terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Balanço Energético...ups! Literário!

E cá estamos...penúltimo dia do ano - hora de fazer uma breve reflexão sobre o ano que passou!

Olhando para a minha lista de leituras, no Goodreads, noto que fiquei a 3 livros do meu objectivo anual de ler 25 exemplares...isto deixa-me triste, visto que houve anos em que eu lia mais de 30. 

Apesar de tudo, não é tão mau assim, se considerarmos o tempo livre que tive. O facto de ter tido mais cuidado a escolher aqueles que queria ler mesmo, também ajudou. Continuo com um monte de livros na mesinha de cabeceira, e mais de 300 no computador, mas posso dizer que não comprei nem um! Sim, eu sou aquela leitora que adora ler e que nunca precisa de comprar livros para o fazer. Como é que consigo? Biblioteca Municipal e a própria biblioteca dos meus pais (é bom ter pais, que gostam de ler e acumularam livros ao longo dos anos). Acho que agora a única altura em que compro livros, é quando os quero oferecer a alguém. Espero um dia, quando tiver o meu próprio emprego, continuar a poder aumentar a colecção. 

Dos 23 livros que li, quero destacar quatro de que gostei particularmente: "Gone Girl" de Gillian Flynn; "Sputnik, meu amor" de Haruki Murakami; "As Vinhas da Ira" de John Steinbeck; "Outlander" de Diana Gabaldon.

Que mais posso dizer sobre 2014? As férias de Verão foram dolorosas e curtas. Primeiro, porque arranjei forma de fazer uma micro-fractura no joelho, o que me impediu de sair de casa e ter grandes aventuras durante mês e meio e depois porque me meti a participar num estudo nutricional em cães. Não é que não tenha sido interessante, mas talvez não tenha sido particularmente útil para o meu currículo. Ainda assim, foi nas férias que me decidi finalmente pela área da veterinária que queria, graças ao mini estágio que tive oportunidade de fazer, e também não posso esquecer da aventura em Lisboa e o fim de semana no Douro, que foram muito bons!
 
Também adorei a viagem a Caminha, no inicio do ano. Sem dúvida que o Minho é uma das minhas regiões mais bonitas do nosso belo Portugal!

Aconteceram alguns eventos menos felizes, mas gosto sobretudo de me centrar no que correu bem. Com uma família e amigos especiais, com aventuras e livros, não posso deixar que as coisas más se sobreponham às boas.

Em 2015...bem, será um ano decisivo, um ano de mudança! Nunca gostei muito de mudanças, mas quando me vejo forçada a mudar, consigo sempre adaptar-me e acabo por gostar. Espero que este ano, cheio de desafios novos, seja simpático! Espero que também vos traga tudo de bom e que consigam cumprir os vossos objectivos, mas que acima de tudo, sejam felizes!




terça-feira, 23 de dezembro de 2014

Uma pequena pausa Natalícia

E a loucura do meu último "primeiro semestre" terminou. Agora restam três exames na agenda, em meados de Janeiro. Há que organizar as coisas, mas antes - o merecido descanso da guerreira, aguarda!

Sabe tão bem aproveitar o espírito natalício, para ficar em casa com quem gostamos a fazer bolachas de chocolate, a ver filmes, a embrulhar presentes, a ler um livro, ou dois...enfim, a aproveitar o tempo com algo mais do que a Veterinária. 

Há dias em que gostava de estar noutro curso (Outro?! Não te chegaram os outros dois, antes deste?!); um em que as pessoas não vissem só testes e trabalhos à frente! Sinto que muita gente acaba por perder-se dessa forma; por se tornar desinteressante. Sim, é importante estudar e estar interessado no curso, mas quando não há mais tema de conversa com os amigos, para além desse, se calhar devíamos começar a achar a coisa preocupante e não normal...

Por aquilo que tenho visto e aprendido, com as pessoas que vou conhecendo, existem três tipos de abordagem à vida profissional: aqueles que são super bons numa só coisa e que atingem o reconhecimento, com todos os benefícios inerentes, mas que são uns nabos em tudo o resto; os que são medíocres, mas sabem um pouco de muita coisa; os que não são bons em nada e só querem ganhar o dinheiro ao fim do mês.

Cá em casa já tivemos várias conversas sobre o assunto - qual estará associado a pessoas mais felizes e satisfeitas?

Pessoalmente, sei que não tenho paciência para me dedicar a uma só coisa a vida toda. Não sei se o "não ter paciência" é a frase certa... acho que qualquer pessoa, que seja curiosa e goste de aprender, nunca se vai contentar com uma só coisa. Essa sede por aprender tem vantagens...por exemplo, permite que alguém se adapte mais facilmente a situações sociais, que crie mais facilmente pontos de encontro com outros indivíduos, mas tem uma grande desvantagem - só dedicando muito tempo a um tema específico, é que alguém se torna o melhor, ou muito bom!  

Mas se para ser muito bom, eu tenho de abdicar dos meus hobbies, das pessoas de quem gosto, de novos horizontes, de variedade...então não acho que todos os prémios e conferências que possa vir a dar compensem. 

Já passou o tempo em que eu sonhava em ser a melhor, mas querer ser a melhor é um desperdício de energia e uma falsa razão para ser infeliz. Agora contento-me em ser o melhor Eu, que posso ser!




sábado, 13 de dezembro de 2014

Sobre o Manzarra ser Vegetariano

Não sou muito dada a acompanhar Facebooks de pseudo-celebridades portuguesas. Mas fiquei curiosa, quando o João Manzarra se tornou vegetariano e quis saber quais as suas motivações.

