sábado, 31 de janeiro de 2015

Fogo Destroi Biblioteca em Moscovo

 A "Biblioteca do Instituto de Informação Cientifica sobre Ciência Sociais", em Moscovo, ardeu hoje, num incêndio que terá tido inicio no terceiro piso do edifício. Não houve registo de feridos, mas sim de uma grande perda para a cultura mundial. 

Fundada em 1918, a biblioteca albergava mais de 14 milhões de livros, textos históricos e outros documentos importantes, alguns deles de anos tão longínquos como 1789. Tinha também a maior colecção de livros na língua eslavas de toda a Rússia.

Quando leio notícias destas, não consigo deixar de sentir a perda que isto deve representar para os seres humanos. É um bocado idiota, visto que as notícias que nos chegam sobre desastres humanos são também bastante chocantes e nem assim me conseguem provocar este sentimento de perda..serei humana? 


"O Segredo" será transportado para o grande ecrã

O livro O Segredo, da escritora australiana Rhonda Byrne, vai ganhar uma adaptação cinematográfica. Segundo o Hollywood Reporter, o cineasta Raja Gosnell (Os Smurfs) ficará a cargo da direcção. 

O livro vendeu mais de 28 milhões de cópias, estando  traduzido em mais de 52 línguas e o enredo irá acompanhar a história de uma viúva que, mesmo após sofrer várias decepções, não perde a alegria e vontade de ser produtiva. 

Ainda não existe data de estreia.
 
Já falei aqui sobre o que achei do livro. Mesmo não o tendo acabado, acredito que, de alguma forma, o poder do pensamento positivo é importante para alcançar objectivos e muitas vezes aquilo que desejamos com muita força chega até nós de formas mais, ou menos, directas.

10 Dicas de Autores Famosos para Escrever Melhor

sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

6º Livro da Saga "As Crónicas de Gelo e Fogo" de George R.R.Martin

Segundo a editora responsável pela publicação da saga "As Crónicas de Gelo e Fogo" do famoso escritor George R.R. Martin, ainda não será este ano que irá ser publicado o 6º volume, The Winds Of Winter. E há mais, existe a possibilidade de nem 2016 ser o ano em que finalmente os fãs terão mais do que a série televisiva para acompanhar!

Para complicar ainda mais a situação, os autores da série televisiva, David Benioff e Dan Weiss, pretendem realizar apenas mais duas temporadas, sendo quase certo, que irá haver um desfasamento entre o enredo da obra de Martin e o que passa para o pequeno ecrã.

Isto pode ser bom ou mau; podemos ser surpreendidos com duas versões espectaculares da mesma história, ou ter de nos contentar com um final de série medíocre. Vamos também rezar para que nada aconteça ao bom e fofinho Georgie, a ver se a coisa não fica eternamente por terminar.

Fonte - www.ew.com/article/2015/01/30/george-rr-martin-wont-release-new-game-thrones-book-this-year

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Diários/Blocos de Notas "Midori"

Recentemente uma amiga falou-me acerca destes blocos de notas/diários, chamados "Midori". Sou um bocado monstro das cavernas, no que toca a modas e coisas novas...mas vi o vídeo e pareceu-me super engraçado, embora um pouco dispendioso. No fundo, acho que se resume a um scrapbook, mas talvez mais pessoal e versátil. Esteticamente, são bem engraçadinhos...talvez embarque num projecto assim um dia destes...

E vocês? O que acham da ideia? Conhecem quem tenha um Midori?

Festival Internacional de Literatura em Óbidos

No próximo mês de Outubro irá ter lugar em Óbidos a primeira edição de "Fólio", um festival internacional de literatura, que tem por objectivo “afirmar Óbidos no circuito nacional e internacional como uma vila literária” e o festival irá destacar “efemérides ligadas a países como o Brasil ou as ex-colónias”. As palavras são do presidente da câmara, Humberto Marques em declarações ao jornal Público.

Fólio já tem data marcada e decorrerá de 15 a 26 de Outubro. Para além dos comuns lançamentos de livros, sessões de autógrafos e mesas redondas, a vila contará com inúmeras actividades paralelas e performances inesperadas.  

Mais uma óptima razão, para além do chocolate, para visitar esta belíssima vila!


Fonte - www.espalhafactos.com/2015/01/28/obidos-lanca-festival-internacional-de-literatura/

Lídia Jorge distinguida com o "Prémio Vergílio Ferreira"




O Prémio Vergílio Ferreira foi instituído pela Universidade de Évora, com o objectivo, não só de homenagear condignamente o grande escritor que lhe dá o nome, mas também de galardoar o conjunto da obra literária de um autor de língua portuguesa, relevante no âmbito da narrativa e/ou ensaio.

Este prémio contempla anualmente propostas de candidatura oriundas de diversas universidades, nacionais e estrangeiras, onde se desenvolvam estudos de Literatura e Cultura portuguesas.

Este ano foi a vez de Lídia Jorge ser a escolhida. A escritora demonstrou-se bastante emocionada por ter arrecadado este prémio.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

"1Q84" Livro 1 - Haruki Murakami

Tenho dito, nos últimos meses, que um dos meus autores predilectos se estabeleceu na pessoa de Haruki Murakami. Sempre que leio um dos seus livros é fácil deixar-me enredar pelo dia-a-dia tão normal das personagens, descrito de uma forma tão rica, e ao mesmo tempo tão simples. O que me fascina nos seus livros é essa normalidade, confrontada com um enredo de contornos tão surrealistas.

Que melhor escolha para começar o ano, do que com este primeiro volume da trilogia 1Q84? Ainda pensei se deveria escrever uma opinião depois de acabar os três volumes, já que nunca se sabe como acaba uma história de Murakami, mas, para além de ter curiosidade em mais tarde comparar as minhas três opiniões, gostava também de ir fazendo pequenas reflexões independentes, para cada um dos livros. 

