É raro quando começo uma crítica com a seguinte declaração: Gone Girl é dos melhores (talvez o melhor) livros que escolhi este ano para ler! Não é que eu tenha lido muito em 2014; li q.b., mas ainda assim, admitir isto, quer dizer qualquer coisa sobre este livro da escritora Gillian Flynn (que eu achava, não sei porquê, que era um homem).
Já tinha ouvido falar deste nome, no ano em que saiu (2012) e foi um grande êxito, mas ocupada como geralmente ando, passa-me tudo um bocado ao lado. Resultado: só quando os meus amigos me perguntaram se tinha visto o filme e o que tinha achado, é que resolvi ler primeiro o livro (detesto ver o filme antes de ler o livro).
A história relata a vida de Nick e Amy Dunne, um casal que, por diversas razões, enfrenta dificuldades matrimoniais e que está para celebrar o seu 5º aniversário de casamento.
A primeira parte do livro está escrita na primeira pessoa, havendo uma alternância entre os relatos de Nick, a partir do dia em que a sua mulher desaparece misteriosamente, e os relatos de Amy, sob a forma de um diário, desde o momento em que conhece Nick, até desaparecer.
Parece tudo bastante banal e previsível, até que, de um momento para o outro, a autora nos brinda com uma série de revelações, que nos fazem questionar toda aquela primeira parte do livro, supostamente tão espectável e sem gosto.
É nesta segunda parte do livro que reside o factor maravilha de "Gone Girl"; fiquei espantada com a forma como Gillian Flynn manipula o leitor e o faz sentir tão enfadado, só para depois o deixar tão surpreendido e empolgado. A autora tem o dom de conseguir fazer-nos passar de um sentimento de simpatia por uma personagem, para um sentimento de ódio, num abrir e piscar de olhos - o que é, no mínimo, assustador!
Com o desenrolar da narrativa, apercebi-me de como tudo aquilo que parece, pode muito bem não ser, e a forma como as pessoas são rápidas a julgar e a acreditar em tudo o que ouvem/vêem, na televisão, na rua, em casa de amigos, nas outras pessoas...e nos livros. Até que ponto conhecemos aqueles com quem lidamos? Será que não vemos nas pessoas e nos eventos, apenas aquilo que queremos ver/nos fazem querer ver?
Estas são questões que me vem à cabeça sempre que penso em "Gone Girl". Com o final do livro não pude deixar de sentir um arrepio de medo. Medo de que um dia possa aparecer alguém assim na minha vida e torná-la num inferno, sem que eu dê por isso. Medo de que um dia eu queira ficar com alguém assim...
Em duas palavras: Amazing Amy...
3 comentários:
Só vi o filme, como sabes. Detestei-o, mas achei logo que o livro devia ser genial. É o tipo de narrativa interessante que agarra o leitor! Conheces Sebastian Fitzek? Sem ter nada a ver, lembra-me imenso o modo de cativar o leitor..
Eu vi o filme e acho que o detestaste pela história e não por ser filme XD Quando lês o livro também ficas tipo: WTF?! vou deitar esta shit fora! Que estupidez de final! Mas depois começas a pensar e de facto eles eram perfeitos um para o outro...de uma forma psico, claro!
Não conheço, tenho de explorar!
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