quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

2015, Retrospectiva

Em retrospectiva, 2015 foi um ano cheio. Foi tão cheio, que parece que passaram milhões de anos, dentro de um só, e ao mesmo tempo parece que tudo passou demasiado rápido.


Coisas boas que aconteceram em 2015:

- Comecei o ano com uma ida à Serra da Estrela;
- Diverti-me imenso na Queima das Fitas;
- Terminei o 5º ano de Medicina Veterinária (Aleluia!);
- Fui ao Marés Vivas à pala;
- Trabalhei no MacDonald's, que por si só não foi muito agradável, mas gostei do que a experiência me ensinou;
- Comecei os estágios curriculares;
- Realizei o meu sonho de criança de ir à Disneyland e foi espectacular!;
- Já tenho tema de tese;
- Começo a perceber o que quero fazer, quando acabar o curso;
- Conheci pessoas lindas e maravilhosas;
- Apesar da distância, consegui passar algum tempo com quem importa;
- Comi coisas gordas, boas e diferentes;
- Consegui surpreender o namorado;
- Li mais do que em 2014.

Apesar de todas as coisas chatas e menos boas que aconteceram em 2015, este ano aprendi muito. Posso dizer que aprendi muito mais do que em todo o tempo que passei enfiada numa sala de aulas. Estou grata por tudo o que aconteceu de bom em 2015 e espero que em 2016 eu e a minha família, consigamos ultrapassar as coisas menos boas, que por vezes nos fazem desanimar!







domingo, 27 de dezembro de 2015

Ítaca, a nova editora portuguesa.

Isabel Castro Silva é a responsável pelo lançamento da nova editora portuguesa, intitulada de "Ítaca". 

A primeira obra publicada, "A Fénix Islâmica", uma investigação que permitiu à escritora e analista política Loretta Napoleoni traçar a história e a estratégia da organização terrorista Estado Islâmico e dos seus líderes, al-Zarqawi e al-Baghdadi. Um livro com uma temática actual, publicado antes do atentado em Paris e de todo o mediatismo que se seguiu, e que poderá interessar a muita gente.


O livro tem 136 páginas e custa 13€. Ou seja, mais uma editora para publicar livros extremamente caros, num país que a isso já está habituado. 
Boa sorte.

Adeus Downton Abbey

Ontem vi o último episódio da série de época Downton Abbey. Foram três anos (eu comecei a ver em 2012) de muitas lágrimas, mas também de muito riso. A série irá deixar sem dúvida saudades. 


Não era difícil adivinhar que este seria um último especial de Natal bastante cor-de-rosa. Ainda assim, fiquei contente que tudo tivesse terminado bem. Foi bom ver pela última vez todos aqueles cenários e roupas magnificas. Essa é uma das coisas que adoro nesta série - a forma como tudo é mimetizado ao milímetro; todos os objectos, desde panelas, a secadores de cabelo; os penteados e roupas...viajamos realmente no tempo, quando vemos Downton Abbey. 

No entanto, sem dúvida que esta temporada foi a que menos gostei. A série terminou no momento certo. Mais uma temporada e era capaz de perder a magia, como acontece com muitas das séries que vejo. Há que saber parar, enquanto se está em cima e Downton Abbey fez isso mesmo. 

Existem vários momentos em que chorei desalmadamente, mas nada bate a cena em que a Sybil morre. O acontecimento apanhou-me totalmente desprevenida. Tudo parecia estar a correr bem e, quando menos esperávamos, tudo corre terrivelmente mal.


As personagens vão deixar saudade. De destacar os papéis magníficos de Maggie Smith (Violet Crawley, Dowager Countess of Grantham), com os seus ditos cómicos e de Jim Carter (Mr.Carson), o mítico e clássico mordomo da casa. 

Para quem gostar de história, esta série de época é magnifica e acompanha de uma forma maravilhosa a perda de poder da grande nobreza britânica, no inicio do século XX. Recomendo!

sábado, 26 de dezembro de 2015

Espero que...

...o vosso Natal tenha sido bom. Não desejei aqui Feliz Natal, porque tive preguiça e não me apeteceu. Desculpem. Mas espero que tenha corrido bem. 

Nem dei pelo meu passar. Recebi algumas prendinhas, entre elas um livro do Valter Hugo Mãe! Parece que já não pode haver desculpas, para não ler um novo autor português. 

Hoje sinto-me particularmente de mau humor. As hormonas tem destas coisas e o facto de mais uma vez ter quebrado a promessa a mim mesma de não comer bolos, também não ajuda. Shame on me!  