Ao que parece, viu um vídeo na Internet e decidiu tomar essa decisão em relação ao seu estilo de vida. Fico feliz por ele. Como ele, eu como pouquíssimo carne e não sou menos feliz por isso (limito-me às de frango, perú e ao peixe...muito raramente permito-me o luxo de comer bacon ou presunto, ADMITO!). Para além desta pequena diferença entre os nossos estilos de vida, está o de ele ser um rapazinho com a mania que é engraçado, que responde de forma bastante rude a quem não partilha da opinião dele.

Sim, concordo que muitas das coisas que ele (e muitos outros Vegan fundamentalistas) defende são verdades: a pegada ambiental associada à produção animal é gigante e de certeza, que num futuro próximo, não vai ser possível continuar a comer bifes, como se fossem bolachas (what?)

O que estas pessoas não percebem é que não vão conseguir, com argumentos fundamentalistas do género "os animais são como as pessoas", acabar com algo tão intrínseco como a produção animal, que existe praticamente desde que os humanos andavam na sua vida de nómadas; isso não vai simplesmente desaparecer! Para além do facto de a maior parte de nós simplesmente não ter força de vontade, ou mesmo vontade, de deixar de comer carne, existe o grande e poderoso lobby da Produção Animal. Mexe com biliões de euros por ano, com os interesses de muita gente e portanto, nunca vai desaparecer. Lamento informar-vos com a realidade.

Mas não se preocupem. Não sou comodista, nem acho que devemos ser. Existem coisas que as pessoas podem fazer, para alterar a situação. Coisas que, a meu ver, não precisam de ser tão radicais, para serem igualmente eficazes.

Em primeiro lugar, devem conhecer a realidade do vosso país e o que o distingue dos outros. O que me irritou naquela conversa no perfil do Manzarra, foi o facto daquele "menino da cidade", assumir que um vídeo que viu na Internet é verdadeiro, pela simples razão de estar na Internet. Custa a crer, que um ser humano de 20 e tal anos, supostamente viajado e instruído, não tem discernimento para assumir algo tão simples como isso, respondendo às pessoas que o comentam com "segundo este site", ou "pesquisa na Internet". 

Se uma pessoa, que trabalha na área da produção animal, lida com isso todos os dias e sabe do que está a falar, te comenta, se calhar não precisa de referências de Internet, porque viu, estudou e sabe mais do que tu, que viste um vídeo e leste umas coisitas nuns sites manhosos. Tentem conhecer a realidade, através da realidade, antes de a criticarem baseando-se em vídeos ou no diz que disse.

A produção animal, na maior parte da Europa, não está sujeita à mesma legislação dos países da América, ou Ásia. Nós (União Europeia), temos as nossas próprias regras, que estão cada vez mais direccionadas para o bem-estar animal (sabiam, por exemplo, que desde 2013 as porquinhas estão proibidas de estar presas em jaulas individuais, durante o seu período de gestação? Há uns anos atrás estavam presas por cintos num espaço minúsculo! As coisas estão a mudar!). É absurdo e completamente ilegal ter os hectares e hectares de animais em produção, como o que acontece na Argentina, ou no Brasil. Hectares esses, que estão na origem da crise de desflorestação e desertificação. Se querem tomar medidas efectivas, comprem apenas produtos com origem em países que tenham estas questões em atenção. Sejam consumidores atentos e responsáveis!

Uma das coisas que mais me custou durante estes cinco anos de Medicina Veterinária, foi sem dúvida visitar os Matadouros. No entanto, foi algo pelo qual me sinto grata, porque cada vez que meto um pedaço de carne na boca, faço-o em plena consciência de quanto é que aquilo custou. Sei como é que veio parar ao meu prato. 

A maior parte das pessoas desconhece como é que os animais são abatidos. É um mundo obscuro, à parte dos comuns mortais e é assim, porque interessa às empresas, que assim seja. Se toda a gente do planeta tivesse que passar um dia num matadouro, de certeza que pelo menos 1/3 delas deixaria de comer carne. 

Só para que saibam, os animais, antes de serem mortos (através da sangria), são insensibilizados. O problema dessa insensibilização, é que nem sempre é bem feita. Dos sítios que visitei, só um deles me deixou completamente descansada em relação ao sofrimento dos animais. Nesse local usavam um sistema de CO2, para adormecerem os animais até um estado de morte cerebral, totalmente indolor. O problema é que esse sistema é caro, por isso nem todos os matadouros o têm. Com o tempo, acredito que o panorama mude!

Ainda assim, apesar de acreditar que as mudanças devem ser graduais, e não querendo ser fundamentalista, há coisas a que me oponho totalmente. Uma delas é o comer "animais bébés". Só mesmo não tendo ideia de que um leitão é um porquinho de 2 meses, ou que um cordeiro é a coisa mais fofa do mundo, é que alguém os consegue comer! Tive a infelicidade de ter de assistir ao abate de mais de uma centena de leitões e cordeiros, de os ver vivos e em fila, e depois de os ver mortos e senti-me absolutamente revoltada. Comer leitão, cordeiro, ou vitela é um capricho! E mais uma vez volto a dizer sejam consumidores atentos e responsáveis!

