quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Regresso à Terra do Nunca


Todas noites, antes de ir dormir, desde há dois anos atrás, ponho a passar na minha velha PS2 o filme "Peter Pan e o Regresso à Terra do Nunca"; sei as falas de trás para a frente e de frente para trás. Porquê? Não é um filme com um enredo espectacular, nem se quer é o melhor filme da Disney! A verdade é que o significado que tinha no início foi mudando; a forma como eu interpretava a história e a comparava com a minha vida, foi evoluindo - as personagens foram substituídas e o enredo redireccionado. Hoje já não sei se o faço por hábito, ou por medo de que se não vir o filme antes de ir dormir, pelo menos uma vez por semana, as coisas vão voltar a ser como eram.

Penso em como tudo em mim é efémero. Em como tenho "memória curta". Na realidade não se trata de ter memória curta, mas antes de ter uma vontade constante de nunca parar, de nunca me contentar; de estar sempre em constante mudança. É como se estivesse sempre a fugir de alguma coisa, que me tenta aprisionar, acabando por me aprisionar a mim mesma nessa necessidade de continuar sempre com pressa de viver. 



Gostava de poder sentir novamente a calma e a segurança que um simples filme me dava, mas o efeito já não é o mesmo. Já não preciso dele, mas não sei como o substituir.



segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

"Leitores como Nós" #1 - Cátia Frade

"Leitores como Nós" é a nova publicação semanal do Baú dos Livros. O objectivo é dar a conhecer diferentes visões do mundo da literatura, dadas na primeira pessoa, pelas pessoas que vamos seleccionando. Se também estiverem interessados em participar, podem contactar o Baú dos Livros via email, ou Facebook. 
Só temos um critério de admissão: gostar de ler! 





Nascida nos anos 80, Cátia Frade define-se em poucas palavras: é uma miúda (sempre uma miúda!) simples e verdadeira, em busca constante de novos objectivos. Gosta das coisas (e pessoas) genuínas, dos pequenos pormenores, de ideias diferentes. De viver intensamente, de viragens inesperadas, de boas notícias. Gosta do seu espaço, tanto quanto gosta de longas conversas e boas gargalhadas com os seus amigos. E gosta de poder ser ela. Por inteiro. 


 BL: Lembras-te do teu primeiro livro sem imagens? Qual foi? 
 C: Nunca fui adepta de banda desenhada, pelo que o primeiro livro de que me lembro sem imagens, um livro ‘a sério’, como gostava de pensar na altura, foi da colecção Uma Aventura. Não sei por qual comecei e não sei se cheguei a terminar todos os números, mas devorava-os em duas horas. 

BL: Sempre tiveste hábitos de leitura, ou descobriste que gostavas de ler recentemente? 
C: Ler sempre foi o melhor dos meus passatempos. Embrenhar-me numa estória, de tal forma que me esquecia da realidade, deixava-me sempre fascinada. Tanto que houve uma larga altura da minha vida em que sonhava poder vir a de ser escritora, ao contrário de todos os bailarinos, astronautas e veterinários (ironia da vida). 

BL: Qual o livro que mais te marcou e porquê? É o teu livro favorito? Se não for, então qual é? 
C: O Monge que Vendeu o seu Ferrari foi provavelmente o livro que mais me marcou nos últimos 5 anos. Há sempre uma leitura que marca uma mudança de vida e esta fez-me (mesmo) pensar de outra forma acerca do meu próprio controlo, de como posso ser mais positiva só por isso e em última instância, ser mais leve, e por isso mais feliz. Foi uma altura em que decidi passar a apostar nas coisas boas. No entanto, o meu livro favorito é A Ilha da Mão Esquerda. Foi uma enorme surpresa porque é uma utopia e tenho alguma resistência ao fantástico. Mas de facto, trata de uma temática profunda em toda a sua complexidade, com um final fora do convencional e simplesmente perfeito. 

BL: Que géneros preferes? 
C: Gosto de romance, quando não é previsível e escrito numa linguagem demasiado básica; de thriller médico, embora haja pouca escolha no mercado; de suspense, daquele que nos deixa em taquicardia até ao final. De resto, dependendo da temática, do autor e de uma eventual recomendação de um amigo que me conhece, leio de qualquer género. Talvez o que menos me atrai seja o fantástico. 

BL:Tens algum hábito de leitura estranho?  
C: Só pego num livro de cada vez e não consigo deixar o capítulo a meio. Não são hábitos estranhos, são esquisitices! 

BL: Qual foi o sitio mais esquisito onde já leste? 
C: Se há um sítio esquisito para ler, é o comboio. Estão imensas histórias a acontecer no mesmo local, tantas pessoas, tantos outros livros, tanto drama e tanto entra-e-sai de cena. 

BL: Se pudesses escolher uma personagem a encarnar qual escolhias e porquê? 
C: Pergunta difícil. É claro que houve já imensas com as quais me identifico, mas, e não sendo a resposta mais original de sempre, gosto da minha personagem na vida real. Esta que me deixa livre para ir desenhando a minha própria história. E fazer de vez em quando criar uma viragem inesperada dos acontecimentos. 

BL: Qual é aquele escritor que não suportas? Quais as razões? 
C: Sem dúvida José Saramago. Sobretudo pelo modo de escrita. Não gosto, pronto! E talvez tenha escolhido mal o livro por onde começar, mas só consegui ler até meio e posso resumir num parágrafo. Para mim, é maçador e aborrecido. 

