domingo, 30 de dezembro de 2012

Música para aprender a gostar de música - 2012

Este ano houve meses que não conseguia ouvir música. Também não conseguia ver filmes, ler, ou sair de casa sem me sentir terrivelmente mal. Era um vegetal que passava os dias a pensar; e a minha música fazia pensar. Mais. 

Resolvi que era altura de fazer o primeiro "reset" musical e começar a gostar de música desde o início. Acabavam-se as músicas com letras deprimentes, sobre amores falhados, sobre os mistérios da vida; música de almas igualmente perturbadas. Queria ser feliz e precisava de recuperar a minha vontade de viver. Precisava de música Pop! Com uma mensagem alegre. Música "foleira" e banal. Música que toda a gente ouve e que toda a gente gosta. Música para aprender a gostar de música outra vez.

Fiz um playlist com essas músicas e ouvias o Verão todo. A lista foi crescendo e crescendo e aos poucos fui adicionando as minhas velhas músicas e artistas favoritos, como a Imogen Heap, ou a Regina Spektor. 

Ficam aqui as músicas que me ajudaram a recuperar o meu "velho eu":




"Anna Karenina", Joe Wright

Não sei o que se passa este ano com a "silly season" natalícia, que de "silly" parece não ter nada. Se a minha memória não me falha, acho que nunca houve uma época de Natal com tantos filmes nas salas de cinema que gostasse de ver.

Esta semana cometi uma loucura e fui ver o tão aguardado "Hobbit", do Peter Jackson (do qual falarei mais tarde) e o "Anna Karenina" do realizador Joe Wright. Se fosse rica ainda arriscava ir ver "A vida de Pi" e o "Cloud Atlas", também baseados em livros. 

Porquê o Anna Karenina? Curiosidade. Ainda não li este clássico do russo Tolstoy e, quem me conhece, sabe que raramente vejo o filme antes de ler o livro. No entanto, não era uma leitura que se fizesse de um dia para o outro e por isso arrisquei. 

Estava à espera de algo diferente. Algo mais banal, do tipo "Orgulho e Preconceito", também realizado por Joe Wright; mas conseguiu surpreender-me. Todo o filme foi realizado como se de uma peça de teatro se tratasse. As cenas misturavam-se umas com as outras, à medida que iam sendo subtilmente trocados os cenários. No início estranhei e cheguei inclusive a temer que de um musical se tratasse, mas rapidamente vi que não havia motivos para alarme. 

Gostei da caracterização das personagens. Achei que o simbolismo da cor do vestido da personagem principal excelente; primeiro de cor escura e, no seu momento de maior destaque e vergonha, de cor branca, pura. Embora, de pura Anna Karenina já nada tivesse. 

Quanto ao enredo, tratando-se de uma história que tinha por base um romance russo, já estava à espera de algo extremamente dramático e por isso o final não foi uma surpresa. 
A única coisa que não gostei muito foi da excessividade de dramatismo das personagens. No entanto, de uma estranha forma, acabou por se encaixar bem no aspecto final do filme/peça de teatro. 

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I don't know what is happening this year with the "silly season" holiday, that of "silly" seems to have nothing. If my memory serves me correctly, I think there has never been a Christmas time with so many movies in theaters that I would like to watch.

This week I made the craziness of going to watch the awaited "Hobbit", by Peter Jackson (of which I will speak later) and "Anna Karenina", by director Joe Wright. If I were rich I would still risk to go see " The Life of Pi" and "Cloud Atlas", also based on books.

Why Anna Karenina? Curiosity. I haven't read this russian classic, by Tolstoyand, who knows me, knows that I rarely see the movie before reading the book. However, this was one reading not to be done from one day to the other and therefore I took the risk.

I was expecting something different. Something more mainstream, like "Pride and Prejudice", also directed by Joe Wright, but this movie managed to surprise me. The entire film was performed as a play. The scenes mingled with each other, as the scenarios were being subtly changed. Initially i though of it as being odd and I even came to fear that it was a musical, but I quickly saw that there was no reason for alarm.

