de junho de 2011

Feira do Livro "Bichanos dos Porto"

Bom dia! A Associação de ajuda aos gatinhos "Bichanos do Porto" está a realizar na sua página do Facebook uma mini feira dos livros. Visitem e, se puderem, ajudem esta nobre causa!

http://www.facebook.com/profile.php?id=100000037377429

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Pintarolas Curativas

Olhando para o passado, considero que tive uma infância muito feliz. Fiz tudo aquilo que se espera de uma criança. Corri, saltei, brinquei com bonecas; fiz asneiras, fui castigada e aprendi a não cometer os mesmos erros. Não sentia as preocupações da vida. Para mim tudo era brincadeira e alegria. 

No entanto, quando fiz dez anos, algo dentro de mim se apercebeu que a vida não era cor-de- rosa. Comecei a cismar. Achava que a qualquer momento podia morrer, ou que podia adoecer com alguma doença mortífera. Andar de carro aterrorizava-me. Tinha suores frios e passava as noites em pânico a tremer. Os meus pais já não sabiam o que mais fazer para me sossegar. Houve muitas noites em claro antes de a solução aparecer. 

Lembro-me como se fosse ontem o dia em que recebi o meu primeiro volume das aventuras d’ “Os Cinco”. Estava de férias na freguesia de Frechas em Mirandela. A noite anterior tinha sido marcada por mais um ataque de ansiedade em que vomitei morangos e achei que estava mesmo a morrer (os morangos vomitados parecer mesmo sangue). A minha tia e a minha mãe tinham ido ao quiosque e trouxeram-me aquele que seria o meu remédio. 

Em apenas dois dias devorei aquele livro dos “Cinco” e a partir daí nunca mais parei de ler. As crises diminuíram consideravelmente, até que um ano depois parecia que nunca tinham existido. 

Quando olho para trás não consigo evitar pensar que se não fosse aquele livro se calhar seria mais uma das muitas crianças “zombie”, que hoje em dia são um caso cada vez mais frequente, medicadas precocemente com calmantes e antidepressivos. 
Não sou médica, mas falando por experiência própria, às vezes a solução está mesmo debaixo dos nossos olhos. 


ALU ALVES

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Passatempo - "Conta-lhe um Conto"

O “Baú dos Livros” lança hoje o seu terceiro desafio literário!
Para assinalar o mês em que o extraordinário escritor, José Saramago nos deixou (18 de Junho de 2010), propomos-lhe que lhe escreva um Conto. Os três melhores contos serão publicados aqui no blog e o que obtiver o maior número de “likes” ganhará o livro “As Intermitências da Morte”.

Pretendemos com este passatempo homenagear aquele que foi, e que para sempre será, um dos melhores escritores da língua portuguesa.

Regras de elaboração do Conto:

1- O Conto poderá abordar qualquer temática, excepto temas explicitamente sexuais e/ou ofensivos.

2- Terá de ter no mínimo quatro páginas e no máximo quinze, sendo o tamanho e tipo de letra 12 e Arial, respectivamente.

3- Deverá ser totalmente original. 

4- Deverão ser enviados em formato “pdf” para o contacto: ana.calves89@gmail.com, juntamente com o nome de seguidor, nome completo, idade, email, país de residência e nacionalidade do participante. 

5- Aceitam-se até três participações por pessoa. 

6- O passatempo decorrerá a partir de hoje até dia 9 de Outubro de 2011, mês no qual se irá comemorar o 6º aniversário da publicação do livro de Saramago “As Intermitências da Morte”.

Para poderem participar, basta serem seguidores do “Baú dos Livros”, saberem escrever português e habitarem o planeta Terra. No entanto, não aceitamos participações de vampiros, zombies, elfos, ou qualquer outro tipo de ser sobrenatural, visto que a igualdade na competição não seria a mesma. 

Todos os participantes que não obedeçam a estas regras, serão desqualificados. Em caso de dúvida, contactem o email acima referenciado. 



terça-feira, 7 de junho de 2011

Um Milhão de Razões para Boicotar o 3D


Depois do anúncio da Vodafone os ânimos acalmaram-se.