A narrativa em "1Q84" está dividida em capítulos alternados entre duas personagens, que aparentemente, nada tem em comum - Aomame, uma jovem treinadora de artes marciais, com alguns segredos obscuros e um passado enigmático e Tengo, um jovem professor de matemática, escritor nos tempos livres. Ambos pessoas com uma vida de rotinas extremamente solitárias, mas bem definidas.  

O primeiro capítulo inicia-se com Aomame sentada num táxi, presa no trânsito e atrasada para um compromisso a que não pode faltar. Vê-se por isso forçada a sair do veículo em plena auto-estrada e em descer umas escadas de emergência, para a rua mais próxima. Porém, antes de o fazer, o motorista, homem misterioso, avisa-a de que deve ter cuidado com as aparências, pois a realidade é apenas uma. Aomame e leitores ficam intrigados com esta advertência, mas em pouco tempo esquecem e acompanham a protagonista nas suas rotinas não muito habituais.

À medida que vamos avançando ao longo dos capítulos, que cobrem um ano da vida destas duas personagens, vão surgindo alguns mistérios. Começam por ser pequenas incongruências na vida de Aomame, que a fazem sentir paranóica em relação ao mundo onde habita, passando a designá-lo como o ano 1Q84. Na vida de Tengo surge também um mistério na forma uma estranha rapariga disléxica, com uma de história de contornos ainda mais estranhos por desvendar. De alguma forma, a vida destas duas personagens aproxima-se cada vez mais e o primeiro livro termina de forma bastante enigmática, com Tengo fazendo uma divagação acerca de mundos paralelos, o que é claramente uma pista de que eventualmente, os distintos mundos destas duas personagens se irão cruzar.

Depois de já ter lido alguns dos livros deste escritor, começo a notar uma série de padrões; desde a própria construção das personagens, sempre solitárias, ainda que inseridas num ambiente citadino, estando constantemente rodeadas de pessoas, passando pelas descrições detalhadas das orelhas das pessoas, até ao enredo sempre misterioso, mesmo um pouco inverossímil. O que mais me fascina em Haruki Murakami é esta sua capacidade de concentrar numa única história a realidade e o fantástico; o tangível, com o intangível, mas de uma forma tão perfeita, que mal damos por ela. Não há tempo para questionarmos se o enredo faz sentido, ou se a história irá evoluir num sentido, ou noutro. Somos simplesmente transportados ao longo do livro, como que embalados. 

É neste embalo, que termina o primeiro volume de 1Q84 e mal posso esperar por começar o segundo livro da trilogia!

Trilogia "Millennium" de Stieg Larsson vai ter 4º volume

O quarto livro da inicialmente trilogia "Millennium", do falecido escritor sueco Stieg Larsson, vai para as bancas a 27 de Agosto deste ano em pelo menos 35 países.

A trilogia, que se tornou num best-seller, infelizmente apenas após a morte do escritor em 2004, foi retomada por David Lagercrantz, escolhido pelo pai e irmão de Stieg. David Lagercrantz é também um escritor sueco, conhecido por ser co-autor da biografia do jogador de futebol Zlatan Ibrahimovic.

Este quarto volume, intitulado "Det som inte dödar oss" ("O que não nos mata", em tradução livre) surge dez anos após a publicação de "Os Homens que Odeiam as Mulheres" e terá mais de 500 páginas.

Sendo deixados de fora 10 dos 45 países onde a trilogia foi publicada, "O que não nos mata" ainda não está confirmado em Portugal, mas confesso que estou curiosa para ver que tipo de trabalho este novo escritor vai conseguir produzir. Será que estará à altura das expectativas? 


 Fonte - g1.globo.com/pop-arte/noticia/2015/01/como-autor-substituto-de-larsson-quarto-livro-millennium-sai-em-agosto.html



Reaberta investigação à morte de Pablo Neruda

Pablo Neruda morreu a 23 de Setembro de 1973. O vencedor do Nobel da Literatura de 1971, para além de ser o poeta chileno mais conhecido de toda a história do país, foi também um activista político, sendo um forte apoiante de Salvador Allende.

A sua morte ocorre duas semanas após o golpe militar, que coloca no poder Augusto Pinochet, quando o escritor se encontrava internado na clínica de Santa Maria, em Santiago, com cancro na próstata. Na altura, o ex-motorista do poeta declarou que agentes da ditadura se tinham infiltrado na clínica aplicando-lhe uma injecção letal. 

Em 2013 foi realizada uma investigação, que nada comprovou. Esta nova reabertura foi solicitada pela família de Pablo Neruda e pelo Partido Comunista, contando com o apoio do governo. Espera-se que, com a utilização de novas técnicas forenses, se consiga detectar danos celulares provocados por agentes químicos, presentes nos restos mortais de Neruda. Se tal se verificar, o mistério e a especulação em torno da morte do poeta poderão finalmente dar lugar a conclusões mais concretas. 

 Fonte - www.dn.pt/inicio/artes/interior.aspx?content_id=4356315&seccao=Livros


terça-feira, 27 de janeiro de 2015

3 Dicas para quem ser um leitor assíduo

Ler o que realmente se gosta! - os clássicos, são clássicos por alguma razão. Contudo, nem toda a gente gosta de associar o tempo da leitura a um acto de "pensar" e prefere encontrar no acto de ler apenas um escape, um entretenimento. Não há mal nenhum em ler livros tipo romances de bolso! Se é disso que gosta, força! Leia! Se prefere ler livros infantis, força! Leia! 

Seja flexível - experimente outros tipos de livros de vez em quando. As pessoas passam a vida a crescer e a mudar de gostos. O mesmo acontece com os nossos gostos literários; eles mudam convosco. Por isso, explore e não tenha medo do que é diferente.