I liked the characterization of the characters. I thought the symbolism of the color of the dress from main character
excellent, first of dark color, and in her moment of greatest prominence and shame, white, pure. Although pure was all that Anna Karenina wasn't.

As for the plot, in the case of a story that was based on a Russian novel, I was already waiting for something extremely dramatic and so the ending wasn't a surprise.

The only thing I didn't like was the excessiveness of drama in the way the actors acted. However, in a strange way, it turned out to fit well in the final look of the film / play.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Marina and the Diamonds

A sugestão musical de hoje é uma descoberta recente vinda do País de Gales. O que principalmente me chamou a atenção foram a melodia "catchy" e o sarcasmo que Marina consegue dar ás suas músicas. Há até alguns tons de voz que fazem lembrar a voz da Annie Lennox, o que tem imensa piada: 

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Today's music sugestion is a recent discovery coming from Wales. What particularly struck my atencion was Marina's catchy  music and the sarcasm that she seems to be using all the time in her lyrics. There's even some voice tones reminiscent of Annie Lennox's voice, which is funny:

 

"Jonas Vai Morrer" - Edson Athayde

" "Jonas vai morrer" é o título do segundo romance do criativo Edson Athayde.

Redigida na primeira metade do ano, durante uma residência artística em Guimarães, obra literária tem cidade-berço como cenário e personagem."

Este livro foi-me simpaticamente cedido, mas está há já algum tempo na lista "para ler". Assim, e tendo já terminado as comemorações na cidade Capital da Cultura deste ano, Guimarães, aproveitarei para sobre ele me debruçar.
Foi publicado pela editora "Imagine Words". Sintam-se à vontade para me acompanharem nesta viagem!


terça-feira, 25 de dezembro de 2012

"As Cinquenta Sombras de Grey" - E.L.James



  Raramente desisto de um livro. Mesmo quando o livro é um aborrecimento, esforço-me por tentar acabar, para poder dar uma hipótese ao autor de me surpreender; de fazer a minha opinião mudar. No entanto, à 178º página não aguentei mais deste “Cinquenta Sombras de Grey”.

  Apesar de todo o falatório, nunca expressei qualquer tipo de opinião sobre o “Livro do Ano”. Não tinha lido nem uma pequena parte do dito cujo, por isso não me sentia no direito de apontar qualquer tipo de falha, ou de concordar com alguma observação menos ou mais favorável. Agora já o posso fazer, mesmo não tendo conseguido terminar.

  A história é narrada na primeira pessoa sob a voz de uma finalista universitária (não sei bem de quê, mas algo relacionado com literatura) Anastasia Steele. Esta inexperiente e inocente rapariga de vinte e um anos decide ajudar a melhor amiga, substituindo-a numa entrevista ao famoso magnata Mr.Grey. Apesar de famoso, Anastasia não sabe nada sobre ele e, esperando encontrar um velho feio e mal-encarado, surpreende-se ao ter pela frente um formoso Adónis. (Logo nesta parte achei ridículo como é que Anastasia ao sair do escritório o trata pelo nome próprio, se supostamente não sabia nada sobre o sujeito super famoso.)


  Depois segue-se uma interminável e típica história cliché de “rapariga inocente apaixona-se por homem rico, bonito e enigmático, que inexplicavelmente também fica interessado nela”. Há também o extremamente batido caso do melhor amigo, José, apaixonado por Anastasia, incapaz de se declarar, que ao vê-la com o misterioso homem fica ciumento e decide investir de forma desesperada. 

  Resumindo…uma série de casos cliché. Depois finalmente há a revelação do segredo de Mr.Grey: ele tem um quarto super secreto com objectos de tortura que usa para actividades sexuais e que quer usar com Anastasia, que advinhem!? É VIRGEM! Nada, mesmo nada cliché!

  Depois há cenas e mais cenas de sexo em que a autora se refere à vagina através de expressões como “tocar ”. A sério? O livro tem um sadomasoquista como personagem principal e um quarto de instrumentos de tortura para actividades sexuais, mas é impensável usar a palavra vagina! Sim, há que salvaguardar qualquer tipo de sensibilidade ferida! E vagina é uma palavra tão feia! Shame on me por ter uma! E shame na Anastasia por também ter uma!

