"O Amante de Lady Chatterley", de D.H.Lawrence, foi publicado clandestinamente em 1928, na cidade de Florença, Itália. Só em 1960, viria a ser publicado em Inglaterra. As suas passagens, com palavras ligadas à sexualidade e a relação, tida como imprópria, entre um homem da classe trabalhadora e uma "Lady", foram as principais razões para o secretismo e censura.
Demorei meses a terminar este livro. Não porque seja mau, mas antes porque é aborrecido. Percebemos imediatamente qual é o objectivo do escritor o que faz com que metade da piada se perca. O próprio enredo é também super previsível. Não há nada que "puxe" o nosso interesse.
Lady Chatterley (Connie, para os amigos) é casada com um homem intelectualmente desenvolvido e aristocrata, Clifford Chatterley. A única desvantagem deste senhor respeitável corresponde ao facto de logo após casar, ter sido vitima de um acidente na Grande Guerra e de ter perdido todas as capacidades da cintura para baixo (se é que me entendem).
Connie vive uma vida monótona e sem grandes preocupações, o que lhe deixa muito tempo para se lamentar da sua vida e para se sentir sexualmente frustrada, ao ponto de começar a odiar o marido. Sir Clifford vai se tornando cada vez mais insuportável ao longo da história, o que contribui para que a nossa simpatia se prenda com a Lady e que rejubilemos, quando a mulher finalmente decide entregar-se a um amante.
Resumindo...este é um romance, escrito em modo de crítica ao snobismo da distinção entre classes, à desvalorização da sexualidade feminina e à super valorização intelectual, em detrimento do corpo. Isto não deixa de ser engraçado nos dias de hoje, uma vez que ainda assistimos a este tipo de desvalorização, mas tendo como alvo principal o intelecto e não tanto o corpo, que passou para primeiro plano.
Como em tudo na vida, nada funciona sem que haja um equilíbrio.
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