Não tenha medo de desistir - umas das coisas que me faz ler menos acontece, quando estou a meio de uma leitura mais morosa/aborrecida. Para quem quer começar a ter hábitos de leitura, encontrar logo um livro desses pode levar ao abandono do objectivo. Não tenha medo de desistir e voltar a tentar mais tarde! Há uns anos atrás, comecei a ler "Em Busca do Carneiro Selvagem" de Haruki Murakami. Desisti, porque estava a achar um tédio descomunal e a história não me estava a dizer nada. Passados alguns anos, voltei a pegar nesse livro e hoje Murakami é um dos meus escritores favoritos!


O Nascimento de um Livro

Birth of a Book from GLEN MILNER on Vimeo.

Haruki Murakami responde aos fãs

Haruki Murakami não é conhecido por ser muito dado à comunicação social. No entanto, no que toca aos seus fãs, já por várias vezes se mostrou interessado em interagir com eles.

Desde 15 de Janeiro, até ao final do mês, estará disponível uma página temporária, onde os leitores poderão colocar questões ao seu escritor favorito. A única parte não tão fixe, consiste no facto de a página ser japonesa e não se perceber se existe alguma opção, para os que não entendem nada (como eu), mudarem a coisa para inglês!

Já várias vezes referi, que considero Murakami um dos meus escritores favoritos. Esteve já várias vezes nomeado para o Nobel, embora, infelizmente, nunca tenha vencido. Os seus livros são conhecidos pelas suas características sobrenaturais, inseridas num mundo moderno, onde a solidão é muitas vezes um dos temas centrais.


Se eu pudesse colocaria estas duas questões:

- Porquê orelhas?
- Onde é que vai buscar a inspiração para as suas obras?

segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

Playlist #1 Janeiro 2015

Decidi começar a partilhar mensalmente as músicas que me andam pela cabeça. A música ainda é a única forma de poesia que ouço/leio...talvez seja em 2015 que isso mude...mas já estou a prometer muita coisa!


 Gabrielle Aplin - "Home" - Descobri esta cantora totalmente ao acaso, enquanto deambulava pelo Youtube. Com esta música despertam em mim sentimentos de saudade. Saudade do que tenho, dos que tive e dos que ainda vou ter.

Family of the Year - "Hero" - Esta música foi encontrada enquanto via "Boyhood". Uma das melhores coisitas do filme (não me matem, o filme também tem outras coisas engraçadas). Tenho esta música como toque de despertador. Quano a ouço sinto-me calma...como se não esperassem nada de mim e estivesse a viver o dia-a-dia...sem ter de ser alguma coisa. 

The Naked and Famous - "Young Blood" - Não sabia que na Nova Zelândia existia mais do que ovelhas e espectaculares paisagens! Esta banda foi uma recente descoberta, apesar de já ter lido o nome por aí. Não consigo resistir a sintetizadores...deve ser de ter crescido a ouvir hits dos anos 80?

Gwen Stefani - "Baby don't Lie" - Eu sei...esta música é uma caca! Mas tenho tanta pena da Gwenezinha! A sério! Os No Doubt são uma banda que gosto muito e toda a cena girl power! Tenho tanta saudade disso, que até ouço esta música à espera que magicamente a música melhore com o tempo...Vamos esperar que o álbum tenha mais conteúdo? (ao menos a música serve para HIIT...)

Ellie Goulding - "Love me Like you Do" - Acompanho a Ellie desde que ela ainda não era mainstream. Apesar do som dos seus últimos trabalhos ser cada vez menos electrónico e mais pop comercial, gosto da voz "fraquinha" da miúda. Esta música até faz o "50 Sombras de Grey" parecer menos revoltante do que seria de esperar! Quase que queria ir ao cinema ver o filme...até me lembrar da possibilidade de senhoras quarentonas a suspirar eróticamente na sala. Turn Down for that! 

TV On the Radio - Happy Idiot - Ás vezes é bom ter uma música que nos faça pensar em que pé de situação já estivemos com a vida. Esta é uma dessas músicas. And it feels niiice!


domingo, 25 de janeiro de 2015

"O Principezinho" como novas ilustrações

Toda a gente tem segredos embaraçosos. Um dos meus consiste em nunca ter lido "O Principezinho" do escritor Antoine de Saint-Exupéry. Eu sei, que vergonha! Mas não sei porquê, esse encantador clássico infantil, nunca se cruzou comigo durante a minha infância. Mas nunca é tarde! Este ano, comprometo-me a lê-lo!

Entretanto,  a editora Relógio d'Água, como consequência da passagem para dominio público da obra escrita do autor, vai publicar as principais obras de Antoine de Saint-Exupéry. Este mês serão publicados os títulos "Piloto de Guerra", "Voo Noturno" e "O Principezinho". 

O que irá distinguir esta edição de "O Principezinho", será a ausência das ilustrações originais, feitas pelo escritor, visto que a família do mesmo conseguiu impedir que as aguarelas, tão características do livro, fossem mantidas afastadas do domínio público.  


É triste como o dinheiro pode limitar a arte, pois certamente que a publicação em separado de escrita e ilustração, não seria a intenção de Saint-Exupéry. Vamos ver como se irá sair a nova ilustradora Susana Oliveira.

Fonte - www.dnoticias.pt/actualidade/5-sentidos/493530-relogio-dagua-vai-publicar-saint-exupery-e-o-principezinho-com-novas-i

sábado, 24 de janeiro de 2015

Romance de Pearl S.Buck em Maio

O romance "Eterna Demanda", no original "The Eternal Wonder", de Pearl S.Buck será publicado, pela editora 2020, em Maio deste mesmo ano. A publicação ocorrerá mais de 40 anos após a morte da escritora. Este foi o livro que Pearl terminou pouco antes de falecer, aos 80 anos, encontrado num armazém no Texas, Estados Unidos. 

Para quem não conhece a autora, Pearl S.Buck, foi a primeira mulher norte-americana a receber o Prémio Nobel da Literatura em 1938. As suas obras contam com uma forte influência oriental e toda a beleza natural, que lhe está inerente. O meu primeiro contacto com as obras desta autora, surgiu de forma totalmente aleatória, mas deixou-se sempre satisfeita com a simplicidade com que sempre conseguiu cativar-me. 

