quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

2015, Retrospectiva

Em retrospectiva, 2015 foi um ano cheio. Foi tão cheio, que parece que passaram milhões de anos, dentro de um só, e ao mesmo tempo parece que tudo passou demasiado rápido.


Coisas boas que aconteceram em 2015:

- Comecei o ano com uma ida à Serra da Estrela;
- Diverti-me imenso na Queima das Fitas;
- Terminei o 5º ano de Medicina Veterinária (Aleluia!);
- Fui ao Marés Vivas à pala;
- Trabalhei no MacDonald's, que por si só não foi muito agradável, mas gostei do que a experiência me ensinou;
- Comecei os estágios curriculares;
- Realizei o meu sonho de criança de ir à Disneyland e foi espectacular!;
- Já tenho tema de tese;
- Começo a perceber o que quero fazer, quando acabar o curso;
- Conheci pessoas lindas e maravilhosas;
- Apesar da distância, consegui passar algum tempo com quem importa;
- Comi coisas gordas, boas e diferentes;
- Consegui surpreender o namorado;
- Li mais do que em 2014.

Apesar de todas as coisas chatas e menos boas que aconteceram em 2015, este ano aprendi muito. Posso dizer que aprendi muito mais do que em todo o tempo que passei enfiada numa sala de aulas. Estou grata por tudo o que aconteceu de bom em 2015 e espero que em 2016 eu e a minha família, consigamos ultrapassar as coisas menos boas, que por vezes nos fazem desanimar!







domingo, 27 de dezembro de 2015

Ítaca, a nova editora portuguesa.

Isabel Castro Silva é a responsável pelo lançamento da nova editora portuguesa, intitulada de "Ítaca". 

A primeira obra publicada, "A Fénix Islâmica", uma investigação que permitiu à escritora e analista política Loretta Napoleoni traçar a história e a estratégia da organização terrorista Estado Islâmico e dos seus líderes, al-Zarqawi e al-Baghdadi. Um livro com uma temática actual, publicado antes do atentado em Paris e de todo o mediatismo que se seguiu, e que poderá interessar a muita gente.


O livro tem 136 páginas e custa 13€. Ou seja, mais uma editora para publicar livros extremamente caros, num país que a isso já está habituado. 
Boa sorte.

Adeus Downton Abbey

Ontem vi o último episódio da série de época Downton Abbey. Foram três anos (eu comecei a ver em 2012) de muitas lágrimas, mas também de muito riso. A série irá deixar sem dúvida saudades. 


Não era difícil adivinhar que este seria um último especial de Natal bastante cor-de-rosa. Ainda assim, fiquei contente que tudo tivesse terminado bem. Foi bom ver pela última vez todos aqueles cenários e roupas magnificas. Essa é uma das coisas que adoro nesta série - a forma como tudo é mimetizado ao milímetro; todos os objectos, desde panelas, a secadores de cabelo; os penteados e roupas...viajamos realmente no tempo, quando vemos Downton Abbey. 

No entanto, sem dúvida que esta temporada foi a que menos gostei. A série terminou no momento certo. Mais uma temporada e era capaz de perder a magia, como acontece com muitas das séries que vejo. Há que saber parar, enquanto se está em cima e Downton Abbey fez isso mesmo. 

Existem vários momentos em que chorei desalmadamente, mas nada bate a cena em que a Sybil morre. O acontecimento apanhou-me totalmente desprevenida. Tudo parecia estar a correr bem e, quando menos esperávamos, tudo corre terrivelmente mal.


As personagens vão deixar saudade. De destacar os papéis magníficos de Maggie Smith (Violet Crawley, Dowager Countess of Grantham), com os seus ditos cómicos e de Jim Carter (Mr.Carson), o mítico e clássico mordomo da casa. 

Para quem gostar de história, esta série de época é magnifica e acompanha de uma forma maravilhosa a perda de poder da grande nobreza britânica, no inicio do século XX. Recomendo!

sábado, 26 de dezembro de 2015

Espero que...

...o vosso Natal tenha sido bom. Não desejei aqui Feliz Natal, porque tive preguiça e não me apeteceu. Desculpem. Mas espero que tenha corrido bem. 

Nem dei pelo meu passar. Recebi algumas prendinhas, entre elas um livro do Valter Hugo Mãe! Parece que já não pode haver desculpas, para não ler um novo autor português. 