Um dia vai existir carne sintética e os animais não vão ter de sofrer mais, mas enquanto isso não acontece, não é com acções fundamentalistas, ou baseadas em modas, que as coisas vão mudar. Há que começar pelas pequenas coisas. Como futura veterinária, espero conseguir assegurar a melhor vida possível aos meus "pacientes", mesmo que saiba que a sua vida terminará na panela de alguém. Não posso impedir isso, mas posso tentar trabalhar com o que existe e ajudar a mudar as coisas, um passo de cada vez. 



quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

"Gone Girl" - Gillian Flynn

É raro quando começo uma crítica com a seguinte declaração: Gone Girl é dos melhores (talvez o melhor) livros que escolhi este ano para ler! Não é que eu tenha lido muito em 2014; li q.b., mas ainda assim, admitir isto, quer dizer qualquer coisa sobre este livro da escritora Gillian Flynn (que eu achava, não sei porquê, que era um homem).

Já tinha ouvido falar deste nome, no ano em que saiu (2012) e foi um grande êxito, mas ocupada como geralmente ando, passa-me tudo um bocado ao lado. Resultado: só quando os meus amigos me perguntaram se tinha visto o filme e o que tinha achado, é que resolvi ler primeiro o livro (detesto ver o filme antes de ler o livro). 

A história relata a vida de Nick e Amy Dunne, um casal que, por diversas razões, enfrenta dificuldades matrimoniais e que está para celebrar o seu 5º aniversário de casamento. 

A primeira parte do livro está escrita na primeira pessoa, havendo uma alternância entre os relatos de Nick, a partir do dia em que a sua mulher desaparece misteriosamente, e os relatos de Amy, sob a forma de um diário, desde o momento em que conhece Nick, até desaparecer. 

Parece tudo bastante banal e previsível, até que, de um momento para o outro, a autora nos brinda com uma série de revelações, que nos fazem questionar toda aquela primeira parte do livro, supostamente tão espectável e sem gosto. 

É nesta segunda parte do livro que reside o factor maravilha de "Gone Girl"; fiquei espantada com a forma como Gillian Flynn manipula o leitor e o faz sentir tão enfadado, só para depois o deixar tão surpreendido e empolgado. A autora tem o dom de conseguir fazer-nos passar de um sentimento de simpatia por uma personagem, para um sentimento de ódio, num abrir e piscar de olhos - o que é, no mínimo, assustador!

Com o desenrolar da narrativa, apercebi-me de como tudo aquilo que parece, pode muito bem não ser, e a forma como as pessoas são rápidas a julgar e a acreditar em tudo o que ouvem/vêem, na televisão, na rua, em casa de amigos, nas outras pessoas...e nos livros. Até que ponto conhecemos aqueles com quem lidamos? Será que não vemos nas pessoas e nos eventos, apenas aquilo que queremos ver/nos fazem querer ver?

Estas são questões que me vem à cabeça sempre que penso em "Gone Girl". Com o final do livro não pude deixar de sentir um arrepio de medo. Medo de que um dia possa aparecer alguém assim na minha vida e torná-la num inferno, sem que eu dê por isso. Medo de que um dia eu queira ficar com alguém assim...

Em duas palavras: Amazing Amy... 



segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

"That Day"

Sempre que ouço a música "That Day" da Natalie Imbruglia,  penso no dia em que sairam os resultados da Mudança de Curso e eu vi que tinha finalmente entrado em Medicina Veterinária. 

Depois de três anos de incerteza e de insatisfação, tinha finalmente conseguido! 

Foi num dia depois do almoço. Eu e as minhas actuais colegas de casa estavamos na casa de uma delas, quando ainda não viviamos juntas, e alguém gritou "SAÍRAM OS RESULTADOS!"

A única de nós as cinco, que não tinha tentado, ofereceu-se para abrir a "coisa" e lá estava o meu nome am 4º lugar...Mas o nome delas não estava e apesar de eu ter ficado super hiper mega feliz, senti-me mal por ver que apesar de o meu sonho ter sido realizado o delas não. 

Foi um misto de alegria, com pena e revolta pela injustiça, que vi naqueles resultados.
 
Felizmente hoje estamos todas satisfeitas com o caminho que o destino e a sorte nos traçou. Porque apesar do meu trabalho, sei que tive muita sorte!

Agora custa a crer que já esteja no último ano. Costumava brincar que nunca ia passar para o segundo ano, já que estava sempre a saltar de curso em curso. À terceira é mesmo de vez!

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

5 Formas de Manter a Sanidade Mental em Época de Testes/Exames

A época de testes/exames está a chegar (infelizmente), o que significa fazer uma grande ginástica entre estudar e ter vida prórpria. Aqui ficam algumas coisas que costumo fazer para manter a sanidade mental:

1) Dormir! - o meu método de estudo consiste em ler em voz alta e tentar axplicar a uma audiência invisivel, a matéria que estou a tentar memorizar. Já testei e comprovei, que quando estudo desta forma, intercalando as leituras com noites de bom sono, ou breves sestas durante a tarde, memorizo melhor as coisas. Quando não durmo em condições, para além de ficar de mau humor, desconcentro-me mais facilmente. 

2) Fazer Pausas - é importante fazer pausas do estudo, de preferência com actividades que não envolvam usar a cabeça. No meu caso, fazer exercicio, ir dar uma volta ou ir lanchar são as melhores opções (cuidado com as pausas demasiado frequentes para lanchar!). 