Sabem também o que me está a animar muito? O facto de fazer anos daqui a cinco dias. Sim, no maldito dia de 31 de Dezembro. Simplesmente não quero fazer anos! Estou farta de fazer anos nesse dia! Todos os anos dou por mim numa qualquer festa, onde não conheço mais de metade das pessoas e onde me cantam os parabéns à pressão, ou são informados clandestinamente que uma aniversariante estará lá. Não! Não! Não querooooo fazer anos! DEIXEM-ME EM PAZ! Eu só quero ter uma festa de passagem de ano em que eu não faça anos! Pode ser? Quero fazer anos só com as pessoas que me conhecem bem. E nunca posso, porque essas pessoas estão no cu do mundo, distribuídos por outras festas.  


É tão injusto! Também queria um dia só meu, em que tudo giraria em redor da minha pessoa! *atira-se para o chão a fazer birra*

E pronto....é isso. Realmente as hormonas são lixadas, ou então isto é a ressaca natalícia.  



 

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

"The Graveyard Book", Neil Gaiman

Quem me conhece, sabe que tenho uma tara mórbida por cemitérios e tudo o que lhes diga respeito. Tenho curiosidade em ver como são, como estão organizados, qual o habitante mais antigo, histórias caricatas, etc etc. 

Não sei quando surgiu este fascínio; só sei que sempre existiu. As minhas primeiras recordações desses locais, surgem sob a forma, pouco precisa, de manhãs em que a minha avó paterna e as irmãs iam arranjar e limpar as campas dos nossos parentes. Eu andava por ali a fazer tempo, por entre as campas, tentando encontrar a campa mais antiga e os seus habitantes. Em adulta, sempre que tenho oportunidade de sair de Portugal, gosto de ver e comparar a forma como as pessoas encaram a morte e como o cemitério se torna o espelho dessa nação. (Para os curiosos, como eu, sugiro que visitem o cemitério do Miradouro de Vila Real. Não sei porquê, mas acho aquele lugar mesmo bonito!)

Tendo em atenção tudo isto, um livro chamado "O Livro do Cemitério" ( "The Graveyard Book"), de certeza que seria a primeira escolha, quando se quer experimentar Neil Gaiman. 

Nunca antes tinha ouvido falar de Gaiman, mas já tinha ouvido falar de uma das suas mais famosas obras "Coraline". Isto porque, há uns tempos (anos) atrás, vi o filme. Assim, foi graças a um Podcast que tenho andado a seguir (Books On The Nighstand, muito interessante...),
que descobri este autor.

"The Graveyard Book", narra a história de Bod, um rapazinho cuja família foi assassinada, quando este tinha cerca de dois anos. Bod, diminutivo de Nobody, conseguiu escapar ao massacre por pura sorte. Enquanto os seus pais e irmã mais velha eram assassinados, a criança saiu do seu berço e caminhou miraculosamente até a um cemitério, próximo da casa, onde foi adoptado por um casal de fantasmas, os Owen. 

Bod tornou-se num rapaz especial. Graças ao acordo entre todos os habitantes do cemitério, o rapaz estaria autorizado a ter livre circulação pelas campas e mausoléus. Protegido do mundo exterior por Silas, um ser especial, que ao contrário de todos os outros fantasmas daquele cemitério, consegui-a visitar o mundo exterior e satisfazer as necessidades de Bod, este vai crescendo. A sua curiosidade em relação ao que está para lá dos muros do cemitério vai aumentado, mas o homem que assassinou a sua família ainda o procura e Bod deve permanecer seguro. 

Adorei este livro pelo mundo fantasmagóricamente interessante, que o escritor conseguiu criar. Graças a um conjunto de pormenores, desde incluir os epitáfios de cada nova personagem, até a alterar a forma como falam, dependendo da época em que viveram, tudo contribui para criar um ambiente de magia mórbida único. 

Este é um daqueles livros que poderia perfeitamente ter dado origem a uma sequela. Existem algumas questões não ficaram muito claras, como por exemplo o facto de nunca sabermos porquê que a família de Bod foi escolhida para ser assassinada, ou a forma repentina como Scarlet é afastada de um final feliz. 

No fundo, penso que já existem sequelas e prequelas a mais neste mundo. Talvez o autor tenha tido o simples desejo de criar uma história única, com principio, meio e fim, ainda que rica em pormenores e pontos, que poderiam ter sido mais desenvolvidos.

Recomendo que leiam, principalmente se quiserem familiarizar-se com novos autores mais direccionados para um público juvenil. 



quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Passatempo "Ano Novo, Leituras Novas!"

Em conjunto com a escritora Camila Tapia e Avenir Passo, o Baú dos Livros tem o prazer de anunciar um novo Passatempo! Temos para sortear quatro exemplares de "Meu Passo, Seus Passos". Este livro, publicado no Brasil pela editora Alcance em 2013, conta com 50 poemas de cada um dos autores, criados entre 1997 e 2012.