Hoje sinto-me particularmente de mau humor. As hormonas tem destas coisas e o facto de mais uma vez ter quebrado a promessa a mim mesma de não comer bolos, também não ajuda. Shame on me!  

Sabem também o que me está a animar muito? O facto de fazer anos daqui a cinco dias. Sim, no maldito dia de 31 de Dezembro. Simplesmente não quero fazer anos! Estou farta de fazer anos nesse dia! Todos os anos dou por mim numa qualquer festa, onde não conheço mais de metade das pessoas e onde me cantam os parabéns à pressão, ou são informados clandestinamente que uma aniversariante estará lá. Não! Não! Não querooooo fazer anos! DEIXEM-ME EM PAZ! Eu só quero ter uma festa de passagem de ano em que eu não faça anos! Pode ser? Quero fazer anos só com as pessoas que me conhecem bem. E nunca posso, porque essas pessoas estão no cu do mundo, distribuídos por outras festas.  


É tão injusto! Também queria um dia só meu, em que tudo giraria em redor da minha pessoa! *atira-se para o chão a fazer birra*

E pronto....é isso. Realmente as hormonas são lixadas, ou então isto é a ressaca natalícia.  



 

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

"The Graveyard Book", Neil Gaiman

Quem me conhece, sabe que tenho uma tara mórbida por cemitérios e tudo o que lhes diga respeito. Tenho curiosidade em ver como são, como estão organizados, qual o habitante mais antigo, histórias caricatas, etc etc. 

Não sei quando surgiu este fascínio; só sei que sempre existiu. As minhas primeiras recordações desses locais, surgem sob a forma, pouco precisa, de manhãs em que a minha avó paterna e as irmãs iam arranjar e limpar as campas dos nossos parentes. Eu andava por ali a fazer tempo, por entre as campas, tentando encontrar a campa mais antiga e os seus habitantes. Em adulta, sempre que tenho oportunidade de sair de Portugal, gosto de ver e comparar a forma como as pessoas encaram a morte e como o cemitério se torna o espelho dessa nação. (Para os curiosos, como eu, sugiro que visitem o cemitério do Miradouro de Vila Real. Não sei porquê, mas acho aquele lugar mesmo bonito!)

Tendo em atenção tudo isto, um livro chamado "O Livro do Cemitério" ( "The Graveyard Book"), de certeza que seria a primeira escolha, quando se quer experimentar Neil Gaiman. 

Nunca antes tinha ouvido falar de Gaiman, mas já tinha ouvido falar de uma das suas mais famosas obras "Coraline". Isto porque, há uns tempos (anos) atrás, vi o filme. Assim, foi graças a um Podcast que tenho andado a seguir (Books On The Nighstand, muito interessante...),
que descobri este autor.

"The Graveyard Book", narra a história de Bod, um rapazinho cuja família foi assassinada, quando este tinha cerca de dois anos. Bod, diminutivo de Nobody, conseguiu escapar ao massacre por pura sorte. Enquanto os seus pais e irmã mais velha eram assassinados, a criança saiu do seu berço e caminhou miraculosamente até a um cemitério, próximo da casa, onde foi adoptado por um casal de fantasmas, os Owen. 

Bod tornou-se num rapaz especial. Graças ao acordo entre todos os habitantes do cemitério, o rapaz estaria autorizado a ter livre circulação pelas campas e mausoléus. Protegido do mundo exterior por Silas, um ser especial, que ao contrário de todos os outros fantasmas daquele cemitério, consegui-a visitar o mundo exterior e satisfazer as necessidades de Bod, este vai crescendo. A sua curiosidade em relação ao que está para lá dos muros do cemitério vai aumentado, mas o homem que assassinou a sua família ainda o procura e Bod deve permanecer seguro. 

Adorei este livro pelo mundo fantasmagóricamente interessante, que o escritor conseguiu criar. Graças a um conjunto de pormenores, desde incluir os epitáfios de cada nova personagem, até a alterar a forma como falam, dependendo da época em que viveram, tudo contribui para criar um ambiente de magia mórbida único. 

Este é um daqueles livros que poderia perfeitamente ter dado origem a uma sequela. Existem algumas questões não ficaram muito claras, como por exemplo o facto de nunca sabermos porquê que a família de Bod foi escolhida para ser assassinada, ou a forma repentina como Scarlet é afastada de um final feliz. 

