quarta-feira, 27 de julho de 2011

"O Sonho Celta" - Mário Vargas Llosa

Num dos meus posts anteriores referi que o tempo de leitura é proporcional à pouca qualidade de um livro. Estava errada. Depois de ler “O Sonho Celta” cheguei á conclusão de que nem todos os livros têm de ser devorados para serem sinónimo de satisfação. No entanto, alguns, como este, exigem uma leitura lenta para poderem ser apreciados.

“O Sonho Celta” de Mário Vargas Llosa, baseia-se na história do irlandês Roger Casement. Este homem, nascido no dia 1 de Setembro de 1864, teve um papel fundamental na luta contra a escravidão no Congo e na Amazónia, denunciando crimes atrozes realizados contra os nativos destas regiões tropicais. Foi um humanitário, mas também um grande patriota que desejava do fundo do coração a independência do “Eire”, ou se preferirem em inglês, “Irland”. Ajudou a fundar os “Voluntários Irlandeses”, que tiveram um papel preponderante na luta de 1916 (a designada “Easter Rising”), que apesar de ter levado á derrota desta organização, desencadeou por toda a Irlanda uma onda de indignação e revolta. Este seria apenas o início de uma longa luta pela independência finalmente alcançada em 1922. No entanto, apesar do “Sonho do Celta” de ter concretizado, Casement não esteve presente, pois em 1916 havia sido capturado e condenado a ser enforcado por traição contra o império britânico. Muitas foram as personagens célebres que tentaram salvar Roger Casement deste destino cruel. Entre elas encontram-se Sir Arthur Conan Doyle, Edmund Morel e William Butler Yeats. 

Este foi o primeiro livro de Llosa que li. Além do conteúdo histórico muito interessante, quer relativamente á luta contra a escravidão, quer em relação á história da Irlanda, a forma como o escritor consegue humanizar uma personagem, que apesar de ter existido, não conheceu, é extraordinária. A sua escrita simples e fluída contribuíram certamente para esta capacidade de humanizar Roger Casement, homem com as suas lutas interiores, os seus traumas e as suas fraquezas, mas também com a sua força e a sua compreensão do dever. 

Este é um livro que vale a pena ler, não porque nos vicia, mas porque nos educa e nos torna mais conscientes do quanto a humanidade evoluiu. 

(6/7)
O Sonho do Celta - www.wook.pt

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Dia 6 - Livro que li mais vezes



O livro que li mais vezes foi o terceiro livro do “Diário da Princesa” de Meg Cabot. Li-o três vezes, porque confesso que adorava o “Diário da Princesa”. Era quase obcecada. Pena é que a Bertrand tenha demorado tantos anos a acabar de publicar todos os livros desta colecção. Demorou cerca de dez anos!

Twisted World

Esta semana que passou foi uma triste semana. O atentado que vitimou 93 pessoas na Noruega e a morte da cantora britânica Amy Winehouse foram os acontecimentos que mais se destacaram. Apesar do blog ser dedicado a livros/filmes, decidi que iria escrever este post de opinião, porque a vida não é feita só de entretenimento. 

Parece que vivemos num mundo em que a maior parte de nós tem uma visão deturpada daquilo acontece. Visitamos o Facebook, o Twitter, o Google Plus (parece que já está disponível) e mais não sei quantas redes sociais, e só vemos mensagens de homenagem a esta cantora. Então e as 93 pessoas que um tarado qualquer se lembrou de matar? Essas não merecem uma homenagem? Essas pessoas que não se mataram, que provavelmente imploraram pela vida, que passaram sabe-se lá quantos horrores. Essas não tiveram o benefício de uma pedrada para fazer tudo desaparecer e facilitar a chegada ao além (ou lá o que existe/não existe), e ainda assim parecem ter sido rapidamente postas em segundo plano, quando uma cantora famosa optou (sim, a droga é uma opção) por se matar. 

Peço desculpas se estou a ferir alguma susceptibilidade, mas depois de ver tanta estupidez por essa internet fora, precisei de desabafar.

Assim, deixo aqui a minha homenagem e os meus sentimentos para com aqueles que queriam viver, e cuja vida foi-lhes tirada precocemente, e para todos os seus entes queridos e amigos.



“If the people we love are stolen from us, the way to have them live on is to never stop loving them. Buildings burn, people die, but real love is forever.” (The Crow)

sábado, 23 de julho de 2011

"Harry Potter e os Talismãs da Morte" (parte 2)

FICHA TÉCNICA:

Título: Harry Potter e os Talismãs da Morte (parte 2)
Título Original:Harry Potter and the Deathly Hallows: part2
Ano de Lançamento: 2011
Realizador: David Yates

Argumento: Steve Kloves
Categoria: Aventura/Drama/Fantasia
Origem: EUA/Reino Unido
Duração: 130 minutos.


