Maria
João Viana licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas e tem
o grau de Mestre em Literaturas e Culturas Anglo-Americanas. Está ligada à área
do desenvolvimento pessoal desde 1997, altura em que começou a organizar e
traduzir seminários e palestras. Orienta meditação guiada e faz aconselhamento
individual, organizando também workshops de fim de semana e retiros de
meditação. Traduziu os livros Visualização Criativa (1998) e Vivendo na Luz
(2000).
Recentemente a editora Nascente publicou o livro da sua autoria "É Possível Ser Feliz".
Para conseguirmos encontrar o
equilíbrio e a tão almejada felicidade, torna-se urgente recuperar valores
humanos fundamentais - princípios ancestrais - sem os quais o mundo se irá
desmoronar.
É Possível Ser Feliz propõe uma reflexão fundamentada sobre a
necessidade de conduzirmos as nossas vidas de forma consciente, prestando uma
atenção particular à qualidade dos nossos pensamentos e às intenções que estão
por detrás das nossas acções.
Este guia precioso mostra como iniciar um processo individual de clarificação interior e alcançar a paz de espírito. Sugere e explica em detalhe as melhores técnicas e caminhos, como a meditação.
O caminho da felicidade é uma escolha, uma atitude perante a vida que está seguramente ao seu alcance.
Este guia precioso mostra como iniciar um processo individual de clarificação interior e alcançar a paz de espírito. Sugere e explica em detalhe as melhores técnicas e caminhos, como a meditação.
O caminho da felicidade é uma escolha, uma atitude perante a vida que está seguramente ao seu alcance.
Entrevista:
- Quando surgiu a ideia de escrever o livro
“É Possível Ser Feliz”?
Comecei a escrever as
primeiras linhas em 2007. Depois coloquei a ideia de lado e senti necessidade
de voltar a estudar. Decidi realizar o Mestrado em Literaturas e Culturas
Anglo-Americanas. Gostei bastante de voltar à Faculdade, já como adulta, com
outra disponibilidade mental. Aprendi a expor e fundamentar o meu ponto de
vista e desenvolvi algumas aptidões. Quando terminei, voltei ao meu projecto
inicial e dei-lhe um rumo totalmente diferente. De Janeiro de 2011 a
Fevereiro 2012, tinha o livro escrito. Sou muito disciplinada, levanto-me muito
cedo e dedico praticamente todo o meu tempo livre a esta área. Faço diariamente
meditação e isso ajuda-me a manter uma mente clara e a focalizar toda a atenção
naquilo em que me debruço. Por isso sou tão adepta desta prática milenar e não
me canso de a recomendar.
- Era infeliz antes de começar a sua busca
pela felicidade, ou sempre soube onde a encontrar?
Penso que nunca me
considerei uma pessoa infeliz. Acho que todos temos momentos menos bons na
vida, ou momentos em que as coisas não correm tão bem, mas está sempre nas
nossas mãos mudarmos a nossa vida, olhando para ela com aceitação e fazendo o
necessário para nos sentirmos cada vez melhor.
A vida é feita de ciclos
e de novos desafios. Devemos estar preparados para os enfrentar, implementando
dentro de nós princípios - que na verdade são ancestrais - que nos permitem
reagir às dificuldades da vida e permanecer em equilíbrio, independentemente do
que se passe à nossa volta. Por isso afirmo no livro que a felicidade é uma
escolha. Perante as contrariedades da vida, escolhemos reagir de forma
positiva, com confiança e certeza de que somos capazes, porque na verdade
somos.
- No seu livro, refere que sempre foi
uma pessoa crente em Deus. Acha que este livro pode ser usado por aqueles que
se consideram ateus?