No fundo, penso que já existem sequelas e prequelas a mais neste mundo. Talvez o autor tenha tido o simples desejo de criar uma história única, com principio, meio e fim, ainda que rica em pormenores e pontos, que poderiam ter sido mais desenvolvidos.

Recomendo que leiam, principalmente se quiserem familiarizar-se com novos autores mais direccionados para um público juvenil. 



quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Passatempo "Ano Novo, Leituras Novas!"

Em conjunto com a escritora Camila Tapia e Avenir Passo, o Baú dos Livros tem o prazer de anunciar um novo Passatempo! Temos para sortear quatro exemplares de "Meu Passo, Seus Passos". Este livro, publicado no Brasil pela editora Alcance em 2013, conta com 50 poemas de cada um dos autores, criados entre 1997 e 2012.


Sobre os autores:

Avenir Passo de Oliveira é formado em Direito pela Universidade Gama Filho (UGF) do Rio de Janeiro; especialista em Direito Processual Civil pela Universidade Federal de Goiás (UFG); e doutor em Direito Empresarial pela Universidade de Extremadura (UEX), em Espanha. É autor de quatro livros jurídicos e de mais de vinte artigos publicados.

Avenir é membro fundador do Instituto de Direito Administrativo de Goiás (IDAG) e académico fundador e titular da cadeira 17 da Academia Goiana de Direito (ACAD), tendo sido vice-presidente desta durante seis anos. É Juiz de Direito da 3ª Vara da Fazenda Pública Estadual de Goiânia, conferencista e professor universitário.
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Camila Tapia é jornalista formada em Comunicação Social – com habilitação em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), graduada em Letras pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e pós-graduada em Jornalismo Cultural pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

É autora do livro-reportagem “Goiânia Heavy Metal – A cena pesada da capital”, apresentado em 2010 como Trabalho de Conclusão de Curso da graduação em Jornalismo. Venceu os concursos de redacção Goiânia Na Ponta do Lápis (2003), Goiás na Ponta do Lápis (2003) e o Prémio Católica de Jornalismo (2007). Aos dez anos de idade, obteve o seu primeiro poema publicado. Continua a escrever, hoje e sempre.
  

Para celebrar os mais de 2000 exemplares vendidos, os autores decidiram brindar os leitores portugueses com a oportunidade de conhecerem o seu trabalho!
Serão escolhidos aleatoriamente, através  do site rafflecopter.com, quatro vencedores! O Passatempo terminará no dia 5 de Janeiro, para começarmos o Ano Novo com novas leituras! 
a Rafflecopter giveaway


Termos e Condições do Passatempo estão no widget "Rafflecopter" (em cima)!

Para quem quiser mais informações acerca de "Meu Passo, Seus Passos" e como podem adquiri-lo:

www.editoraalcance.com.br/loja
www.livrariasaraiva.com.br
www.livrariacultura.com.br

Email oficial - meupassoseuspassos@gmail.com
 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

"Assassin's Apprentice (Farseer Trilogy #1)", Robin Hobb

Há anos que este livro estava na minha lista para ler. Como acontece com todos os livros que por lá estão, fui adiando. Fiz mal.

"Assassin's Apprentice" (Aprendiz de Assassino, em tugalandês), é o primeiro volume de uma trilogia fantástica, criada por Robin Hobb, que afinal é uma mulher (assumi sempre que seria um homem...talvez por soar a Robin Hood). Robin Hobb é o pseudónimo de Margaret Astrid Lindholm Ogden e foi primeiramente publicado há já vinte anos, em 1996. 

A história, narrada na primeira pessoa, consiste numa espécie de autobiografia de Fitz, filho ilegítimo de Chivalry Farseer, príncipe herdeiro ao trono de um mundo fictício de características medievais.  

Com o estatuto de bastardo, cedo esta criança se vê confrontada com escolhas difíceis. Essas escolhas o seu destino; ser encarado como uma ferramenta útil ao rei, ou uma ameaça ao futuro do trono.  Simultaneamente, Fitz é portador de um talento especial, encarado por muitos como uma maldição terrível - a capacidade de estabelecer fortes laços com os animais "não racionais". 

Gostei da forma como este livro está escrito. Lê-se muito bem em inglês e as frases são bastante fluídas, com descrições que não se estendem para além do necessário. O enredo também é interessante e para isso contribui também a forma como as personagens estão construídas. 

Não se pode dizer que seja um livro que acrescentou muito à minha vida, mas é um daqueles que vale a pena ler e que me deixou curiosa por saber o que acontece nos volumes seguintes.  