Apesar de ainda estar muito longe de acabar de ler o seu espólio, não deixa de ser empolgante, quando um autor falecido, volta à vida e é notícia! 

 Fonte - www.rtp.pt/noticias/index.php?article=794718&tm=4&layout=121&visual=49

"O Menino que Voltou do Céu" afinal era fraude



 
Há uns dias atrás, foi notícia em vários jornais, que, depois de cinco anos na lista de best-sellers, o livro «O menino que voltou do céu» afinal era uma história inventada. Alex Malarkey, na altura com seis anos de idade, teve um acidente de carro que o colocou em coma por dois meses, período em que afirma ter estado no céu e visitado anjos. As  memórias dessa experiência transformaram-se em livro, escrito pela criança com a ajuda do pai.

Está actualmente a ser retirado das livrarias, depois de Alex confessar que tudo não passou de uma invenção -"Disse que tinha estado no céu porque achei que isso ia captar atenções", revelou o rapaz.

Ainda assim, não percebo o porquê de retirarem o livro do mercado. Quando este tipo de relatos surge, existem sempre pessoas, como eu, que sabem que à partida é uma história inventada, ou no mínimo, imaginada. Mas todas as histórias são imaginadas. Sempre que um livro é publicado, tem sempre uma dose de realidade e uma dose de fictício. Quão ingénuo, para não dizer outra coisa, é preciso ser-se para não se duvidar sempre, pelo menos um bocadinho?!
 

sexta-feira, 23 de janeiro de 2015

"O Cavaleiro da Dinamarca" - Sophia de Mello Breyner

Detesto usar o último nome da Sophia...não sei porquê, soa-me sempre melhor, quando termina em Breyner...Anyway... aproveitei o Especial sobre esta autora, para recordar alguns dos contos infantis, que fizeram parte da minha infância. 

"O Cavaleiro da Dinamarca" narra a história de um nobre cavaleiro, que numa noite de Natal, reunido com toda a sua família e amigos, anuncia que irá partir em peregrinação até Jerusalém, na Terra Santa. Para diminuir a tristeza dos seus entes queridos, promete estar de volta  dali a dois anos, a tempo da noite de Natal, com novas histórias para contar.

É incrível a rapidez com que leio estes contos, quando comparo com o tempo que demorava em criança. Tinha a ideia de que eram muito maiores! É triste ao mesmo tempo, porque percebo, que a sensação de encanto nunca será idêntica à da primeira leitura. É o preço de crescer. Ainda assim, há sempre algo de novo a retirar; uma interpretação diferente, mais madura, ou até mesmo impressões mais fortes.

Neste pequeno conto, Sophia de Mello Breyner, leva-nos numa viagem riquíssima em fantásticas descrições (tendo em conta que é um conto infantil), que tornam as suas histórias sempre tão especiais, por cidades como Jerusalém, Ravena, Florença e Veneza. Brinda-nos ainda com alguns factos curiosos e histórias, dentro da história, como a do pintor Giotto. 

Termina com uma interpretação, na minha opinião, belíssima, acerca de como surgiu o costume de enfeitar a árvore de Natal - Tendo-se perdido durante o regresso a casa, o Cavaleiro desesperou, até que viu uma grande "fogueira". Essa "fogueira" não era mais do que uma grande árvores em frente à sua casa, decorada com luzes. Esta história foi levada de boca em boca, correndo os países do Norte da Europa e por isso é que, hoje, na noite de Natal, se iluminam os pinheiros, para sabermos que estamos no nosso doce lar!

quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

18 Sugestões Literárias do John Green

Gosto do Jonh Green. Ainda não li muita coisa dele...só o "A Culpa é das Estrelas" e o "Cidades de Papel", mas gosto. Acho que as histórias dele, para além de histórias, trazem sempre uma mensagem encriptada, que embora simples, é sempre forte. Mas mais do que as suas histórias, o Jonh é um excelente Youtuber e uma pessoa cheia de iniciativa! Já disse isto aqui, mais do que uma vez, mas aconselho mesmo a que sigam o canal "Crash Course", porque é super interessante e aprende-se imenso!

Hoje, deixo aqui este vídeo com as sugestões de Jonh Green, para quem está com falta de ideias, acerca do que ler em 2015:

"Companhia das Letras" - A nova editora brasileira em Portugal

Fundada em 1986, a editora de origem brasileira "Companhia das Letras",  estreia-se a publicar em Portugal no próximo dia 16 de Fevereiro, com o romance "O Irmão Alemão", de Chico Buarque.

Para além de nos trazer obras de origem brasileira, a editora, sob a alçada do Penguin Random House Grupo Editorial, irá também brindar-nos com obras contemporâneas clássica. Em troca, a "Companhia das Letras" publicará no Brasil uma série de obras de autores portugueses, o que resulta numa espécie de intercâmbio lusófono.

Para este ano, está programada a publicação de doze novos títulos em Portugal de autores como Fernanda Torres, Raphael Montes e Sérgio Rodrigues, assim como dos clássicos Vinicius de Moraes e Carlos Drummond de Andrade.

Vamos ver como correrá esta aventura para a "Companhia das Letras".

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Proibido mencionar Porcos e derivados!?

A editora Oxford University Press, resolveu aconselhar os seus autores infantis a não mencionarem a palavra "porco", ou referirem-se aos seus derivados, como as salsichas e outros enchidos com carne deste animal, nas suas obras literárias.

Muitos dos materiais educativos que produzimos são vendidos em mais de 150 países e por isso precisam de chegar a culturas e sensibilidades. As nossas regras são estabelecidas para que os nossos produtos possam chegar a uma audiência tão vasta quanto possível", disse o porta-voz ao Daily Mail.

No seguimento dos últimos acontecimentos terroristas em França, isto parece-me a medida mais estúpida e despropositada, no fundo, hilariante, da história editorial! Sendo assim, parece que o resto do Mundo nunca mais vai ouvir falar da história dos três porquinhos, e se isto se estender ao resto dos géneros literários, então esqueçam O Triunfo dos Porcos, de George Orwell...ok. 