Sobre os autores:

Avenir Passo de Oliveira é formado em Direito pela Universidade Gama Filho (UGF) do Rio de Janeiro; especialista em Direito Processual Civil pela Universidade Federal de Goiás (UFG); e doutor em Direito Empresarial pela Universidade de Extremadura (UEX), em Espanha. É autor de quatro livros jurídicos e de mais de vinte artigos publicados.

Avenir é membro fundador do Instituto de Direito Administrativo de Goiás (IDAG) e académico fundador e titular da cadeira 17 da Academia Goiana de Direito (ACAD), tendo sido vice-presidente desta durante seis anos. É Juiz de Direito da 3ª Vara da Fazenda Pública Estadual de Goiânia, conferencista e professor universitário.
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Camila Tapia é jornalista formada em Comunicação Social – com habilitação em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-GO), graduada em Letras pela Universidade Federal de Goiás (UFG) e pós-graduada em Jornalismo Cultural pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

É autora do livro-reportagem “Goiânia Heavy Metal – A cena pesada da capital”, apresentado em 2010 como Trabalho de Conclusão de Curso da graduação em Jornalismo. Venceu os concursos de redacção Goiânia Na Ponta do Lápis (2003), Goiás na Ponta do Lápis (2003) e o Prémio Católica de Jornalismo (2007). Aos dez anos de idade, obteve o seu primeiro poema publicado. Continua a escrever, hoje e sempre.
  

Para celebrar os mais de 2000 exemplares vendidos, os autores decidiram brindar os leitores portugueses com a oportunidade de conhecerem o seu trabalho!
Serão escolhidos aleatoriamente, através  do site rafflecopter.com, quatro vencedores! O Passatempo terminará no dia 5 de Janeiro, para começarmos o Ano Novo com novas leituras! 
a Rafflecopter giveaway


Termos e Condições do Passatempo estão no widget "Rafflecopter" (em cima)!

Para quem quiser mais informações acerca de "Meu Passo, Seus Passos" e como podem adquiri-lo:

www.editoraalcance.com.br/loja
www.livrariasaraiva.com.br
www.livrariacultura.com.br

Email oficial - meupassoseuspassos@gmail.com
 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

"Assassin's Apprentice (Farseer Trilogy #1)", Robin Hobb

Há anos que este livro estava na minha lista para ler. Como acontece com todos os livros que por lá estão, fui adiando. Fiz mal.

"Assassin's Apprentice" (Aprendiz de Assassino, em tugalandês), é o primeiro volume de uma trilogia fantástica, criada por Robin Hobb, que afinal é uma mulher (assumi sempre que seria um homem...talvez por soar a Robin Hood). Robin Hobb é o pseudónimo de Margaret Astrid Lindholm Ogden e foi primeiramente publicado há já vinte anos, em 1996. 

A história, narrada na primeira pessoa, consiste numa espécie de autobiografia de Fitz, filho ilegítimo de Chivalry Farseer, príncipe herdeiro ao trono de um mundo fictício de características medievais.  

Com o estatuto de bastardo, cedo esta criança se vê confrontada com escolhas difíceis. Essas escolhas o seu destino; ser encarado como uma ferramenta útil ao rei, ou uma ameaça ao futuro do trono.  Simultaneamente, Fitz é portador de um talento especial, encarado por muitos como uma maldição terrível - a capacidade de estabelecer fortes laços com os animais "não racionais". 

Gostei da forma como este livro está escrito. Lê-se muito bem em inglês e as frases são bastante fluídas, com descrições que não se estendem para além do necessário. O enredo também é interessante e para isso contribui também a forma como as personagens estão construídas. 

Não se pode dizer que seja um livro que acrescentou muito à minha vida, mas é um daqueles que vale a pena ler e que me deixou curiosa por saber o que acontece nos volumes seguintes.  

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

Novembro #Insta

 Campos verdes em todo o lado!

 Pretas e Castanhas!

 Party Cat.
 
 Ressaca Disneyland. Até a gata sofre.

Chá e Livros na pausa para almoço.

sábado, 5 de dezembro de 2015

"AVC do Amor", Luís Abreu

Há uns tempos atrás, mencionei que precisava de ler mais autores portugueses. Tive a sorte de um me bater à porta (ou ao email, como foi o caso). Foi assim que conheci Luís Abreu e a sua estreia no mundo da prosa, com "O AVC do Amor".

Nunca tendo ouvido falar do trabalho do Luís, fiquei de pé atrás. Isso acontece sempre, quando alguém me pede uma opinião, ou uma parceria. Não o faço porque tenho a mania que o meu Blog é melhor, ou porque sou ecléctica naquilo que leio; tenho os meus gostos literários e sair da minha zona de conforto causa-me sempre confusão. Além disso, confesso que tive receio de que "O AVC do Amor" fosse mais um daqueles livros em que o autor nos descreve a sua doença e como é horrível viver com ela.

Depois de ler o livro, sinto-me feliz por não ser nada desse género. Tenho apenas a dizer em minha defesa, que o título engana (apesar de ser um trocadilho engraçado).