Na verdade, sempre
tive uma excelente relação com Deus, que terá ficado marcada pelo colégio de
freiras que frequentei dos 3 aos 8 anos. Contudo, quando cresci, tornei-me
muito crítica relativamente a vários rituais característicos da Igreja
católica, por exemplo em relação à confissão. Recordo-me de em
criança ir confessar-me, e de inventar coisas, que eu não fazia, apenas porque
era suposto ter "pecados" para confessar. Portanto, a minha relação
com Deus não se baseia na religião católica mas na experiência direta de O
realizar na beleza e perfeição de todas as coisas, na natureza, no aroma de uma
flor, na frescura de um riacho, na imponência de uma montanha. Por isso penso
que o livro que escrevi pode ser lido por todos.
A vontade de escrever
este livro surgiu com a necessidade de passar uma mensagem positiva. O mundo
atual está a tomar um rumo assustador e se cada um não começar por implementar
mudanças dentro de si, o mundo não mudará. Só quando tivermos eliminado
individualmente toda a réstia de ódio, violência, sede de dinheiro, posição ou
poder, o mundo será um lugar mais equilibrado e pacífico. Temos a
responsabilidade de olhar para dentro de nós e ver o que individualmente
podemos fazer. O livro faz propostas simples que nos permitem começar a
implementar esses valores e princípios de que o mundo tanto carece e que irão
permitir a tal transformação coletiva.
Penso que é um livro de fácil leitura, acessível a qualquer pessoa, e que de
facto ajuda a viver a vida de uma forma mais equilibrada. Ao implementarmos as
propostas que aconselho vemos mudanças na nossa vida e sentimo-nos mais
felizes.
- Nota-se uma estreita ligação das
ideias de “É Possível Ser Feliz”, com a filosofia de vida budista. Quando é que
teve o seu primeiro contacto com esta filosofia?
Estive no encontro de
três dias com o Dalai Lama, em Setembro de 2007, onde ouvi os seus
ensinamentos, por vezes bastante difíceis de entender, devido à sua
profundidade. Contudo, eu já conhecia muitas daquelas ideias, pois tenho o
privilégio de ter um grande professor, um grande Mestre indiano, com quem
aprendi meditação, Roop Verma, que é um citarista de renome internacional e um
Mestre de Nada Yoga. A Nada Yoga é a ciência que estuda o efeito da vibração e
do som na consciência humana. Posso dizer que sou sua discípula há mais de
quinze anos e, como tal, as ideias que ouvi no encontro com Dalai Lama, já as
tinha ouvido através dele, visto que a filosofia hindu é muito idêntica à
budista, ou pelo menos têm muitos pontos em comum. São filosofias que possuem
um grande respeito pelo lado espiritual do ser humano. A mensagem vinda do
oriente, parece ter uma vertente muito pura e original, que provavelmente
esteve na base da religião católica, mas que, de alguma forma se perdeu ou
desvirtuou. Talvez por isso as filosofias orientais estejam a ganhar cada vez
mais adeptos.
- Os livros categorizados como de
“auto-ajuda” sempre foram estigmatizados. Considera que as pessoas mais
cépticas, ou mesmo sem religião, terão facilidade em aplicar os princípios
básicos descritos neste livro?
Uma das minhas
preocupações, quando escrevi o meu livro, foi fundamentar bem as minhas ideias,
para que os mais céticos também o pudessem ler. Fui buscar trabalhos feitos na
área da ciência e procurei mostrar que a ciência e a religião não estão assim
tão distantes.
Os princípios que
abordo são simples, embora nem sempre nos seja fácil implementá-los, uma vez
que temos hábitos muito enraízados e alguma resistência à mudança. Mas, quando
compreendemos a simplicidade das ideias que apresento, reconhecemos a
necessidades de conduzirmos a nossa vida de forma consciente, implementando os
valores humanos fundamentais, sem os quais não nos sentimos verdadeiramente
felizes.
Não é necessário ter
uma religião definida, seguir o Deus católico, ou outro Deus. É preciso é
entender que a nossa vida tem uma razão de ser, um propósito que é a nossa
evolução. Cabe, portanto, a cada um de nós fazer o melhor em cada situação,
ultrapassar os obstáculos que surgem, perseguir os nossos sonhos e fazer o
necessário para nos sentirmos felizes, tendo sempre em conta que vivemos em
sociedade e que devemos respeitar os outros e tratá-los como gostaríamos que fizessem
connosco.