3) Evitar estudar nas horas que antecedem o teste/exame - quando eu era pequena lembro-me do meu pai me dizer: o último dia não é para estudar! E realmente, limito-me a fazer uma rápida revisão da matéria toda na manhã desse dia e depois passo o resto do tempo a divertir-me com séries televisivas, videos parvos no Youtube, ou a ler um livro. Isto ajuda-me a descontrair e a não sentir qualquer tipo de stress.

4) Organizar o estudo com antecedência -  antes de começar a fazer resumos, ou a tentar memorizar seja o que for, procuro descobrir qual será a estrutura do teste/exame. O tempo que preciso para estudar para um teste de escolha múltipla não é de todo o mesmo que preciso para um teste com perguntas do género "diga tudo o que sabe". 

5) Aproveitar os pequenos momentos com a família, amigos e namorado - Nem que seja durante meia horinha, é importante falar sobre outras coisas para além do teste/exame que vamos ter.

Estes são os pequenos truques que funcionam comigo. Cada pessoa terá os seus pequenos rituais e manias, que são igualmente eficazes. Os teus quais são?

sábado, 22 de novembro de 2014

Deviam saber quando acabar!

Neste momento estou a seguir umas quatro ou cinco séries televisivas e há algumas em que os realizadores/produtores/argumentistas deviam saber quando terminar, de vez!

Estou a falar de séries como The Walking Dead, Once Upon a Time e Revenge, por exemplo. Parece-me que todas elas já deram o que tinham a dar e esta última temporada tem servido para encher chouriços. Mas isto é algo que tem-se tornado habitual na televisão; há que espermer o máximo dali, mesmo que acabe por estragar a série para os telespectadores. Foi o que aconteceu com o True Blood, ou com, o mais polémico, How I Meet Your Mother; as últimas temporadas foram o arrastar de uma ideia que começou por ser muito boa, mas que já estava gasta.

Deviam saber quando acabar, não?

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Quando o Universo decide ter algo a dizer

Este ano começou a "caça" aos orientadores para a dissertação de mestrado, a "caça" aos locais de estágio e a "caça" a todo o stress associado a isso. Houve um momento que achei que ia enlouquecer. Não conseguia dormir, porque não parava de pensar nisso e em como ia ser e que tema de tese ia escolher - e se não conseguisse nada e fosse a única pessoa sem orientador, sem estágio e sem tese e acabasse a servir hamburguéres para sempre no MacDonals...sim, as coisas que pensámos de noite são um bocado deslocadas da realidade. 

Passado algum tempo, depois de enviar mais de cinquenta emails à procura de sítios que me aceitassem, desde Universidades, até Hospitais e Clínicas Privadas para a Irlanda e Escócia, desisti. As pessoas lá são extremamente fechadas, no que refere a aceitarem estranhos nos seus locais de trabalho e em partilhar os seus conhecimentos. Por um lado, consigo perceber. Somos estranhos, sem formação concluída e eles tem mais que fazer.

Estava a começar a sentir-me mesmo triste e desanimada, porque muitos dos meus colegas já tinham estágios em Barcelona, Madrid, Universidade de Cornell, Glasgow...

Até que hoje o Universo manda-me um sinal! Um resposta escocesa positiva! Algo de que não estava à espera e que fez o meu coração bater mais depressa. Ainda não sei se vou aceitar, mas decidi recomeçar a mandar emails e a não desistir do Estágio Erasmus. 

É engraçado, como quando preciso de animar o Universo faz-me sempre pequenos favores. Quer seja uma moeda no chão (passo a vida a encontrá-las!), uma surpresa boa, quando estou triste, uma estrela cadente para pedir um desejo, ou um simples email de um estranho!




quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Quando eu gostava de chuva...

Quando eu gostava de chuva era mesmo preguiçosa e pesava mais 5kg do que o que peso agora. Não estou a dizer que só pessoas mais gordas gostam de chuva, mas, no meu caso, eu gostava de chuva porque era um bom pretexto para ficar em casa a jogar videojogos, ler livros, comer, dormir e jogar mais videojogos. Quando penso na minha adolescência penso em como a podia ter aproveitado melhor. 

Enquanto eu desperdiçava o meu tempo a jogar GTA, Final Fantasy, The Sims, ou a ler os livros da Jane Austen e da Charlotte Bronte, achando toda a gente demasiado banal, para valer o trabalho de me dar a conhecer, o meu namorado dirigia a Rádio da Escola, aproveitava para conhecer montes de pessoas novas (e meninas :P) e fundava um Cineclube, que ainda hoje existe.

Penso que o meu "eu do passado" e o ele do passado se iam odiar...mas hoje essas coisas que eu não vivi, e que via como algo de mau, são coisas que o tornam mais especial para mim e mais apegado à realidade. Eu cresci num mundo a fingir (ainda acho que ás vezes vivo lá...), porque não fiz uma série de coisas que podia ter feito. Por medo, quiçá falta de confiança, optei por crescer isolada com um pequeno grupo de amigos, os meus livros e os meus video jogos.