Mesmo com a minha ideia erradamente preconcebida, resolvi dizer "sim". Tinha acabado de ler um artigo, que fazia referência ao facto de dizermos tantas vezes "não". Era altura de começar a dizer "sim" mais vezes. Senti que devia deixar de parte os meus receios e desconfortos e dar uma hipótese a pessoas novas e desconhecidas, de entrarem na minha vida e de lhe acrescentarem algo. Que é que eu tinha a perder? Nada! No máximo, ou ficava igual com a experiência, ou ficava melhor. 

Comecei a ler "O AVC do Amor" num dia em que acordei às seis da manhã, e não conseguia voltar a adormecer. Quando dei por ela, eram oito da manhã e eu ainda estava de pijama, com os animais por alimentar e a mochila por preparar. Todo este adiar de um dia de trabalho, porque fiquei imediatamente maravilhada com a forma tão simples e simultaneamente completa, com que o Luís Abreu escreve a história de Rodrigo.

Não se pode dizer que exista um enredo linear. Diria antes que este livro é composto por um emaranhado de recordações, de opiniões (algumas, bastante cómicas) e de algumas divagações sonhadoras, mas sempre com o seu quê de verdade. Gostei da forma como o texto está construído. Com frases curtas e simples, mas perfeitamente claras para quem as lê. 

Identifiquei-me, como se calhar muitos de vocês também se identificariam, com a visão do acto de amar que Rodrigo, personagem que foi vitima de um grave AVC, nos descreve - o louco e irrealista primeiro amor, e o amor estável e "saudável", que vem com a idade. Penso que o Luís conseguiu descrever esses tipos de amor com muita perfeição. 

Tenho apenas a apontar como pequeno defeito o facto de este livro acabar rápido. Queria mais! No último terço da história, parece que tudo se passa "à pressa" e temos um fim demasiado precoce e precipitado. Isso faz com que haja um contraste em termos de ritmo de leitura entre o resto do livro e o final, que pode incomodar o leitor mais sensível. 

Para terminar esta opinião, quero deixar claro que este não é um livro sobre um homem que teve um AVC. Este é um livro sobre um ser humano, que viveu, e vive com as suas limitações, como qualquer outra pessoa; adaptando-se e reaprendendo a viver. E não é isso que todos nós fazemos? Passamos a vida a reaprender. A diferença está não só na rapidez com que o fazemos e no modo como somos obrigados a fazê-lo, mas também no amor que nos rodeia e nos motiva a darmos mais de nós mesmos. 

Sabendo, que também o Luís sofre as sequelas de um grave AVC, no final não pude deixar de me perguntar, quanta desta narrativa correspondia à verdade. Depois deixei-me disso. Não porque perdi a curiosidade, mas antes porque percebi a estupidez da minha dúvida; cada livro tem a sua parte de verdade e ficção e todos resultam das experiências de cada escritor. Nada vem do vazio. Logo, devo encarar cada livro simultaneamente como sendo ficção e realidade. "O AVC do Amor" também me ensinou esta lição.

Obrigada Luís Abreu!

 


domingo, 29 de novembro de 2015

Playlist #11 Novembro






Novembro tem sido difícil. Cheio de dúvidas, cansativo, frio e solitário. O tempo para grandes melodias não prolifera, mas ficam aqui as músicas que marcaram o mês:

Mariza, "Melhor de Mim" - Confesso que não gosto do estilo musical, que a Mariza representa. Sou a típica portuguesa, que não gosta de Fado. Talvez não goste, porque ainda não encontrei a cantora certa. O que é certo é que esta música, escrita pelo Boss AC, e interpretada pela Mariza, soa muito bem ao meu ouvido e à minha alma. Tem uma mensagem muito bonita e faz lembrar um filme da Disney.   


 
Lukas Graham, "7 Years" - Mais uma vez, uma música, com uma letra linda e nostálgica. Pessoalmente, não gosto muito da voz do cantor dinamarquês, mas o resto compensa.

Hailee Steinfeld, "Love Myself" - Este mês comecei a treinar para a corrida de S.Silvestre na Invicta. Isso significa que andei a desenterrar as últimas novidades de música pop electrónica, para conseguir aquela energia extra. Encontrei esta e achei que tinha uma mensagem positiva e motivadora, para me concentrar naquele último quilometro! 

 

sábado, 28 de novembro de 2015

Reler, ou não reler?

Reler, ou não reler - Heis a questão, quando olho para a minha estante, ou para a lista de livros lidos no Goodreads...e ainda assim é uma coisa que não me apanham a fazer com facilidade. 

A primeira razão, prendesse com a minha vontade de andar para a frente. Para quê revisitar o passado, quando existe um cem número de caminhos/livros a explorar?! Sim, o livro era espectacular, mas com tantos livros e tão pouco tempo, como é que posso se quer considerar essa opção? 