Há que fazer de tudo, para não nos colocarmos a jeito, diriam os católicos mais fervorosos. A verdade, é que este tipo de medidas, a meu ver, serve apenas para criar barreiras propositadas, querendo impedir algo que já aconteceu - A Globalização.


Livros que fazem parte de nós

Ás vezes, enquanto navego pela blogosfera, deparo-me com blogs que tem ideias originais e engraçadas - Corpus Libris insere-se nessa categoria. Basicamente, serve-se do conceito de tornar os livros uma parte de nós...não estão esclarecidos? Aqui ficam alguns exemplos:





Pena o blog estar desactualizado desde Fevereiro do ano passado...


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

De onde vêm os ovos...

Há uns dias atrás perguntaram-me como sabíamos de onde vinham os ovos que compramos e em que condições as galinhas que os produzem estão alojadas:


Especial "Sophia de Mello Breyner Andresen" (1919-2004)

Nunca gostei muito das aulas de Português. Talvez porque sempre dei muitos erros ortográficos, ou porque simplesmente as obras escolhidas não me cativavam o suficiente. Quem sabe se a culpa não era apenas da forma como as aulas eram leccionadas. Independentemente da causa, houve um período em que gostei das aulas de Português – quando lemos os contos de Sophia de Mello Breyner, “A Fada Oriana”, e “O Cavaleiro da Dinamarca”. Por essa altura, devia estar no 5º ou 6º ano e lembro-me dessas aulas passarem muito depressa. Foi pela magia desses contos, que resolvi reiniciar os “Especiais” com esta autora. 




Sophia de Mello Breyner Andresen nasceu a 6 de Novembro de 1919 no Porto. Era filha de Maria Amélia de Mello Breyner e de João Henrique Andresen, sendo a sua origem dinamarquesa, pelo lado paterno (o que explica, em parte, o nome estranho). A sua mãe fazia parte da aristocracia, filha do Conde de Mafra, Tomás de Mello Breyner (médico e amigo de D.Carlos)

A sua infância foi passada entre a Quinta do avô dinamarquês, “A Quinta do Campo Alegre”, que hoje se transformou no Jardim Botânico do Porto, e a casa de Verão da família, na praia da Granja. Muito do seu gosto pela natureza e pelo mar, bastante evidente nos seus contos e poesia, foi inspirado pelas recordações aqui experienciadas. 

"Tenho muita memória visual e lembro-me sempre das casas, quarto por quarto, móvel por móvel e lembro-me de muitas casas que desapareceram da minha vida (…). Eu tento «representar», quer dizer, "voltar a tornar presentes» as coisas de que gostei e é isso o que se passa com as casas: quero que a memória delas não vá à deriva, não se perca". 

A autora permanece no Porto até aos 17 anos, altura em que se muda para Lisboa, com o objectivo de seguir estudos superiores em Filosofia Clássica. Apesar de não chegar a terminar o curso, a veia helenista e a influência clássica sempre permaneceram como fonte de inspiração, para muita da sua obra literária. 

A escrita da poesia começa, oficialmente, aos 20 anos, sendo os seus primeiros versos, publicados em 1940, na revista “Cadernos de Poesia”. Participa também noutras revistas e, em 1944, o seu pai paga a publicação de 300 cópias do seu primeiro livro, simplesmente intitulado de “Poesia”. Este primeiro livro inclui poemas escritos por Sophia, com a tenra idade de 14 anos, onde já estão presentes alguns dos elementos característicos da sua obra, como o mar, a ligação entre o Homem e Natureza, os deuses pagãos e a História. 

Em 1946 casa com o jornalista e advogado Francisco Sousa Tavares, monarquista e activista anti-fascista. Torna-se uma das figuras mais representativas no apoio ao movimento monárquico e na denúncia do regime salazarista, sendo a poesia uma das suas principais armas. Foi mãe de cinco filhos, um dos quais também escritor de renome (Miguel Sousa Tavares), e foi deles que veio a inspiração para a escrita dos seus contos infantis, hoje tidos como clássicos da literatura infantil portuguesa. 

Em 1964 recebeu o Grande Prémio de Poesia pela Sociedade Portuguesa de Escritores pelo seu livro “Livro sexto” e, já depois da Revolução de 25 de Abril, foi eleita para a Assembleia Constituinte, em 1975, pelo círculo do Porto numa lista do Partido Socialista.

Além do seu trabalho enquanto poetisa e contista, realizou também importantes trabalhos de tradução de obras de autores clássicos, como Dante Alighieri, Eurípedes e Shakespeare. 

Em 1999, recebe o Prémio Camões e, em 2003, o Prémio Rainha Sofia de poesia Ibero-Americana, sendo a primeira vez, que um português recebe este prestigiado galardão. 

Os seus últimos trabalhos foram publicados em 2001. A escritora morre a 2 de Julho de 2004, com 84 anos, sendo o seu corpo trasladado para o Panteão Nacional a 2 de Julho de 2014. 

Deixa-nos como herança um vasto leque de poemas e de contos, que com certeza entraram no coração de muitos de nós. 



Fontes: 
-www.portoeditora.pt/campanhas/sophia-de-mello-breyner-andresen 
-www.portaldaliteratura.com/autores.php?autor=296 
-storberose.blogspot.pt/2012/06/pursuit-of-real-poetry-of-sophia-de.html 
-pt.wikipedia.org/wiki/Sophia_de_Mello_Breyner_Andresen

domingo, 18 de janeiro de 2015

"A Herança Bolena" - Philippa Gregory

Desde que comecei a ver a série televisiva "The Tudors", desenvolvi uma pequena obsessão pelo reinado do mal fadado Henrique VIII de Inglaterra. O homem era cá uma personagem...além disso, na série, é interpretado pelo lindo e charmoso Jonathan Rhys Meyers...o que aumenta ainda mais o fascínio.