Quando eu gostava de chuva, não sabia como aproveitar um dia de Sol. Ainda bem que agora são os dias de chuva que não me deixam feliz. Já não suporto não saber o que fazer, quando está a chover. Ter de optar por centros comerciais, ou por ficar por casa o tempo todo, porque está a chover deixa-me deprimida. Quero ir correr sem me molhar, quero ir passear ao parque, comer gelados, torrar ao sol a ler um bom livro, quero ir para a piscina, ao jardim zoológico e ao jardim da celeste (giroflé giroflá...). 

Volta Sol...depois destes anos todos a dizer que não gostava de ti, mudei de ideias! Estás perdoado!

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

As 5 coisas que me irritam na minha Universidade

Há cinco anos que frequento a UTAD. Apesar de algumas coisas virem a melhorar, há outras que continuam a mesma porcaria de sempre (ou piores). Este é apenas o Top 5 das coisas que me irritam na minha Universidade:

1- O frio nas salas de aulas e a chuva nos corredores - parece que de ano para ano, quem regula o aquecimento acha por bem poupar cada vez mais. O mesmo no que diz respeito às obras de manutenção. A minha questão é: Poupar para quem? Quem é que anda a meter ao esquerdo as minhas propinas? Se houve dinheiro para um edificio cheio de gabinetes de professores, laboratorios novos e um bar novo, também devia haver para restaurar o que precisa de ser restaurado!

2- Os horários - Se há coisa que me irrita é esta coisa dos horários. Gostava de ter aulas como nos States: aulinhas às 7h, fim do dia às 15h! Resto do dia para estudar, ter um part-time, ou vida própria. Em vez disso, tenho um horário que é feito de modo a encaixar com a disponibilidade dos professores, muitos deles com um outro emprego e onde a prioridade é esse emprego e não as aulas! Assim, todos os dias os alunos tem de sair ás 17/18/19/20 horas...quando entraram ás 9h. Nós não temos filhos, mas também temos de fazer a comida, limpar a casa, dormir, ter vida própria...

3- O funcionamento da Biblioteca - A Biblioteca Municipal de Vila Real fecha às 23h. A Biblioteca da UTAD fecha às 20h. Dito isto, não é preciso mais nada.

4- Os tachos e os professores parasitas - Há gente que não nasceu para dar aulas, mas que é um bom emprego, isso é! Nota-se a léguas, quando nos deparamos com um professor assim. Talento para ensinar=0, logo o nosso interesse pelas aulas = 0. Eles sabem que não tem jeito e nós também, logo porquê que eles continuam aqui? Porque a UTAD não é excepção - trabalha com tachos, para além das panelas e certãs, e consegue fazer uns bons cozinhados. Dá jeito ser professor, principalmente quando este é o segundo emprego, ou quando estamos a um bocadinho de nos reformarmos, mas queremos continuar a sacar o dinheirinho ao fim do mês, de forma facil e eficaz. Se calhar até somos catedráticos...para quê dar lugar a outro com mais jeito e vontade?

5- A competição entre cursos e a falta de dinâmica - Podiamos conseguir tanta coisa, se a competição ridicula entre cursos tivesse um fim. Vejam o exemplo de outras Universidades portuguesas, que criam projectos com elementos de vários cursos, que tentam rentabilizar ao máximo os recursos de que dispõe. Chega de tentar fechar cada departamente sobre si mesmo. As universidades são supostamente locais onde se podem criar muitas coisas, com diálogo e troca de ideias, não só com as pessoas da nossa área, mas também com outras. Por exemplo - será que a reconstrução da vacaria da UTAD foi um projecto isolado de Zootecnia? Se sim, pergunto porquê? Não temos o curso de Eng. Civil, de Mecânica, de Eletrotecnia? Podia ter sido conseguido algo espetacular, se os diferentes cursos trabalhassem em conjunto; uma coisa criativa, toda XPTO...só que não. 



Conclusão: Se calhar a UTAD deveria considerar alterar as suas prioridades. As Universidades dependem dos alunos! Somos nós que pagamos as propinas, somos nós que ajudamos a divulgar o nome, quer com pequenas acções (como esta), quer como os bons, ou maus profissionais que seremos.

Quero, cada vez mais, poder falar com orgulho da minha Universidade e não apenas com um sorriso nos lábios das recordações e dos amigos que fiz. Temos muitas coisas boas, mas podiamos ser muito melhores!

terça-feira, 11 de novembro de 2014

As pessoas

Tive uma infância feliz. Cheia de brincadeiras com outras crianças, mas principalmente cheia de risos, anedotas, cantorias e gritaria contente de muitos adultos, que nunca esqueceram o seu lado mais brincalhão e infantil.

Ficam as recordações desses tempos, quando a crise não existia e as pessoas eram felizes. Quando se batizavam as casas, com pompa e circunstância, fingindo ser padres ordenados, ou quando se ensinava uma criança uma nova palavra, ou um novo idioma, como a língua dos Pê's.

Quando esses adultos partem, é um bocadinho desse tempo de inocência que se vai também. Mas também sabemos que são essas pequenas coisas que os fazem ganhar a tão desejada imortalidade. Somos feitos de livros, de viagens, de experiências, mas somos acima de tudo, feitos de pessoas.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Os vírus e as bactérias...

Das poucas vezes que ligo a televisão e está a dar o telejornal, fico irritada. Não pelo estado do país, que esse não é novo, mas com a mediatização descontrolada de determinados assuntos. Ontem aconteceu-me estar na sala, quando os meus pais estavam a ver esse maldito programa "espalha terror" (não entendo como é que há quem goste de viver assustado) e começou a dar uma espécie de Casa dos Segredos, mas em que a protagonista era uma tal de Legionella em vez da Teresa Guilherme...