Ok, se calhar são só 13. Mas acreditem que só não encontrei mais razões por falta de tempo, falta de vontade para continuar a pensar no 3D e, principalmente, porque não me apeteceu. Aqui vai a lista. Usem o bom senso. Reflictam. Deixem marinar as vossas opiniões. Ajuízem. E, no final, façam as salas com 3D provar uma não-comparência maior que 41,1 por cento!

1-O 3D é mais caro;

2- 2- O 3D é pior;

3- Passamos a vida a ver tudo em 3D e nunca vi ninguém a dizer: Wow! Parecia mesmo que estava a vir na minha direcção! - depois de levar com uma bolada nos adornos ósseos frontais de origem dérmica (cornos);

4- O 3D é mais caro;

5- O 3D provoca vómitos;

6- Há pessoas que não conseguem ver filmes em 3D – e não estou a falar de pessoas como eu que os odeiam; há pessoas que fisicamente não conseguem ver em 3D (os cegos estão entre eles, mas há mais);*

7- O 3D tem menos brilho;

8- Já disse que o 3D é mais caro?

9- É necessário usar óculos para ver um filme em 3D;

9.1- Alguém que use óculos tem que usar os óculos 3D por cima dos óculos 2D. Não basta ser chamado 4 olhos na escola? É preciso ser chamado de 6 olhos no cinema?
9.2- Alguém que use óculos e vá ver um filme 3D ao ar livre tem que usar os óculos graduados, óculos 3D e óculos de sol! Mais uns quatro bracinhos e encontrávamos o novo Spider-Man!

10- Quanto mais filmes tridimensionais, mais argumentos unidimensionais;

11- Nas salas que passam filmes em 3D e 2D, a lente necessária ao 3D dificilmente raramente é retirada. Isso causa uma perda de até 80% do brilho.

12- Os cães não vêm a três dimensões. Acham justo privar a Lassie de ver o novo Shrek?

13- O 3D já vai na terceira incursão no cinema. As outras duas falharam. Einstein disse que “não há maior sinal de loucura do que fazer uma coisa repetidamente e esperar um resultado diferente”. Einstein era inteligente.

Se depois disto ainda está firmemente convencido do valor do 3D, experimente ver um comboio tridimensional a vir em direcção a si. Se não encontrar nos cinemas habituais sugiro que visite este site, onde poderá encontrar a informação necessária sobre os locais e as horas onde poderá vivenciar mais esta maravilha da tridimensionalidade.


*não era minha intenção gozar com os cegos, se bem que se fosse, suspeito que não ficariam a saber.**

**se é cego e ficou indignado com o que escrevi, parabéns, está curado. Não é preciso agradecer.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