  Eu até estava disposta a acabar o livro, se a autora parasse de dizer “estou a sentir a minha Deusa interior a rugir” e coisas do género. Como é que uma rapariga que é virgem e nunca se masturbou, ou fez algo mais do que dar um beijinho na boca de um menino, fala da sua deusa interior?! Simplesmente não encaixa na personagem. 

  Foram estas incongruências, que me fizeram desistir. Este ano propus-me a ler coisas mais interessantes e com mais conteúdo. Quando quiser algo deste género posso ver um filme pornográfico. Há aqueles no "Redtube" que demoram só dez minutos. Não preciso de gastar horas da minha vida a ler livros eróticos. 

  No fim o que mais me irrita não é o tempo perdido, mas antes o saber que há tanta, mas tanta gente que adora esta trilogia. Todos temos gostos diferentes, mas há tantos autores que todos os anos apresentam livros tão mais ricos e com muito mais conteúdo; que tem ideias novas, que nos apresentam mundos paralelos, ou novas visões do mesmo mundo e que simplesmente não tem a mesma atenção porque não são tão mediatizados. São escritores que exigem atenção, que nos querem mostrar algo, que não se entregam ao fácil. E cada vez mais as pessoas querem o fácil e o imediato. Podia culpar as editoras, mas elas limitam-se a dar aquilo que o consumidor quer, e é triste ter a noção de que é isto que o consumidor quer.  

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  I rarely give up on a book. Even when the book is a hassle, I put my effort in finishing it, to give the author a chance to surprise me; to change my opinion. However, at the 178th page i simply couldn't take more of this "Fifty Shades of Grey."
   Despite all the hype, I never expressed any opinion about the "Book of the Year." I hadn't read even a small part of the so called, so I didn't feel entitled to point out any type of flaw or agree with any compliment. Now I can do it, even though I failed to finish it.
   The story is narrated in the first person in the voice of a university finalist (not sure from which degree, but something related to literature) Anastasia Steele. This twentyish, inexperienced and innocent girl decides to help her best friend, replacing her in an interview to the famous tycoon Mr.Grey. Although famous, Anastasia knows nothing about him and, expecting to find old, ugly and mean-looking man, she's surprised to have ahead of her a beautiful Adonis (I wonder why, as she leaves the room and treats him by his first name, how did she knew his first name was Christian).
   After this the story continues with endless “clichés” and the typical story of "innocent girl falls for rich, handsome and enigmatic man, who inexplicably is also interested in her." There is also the usual case of the girl’s best friend in love, unable to declare himself to Anastasia, that, when confronted with her interest in the mysterious man gets all jealous and decides to try his luck in a desperate way.
   In short ... a series of classic clichés. Then, finally, there’s the revelation of the secret of Mr.Grey: he has a super secret bedroom with objects that he uses to torture women during his sexual activities and he wants to use them with Anastasia, who, guess what!? It’s a VIRGIN! Nothing at all a cliché!
   Then there are more and more sex scenes in which the author refers to Anastasia’a vagina through expressions such as the word "there". Really? The book has a sadomasochistic as a main character and a room of torture for sexual activities, but it is unthinkable to use the word vagina! Yes, we must safeguard any sensitive wounded! And a word like “vagina” it’s so ugly! Shame on me for having one! And shame on Anastasia for also having one!
   I confess! I was willing to finish the book, if just the author would stop saying "I'm feeling my inner Goddess roaring!" and other quotes that have de “inner Goddess” in it. How does a girl who is a virgin and has never masturbated herself, or did something more than to give a little kiss on the mouth to a boy, talks about her inner goddess?! It just does not fit the character.
   These were inconsistencies that made me quit the book. This year I proposed myself to read things more interesting and with more content than this. When I want something like this I can always see a pornographic movie. There are those in the "Redtube" that take only ten minutes. I don’t need to spend hours of my life reading erotic books.
   In the end what irritates me the most is not the time that I lose, but knowing that there are so many people who love this trilogy. We all have different tastes, but there are many authors who publish books every with a rich content; books that bring new ideas, that present us parallel worlds, or new visions of or world and they simply don’t have the same attention because they aren’t as mediated as this books with sex are. They are writers that require attention, who want to show something that is not easy to deliver. And increasingly people want what’s easy and immediate. I could blame the publishers, but they merely give what the consumer requests, and it is sad to have the notion that this is what the consumer wants.