A primeira coisa que pensei foi "bem, o ébola deve ter ido de férias...". É que já não há pachorra! Porquê que em vez de lançarem o pânico os serviços de "informação" não informam simplesmente as pessoas? Para quê dar tanto destaque a um surto bacteriano, que o mais certo é já estar devidamente controlado (afinal, basta aumentar os teores de Cloro na água e aumentar a sua temperatura para os 40-60ºC). "Ai, mas morreu gente." Claro que morreu gente! Morre gente todos os dias de Pnemonia! Normalmente pessoas que já tem o seu estado de saúde comprometido, que são idosas, ou fumam como chaminés! Quando foi a última vez que os media nos informaram sem nos quererem assustar ou escandalizar?

A mesma coisa para o Ébola - Taxas de mortalidade acima dos 70%! Pois, mas deixaram de fora a parte de isso ser em países subdesenvolvidos, em que o controlo das condições higio-sanitárias e o acesso a cuidados de saúde são uma caca! E que tal informarem as pessoas de coisas basicas como: não, não se fica portador do Ébola, como acontece com a SIDA; sim, é uma doença autolimitante, o que significa que o que mata são os sintomas; INFORMAÇÃO ÚTIL E SEM ALARMISMO.



Se eu fosse a senhora espanhola que sobreviveu à doença e chegou a casa, para descobrir que o seu cão, saudável, tinha sido eutanasiado, para além de processar quem o fez, processava também os malditos media! Por culpa deles as pessoas ficaram em pânico e por estarem desinformadas (se ao menos o telejornal nos tornasse inteligentes...) tomaram a estúpida decisão de matar um animal inocente, um membro de uma família. Tinham medo que estivesse infectado. Já ouviram falar em quarentena? Não. A televisão não os ensinou a pensar em alternativas; não os ensinou a pensar. 

Fiquem seguros. Façam como eu, não vejam televisão ou leiam muitos jornais. Basta fazê-lo uma vez por mês, já que os assuntos são sempre os mesmos.

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Os "Lambe Cricas"

Para quem não sabe, os Lambe-Cricas são uma espécie animal de distribuição mundial. Estes mamíferos vivem isolados, ou em pequenos grupos sociais, de dois a três elementos, preferindo climas temperados. 

Preferem locais onde haja sempre acesso gratuito e fácil a pessoal de cargos de chefia, com prestígio, esteticamente agradáveis, prestáveis, ou mais interessantes que eles mesmos - com algum benefício a oferecer em troca de umas lambidelas.

Tem o dom de irritar aqueles que tem educação e bom senso q.b., dando-se mal, quando se deparam com alguém que não está para os aturar e vê para além dos seus interesses dissimulados.

Gostava que fossem uma espécie em extinção, mas pela minha experiência encontro-os em todo o lado e irrita-me não os poder pisar, como os pequenos insectos que na realidade são.



quarta-feira, 29 de outubro de 2014

"Allegiant" (Convergente) - Veronica Roth (SPOILER'S!)

"Allegiant", ou Convergente, em português, é o terceiro e último livro da trilogia que principiou com o volume Divergente, da escritora Veronica Roth.

Com o final do segundo livro é revelado o segredo que Jeanine Matthews, lider dos Eruditos, tentava esconder de toda a gente - a existência de um mundo para além daquele que estava dividido em facções; um mundo onde ser Divergente era algo positivo e até crucial para salvar um planeta em decadência. 

A partir daqui a autora poderia ter feito qualquer coisa! Podia ter lançado os nosso heróis numa aventura maluca por terras misteriosas e desconhecidas, bem ao estilo "Walking Dead", em que tudo o que nos era familiar já não exista; podia tê-los colocado à prova, num mundo subdsenvolvido, com falta de recursos; podia até fazê-los lutar contra aliens, ou um povo extremamente selvagem e maléfico...Mas...não, Roth optou pelo prevísivel e aborrecido - um mundo onde as facções não passavam do palco para uma série de experiências sociais e eticamente questionáveis.

A autora quis tentar fazer o leitor reflectir sobre "A natureza humana não é perfeita", e talvez consiga surpreender o típico adolescente, habitante exclusivo do Facebook; talvez tenha conseguido fazê-lo pensar pela primeira vez nisso, mas não a mim. Se calhar estou velha demais para este tipo de livros. A verdade é que já vi essa temática em muitos outros livros, abordado de forma muito mais adulta, séria e surpreendente. Eu só queria ter visto neste final de trilogia "menos paleio e mais acção"! Em vez disso vi um "vamos tentar dar um significado hipster a esta saga".


Apesar da lentidão no desenvolvimento da narrativa, houve uma coisa de que gostei e que achei que devia ter surgido mais cedo - os capítulos alternados entre a Tris e o Tobias. Se tivesse sido começado no segundo livro, o final teria sido menos previsivel.

Confesso que gostei bastante do primeiro volume da trilogia; o segundo teve um final que me suspreendeu; o terceiro desiludiu-me completamente.

sábado, 25 de outubro de 2014

Quem disse que o 5º Ano ia ser fácil...

...devia engolir o que disse agressivamente! 

Não é totalmente mentira. Sim, temos menos testes, mas temos mais de dois trabalhos por unidade curricular, com apresentações todas concentradas nas últimas três semanas de aulas (juntamente com os testes).