"Paths of Glory" - 1957



Vou variar um bocado. Isso de começar uma crítica do princípio e acabar no fim é de quem tem as vistas curtas! Por isso vou começar do fim para o princípio. Só porque sim. Não é inédito, o Roger Ebert já o fez sobre precisamente o mesmo filme. Sim, podia dizer que pensei nisso antes de ler o que ele tinha para dizer, mas quem é que acreditaria?
Bem, o final do filme. Uma prisioneira alemã é exibida com se de gado se tratasse a um grupo de soldados americanos, bêbedos, cuja única companhia feminina que tiveram durante anos foi a sua baioneta (Atenção! Não estão perante uma expressão obscura referente à genitália masculina, mas sim a “um pequeno sabre, com um só gume e punho em cruzeta, adaptável através de anéis, à boca de fuzil, mosquetão e armas semelhantes para substituir os projécteis em combate corpo-a-corpo” como define sabiamente a Wikipedia). Tememos pela segurança da jovem alemã. Olhamos para os soldados e não vemos seres humanos. Vemos animais.
A prisioneira é apupada, insultada e enxovalhada. É-lhe pedido que cante uma canção – pois mais nenhum talento se lhe consegue vislumbrar.
Lavada em lágrimas, as palavras começam a brotar, acompanhadas de uma tímida melodia e de um talento, no máximo, aceitável. O inesperado acontece. Os apupos abrandam até cessar. As faces transfiguradas por anos de luta, privação e violência adquirem um tom humano que há segundos atrás parecia impossível. As lágrimas começam a correr, ou a caminhar devagar pela cara dos homens e parecem revelar que, como a chuva que molda os desfiladeiros, foram elas que sulcaram aquelas faces de rugas.
As bestas tornam-se homens.
Esqueçam o que disse no início. Não comecei a crítica do filme só porque sim. Alterei a ordem natural das coisas porque não o podia ter feito de outra maneira. Tinha uma opinião do filme, que mudou depois desta cena. Poucos filmes conseguem em duas horas passar a mensagem que aquela cena passou em minutos. Assim como em 2001 – Uma Odisseia no Espaço, Kubrick fez uma obra completa que, se fosse privada das cenas finais seria um exercício de futilidade.
Essa cena representa o limbo dos peões da guerra, entre um longínquo passado pacífico e o iminente futuro belicoso. Cerca de metade delas não voltará a viver pacificamente e, os que voltarem, vão padecer de cicatrizes tão profundas que não os deixarão viver pacificamente. O que eles têm é o agora. E no agora não são soldados, nem tenentes, nem americanos, nem alemães, nem pretos, nem brancos, nem cor-de-rosa. São Homens. Homens unidos ao som do inimigo que, no limbo, deixa de ser o inimigo.
Esta imagem ficou-me tão marcada na mente que torna difícil apontar críticas ao filme. Mas nem por isso vou deixar de fazê-lo: Os diálogos são demasiado teatralizados e é facilmente perceptível que alguns são feitos em voz-off; as cenas de guerra mostram a sua idade e as cenas de acção mais uma vez pecam pela excessiva teatralização. Mas pensando melhor, isto não são falhas, são características próprias de filmes mais antigos e, pessoas habituadas a cores e flashes e explosões e efeitos especiais (eu), interpretam-nas erradamente como falhas.
No meio destas “falhas” e à volta da cena que descrevi extensivamente, está um belo filme e, acima de tudo, uma mensagem muito bem arquitectada. Deixo-vos a vós o prazer de a encontrar.



sábado, 4 de junho de 2011

Atenção, atenção! Nova moda literária encontrada!

Num comentário a um post anterior, uma leitora interrogava-se sobre qual seria a nova tendência literária depois desta última, totalmente sem vida.
Quero agradecer a essa leitora porque me deu a ideia que me vai tornar milionário!
Imaginem vampiros. Fácil, não? Seres pálidos, frustrados por não conseguirem arranjar o cabelo ao espelho e por nunca poderem comer um bife com o tempero acertado. Seres que respiram e transpiram estilo, porque ar e suor não podem respirar/transpirar. Porquê? Porque estão mortos. Este é o ponto de ligação. Eu não acho que o sucesso destas obras fantásticas (fantásticas em género, não em termos qualitativos) se deve ao intemporal amor proibido ou ao fascínio mútuo entre espécimes de diferentes castas. Não. O fascínio vem do facto do protagonista estar morto!
Imaginem zombies. Não tão agradável, mas não deixa de ser fácil. Seres descarnados e com hábitos alimentares tão pouco variados como o dos vampiros – se bem que mais saudáveis (um cérebro por dia, não sabes o bem que te fazia). Lembrei-me agora da bruxa que alimenta Hensel para engordá-la e para depois a comer e imaginei um zombie que prendia um humano numa jaula e lhe dava centrum de manhã, à tarde e à noite, com propósitos semelhantes. Outra história milionária. Mas voltemos à primeira. Em vez de um amor impossível entre um vampiro e uma humana, um amor entre um zombie e uma humana!
O zombie sente-se intrigado pela humana porque ela, obviamente, não tem cérebro. A humana apaixona-se porque, pela primeira vez na sua vida, alguém está curioso pelo que lhe vai (ou, para corrigir, não vai) na cabeça em vez do que aquilo que ela insiste em mostrar, trinta centímetros abaixo.
A família de ambos não aprova o relacionamento. O zombie vem de uma família de zombies-snobs e o facto de a menina não ter cérebro torna-a numa nora indigna do seu estatuto social (só QIs de 80 para cima, para manter as aparências).
Do outro lado, a família da menina não aprova. Um vampiro ainda seria tolerável, um copinho de sangue ainda se arranja, agora um cérebro humano a tempo de um jantar de domingo assume proporções logísticas incomportáveis.
Bem, acho que já lhes dei pormenores a mais. Vou guardar o resto para mim, ou ainda dou de mão beijada a minha galinha de ovos de ouro.
Vou só registar a patente e já volto.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Injustiçazinhas