BL: Chegam-te os dedos das mãos para contar quais dos teus amigos lêem?  
C: Aqueles que amam ler, que se entusiasmam e que tentam fazê-lo regularmente, sim. Os que lêem de tempos a tempos, talvez sejam um pouco mais. 

BL: O que achas que faria as pessoas lerem mais? 
C: Pela minha experiência, ter amigos que lêem, entusiastas, faz com que as pessoas sejam mais curiosas e procurem sentir o mesmo. Normalmente acho que o preço que pago pelo livro é justo e empréstimos entre amigos e bibliotecas são alternativa a gastar dinheiro, pelo que julgo que o dinheiro não está relacionado. 

BL: Para além de ler, o que fazes nos tempos livres e que não podes nunca abdicar? C: Aquilo de que não posso abdicar, não considero que o faça em tempos ‘livres’. Nestes, gosto de ver séries, de escrever e de organizar listas e ideias. E de sonhar acordada. 



Esta foi a primeira publicação "Leitores como Nós". O Baú dedica um especial agradecimento à Cátia Frade, por aceitar ser a cobaia! :)

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

"Inkheart" - Cornelia Funke

"Inkheart", ou "Coração de Tinta" em português, foi publicado em 2003 pela escritora Cornelia Funke, considerada por muitos como J.K.Rowling alemã. 

Esta é a história de um pai e uma jovem filha, que têm um carinho muito especial pelos livros. Desde que se lembra, Meggie sempre viveu rodeada por estes objectos especiais e detentores de mágicos mundos. O seu pai, Mortimer, a quem chama carinhosamente de "Mo", tem uma profissão algo peculiar: ele repara capas de livros - é um "médico" dos livros. 

Juntos, pai e filha, viajam para vários locais; para qualquer lugar onde exista um livro a precisar de ser reparado. O que Meggie não sabe é que Mo tem um talento especial - ele consegue trazer para o nosso mundo, personagens dos livros que lê em voz alta. Imaginem como seria maravilhoso transportar para a realidade personagens, como Dumbledore, Peter Pan, ou mesmo a Fada Sininho. 

No entanto, existem consequências que fazer Mortimer nunca ler em voz alta; as personagens, uma vez fora do livro, não podem voltar. Além disso, como Mo não consegue controlar bem os seus poderes, acabam por tornar-se reais personagens que não nada agradáveis, como terríveis vilões, que até nos livros assustam.
 
Apesar de este ser um livro direccionado para jovens adolescentes, decidi experimentar lê-lo, porque para os livros não há a idade certa, ou errada...a não ser que se trate daqueles romances erótico-pornográficos, que ultimamente tanto têm vendido.

Gostei sobretudo da forma carinhosa como a autora falava dos livros, e da ligação que pode existir entre uma simples história e o leitor. Acho que conseguiu captar aquilo que quem realmente gosta de ler se sente em relação à literatura e a tudo o que a ela se relaciona, fazendo-o de uma forma apelativa e simples. 

Sem dúvida um livro para ler aos meus filhos, quando chegar a altura de os educar para as maravilhas que um simples livro pode conter.


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Passatempo "4 Anos de Baú"

O Baú dos Livros comemora hoje 4 anos de vida!

O objectivo inicial era criar um espaço orientado sobretudo para o universo literário, permitindo a comunicação entre quem gosta de ler, e tornando-se também num depositário daquilo que eu ia achando dos livros que passavam pelas minhas mãos – um Baú de memórias literárias.
Este ano decidi assinalar a data de uma forma um pouco diferente; Reuni algumas pessoas, que, como eu, tem um projecto pessoal que lhes dá bastante prazer, e juntas criamos um Cabaz Literário a ser sorteado no próximo dia 3 de Março.


O cabaz inclui:
- Livro “Do Lado de Cá do Mar” de Philip Graham;
- Livro “ Amar, Comer, Beber, Sonhar” de Jennifer Ackerman;
- Estojo, oferecido pelo projecto “Mafaldices”;
- 2 Marcadores de Livro, oferecidos pelo projecto “Contas e Trapos”;
- Emblema dos Jogos da Fome, oferecido pelo projecto “Artes Mião”;
- Single “Shining” da banda The SLR (versão digital)

Condições de participação 

- Fazer “Gosto” nas páginas dos Projectos envolvidos e fornecer o seu e-mail para contacto, caso seja o vencedor (USANDO O FORMULÁRIO RAFFLECOPER EM BAIXO);
- Apenas são aceites moradas de Portugal Continental e Ilhas;
- São aceites participações até às 00:00 do dia 1 de Março de 2014;
- Podem partilhar publicamente o passatempo as vezes que quiserem, para aumentar as vossas hipóteses de serem os vencedores. As partilhas têm de ter um intervalo mínimo de duas horas.
- O vencedor é contactado por e-mail pelo Baú dos Livros e tem até 10 dias para reclamar o seu prémio, fornecendo a sua morada completa;
- O Baú dos Livros apenas se responsabiliza pelo envio dos livros, sendo os restantes prémios incluídos no cabaz enviados por cada projecto responsável;
- Nenhum de nós se responsabiliza pelo extravio das encomendas enviadas.



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4 anos!

Hoje é uma data especial para o Baú dos Livros!
São quatro anos de actividades, com algumas pausas pelo meio, mas boas recordações!




Mais logo, teremos uma pequena surpresa :)