Quando me propuseram que divulgasse o inquérito para o Projecto Adamastor, "Os Melhores Romances Escritos em Língua Portuguesa", pensei "Claro!". Foi só depois de tentar escolher os que considero o meu top 10, que percebi que tenho um problema no meu repertório de leituras - raramente leio autores portugueses.
Senti-me imensamente analfabeta e resolvi começar a explorar o que Portugal tem para oferecer, para além de José Saramago e Eça de Queirós. Sim, porque no final da minha lista, era só estes dois nomes que lá estavam. Uma tristeza mesmo!
Na próxima ida à Biblioteca estava decidida e dirigi-me à secção de autores portugueses. Escolhi "A Arte de Morrer Longe" de Mário de Carvalho, por uma razão bastante idiota - é um livro com menos de 200 páginas. Ultimamente ando com preguiça de ler livros muito extensos e escolher livros "pequenos" é uma excelente forma de conhecer mais autores.
"A Arte de Morrer Longe" foi uma surpresa agradável. Narra a história de um jovem casal, Arnaldo e Bárbara, que, após um breve casamento, se decide divorciar. Mas o processo é dificultado, por causa de uma simples tartaruga que ambos decidiram comprar, e que agora nenhum quer.
Embora por vezes sentisse que a escrita de Mário de Carvalho é um bocado confusa e emaranhada, assim que se entra no ritmo, acaba por ser bastante fácil e agradável. Gostei do sentido de humor do escritor, que ia fazendo pouco do "típico portuguesito", usando várias personagens características da nossa sociedade. É um livro "pequeno" que não é a melhor coisa de sempre. Mas, como acontece quando se prova algo de que gostamos, ficamos sempre curiosos por mais.
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