Ah, injustiça! Porque mostras tu essa feia cabeça e fazes com que o sono me iluda?! É que injustiça à tardinha, com um refresco, numa esplanada, ainda se tolera; agora, depois das duas da manhã já chateia!
O dia já se aproxima, mas as pestanas teimam em não se juntarem. Porquê? Porque a injustiça causa-me um frio na barriga ou as chamadas borboletas que, apesar de serem comummente associadas à paixão, agora têm uma conotação muito menos colorida. A mesma sensação para descrever este sentimento deveria ter outra expressão. Algo como “Sinto casulos na barriga.”; perdia-se o colorido inapropriado e fazia-se jus à realidade. Depois deste devaneio semântico deixo-me de questiúnculas e passo à questão: Porque é que a injustiça me mantém acordado?
Falta de igualdade no trabalho, tratamento diferente para as mulheres, criancinhas em África a morrer à fome. Não, com isso posso eu bem. Com o que não posso é aturar com injustiças que eu sinta na pele sejam elas graves (nunca são) ou moderadas (raramente são). Normalmente são injustiçazinhas. Enganam-se e dão-me mal o troco, compro algo mais caro que o “preço recomendado”, dão-me menos umas décimas num trabalho ou frequência. São injustiçazinhas depois de as armazenar nas gavetas mais escondidas do meu cérebro, ou até deixam de o ser quando passado umas horas me esqueço delas. Mas quando elas, ainda frescas, me estão na cabeça, não são injustiçazinhas. Não. Alguém me roubou descaradamente, alguém me enganou e me fez passar por palhaço, alguém está deliberadamente a comprometer o meu futuro.
Mas depois, com o tempo, passa. Às vezes demora uns dias, outras vezes umas horas; quando demora uns segundos nem sequer estranho. É normal. Chato é quando não me deixa dormir.

p.s. Divagações de alguém frustrado por uma nota que não lhe interessa, de uma disciplina que não lhe faz falta, de um curso que não lhe diz nada.

Os Vampiros/anjos/alquimistas e as estudantes.

Depois de ler para aí uns cinco livros que começavam todos da mesma forma, fartei-me. A prova disso é que a semana passada comecei a ler dois livros e desisti quase ao virar da primeira página. Como é possível estes livros não serem considerados plágio do Crepúsculo (que por sua vez é plágio do Sangue Fresco)?!
Começam sempre com uma rapariga, vítima de uma tragédia qualquer, que conhece um rapaz na escola que a faz perder a cabeça assim que o olha. Depois de algumas semanas, descobre que o rapaz em causa tem um poder especial qualquer e entra, ou não, em estado de negação, acabando por inevitavelmente cair nos braços do seu amante sobrenatural.
Por esta razão, tomei uma resolução: exceptuando a série do” Sangue Fresco” da escritora Charlaine Harris e os livros da Anne Rice, acabaram-se os vampiros, os anjos e os alquimistas, até, pelo menos, o final do ano!