Já tinha reparado que Philippa Gregory partilhava da minha obsessão por essa época fascinante e complicada da História de Inglaterra, por isso, no final do ano passado, decidi-me finalmente a experimentar um dos seus romances. 

Não me arrependo. A história contada em "A Herança Bolena", relata o que se passou durante o reinado de Henrique, desde o seu terceiro casamento, com Ana de Cleves, até à sua morte, embora o quinto casamento não seja explorado neste volume. 

Para quem não sabe, Henrique VIII foi um rei dotado de extraordinária beleza, quando era novo, e bastante famoso entre as mulheres. No entanto, era também um grande mimado e egoísta, que só se importava com o seu próprio bem-estar, tendo-se tornado num verdadeiro tirano, gordo e mal cheiroso, na velhice.

Foi graças ao seu capricho de se separar da sua primeira esposa, Catarina de Aragão, para se casar com Ana Bolena, que uma grande crise religiosa se abateu sobre todo o país, visto que Henrique resolveu dizer que todo o poder religioso residia na sua pessoa e não no Papa, assumindo a religião luterana como a verdadeira, apenas para se poder separar da sua primeira mulher e casar com a outra. Ele passou a ser Deus e quem não concordasse, ou se calava, ou ficava sem cabeça. 

Instalou-se no país uma enorme perseguição à Igreja Católica. Foram pilhados mosteiros e foram mortas imensas pessoas, por se recusarem a ir contra a vontade do Papa. O apoio que a instituição da Igreja dava ao povo passou a ser igual a "zero" e ocorreram tentativas de revolução, mas Henrique manteve-se fiel à sua vontade. Ele era Deus na Terra, e ele é que sabia!

Ficar ser cabeça foi também o que aconteceu à rainha Ana Bolena, a sua segunda esposa, quando o rei se fartou dela e se apaixonou por Jane Seymour, uma das suas aias. Dizem que esta foi a única mulher que Henrique realmente amou. Deu-lhe um filho, como ele tanto desejava, mas morreu durante o parto. E é aqui, depois da morte da Rainha Jane, que a narrativa deste livro começa.

A história é nos apresentada sob o ponto de vista de três personagens: Ana de Cleves (a terceira esposa), Jane Bolena (cunhada de Ana Bolena) e Catarina Howard (a quarta esposa).

O livro está muito bem escrito, com descrições simples, mas ricas, que nos transportam para a era de luxo e desperdício. Somos confrontados com o declínio de um homem, que um dia foi a beleza da Europa, que agora nos mete pena, pela estúpida ilusão que ele demonstra, ao achar que ainda é esse homem. 

Achei que as personagens estavam muito bem caracterizadas, embora a personalidade de Catarina Howard, me faça pensar que já na altura dos reis e rainhas, existiam aquilo a que hoje chamamos de "verdadeiras pitas"! 

Existiam algumas incongruências com relativamente à série, mas presumo que a História esteja aberta a diferentes interpretações, o que lhe confere a sua complexidade e a sua parte atractiva.

Gostei bastante do livro e não quero entrar em mais pormenores acerca do enredo, visto que assim seria um total spoiler! Sem dúvida que será uma autora a explorar.







sábado, 17 de janeiro de 2015

"Boyhood" - Richard Linklater





Boyhood, a história de como uma criança bonita e fofinha se materializou num jovem adulto com um ar hipster, depois de passar pela fase de adolescente seboso.


Seria uma boa descrição do filme, mas claro que estou a brincar.

Não tenho por hábito ver muitos filmes. Acho que já disse aqui, que sou mais do tipo que vê muitas séries ao mesmo tempo. Normalmente os filmes que acabo por ver são sobretudo aqueles que o meu pai me pede para ver, aka filmes de homem/acção, totalmente previsíveis e comerciais, salvo raras excepções.   

Quando vi que Boyhood tinha ganho o Globo de Ouro e que foi filmado, de forma repartida, ao longo de 12 anos, fiquei com a curiosidade espicaçada. Isso, aliado ao clima maravilhoso de chuva e frio, fez-me  achar que seria boa ideia passar o serão na companhia do meu mais que tudo, a tentar não adormecer/desesperar, enquanto assistia ao filme.

Não é que seja mau. Narra a história de um rapazinho, desde os 5 até aos 18 anos de idade. Em termos de história não tem nada de especial. É até bastante calma e normal, sem um grande enredo. O que torna este filme um potencial vencedor do Óscar, é o facto de se traduzir em tantos lugares comuns, por vezes mesmo clichés, que fazem com que seja fácil, principalmente, para os que cresceram na década de 2000, identificarem-se com a história. Afinal, estamos a assistir a um puto, que viveu coisas que marcaram a nossa infância, a crescer, tal como nós crescemos.

Desde o marco que foi o Dragonball, as diferentes evoluções dos jogos de vídeo, passando pela loucura do lançamento dos livros do Harry Potter (o puto até fez aquela questão, que todos nós, crianças desse tempo, fizemos a nós mesmas "será que Hogwarts não existe mesmo?"), até aos tempos mais recentes, da moda do Facebook, e a forma como ele condiciona a nossa vida. Vemos tudo isso a passar, tal e qual um "best moments of 2000-2012".

Mas até que ponto é que conseguirá tocar alguém que não tenha crescido/experimentado essa década? É certo, que vemos também as personagens secundárias a envelhecer, e a evoluírem, mas o rapaz não deixa de ser a personagem principal, e o espectador experimenta o mundo através dele e da sua visão.  

No geral gostei do filme. Não posso dizer que seja o melhor filme de sempre, porque para mim está longe disso, mas é diferente e exige um determinado estado de espírito para ser visto, de preferência um em que não estejam com sono, porque é capaz de ser um bocadito aborrecido...