No fundo pergunto-me se será essa a verdadeira razão para andar a adiar a primeira releitura da saga Harry Potter, por exemplo. Não será antes porque tenho medo?

- Medo? - perguntam vocês. 

Sim, medo de ficar desiludida. Medo de não sentir o mesmo entusiasmo que senti, quando tinha doze anos, ou quinze. Não será demasiado cedo para me aventurar em releituras? Não passou assim tanto tempo, desde que comecei a ler "à séria". Só uns míseros 10 anos. Claro, que não sou a mesma pessoa, que era há 10 anos atrás, mas ainda assim não sinto que seja ainda o tempo para reler seja o que for. 

Ah nostalgia da infância...como enganas e nos fazes pensar, que poderemos alguma vez experimentar sensações de forma idêntica. 

Não acredito em releituras para confortar a alma. Acredito que o acto de reler um livro de que gostamos, terá de ser sempre encarado como uma primeira leitura, ou correremos invariavelmente, o risco de nos desiludirmos. 






domingo, 22 de novembro de 2015

"A Rainha no Palácio das Correntes de Ar" - Stieg Larsson

Andei a adiar a leitura deste "A Rainha no Palácio das Correntes de Ar", porque era, supostamente, o último livro disponível, depois da inesperada morte do escritor. Este ano, com o lançamento de um quarto volume, escrito por David Lagercrantz, senti que era altura de saber o que havia acontecido a Lisbeth Salander.

Dos três livros este foi aquele de que menos gostei. A trama que se forma em redor da personagem Alexander Zalachenko, pai de Lisbeth, revela-se mais complexa do que inicialmente se suporia, com múltiplas pessoas envolvidas e com uma série de crimes cometidos, para proteger a identidade e paradeiro deste ex-espião russo.  

Em mais de metade do livro, Salander encontra-se em recuperação no hospital, depois de ter sido submetida a uma cirurgia, para remoção da bala que por pouco não lhe rebentou com os miolos. Enquanto isso, Mikael Blomkvist, jornalista da prestigiada Millenium, entretém-se a tentar limpar o nome de Lisbeth e a descobrir a verdade no meio de toda a obscuridade.

O leitor é confrontado com a evolução da investigação dos benfeitores e simultaneamente já sabe o que de facto aconteceu, tornando-se num mero espectador numa série de golpes e contragolpes entre os intervenientes no enredo. E o livro falha precisamente aqui. Toda a história se torna previsível e somos confrontados com um arrastar lento e por vezes enfadonho da leitura. 

Em comparação com os volumes anteriores, este tem muito menos acção e suspense. Não deixa de estar marcado por pequenos momentos que prendem o leitor, mas esses tendem a rarear. 

Estou curiosa por saber que rumo é que o novo escritor resolveu dar a todas estas personagens, uma vez que o final deste terceiro volume foi bastante conclusivo, mas parece-me que agora só saberei no ano de 2016.


 

sábado, 21 de novembro de 2015

Diário de uma Estagiária #Pois...é isso...

Estas últimas três semanas tem sido difíceis. Já me sentia relativamente confiante no mundo dos cães e gatos. Já me desenrascava a falar com os proprietários, a dar medicações e a começar a fazer diagnósticos e a pensar nos tratamentos mais adequados. Estava motivada e sentia-me curiosa por aprender mais.

O mundo dos bovinos de leite não tem nada a ver. É um negócio. Não era novidade para mim, que tinha decidido estagiar em grandes animais, depois de um mini estágio de Verão há dois anos atrás. No entanto, este estágio é muito diferente do sitio anterior. As coisas são mais "à moda antiga", incluindo os produtores. São vacarias mais pequenas, algumas delas com condições higiénicas más. 

Ideologicamente não consigo identificar-me com esta forma de trabalhar. Na minha mente sonhadora, achava que ia conseguir melhorar o bem estar destes animais, agir de forma proactiva e preventiva. Mas, na conjuntura actual, não sei se isso algum dia vai acontecer. O sector leiteiro em Portugal passa por uma crise sem precedentes. Cada litro de leite é pago a cerca de 0,30€, ou mesmo 0,21€. Se considerarmos que uma vaca dá 30 litros de leite por dia e que gasta cerca de 5€/dia em comida...façam as contas. 

Em todas as vacarias a que somos chamados, a conversa é sempre marcada por um pessimismo deprimente. Ninguém tem dinheiro, estão todos a tentar sobreviver. E mesmo assim, são todos PSD-CDS...vivem mal...mas continuam com o seu discurso pró-direita e anti-algo diferente. Isso só me irrita ainda mais. O facto de as pessoas serem burras ao ponto de não entenderem que estão assim, por causa de quem está lá em cima a ditar leis e a concordar com medidas europeias que não são boas para o nosso país. E é nessas alturas que penso - "o povo tem mesmo o que merece..." e depois toda a minha vontade de contribuir para a sobrevivência deles desaparece e dou por mim a desejar não trabalhar para este sistema.