Feliz Natal!/Merry Christmas!

Finalmente o semestre acabou! Finalmente a corrida ás prendas acabou! Finalmente o Natal chegou! Finalmente tenho tempo para mais do que estudar as milhentas páginas sobre fármacos e anestésicos!

Um Feliz dia de Natal a todos os seguidores e pessoas que passam por este pequeno espaço na imensa blogoesfera!
Que seja recheado de boa companhia, riso e boa comida (e a típica soneca de tarde lol)!

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Finally the semester is over! Finally the race to  buy gifts it's over! Christmas finally arrived! Finally I have time to do more than study hundreds of pages about drugs and anesthesics!

A Happy Christmas Day to all the followers and people who arrive to this little space in the vast blogosphere!

I hope that your Christmas is filled with good company, laughter and good food (and the typical afternoon nap lol)!

 


domingo, 16 de dezembro de 2012

The Perks of Being a Wallflower

Continuo sem grande tempo para ler mais do que os apontamentos de Farmacologia. Aproveito as pausas para ver séries ou filmes. Desta vez escolhi o filme do escritor e realizador Stephen Chbosky, “The Perks of being a Wallflower”. 

Baseado no livro homónimo, escrito pelo próprio realizador, conta-nos as aventuras de Charlie, um rapaz tímido que tenta recomeçar do zero, no seu primeiro ano de liceu.
Atirei-me de cabeça para o filme, não fazia ideia sobre o que tratava. Não li o livro (apesar de agora querer mesmo lê-lo) e por isso foi uma agradável surpresa para mim. Achei que seria apenas mais um filme sobre adolescentes e o liceu americano. Cedo descobri que estava enganada. 

Foi um filme do qual gostei bastante, não apenas por causa da história e da mensagem escrita nas entrelinhas do enredo, mas também porque foi interessante ver a Emma Watson como uma personagem que não fosse a Hermione do Harry Potter. Fiquei muito feliz por saber que esta é uma rapariga que tem asas para voar sem a sombra do papel que desempenhou durante toda a sua infância-adolescência. 

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I haven't had time to read more than the notes of Pharmacology. I only take breaks to watch movies or series. This time I chose the film from the writer and director Stephen Chbosky's, "The Perks of being a Wallflower."

Based on the book of the same name, written by the director himself, tells the adventures of Charlie, a shy boy who tries to start from scratch in his first year of high school.

I threw myself into to the movie, I had no idea what was about. I didn't read the book (though now I want to) and so it was a pleasant surprise for me. I thought it was going to be just another american movie about teenagers and high school. I soon found out that I was wrong.

It was a movie that I liked a lot, not only because of the story and the message written between the lines of the plot, but also because it was interesting to see Emma Watson as a character that was no her usual Hermione from Harry Potter. I was very happy to know that this is a girl who has wings to fly without the shadow of the role she played throughout her childhood-adolescence.


sábado, 15 de dezembro de 2012

Livros versus E-books


Este é um pequeno video sobre algumas das vantagens e desvantagens dos e-books e dos Livros. Feito com algum humor é uma excelente forma de começar uma discussão.
Quais preferem?
Conseguem escolher?

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Ravi Shankar




Nestas férias de Verão dediquei-me a descobrir novas culturas. Desenvolvi uma curiosidade (talvez um pouco excessiva) pelo oriente e descobri algumas das coisas mais bonitas que já li, vi, ouvi e comi. É uma cultura extremamente rica e diferente da nossa. 

Hoje o dia começou de forma triste, pois mal ligo a televisão ouço que o compositor e músico indiano Ravi Shankar faleceu. 


Agradeço as noites quentes de Verão passadas na companhia da sua música sob o céu estrelado. Embora descoberta recente, fez parte da minha vida e continuará a fazer parte de milhões de vidas graças à sua música que o tornou imortal.


Descanse em paz.