sábado, 14 de novembro de 2015

"O Amante de Lady Chatterley", D. H. Lawrence

"O Amante de Lady Chatterley", de D.H.Lawrence, foi publicado clandestinamente em 1928, na cidade de Florença, Itália. Só em 1960, viria a ser publicado em Inglaterra. As suas passagens, com palavras ligadas à sexualidade e a relação, tida como imprópria, entre um homem da classe trabalhadora e uma "Lady", foram as principais razões para o secretismo e censura. 

Demorei meses a terminar este livro. Não porque seja mau, mas antes porque é aborrecido. Percebemos imediatamente qual é o objectivo do escritor o que faz com que metade da piada se perca. O próprio enredo é também super previsível. Não há nada que "puxe" o nosso interesse.

Lady Chatterley (Connie, para os amigos) é casada com um homem intelectualmente desenvolvido e aristocrata, Clifford Chatterley. A única desvantagem deste senhor respeitável corresponde ao facto de logo após casar, ter sido vitima de um acidente na Grande Guerra e de ter perdido todas as capacidades da cintura para baixo (se é que me entendem). 

Connie vive uma vida monótona e sem grandes preocupações, o que lhe deixa muito tempo para se lamentar da sua vida e para se sentir sexualmente frustrada, ao ponto de começar a odiar o marido. Sir Clifford vai se tornando cada vez mais insuportável ao longo da história, o que contribui para que a nossa simpatia se prenda com a Lady e que rejubilemos, quando a mulher finalmente decide entregar-se a um amante.

Resumindo...este é um romance, escrito em modo de crítica ao snobismo da distinção entre classes, à desvalorização da sexualidade feminina e à super valorização intelectual, em detrimento do corpo. Isto não deixa de ser engraçado nos dias de hoje, uma vez que ainda assistimos a este tipo de desvalorização, mas tendo como alvo principal o intelecto e não tanto o corpo, que passou para primeiro plano.  

Como em tudo na vida, nada funciona sem que haja um equilíbrio. 

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