Depois há a parte dos animais em si. Não posso negar que tenho aprendido imenso, mas há certas coisas que vejo fazerem aos bichos que me revoltam e me enervam profundamente. Não posso falar, não posso dizer ao dono para parar de bater na vaca para ela se levantar, imediatamente depois de ela ter tido o trabalho de lhe dar um vitelo! Porque sou só a estagiária. Também há pessoas boas, que se nota que gostam dos seus animais, mas também há muito bruto analfabeto por aí. Ás vezes chego ao final do dia chateada com o mundo, quando na realidade estou é chateada comigo mesma por não ter dito nada. Que culpa é que as vacas tem de estarem doentes, ou de terem medo?! Neste trabalho é preciso muita paciência e não podemos simplesmente enervar-nos e descarregar nos animais. Se fizermos isso vamos acabar por embrutecer.

Quando me lembro daquela equipa de veterinários, há dois Verões atrás, penso que é como eles que quero ser - Inovadora, pro-activa e com capacidade para dizer aquilo que é preciso dizer. As pessoas tem de ser educadas e penso que isso deve começar por nós mesmos e por aquilo que permitimos que aconteça à nossa frente. 

Faltam dois meses, para o fim deste estágio e tenho que arranjar forma de me auto-motivar. Porque é muito triste chegar todos os dias a casa com vontade que seja Sexta-feira à noite...Há dois meses atrás eu estava feliz! Hoje estou a tentar aguentar-me.


  

sábado, 14 de novembro de 2015

"O Amante de Lady Chatterley", D. H. Lawrence

"O Amante de Lady Chatterley", de D.H.Lawrence, foi publicado clandestinamente em 1928, na cidade de Florença, Itália. Só em 1960, viria a ser publicado em Inglaterra. As suas passagens, com palavras ligadas à sexualidade e a relação, tida como imprópria, entre um homem da classe trabalhadora e uma "Lady", foram as principais razões para o secretismo e censura. 

Demorei meses a terminar este livro. Não porque seja mau, mas antes porque é aborrecido. Percebemos imediatamente qual é o objectivo do escritor o que faz com que metade da piada se perca. O próprio enredo é também super previsível. Não há nada que "puxe" o nosso interesse.

Lady Chatterley (Connie, para os amigos) é casada com um homem intelectualmente desenvolvido e aristocrata, Clifford Chatterley. A única desvantagem deste senhor respeitável corresponde ao facto de logo após casar, ter sido vitima de um acidente na Grande Guerra e de ter perdido todas as capacidades da cintura para baixo (se é que me entendem). 

Connie vive uma vida monótona e sem grandes preocupações, o que lhe deixa muito tempo para se lamentar da sua vida e para se sentir sexualmente frustrada, ao ponto de começar a odiar o marido. Sir Clifford vai se tornando cada vez mais insuportável ao longo da história, o que contribui para que a nossa simpatia se prenda com a Lady e que rejubilemos, quando a mulher finalmente decide entregar-se a um amante.

Resumindo...este é um romance, escrito em modo de crítica ao snobismo da distinção entre classes, à desvalorização da sexualidade feminina e à super valorização intelectual, em detrimento do corpo. Isto não deixa de ser engraçado nos dias de hoje, uma vez que ainda assistimos a este tipo de desvalorização, mas tendo como alvo principal o intelecto e não tanto o corpo, que passou para primeiro plano.  

Como em tudo na vida, nada funciona sem que haja um equilíbrio. 

Triste.

Estou cansada. Cansada de saber se isto, ou aquilo que comemos provoca cancro; cansada das intrigas políticas de Portugal; cansada de ter de ouvir as mil razões pelas quais a esquerda não devia ir para o poder, ou as mil razões porque devia; cansada da história dos refugiados; cansada de atentados; cansada de ser espectadora do meu próprio tempo. 

Mil especulações vão resultar dos acontecimentos da noite de hoje em Paris. Vão correr rios de tinta e horas de discussão televisiva. No final não vamos ficar a perceber nada e vamos concluir que foi uma perda de tempo ouvir/ler tudo aquilo. O que importa é que morreu gente. E mais uma vez nada vai mudar por causa disso. Nos livros de história, ou na Wikipedia, este será só mais um dia mau para a Europa. Com o tempo vai desvanecer-se.

Por isso para quê importar-me, quando não passo de uma gota num oceano gigantesco? Inteligente e mais feliz era eu, quando não tinha de ver notícias. A ignorância é de facto uma bênção!

 

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Playlist #10 Outubro


Outubro foi o mês da minha última pausa antes de iniciar o meu estágio oficial. Foi um dos melhores meses do ano! 