Mas não é isso que me tem preocupado neste 5º Ano. Preocupa-me o facto de ser finalista e o que isso significa; finalmente estou a quase a acabar! Mas e depois? Como vai ser? Eu nunca fiz mais nada na vida a não ser estudar! Será que vou saber sobreviver no "mundo real"? E onde é que vou fazer o estágio final? E qual vai ser o meu tema de tese? E porquê que ninguém me aceita no Reino Unido? 

Bah! Estou cansada desta autopressão e da vida de universitário. Farta de depender dos meus pais, de contar os trocos para isto e para aquilo. Quero ir trabalhar! Quero ser independente, ser crescida e autossustentar-me! Quero ter a certeza de que vou conseguir fazer isso, mas como não tenho, dou voltas na cama a pensar no assunto.

Na realidade, trampa para isto tudo! Quero é Vida de Estrada!

  

quarta-feira, 17 de setembro de 2014

"Lisboa, pela primeira vez!" (mais ao menos)

Já estive em Lisboa algumas vezes. Fui à Expo 98, fui ao Zoológico há uns valentes anos e visitei aquela zona da Torre de Belém e do Mosteiro dos Jerónimos, há ainda mais anos atrás. 

Foi só este ano que tive a minha primeira visita a sério à capital e não desgostei! Não esperem que diga que adorei a cidade! As pessoas do norte dificilmente dizem isso, acho que é por uma questão de orgulho/vingança, para com as pessoas que de lá pensam conhecer o país e o comandam de forma tão triste...nada pessoal...

É uma cidade interessante onde se passear, com muitas coisas giras para ver e onde dificilmente nos aborreceriamos. As lojas e os museus são imensos e os turistas ainda mais. No entanto, não conseguiria ser completamente feliz em Lisboa. Não gosto de cidades muito grandes. Fazem-me sentir asfixiada. Para além de toda a gente andar a correr de um lado para o outro, falta-lhe o falar alto e o calor das pessoas de cá de cima e falta-lhe os espaços verdes tão grandes, como aqueles a que tenho acesso, em cidades mais pequenas como o Porto, Braga ou Viana (o Gerês não está mesmo ao lado, nem o Marão, nem o Alvão...). Além disso, não percebo como é possível conduzir em Lisboa! Entraria em pânico de certeza! XD

Aqui ficam as fotos da aventura pela nossa capital, sempre na melhor companhia e com os melhores guias, que me fizeram ver a cidade de um prisma diferente!

 Arco da Rua Augusta, Terreiro do Paço
 Elétrico, naquela rua que custa a subir
 "Casa dos Bicos" (posso fazer uma piada porca?), Fundação José Saramago
 Borboletário, Jardim Botânico
 Mercado da Ribeira, Cais do Sodré

Oceanário

quarta-feira, 10 de setembro de 2014

Será que estou a ficar velha?

Esta semana o meu irmão foi inscrever-se como caloiro na Universidade. Fui com ele divertir-me i-m-e-n-s-o em filas intermináveis. Enquanto esperava numa dessas filas, estava a ler e a ouvir o que se estava a passar à minha frente (não deu para evitar!). Duas raparigas com um "AP" (abreviatura de administração pública) pintado a azul na testa, discutiam uma com a outra, acerca dos cursos onde tinham sido colocadas:

- Tenho pena de ti, por ires para Eng.Mecânica! Por outro lado até não é mau.. -dizia a que realmente tinha entrado em AP.
- Pois, assim tenho muitos rapazes à minha volta- respondeu outra, enquanto ambas se riam - Mas olha, vou ligar então aquela minha amiga, para ela te explicar o que é e para que serve Administração Pública.
- Ok! É que eu nem sei. Olha, ao menos acho que no meu curso 75% são raparigas. Eu queria era ter entrado em Direito. - respondeu a outra.



Não pude deixar de pensar o quão ridículo é uma pessoa colocar na folha de candidatura um curso que nem sabe o que é, quais as saídas profissionais, ou outros pormenores igualmente importantes! Presumo que a leviandade com que se escolhe o curso, seja uma das consequência da facilidade com que se acede ao ensino superior nos dias de hoje...

É bom vivermos numa sociedade onde as pessoas tem formação académica, mas a partir do momento em que essa formação é possível a quase toda a gente, com poucos ou nenhuns filtros, a coisa começa a correr mal. Sinto isso, pelo que vejo na minha Universidade. As aulas, em muitos cursos, não são mais do que o continuar de um Secundário, onde a fasquia é baixa, porque simplesmente não tem de ser alta. 

Comecem a subir a fasquia! Ou o que vai acontecer é que vão começar a aparecer imensas pitas, que nem sabem o que é o curso onde foram colocadas, como esta que se me deparou nesse dia. 

É oficial - discurso de velhota.


Passatempo "Regresso às Aulas"

O Baú dos Livros, juntou-se aos projectos "Atelier Dashana", "As Artes da Qiu", "Blue Cat Crafts" e "Bymia Manualidades", para vos oferecer este Cabaz de Regresso às Aulas! Vamos festejar a Rentrée como deve ser!

