Num comentário a um post anterior, uma leitora interrogava-se sobre qual seria a nova tendência literária depois desta última, totalmente sem vida.
Quero agradecer a essa leitora porque me deu a ideia que me vai tornar milionário!
Imaginem vampiros. Fácil, não? Seres pálidos, frustrados por não conseguirem arranjar o cabelo ao espelho e por nunca poderem comer um bife com o tempero acertado. Seres que respiram e transpiram estilo, porque ar e suor não podem respirar/transpirar. Porquê? Porque estão mortos. Este é o ponto de ligação. Eu não acho que o sucesso destas obras fantásticas (fantásticas em género, não em termos qualitativos) se deve ao intemporal amor proibido ou ao fascínio mútuo entre espécimes de diferentes castas. Não. O fascínio vem do facto do protagonista estar morto!
Imaginem zombies. Não tão agradável, mas não deixa de ser fácil. Seres descarnados e com hábitos alimentares tão pouco variados como o dos vampiros – se bem que mais saudáveis (um cérebro por dia, não sabes o bem que te fazia). Lembrei-me agora da bruxa que alimenta Hensel para engordá-la e para depois a comer e imaginei um zombie que prendia um humano numa jaula e lhe dava centrum de manhã, à tarde e à noite, com propósitos semelhantes. Outra história milionária. Mas voltemos à primeira. Em vez de um amor impossível entre um vampiro e uma humana, um amor entre um zombie e uma humana!
O zombie sente-se intrigado pela humana porque ela, obviamente, não tem cérebro. A humana apaixona-se porque, pela primeira vez na sua vida, alguém está curioso pelo que lhe vai (ou, para corrigir, não vai) na cabeça em vez do que aquilo que ela insiste em mostrar, trinta centímetros abaixo.
A família de ambos não aprova o relacionamento. O zombie vem de uma família de zombies-snobs e o facto de a menina não ter cérebro torna-a numa nora indigna do seu estatuto social (só QIs de 80 para cima, para manter as aparências).
Do outro lado, a família da menina não aprova. Um vampiro ainda seria tolerável, um copinho de sangue ainda se arranja, agora um cérebro humano a tempo de um jantar de domingo assume proporções logísticas incomportáveis.
Bem, acho que já lhes dei pormenores a mais. Vou guardar o resto para mim, ou ainda dou de mão beijada a minha galinha de ovos de ouro.
Vou só registar a patente e já volto.
9 comentários:
HAHAHA! Adorei! Mas não parece um bocado "Romeu e Julieta"?
lol ... Romeu e Julieta indeed mas agora com um twist directamente do além ...
estragaste* :p
@Luís
AHAHHAHA, a imagem foi bem escolhida xD bom post, sim senhor!
Btw, vocês sabem que isto dá um erro estúpido muitas vezes?
A minha foto de perfil aparece no nome de outras pessoas.
Imagem:
http://imageshack.us/photo/my-images/146/bugsp.jpg/
Eu acho que essa ideia vai fazer sucesso...depois vou querer uma % dos lucros...eh eh...
Só digo: comprava sim senhor. Que pelo menos em termos de humor negro atinge níveis que outras obras só podem sonhar alcançar.
@Sara, uma percentagem dos lucros não digo, mas um com um agradecimentozinho nas primeiras páginas podes contar :)
@Voodoo Girl, não me vou esquecer! Se o livro chegar às lojas e não tiver um único comprador vou saber que faltaste ao prometido!!! xD
P.S. Fiquem atentos a novos desenvolvimentos desta história!
Devias criar ali no canto um ikon para seguirmos a evolução editorial e em grande estilo desta marcante obra! lol
Eheheh Quando deixar de estar em modo stand-by o projecto vai ter direito a essa tal coluna! :p
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