Não pude também deixar de me questionar da legitimidade daquela irmã dele. Os pais loiros e de olhos claros...ela morena e de olhos escuros. Ok...nada contra a adopção, mas podiam contar-lhe a verdade um dia destes!

No final podemos todos concluir, que por mais ou menos idênticas que as nossas vidas possam ser, por mais ou menos artificios e giravoltas, a coisa acaba sempre da mesma forma -  ficamos velhos e morremos um dia. 

YUPI! Que alegria!

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Sou mais do que um curso

Quem anda em Veterinária sabe o que quero dizer, quando afirmo que às vezes parece que não há gente que fale de coisas interessantes, para além das "conversas de queixinhas" das aulas, da matéria, dos estágios, dos professores, dos testes, ou de como não tem tempo para nada. 

Há dias em que isto me irrita, porque cria a ilusão de que a minha vida é aquilo. Fico cansada da conversa, fico farta do ambiente e ponho-me a imaginar um futuro, onde a minha vida não vai ser só conversas de veterinária ao almoço e ao jantar. 

Dou por mim a imaginar que tipo de conversas terão estas pessoas com os namorados, os amigos não vets (será que os tem?), ou a família, se a única coisa que fazem na vida é estudar Veterinária, e que deixaram que isso se materializasse na definição do que eles são...

Pois eu recuso-me! Este ano quero manter-me mais atenta ao que se passa no Mundo, quero continuar a ter uma altura do dia em que deixo de parte a Veterinária, para poder viajar pela leitura, para fazer exercício, ou para aprender sobre outros temas, igualmente interessantes, como História (Obrigada Crash Course). Quero continuar a poder e saber ter outros temas de conversa, que não a Veterinária. Porque não vou deixar que o meu curso me defina. 

Eu sou mais do que um curso. 

 

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Outras maneiras de falar?

Acho totalmente estranho, pais de trinta e poucos anos, nos dias de hoje, ensinarem as suas crianças a tratá-los por "você" e tratarem-nos também por você... é algo que não me encaixa na cabeça, por mais que tente. 

Ainda não vi nenhum argumento lógico para tal comportamento. Antigamente, a relação entre pais e filhos era outra. Habitualmente, não eram relações tão próximas, como hoje é normal serem, e existia esse hábito (que ainda existe em alguns lares), mas por uma questão de respeito à idade! Agora nestes casos, em que também os filhos são tratados por você, dá-me vontade de espetar um soco nesses pais "copinhos de leite". Que é que a criança vai achar, quando for confrontada com o mundo real e for tratada, como todas as crianças, pela horrível segunda pessoa do singular?! Que é que elas vão pensar, quando virem os seus desenhos animados tratarem-se por tu? 

- Mãe, você não acha estes desenhos animados tão desapropriados? - pergunta a Constança.
- Ai querida filha, não se preocupe, que eu fiz uma nova dobragem, apropriada para si! - responde a mãe.

Isto é algo que tenho vindo a notar cada vez mais em blogs sobre o dia-à-dia de como ser mãe. Quando começo a ler e noto isso, deixo logo de me interessar, porque simplesmente soa a falso! Felizmente, parece que o Norte ainda não atingiu esse nível de hipocrisia social (embora devam existir por aí dessas tias), porque sejamos francos, é o que isso é. Apregoam aos sete ventos, que a relação com os seus filhos é de grande proximidade, mas depois ensinam os putos a tratarem-nos por você e dão lhes ares de príncipes e princesas, tratando-os nesses modos também, qual monarquia renascida! 



 A minha única questão é: está a escapar-me o objectivo central destas formalidades forçadas?

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Blogs e Afins

Amanhã tenho o meu segundo exame desta época - Inspecção Sanitária...resolvi, por isso, em vez de estudar, dedicar-me a inspeccionar a lista de Blogs que estão actualmente no meu feed...91 blogs!? Mas como é que isto aconteceu? Não admira que não acompanhe grande coisa dos que realmente interessam!

Ah! Já sei! Foi por causa daquela fase em que eu achava que ia ganhar todos os passatempos de livros e coisas no geral...só que não.  

Resolvi passar a hora seguinte a eliminar uma série de blogs que já não eram actualizados há meses, que pertenciam a raparigas com ares de quero ser modelo e "olha para mim na minha roupa nova, todos os dias", ou que simplesmente que já não me diziam nada. 

Fiquei triste com alguns Blogs. Não tenho sido tão dedicada, quanto desejava à crítica dos livros que tenho lido. Não por falta de tempo, porque isso arranjasse sempre, mas antes por falta de inspiração. Não é coisa que apareça assim do nada, como vocês devem saber. No entanto, não pude deixar de me sentir desiludida, com uma série de blogs literários, que nitidamente deixaram de ser independentes, para passarem a ser "montras" para os novos lançamentos das editoras. Eram blogs que até aí eram interessantes, mas que agora até custa encontrar a opinião do autor, no meio de tantas sinopses. Eu sei que deve ser giro receber livros à pala (também queria, confesso), mas não se vendam e não percam a vossa voz, por favor!





Por falar em usar a nossa voz interior...tenho andado seriamente a pensar em criar um Vblog em inglês. A verdade é que com esta coisa do estágio na Escócia a tornar-se cada vez mais real, seria uma excelente forma de treinar o "speaking". 

A questão é - não sei editar muito bem, e nunca tenho tempo para nada...ou será que isso não passam de desculpas esfarrapadas para não me lançar na aventura?

Totalmente off-topic - será que se eu colocar a palavra masturbação e sexo nas palavras de busca, as visitas ao blog aumentam e eu fico rica? Vou experimentar!



domingo, 11 de janeiro de 2015

Seguir a "Manada Charlie"

Cada vez que leio uma notícia num jornal online, fico parva com os "comentários anormais"  de certos indivíduos, que por lá encontro. É certo que todos temos o direito de nos exprimir, mas há coisas que custam a respeitar e acima de tudo a calar. 