Bebe, "Tan lejos tan cerca" - Esta música foi descoberta em Paris, quando fazíamos uma pausa de todo aquele caminhar e conhecer. Ouvimos esta música em conjunto e gostei logo dela. Depois andei a pesquisar esta cantora com um nome tão horrível e foi uma agradável descoberta. 



Alice on the Roof, "Easy Come, Easy Go" - Confesso que já nem sei como cheguei a esta música, mas gostei logo dela e é uma artista da qual espero ouvir falar mais tarde. Tem o timbre de voz que eu costumo adorar... 

Johnny Hooker, "Eu vou fazer uma macumba pra te amarrar, maldito!" - Não costumo gostar de música brasileira, mas este tipo tem garra na voz! E gosto da vulgaridade com que canta. A parte instrumental por vezes faz-me lembrar Dead Combo, mais na música "Alma Sebosa". Experimentem. Pode ser que fiquem a gostar.

 

domingo, 8 de novembro de 2015

"Cem Anos de Solidão", Gabriel García Márquez

"Cem Anos de Solidão" é talvez um dos dez melhores livros que já li na minha vida. É uma daquelas obras que vamos devorando lentamente e que no final deixa marca. 

A história desenrola-se na cidade fictícia de Macondo, fundada pela família Buendía, e acompanha o desenrolar da vida ao longo de sete gerações diferentes. A certa altura do livro torna-se quase impossível saber quem é quem, uma vez que os Buendía chamavam sempre os filhos de Aureliano, ou de José Arcadio. 

Apesar de não se puder afirmar que existem personagens principais, uma das que tem especial destaque é a de Úrsula, mãe da primeira geração. Úrsula vive entre 115 e 122 anos e vê crescerem e morrerem filhos, filhas, netos e netas. Vê a sua casa ascender na riqueza e sucumbir à miséria, para de novo se erguer e mais uma vez cair. Esteve presente em quase todo o livro e é espantosa a clareza com que começa a ver a vida e a a crescente compreensão, ainda que não totalmente expressa, daqueles que vai criando e vendo crescer. A certa altura acaba por lhe parecer que a vida é uma sucessão de reviravoltas que levam sempre ao mesmo sitio, quase como se fosse um circulo. 

À medida que fui avançando na narrativa, fui entendendo o porquê do nome "Cem Anos de Solidão" - Apesar de inumeras personagens terem vivido naquela casa, quer estivessem rodeados de pessoas, ou mesmo sozinhos, a sua incapacidade de se compreenderem verdadeiramente, ou de expressarem aquilo que compreendiam, acabava sempre por os isolar no mundo. No final todos ficavam entregues à solidão, mesmo que não o reconhecessem. Para mim é incrível como Gabriel García Márquez conseguiu criar um conjunto de histórias e de personagens, aparentemente simples, mas que escondem uma grande complexidade, quase como se quando as escreveu já soubesse tudo o que havia para saber sobre a vida.  

   Podia continuar a elogiar este livro magnífico, dizendo que está escrito de forma brilhante, cheio de passagens de bom sentido de humor e de um realismo mágico único dos escritores latinos. No entanto, este é daqueles clássicos que tem mesmo de ser lido e interpretado por cada um de vocês, podendo ser indiferente para muitos, ou especial para muitos outros.

domingo, 1 de novembro de 2015

Outubro #Insta


 Estudo e mais estudo...

  
 Últimos dias de Sol...
 
 Sonhos realizados em lugares distantes...

 Três tristes tigres...

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

Playlist #9 Setembro

Setembro foi um mês de estágio e como se diz por aí...antes tarde do que nunca, aqui está a playlist:

Rachel Platten, "Fight Song" - Adoro músicas com energia e mensagens positivas. Esta "Fight Song" é um exemplo desse tipo de canções. Outras melodias que inseria nesta categoria seriam a "Firework" da Katy Perry, a "Shake It Off" da Taylor Swift e a "Pocketfull of Sunshine" da Natasha Bedingfield. São estas as canções que me proporcionam a energia positiva de que preciso! São precisas mais como estas!


Imogen Heap, "Tiny Human" - A Imogen é daquelas artistas que acompanhei desde que "nasceu". Sempre foi muito inventiva e sem medo de experimentar coisas, sons e métodos de criação novos. Mantém-se sempre ela mesma e é isso que adoro nela! E esta voz! Recentemente foi mamã e este "Tiny Human" terá certamente algo dessa experiência. 



Regina Spektor, "How" - E por falar em artistas que acompanho. Deixo aqui a Regina Spektor. Linda e maravilhosa como só ela consegue ser, com esta voz de princesa!





 

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

"A Arte de Morrer Longe", Mário de Carvalho

Quando me propuseram que divulgasse o inquérito para o Projecto Adamastor, "Os Melhores Romances Escritos em Língua Portuguesa", pensei "Claro!". Foi só depois de tentar escolher os que considero o meu top 10, que percebi que tenho um problema no meu repertório de leituras - raramente leio autores portugueses. 