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Novembro #Insta

 Campos verdes em todo o lado!

 Pretas e Castanhas!

 Party Cat.
 
 Ressaca Disneyland. Até a gata sofre.

Chá e Livros na pausa para almoço.

sábado, 5 de dezembro de 2015

"AVC do Amor", Luís Abreu

Há uns tempos atrás, mencionei que precisava de ler mais autores portugueses. Tive a sorte de um me bater à porta (ou ao email, como foi o caso). Foi assim que conheci Luís Abreu e a sua estreia no mundo da prosa, com "O AVC do Amor".

Nunca tendo ouvido falar do trabalho do Luís, fiquei de pé atrás. Isso acontece sempre, quando alguém me pede uma opinião, ou uma parceria. Não o faço porque tenho a mania que o meu Blog é melhor, ou porque sou ecléctica naquilo que leio; tenho os meus gostos literários e sair da minha zona de conforto causa-me sempre confusão. Além disso, confesso que tive receio de que "O AVC do Amor" fosse mais um daqueles livros em que o autor nos descreve a sua doença e como é horrível viver com ela.

Depois de ler o livro, sinto-me feliz por não ser nada desse género. Tenho apenas a dizer em minha defesa, que o título engana (apesar de ser um trocadilho engraçado).

Mesmo com a minha ideia erradamente preconcebida, resolvi dizer "sim". Tinha acabado de ler um artigo, que fazia referência ao facto de dizermos tantas vezes "não". Era altura de começar a dizer "sim" mais vezes. Senti que devia deixar de parte os meus receios e desconfortos e dar uma hipótese a pessoas novas e desconhecidas, de entrarem na minha vida e de lhe acrescentarem algo. Que é que eu tinha a perder? Nada! No máximo, ou ficava igual com a experiência, ou ficava melhor. 

Comecei a ler "O AVC do Amor" num dia em que acordei às seis da manhã, e não conseguia voltar a adormecer. Quando dei por ela, eram oito da manhã e eu ainda estava de pijama, com os animais por alimentar e a mochila por preparar. Todo este adiar de um dia de trabalho, porque fiquei imediatamente maravilhada com a forma tão simples e simultaneamente completa, com que o Luís Abreu escreve a história de Rodrigo.

Não se pode dizer que exista um enredo linear. Diria antes que este livro é composto por um emaranhado de recordações, de opiniões (algumas, bastante cómicas) e de algumas divagações sonhadoras, mas sempre com o seu quê de verdade. Gostei da forma como o texto está construído. Com frases curtas e simples, mas perfeitamente claras para quem as lê. 

Identifiquei-me, como se calhar muitos de vocês também se identificariam, com a visão do acto de amar que Rodrigo, personagem que foi vitima de um grave AVC, nos descreve - o louco e irrealista primeiro amor, e o amor estável e "saudável", que vem com a idade. Penso que o Luís conseguiu descrever esses tipos de amor com muita perfeição. 

Tenho apenas a apontar como pequeno defeito o facto de este livro acabar rápido. Queria mais! No último terço da história, parece que tudo se passa "à pressa" e temos um fim demasiado precoce e precipitado. Isso faz com que haja um contraste em termos de ritmo de leitura entre o resto do livro e o final, que pode incomodar o leitor mais sensível. 

Para terminar esta opinião, quero deixar claro que este não é um livro sobre um homem que teve um AVC. Este é um livro sobre um ser humano, que viveu, e vive com as suas limitações, como qualquer outra pessoa; adaptando-se e reaprendendo a viver. E não é isso que todos nós fazemos? Passamos a vida a reaprender. A diferença está não só na rapidez com que o fazemos e no modo como somos obrigados a fazê-lo, mas também no amor que nos rodeia e nos motiva a darmos mais de nós mesmos. 

Sabendo, que também o Luís sofre as sequelas de um grave AVC, no final não pude deixar de me perguntar, quanta desta narrativa correspondia à verdade. Depois deixei-me disso. Não porque perdi a curiosidade, mas antes porque percebi a estupidez da minha dúvida; cada livro tem a sua parte de verdade e ficção e todos resultam das experiências de cada escritor. Nada vem do vazio. Logo, devo encarar cada livro simultaneamente como sendo ficção e realidade. "O AVC do Amor" também me ensinou esta lição.

Obrigada Luís Abreu!