Que os media não são donos de toda a verdade e que muita gente se deixa levar exclusivamente pelo que eles dizem, já todos sabemos.  Contudo, neste caso especifico do atentado em França, não acho que seja uma questão de seguir a manada ou deixar de seguir a manada...esqueçam a manada e debrucem-se sobre aquilo que se passou. Houve um atentado. Pessoas foram assassinadas, porque não partilhavam uma crença religiosa e porque denunciavam, diariamente, através de cartoons, as incongruências dessa (e de outras) crença.   

"Puseram-se a jeito." os mais básicos dirão. Não, eles não se puseram a jeito. Ninguém se põem a jeito para ser torturado, violado, ou assassinado, por dizer e exprimir o que lhe vai na alma. Quando um critico de cinema, de arte, ou de culinária publica um artigo, as pessoas são livres de retirar as suas próprias conclusões e impressões baseadas no que sabem e nas suas experiências. Chama-se a isso liberdade de expressão e de pensamento. Quando se fala em respeitar a liberdade do outro, é isso que estamos a dizer. Não devemos condenar quem não partilha a nossa visão do mundo e acima de tudo, não vamos reagir a essas diferenças violentamente. Longe vai o tempo da inquisição e todos os esforços devem ser feitos para a eliminar dos países, onde ela está bem presente.

É contra o desrespeito que é atentar contra a vida de seres humanos e à sua liberdade, que quem se manifesta, quem mostra compaixão pelo que aconteceu, se expressa. Não é porque os media dizem ou fazem isto ou aquilo. É porque em raros momentos da história, as pessoas tem uma causa em comum e decidem unir-se pelo mesmo motivo.

Isso é bonito de se ver e não podemos esquecer-nos, que não se deve criticar o pouco que se faz, pelo muito que fica por fazer.


quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Je suis Charlie

Quando leio as notícias, a maior parte não me causa qualquer tipo de reacção. Não que eu seja insensível, mas antes porque são coisas que acontecem tão longe da nossa realidade do dia-a-dia; são coisas que dificilmente conseguiríamos mudar, mesmo que quiséssemos, por isso esforço-me por não perder o sono, assobiando para o lado. Chamem-me conformista. Se calhar é o que eu sou. Se calhar devia pegar na minha pessoa e auto destruir-me em protesto contra a fome em África.

Gostava imenso que não existissem guerras, que as pessoas fossem felizes e que se respeitassem, quer fossem homens,ou mulheres, adultos, ou crianças. Adorava que todos os cães e gatos tivessem um dono responsável e um tecto sobre a cabeça, gostava que o ser humano não destruísse os habitats de milhares de espécies, gostava que o Mundo fosse perfeito. Gostava acima de tudo, que toda a gente tivesse acesso à Educação.

Mas o Mundo não é perfeito. O Mundo é feio. Há dias em que acordamos e um avião desapareceu, outros em que mataram centenas de crianças, com armas químicas. Há os dias em que não acontece nada e então fala-se sobre intrigas futebolísticas, ou sobre a Casa dos Segredo, virando-se intencionalmente a cara aos problemas reais. Até há os dias em que os ex-primeiros ministros são presos, gerando-se todo um romance em torno disso. 

Há o dia em que acordamos e 12 pessoas foram abatidas a tiro, por terem sentido de humor. 

Podia comentar todas os acontecimentos do Mundo, mas escolhi este em particular, porque o sinto tão perto. Porque sou mulher e porque tenho opiniões, porque tenho amigos que são artistas e se gostam de expressar através de cartoons engraçados, porque aceito e gosto de viver num Mundo, onde as opiniões são discutidas, onde se pode brincar com essas opiniões, e onde se pode dizer aquilo que nos dê na telha, sem medo de levar um tiro. 

Mesmo sentindo de perto, aquilo que milhares de pessoas sentem todos os dias, continuo a sentir-me conformada. O que é que eu vou fazer? O que é que nós podemos fazer contra um problema cultural tão grande como a Religião?

Se eu pudesse eliminar uma coisa deste Mundo, escolheria sem sombra de dúvidas a Religião. Não hesitava por um momento. Acho que todos nós viveríamos num mundo melhor, onde ela não existisse. 




sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

"Bel-Ami" - Guy de Maupassant

Bel Ami, de Guy de Maupassant, conta-nos a história de Georges Duroy, um simplório, de origem camponesa, que nada tem a não ser a sua beleza e uma grande ambição de subir na vida.  Para isso serve-se da sua aparência e da sua facilidade em seduzir as mulheres, aproveitando-se das suas posições sociais, para alcançar uma fácil ascensão social. Gold digger style!

Publicado em 1885, é tido como uma critica à sociedade das aparências parisiense do final do século XIX, que a meu ver pode ser facilmente aplicada aos dias de hoje. Talvez seja por isso que Bel-Ami é considerado um clássico da literatura.

Achei particularmente interessante a interacção contrastante entre Norbert de Varenne, um envelhecido poeta, já cansado da vida, com a personagem principal, jovem e com vontade de gozar a vida. No seu tom amargo, o poeta fez algumas divagações sobre a vida, criticando de forma bastante directa o circo que era a sociedade parisiense e o modo como esta se comportava. O seu tom acaba por destoar do resto da história, talvez para fazer o leitor pensar seriamente nesta sociedade fútil e efémera.  

Aquilo que pude confirmar com a leitura de Bel-Ami é que de facto as pessoas bonitas chegam sempre mais longe na vida. Isto não é um mito. É verdade. Eu sei, porque sou linda e consigo tudo o que quero... just kiding...mas ser bonito e charmoso abre portas mais facilmente, do que se formos feios e vulgares. Infelizmente vivemos num mundo de aparências, onde as primeiras impressões contam muito, e onde muitos se servem disso para manipular os outros, de modo a conseguirem o que querem.

Não é uma primeira crítica animadora, para este novo ano de 2015, mas pode servir de chamada de atenção para aquilo que realmente importa para cada um de nós; viver a vida com base nas aparências, ou ser genuíno e ver onde isso nos leva?