Inclui:
-"O Primeiro Livro do Diário de Sofia" (Baú dos Livros);
- Porta Documentos com tecido à escolha (Atelier Dashana);
- Estojo e Caderno em EVA (As Artes da Qiu);
- Estojo com Padrão Mocho (Blue Cat Crafts);
- Caderno Forrado (Bymia Manualidades);

Para participar, basta preencher o formulário Rafflecopter! (em baixo)
O passatempo termina às 00h do dia 18/10/2014.
Aceitam-se participações de moradores de Portugal Continental e Ilhas. 
 
Após a selecção do vencedor, este será contactado por cada uma das páginas referidas, que serão as responsáveis pelo envio do respectivo prémio, incluído no Cabaz "Regresso às Aulas"!
 
a Rafflecopter giveaway

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Estágio de Verão 2014!

Nestas últimas duas semanas de férias aproveitei para fazer um mini-estágio de Verão.

Os dias começavam no ponto de encontro marcado. Lá entrava eu no carro, com o meu fato-de-macaco, a minha mochila e as minhas galochas de Inverno. Não sou muito faladora quando conheço alguém, mas lá fomos arranjando temas de conversa, para o período das viagens entre as visitas às explorações.

Com o que é que me deparei? Com algo que não nos ensinam na Universidade; com a realidade das explorações leiteiras e com uma amostra dos desafios que estas enfrentam. 

Durante o estágio, tive a oportunidade de assistir a uma série de cirurgias para resolução de Deslocamento de Abomaso, à esquerda e à direita (mais raro, apenas vi 3); assisti à resolução de uma Torção Uterina; vi como é feita a gestão reprodutiva/de fertelidade de algumas explorações; treinei os sentidos e a observação, ao ver fazer e a fazer exames físicos; fui testada com perguntas que me deixaram envergonhada por não saber responder e, ao mesmo tempo, com vontade de saber responder; ouvi histórias de experiências engraçadas dos agricultores e dos médicos; senti-me entusiasmada por não saber o iria encontrar depois. 

Foram apenas 10 dias a acompanhar veterinários que trabalham essencialmente com explorações de bovinos leiteiros, mas serviu para me esclarecer sobre as minhas dúvidas recentes; é realmente isto que me imagino a fazer num futuro próximo! 


 


domingo, 24 de agosto de 2014

"Outlander" - Diana Gabaldon

"Outlander" é o primeiro livro de uma série de oito volumes. Escrito por Diana Gabaldon, foi publicado pela primeira vez em 1991 e não me lembro muito bem como vim dar com ele. Acho que foi, quando navegava pelo Goodreads à procura de livros com algum sucesso. Fiquei intrigada pelas opiniões tão díspares que fui encontrando, assim como com as comparações com o 50 Sombras de Grey (que detestei!)

O enredo também parecia ter algum potencial: Claire Randall, uma enfermeira do pós Segunda Guerra Mundial, está a passar umas merecidas férias com o seu marido na Escócia, quando, graças a uma estrutura com uma disposição semelhante à do famoso Stonehenge, é transportada para o ano de 1743. 

Rapidamente Claire tem que se adaptar e esconder o seu segredo de todos, procurando uma forma de voltar ao local através do qual viajou no tempo. No meio de toda a confusão desta improvável aventura, a heroína acaba por se ver casada com Jamie Fraser, por quem se apaixona. 

Não achei que este livro tivesse alguma coisa a ver com o "50 Sombras de Caca". Aque a autora empenhou-se em recriar um ambiente histórico rico em detalhes, que de certeza necessitaram de imensa pesquisa e trabalho. No entanto, penso que falhou na pesquisa histórica sobre o ano de 1945. História não é a minha especialidade, mas alguns pormenores, como a constante referência a antibióticos, ou aos turistas que tiravam fotos, saltam à vista! Em 1945 os antibióticos existiam, mas estaríamos a falar apenas de um - a Penicilina. Soam estranhas as constantes referências de Claire aos maravilhosos antibióticos, quando ela só teve contacto essencialmente com um, e apenas a partir de 1942 (altura em que a sua utilização se generalizou). A parte dos turistas e das câmeras é ainda mais chocante. Sim, as máquinas fotográficas já existiam, mas duvido seriamente que as pessoas andassem por aí a tirar fotos, como turistas japoneses.

Sim, o livro tem muitas cenas de sexo, mas não são explícitas e acabam por ser necessárias, pelo menos neste primeiro volume, visto que o objectivo da autora será criar uma empatia pelo casal protagonista. As cenas de tortura e de violência acabam por ser um extra, que advém da época em que Claire está e também da própria trama do livro. Sou da opinião de que cada cena teve o seu propósito, o que também distingue este livro do mencionado em cima. 

Outra coisa que é chocante, para a maior parte das pessoas que lê o livro, é a cena em que Claire é vítima de violência doméstica e depois acaba por entender porquê que "teve de ser". Sim, fiquei extremamente revoltada e apeteceu-me bater mais na personagem principal, mas as coisas antigamente eram mesmo assim. A violência sobre as mulheres era o "Pão Nosso de Cada Dia". Não, não está correcto, mas estamos a falar de 1873, há que contextualizar as pessoas. O Jamie podia ter fingido que lhe batia, mas para ele era uma coisa, tida como normal, que "tinha de fazer".

Resumindo, não foi uma leitura desagradável, no entanto penso que havia aqui um grande potencial com a história da viagem no tempo, que acabou por ficar para segundo plano. Algumas das cenas tinham uma duração demasiado longa, o que também dificultou a leitura, mas quem sabe se um dia não pego no segundo volume da série...