Quando escolhemos um romance de John Steinbeck com uma coisa podemos sempre contar - um final que não vai ser cor de rosa.
"A Pérola", publicado em 1947, é considerada pelo autor como uma parábola. A história, inspirada num conto popular mexicano, segue a luta de Kino, da sua mulher Juana e de Coyotito por uma vida melhor, capaz de os libertar da ignorância e da pobreza. Estas ambições surgem após a aquisição de uma enorme e valiosa pérola, que acaba por se transformar numa maldição.
Já nas outras duas obras que li de John Steinbeck, As Vinhas da Ira e A um Deus desconhecido, somos confrontados com personagens que são a personificação da miséria, mas que procuram sempre vencer os duros obstáculos que a vida lhes vai apresentando. Esta é uma das caracteristicas que gosto neste escritor; o facto de ele ser a voz da fracção populacional mais débil da sua época.
No entanto, em "A Pérola", notei que havia uma preocupação do autor em tentar fazer-nos pensar até que ponto vale a pena arriscar, por algo material, o pouco que de melhor uma pessoa pode ter na vida - o amor e a família.
Este é um livro bastante pequeno (tem umas 156 páginas) e lê-se muito bem numa tarde. Como é característico de Steinbeck, a escrita é simples, fluída e atrativa. A natureza assume mais uma vez um papel importante no que diz respeito a descrições, o que é também típico do autor. Recomendo para quem esteja à procura de uma leitura breve e simples de um grande autor.
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