Senti-me imensamente analfabeta e resolvi começar a explorar o que Portugal tem para oferecer, para além de José Saramago e Eça de Queirós. Sim, porque no final da minha lista, era só estes dois nomes que lá estavam. Uma tristeza mesmo!

Na próxima ida à Biblioteca estava decidida e dirigi-me à secção de autores portugueses. Escolhi "A Arte de Morrer Longe" de Mário de Carvalho, por uma razão bastante idiota - é um livro com menos de 200 páginas. Ultimamente ando com preguiça de ler livros muito extensos e escolher livros "pequenos" é uma excelente forma de conhecer mais autores.

"A Arte de Morrer Longe" foi uma surpresa agradável. Narra a história de um jovem casal, Arnaldo e Bárbara, que, após um breve casamento, se decide divorciar. Mas o processo é dificultado, por causa de uma simples tartaruga que ambos decidiram comprar, e que agora nenhum quer.   

Embora por vezes sentisse que a escrita de Mário de Carvalho é um bocado confusa e emaranhada, assim que se entra no ritmo, acaba por ser bastante fácil e agradável. Gostei do sentido de humor do escritor, que ia fazendo pouco do "típico portuguesito", usando várias personagens características da nossa sociedade. É um livro "pequeno" que não é a melhor coisa de sempre. Mas, como acontece quando se prova algo de que gostamos, ficamos sempre curiosos por mais.

sábado, 17 de outubro de 2015

"Emily L." de Marguerite Duras


Muitas vezes é fácil esquecer como o amor é algo tão complexo. Como consegue ser um conceito tão mutável. Estamos formatados para acreditar que tudo na vida deve ser linear; tudo ou preto, ou branco - o que é intermédio é duvidoso, não é correcto. 

"Emily L." de Marguerite Duras, publicado em 1987, fez-me pensar precisamente nisso. Nunca tinha lido nada desta escritora francesa, nascida em 1914. Comecei até por ter algumas dúvidas acerca do que estava a ler, por ser tão vago e sem o chamado "enredo clássico", mas no final estava já convencida que que sem dúvida é uma escritora que vale a pena explorar. 

A história centra-se em dois casais bastante distintos. O casal narrador, cujo romance se encontra já no final, cheio de dúvidas e incertezas, que observa um casal já idoso de ingleses, que apesar da vida, ainda se amam. Talvez não se amem como no início, mas sabem que se amam. Com as suas limitações e diferenças, foram seguindo a vida, sem muitas vezes duvidarem, apesar de o amor ir sempre mudando, ou de eles mesmos irem mudando. 

Acho que esta é uma questão que muitas vezes atormenta as pessoas dos dias de hoje. É uma questão que já me atormentou e que ainda me atormenta - a questão do que é suposto sentirmos quando se gosta de alguém VS o que é proibido sentir/pensar. Neste livro há uma carta, escrita em certa altura da vida da senhora do casal mais velho a um rapaz a quem também amou, que acho que espelha precisamente aquilo que é o amor e as barreiras que não lhe devem ser impostas:

"Esqueci as palavras adequadas. Sabia-as e esqueci-as, e aqui falo-lhe com o esquecimento dessas palavras. Contrariamente a todas as aparências, eu não sou mulher que se entregue de corpo e alma ao amor de uma só pessoa, mesmo que ela fosse o ser mais adorado da sua vida. Sou uma pessoa infiel. Bem gostaria de reencontrar as palavras que tinha reservado para lhe dizer isto. Eis que relembro algumas delas. Queria dizer-lhe aquilo em que eu creio, é que seria preciso conservar sempre adiante de nós, aqui está, reencontro a palavra, um lugar, uma espécie de lugar pessoal, é isso, para nele estar só e para amar. Para amar não se sabe o quê, nem quem, nem como, nem por quanto tempo. Para amar, eis que todas as palavras me voltam à memória, de repente...para conservarmos o lugar de uma espera, nunca se sabe, da espera de um amor, de um amor sem ninguém ainda, talvez, mas disso e só disso, do amor. (...)"

Quantos de nós não seremos também "uma pessoa infiel"? Acho que a resposta é - todos somos. Porque em todos nós deve haver um local secreto onde guardamos o nosso amor, que oferecemos das mais diversas formas, às mais diversas pessoas. Um lugar que reservamos só para nós e para os nossos pensamentos de amor, para as nossas paixões platónoicas, para os nossos pensamentos menos "correctos"...Esse lugar é nosso e só nosso e rejeitar a sua existência, como fazendo parte de nós é o mesmo que fechar os olhos a quem somos, convencidos de que o nosso amor é perfeito e imutável, quando é tudo excepto isso.