Andei a adiar a leitura deste "A Rainha no Palácio das Correntes de Ar", porque era, supostamente, o último livro disponível, depois da inesperada morte do escritor. Este ano, com o lançamento de um quarto volume, escrito por David Lagercrantz, senti que era altura de saber o que havia acontecido a Lisbeth Salander.
Dos três livros este foi aquele de que menos gostei. A trama que se forma em redor da personagem Alexander Zalachenko, pai de Lisbeth, revela-se mais complexa do que inicialmente se suporia, com múltiplas pessoas envolvidas e com uma série de crimes cometidos, para proteger a identidade e paradeiro deste ex-espião russo.
Em mais de metade do livro, Salander encontra-se em recuperação no hospital, depois de ter sido submetida a uma cirurgia, para remoção da bala que por pouco não lhe rebentou com os miolos. Enquanto isso, Mikael Blomkvist, jornalista da prestigiada Millenium, entretém-se a tentar limpar o nome de Lisbeth e a descobrir a verdade no meio de toda a obscuridade.
O leitor é confrontado com a evolução da investigação dos benfeitores e simultaneamente já sabe o que de facto aconteceu, tornando-se num mero espectador numa série de golpes e contragolpes entre os intervenientes no enredo. E o livro falha precisamente aqui. Toda a história se torna previsível e somos confrontados com um arrastar lento e por vezes enfadonho da leitura.
Em comparação com os volumes anteriores, este tem muito menos acção e suspense. Não deixa de estar marcado por pequenos momentos que prendem o leitor, mas esses tendem a rarear.
Estou curiosa por saber que rumo é que o novo escritor resolveu dar a todas estas personagens, uma vez que o final deste terceiro volume foi bastante conclusivo, mas parece-me que agora só saberei no ano de 2016.
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