Chegou a altura de evoluir para algo diferente...

quinta-feira, 2 de junho de 2011

"EU DIRIA QUE A HISTÓRIA É A CASA DAS ESTÓRIAS"



Nesta entrevista Jorge Laiginhas fala-nos um pouco do que é ser escritor, leitor e português.
Nascido em Safres, aldeia portuguesa mas, como ele teimosamente lhe chama, ibérica, Jorge Laiginhas acumula no seu currículo uma licenciatura em História, uma pós-graduação em Ciências Documentais, e um punhado de livros publicados (“Pare, Escute e Olhe”, o “Padroeiro da Ibéria” ou “O Segredo de D. Afonso Henriques”).


O que o motivou a começar a escrever?

Penso que o que me incentivou a escrever foi a leitura. Leio todos os dias. Ler faz-me exercitar os sentidos, todos os sentidos… Ler é um dos grandes prazeres da minha vida. Completa-me.


O processo criativo é algo penoso? Ou acontece com naturalidade?

O processo criativo é penoso. Exige treino. Aprende-se a contar uma estória contando-a e recontando-a. Escrevendo e reescrevendo. Também há algo de natural, de inato, no processo criativo… Muita transpiração temperada com imaginação quanto baste.


As temáticas que aborda nas suas obras são escolhidas segundo algum critério em particular?

Não. Não há qualquer critério salvo em dois casos: O livro “Pare, Escute, Olhe” que fiz com o fotojornalista Leonel de Castro tem como objectivo específico dar visibilidade ao Vale do Rio Tua e registar para a posteridade um momento daquela região que estava a chegar ao fim – a circulação do comboio na via-férrea; no caso do livro “Viva a República – Diário de um Monárquico” foi escrito no âmbito das Comemorações do Centenário da Implantação da República e publicado semanalmente, ao longo do ano de 2010, no Jornal de Notícias. Obedeceu a critérios editorais algo rígidos.


Por exemplo n'O Segredo de D. Afonso Henriques, qual o motivo que o levou a cruzar o romance com a tese académica?

Quando estava a escrever “O Segredo de D. Afonso Henriques” tinha como propósito parodiar o romance histórico e, em simultâneo, parodiar a tese académica. Apenas isso: parodiar.


Subscreve as palavras de Eça, quando ele afirma que a história é uma grande fantasia?

Eu diria antes que a história é a casa das estórias.


Noutra das suas obras (O Padroeiro Da Ibéria) faz a apologia do Iberismo. Pode explicar esta sua posição?

Eu sou Ibérico porque nasci na Península Ibérica. A Ibéria poderá vir a ser uma grande nação de nações quando todos descobrimos que é muito mais aquilo que nos une do aquilo que nos separa.


Acha que Portugal subsistiria à união com um país (Espanha) já em si tão dividido?

A questão da união ibérica só será uma realidade quando todas as nações que habitam o território da Península Ibérica entenderam que juntas – uma grande nação de nações – terão um futuro mais promissor, uma voz mais forte, no seio da União Europeia.


Em relação ao seu trabalho, há neste momento algum projecto em que esteja a trabalhar ou projecto que gostaria de desenvolver no futuro?

De momento estou a trabalhar no guião de um documentário sobre o Vale do rio Tua.


Tem algum conselho para novos escritores que tentem agora entrar no mercado?

Penso que o mais interessante que posso dizer a quem pretende ser escritor é… Que leia, e escreva, e leia, e escreva…
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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Visita à 81ª Feira do Livro do Porto

Depois de semanas de testes e de muito estudo, tivemos finalmente a oportunidade de visitar a 81ª Feira do Livro do Porto. Como escolhemos um dia a meio da semana, não havia muita confusão, o que é perfeito para vasculhar os melhore livros e adquiri-los pelos melhores preços. Infelizmente depois de passarmos por todas as bancas, concluímos que desta vez, e para espanto meu e do Luís, não íamos trazer nada para casa. Não porque faltasse por onde escolher, ou clássicos para acrescentar ás nossas colecções pessoais, mas a necessidade de poupar para outras coisas falou mais alto. Ainda hesitei quando vi alguns volumes da saga “ As Crónicas dos Gelo e do Fogo” a menos seis euros do que o preço “normal”, mas como o segundo volume estava esgotado, decidi poupar os meus escassos trocos.