- Como tem sido a receção da obra, por
parte dos leitores?
Acho que tem sido boa.
Digo isto porque a própria editora ficou muito satisfeita com o lançamento do
livro, quer aqui no Porto, quer em Lisboa e já me convidou para escrever um segundo
livro. As pessoas que leram gostam. Claro que os primeiros foram os amigos e
esses são sempre suspeitos (risos).
Mas tenho recebebido
muitos feedbacks de pessoas que eu não conhecia e que me contactaram apenas
para me dizerem o quanto apreciaram a leitura do livro ou o quanto essa leitura
as ajudou. Isto para mim é a coisa mais importante, saber que, de alguma forma,
tive um efeito positivo na vida dos leitores. Fico muito feliz com isto! A
intenção de escrever este livro foi mesmo esta, a de conseguir chegar às
pessoas, levando-lhes uma mensagem positiiva e encorajadora. Quando fazemos
alguma coisa, com uma intenção pura, as pessoas sentem essa sinceridade. Saber
que as ajudei traz-me um preenchimento sem igual.
- Qual foi para si o maior desafio durante
a escrita do livro?
Inicialmente tinha
pensado dividir a primeira parte do livro em três temas principais:
pensamentos, palavras e ações. No entanto, quando escrevia sobre os pensamentos
apercebi-me que estava a escrever também sobre emoções. E assim, decidi
que era necessário uma outra parte, exclusiva para as emoções. Isto fez-me
reflectir bastante, enquanto o escrevia e com essa reflexão também aprendi.
Acabou por sair um capítulo de que gosto muito, mas que no princípio custou-me
a escrever.
Na verdade sinto que o
livro tem valor por isto: quando o leio ainda encontro elementos que me fazem
pensar “João, também tens que te lembrar disto”. A única explicação que
encontro é que, em qualquer trabalho que fazemos, mesmo como estudantes,
devemos dar o nosso melhor. Ao abrirmo-nos para dar-mos o nosso melhor, isso
faz-nos aceder às coisas certas, ou se quisermos, à verdade. Apropriando-me das
palavras de Kahlil Gibran, sinto que este livro é como um filho, que veio
“através de mim, mas não de mim”. Isto porque, quando o releio continuo a
encontrar nele valor.
- Que conselho quer deixar aqueles que
desejem editar um livro?
O conselho que referi
anteriormente: que escrevam com sinceridade, não pensando no benefício próprio,
mas sim no benefício daqueles a quem queremos chegar. Acho que este é o melhor
conselho que posso deixar.
- Em relação a novos projectos, está a
trabalhar em algum na área da literatura?
Neste momento estou a
trabalhar no segundo livro, onde pretendo ir mais longe, dar um passo à frente
no caminho da felicidade e explorar algumas pontas que ficaram em aberto no
livro anterior.
Quando enviei o “É
Possível Ser Feliz” para a Editora Nascente, ele tinha praticamente o dobro do
tamanho. Existe por isso a intenção de publicar uma segunda parte, que diz
respeito a uma vertente mais prática, onde são sugeridos vários exercícios.
Esta parte mais prático seria acompanhada por um cd de meditação. O livro, já
publicado, contem a parte mais teórica, e o material ainda por publicar
juntamente com um cd, revelariam uma vertente mais prática.
Este material será
publicado a seu tempo. Entretanto continuo a minha prática diária, a minha
reflexão e pesquisa que está a dar origem a um novo livro.
Queria deixar uma palavra de agradecimento à escritora Maria João Viana, por ter aceitado participar na primeira entrevista do Baú dos Livros e por sempre se ter mostrado disponível!
Espero que esta seja a primeira de muitas entrevistas do Blog.
2 comentários:
Gostei imenso!
Adorei a entrevista :). Parabéns
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