Pelo menos adquiri gratuitamente mais marcadores de livros para a minha colecção! Não posso também esquecer-me que em Agosto haverá mais, quando ocorrer a feira do livro na Póvoa de Varzim. Pode ser que nessa altura haja mais margem de manobra em termos monetários.

Visitem a feira, mas tenham cuidado com o sol e levem água, pois a ausência de sombra é um dos inconvenientes da Avenida dos Aliados.

Queixinhas



Será que daqui a uns meses, quando Passos Coelho encabeçar o novo governo, os mesmos anti-socráticos de hoje que culpam o primeiro-ministro pelo défice, pela crise económica, pelo terramoto no Japão ou pela subida do desemprego, não se irão desfazer em elogios pelo então ex-primeiro ministro e dizer, Ah, o Sócrates é que a sabia toda?Será que depois de Passos Coelho ser deposto e do PSD ser sucedido pelo PAP (Partido Anarquista Português), os anti-passistas, não irão também olhar para trás com saudade, e dizer, Ah, o Passos é que a sabia toda?

Deixando de lado suposições e invenções, quero falar do saudosismo de que padecem os portugueses, e digo dos portugueses porque só posso falar da realidade que conheço, ou melhor, só quero falar da realidade que conheço, porque desde 74 que posso falar do que bem entender (Tecnicamente só desde 89 porque foi quando nasci e, ainda mais tecnicamente desde 91, quando comecei a falar, se a memória não me falha). O português que conheço vive no ontem e para o amanhã. Não é que haja nada inerentemente mau a esta característica. Não. É só chato.
Claro que estamos a viver uma grave crise económica, que a precariedade é uma constante a todos os níveis, que o futuro se avizinha difícil, mas quem é que já não sabe isso?Parem com as queixinhas! E sim, eu sei que estou a fazer queixinhas dos queixinhas, mas ao fazê-lo estou a incluir-me no lote dos aqueixantes (pessoas que são alvo de queixinhas) o que é muito mais interessante do que lançar queixinhas a torto e a direito, quando se possui um auto-escudo-invisível-imaginário-anti-queixinhas sempre ligado; digo eu.
Por que não, de vez em quando, mas muito de longe a longe, para não se tornar tão chato como as queixinhas, olhar para a nossa realidade e ver as suas coisas boas?
Porque não olhamos para os avanços tecnológicos, por exemplo? Tanto podia estar a escrever este texto com um desktop como com um portátil, ou com um netbook ou com um tablet; podia até escrevê-lo num telemóvel e publicá-lo num blog, ou numa rede social, e saber o que leitores, um pouco por todo o mundo, acharam dele (se bem que preferiria não saber). E podia fazer tudo isto no conforto do lar ou num banco de avião, durante uma viagem que me custaria o mesmo que um farto almoço numa loja de comida rápida, para qualquer ponto da Europa.
Ou então, que tal olhar para o Sócrates e imaginar que em vez de um fala-barato como primeiro-ministro, teríamos um Kadafi no poder. Convenhamos que as suas mentirinhas e enganos não são particularmente agradáveis, mas ditadura, repressão e assassínio em massa não iriam ao encontro das necessidades de um povo de brandos costumes como o português.
Porque é que nunca entro num café e oiço alguém a dizer: “Ah, mas que bela medida esta, do primeiro-ministro” ou “Ui, que estes voos para Madrid estão mesmo baratos”. Porque é que em vez disso oiço: “Ah, o *******(substitua *******pelo insulto da sua preferência) do Sócrates só fez *******(substitua ******* pelo medida positiva que mais lhe agradar) só para enganar o povo”? Talvez seja porque não entro muitas vezes em cafés. Mas também há uma forte possibilidade de as pessoas simplesmente não o dizerem.
E é a essas pessoas que quero fazer um apelo. Parem com as queixinhas! Não porque há coisas boas no mundo, não porque as queixinhas denigrem a imagem do nosso país, não porque temos de pensar positivo; mas porque já chateia.