A noite passada fui ver ao cinema a tão aguardada última parte da saga do “Harry Potter”. Senti-me nostálgica em um ou dois momentos e verti uma ou duas lágrimas, quando aquelas personagens que nos eram queridas morreram. No entanto, e após fazer uma reflexão, o filme ficou aquém do esperado. (SPOILER ALERT)

Para começar, todo o filme era escuro como breu. Vi a versão digital e havia alturas em que tínha de fazer um grande esforço para distinguir os devoradores da morte no meio de toda aquela escuridão. Não sei se quem viu a versão 3D achou o mesmo, ou se era apenas um defeito da versão digital/da lente/ da sala de cinema. Em relação à história, faltou muita coisa. Nem meia hora tinha passado e já o Harry Potter estava dentro do castelo. Então e a história sobre o passado de Dumbledore? Nada! Houve uma pequena referência a Ariana, a irmã do professor, que segundo o irmão mais novo de Dumbledore, foi sacrificada pelo professor na sua busca pelo poder. Nada mais foi adiantado. Para mais informações leia o livro. Seguiram-se outras abreviações de algumas particularidades existentes no livro, como a história do passado do fantasma dos Ravenclaw, ou que o Lupin e a Tonks tinham tido um filho, mas aquilo que mais abreviaram foi o que aconteceu no final da luta. Cortaram logo a cena e avançaram 19 anos no tempo. Nem houve tempo para ver bem quem tinha perdido a vida, nem para ver a alegria em que o mundo da magia mergulhou, depois de finalmente Harry Potter derrotar o tão temido Lorde Voldemort.

Ainda assim, e apesar da desilusão com o filme, deu para passar bons momentos de entretenimento e de relembrar todas as outras sete vezes que Harry Potter nos levou á sala de cinema mais próxima. Além disso valeu o dinheiro só para ver o Voldemort a rir-se à bêbado:


quarta-feira, 20 de julho de 2011

Dia 5 - Livro que levaria para uma ilha deserta

Só pode ser mesmo um? Acho que escolheria “O Hobbit”. É um livro que sempre me apeteceu reler, mas que nunca reli por irem surgindo novas leituras na lista. Na verdade, não gosto da ideia de reler livros. A vida é curta e pretendo ler o máximo de obras diferentes que conseguir. Se ler 50 livros por ano e viver até aos 80, ainda terei 2950 livros para ler. Parece pouco não é? No entanto, se estivesse numa ilha deserta não poderia arranjar novos livros, daí aproveitar para reler um.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Dia 4 - Livro Sobrevalorizado

Existem milhões de livros sobrevalorizados, que nem sei qual escolher. No entanto, e como já muitas pessoas referiram as típicas escolhas, como a saga do “Corpúsculo”, optei por escolher o livro “Werther” do escritor Goethe

Falaram-me maravilhas sobre o dito cujo, e acabei por não o achar nada de especial. Também não percebo porquê que é considerado um clássico… é por ser um livro velho? A sério, por favor expliquem-me o que tem o livro de tão espectacular, porque obviamente eu não percebi.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Parabéns!

Hoje o escritor do Blog "Baú dos Livros", Luís Azevedo, comemora o seu 22º aniversário!

Muitos PARABÉNS!! 



Passatempo de Verão - Trilogia Millennium !

O Baú dos Livros tem para oferecer a trilogia completa "Millennium" do escritor Stieg Larsson. Tudo o que tem de fazer para se habilitarem a ganhar este fantástico prémio é responderem correctamente a algumas questões sobre o escritor:


- Em que ano nasceu Stieg Larsson?
- Que trágico acidente o impediu de assistir ao sucesso que a sua obra alcançou?
- Quais são os título dos três volumes que constituem a trilogia?

Mas, atenção! Tem de ser seguidores do blog para se habilitarem a ganhar o sorteio desta fantástica trilogia!

As respostas devem ser enviadas para o email ana.calves89@gmail.com até dia 1 de Setembro de 2011! Os dados que devem enviar são:

- nome completo
- nome de seguidor
- morada
- email

Vejam também o outro passatempo do Blog - "Conta-lhe um Conto"

Boa Sorte a todos!


domingo, 17 de julho de 2011

Dia 3 - Livro Subvalorizado

Demorei muito a postar esta resposta. A verdade é que existem inúmeros bons autores cujo trabalho é pouco conhecido e valorizado. O problema na resposta a este título, é que normalmente leio livros cujos autores são bastante conhecidos e valorizados, logo como indicar um livro subvalorizado?  
Decidi então escolher um livro de José Saramago - “Todos os nomes”. Quando se fala das obras de Saramago, penso que este livro não tem o destaque que realmente merece.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Dia 2 – Livro Detestado

Felizmente costumo fazer boas escolhas literárias. No entanto, também faço más escolhas e tal como na resposta ao dia 1, é muito complicado referir apenas um livro detestado (infelizmente…). Decidi por isso fazer uma selecção dos três livros que menos gostei (com uma ordem aleatória):

1) "Moby Dick" (Herman Melville) –  Este foi um dos poucos livros que não terminei, não apenas pela quantidade exagerada de pormenores técnicos sobre baleias e como caçá-las, mas também pela própria história, que consegue ser muito entediante.






2) "Códex 632" (José Rodrigues dos Santos) – Mais um livro que comecei a ler e que logo me fartei. Pareceu-me ser uma cópia do estilo de escrita e história de Dan Brown. Não me compreendam mal! Eu já gostei de Dan Brown, mas com o passar dos anos, comecei a apreciar outro tipo de leitura.





3) "A Alquimia do Amor" (Nicholas Sparks) – Li este livro há alguns anos atrás e não gostei. A partir desse dia nunca mais peguei em livro algum deste escritor.







quinta-feira, 14 de julho de 2011

Harry Potter e os Talismãs da Morte (parte 2) – Estreia!

Hoje, dia 14 de Julho, estreia nas salas de cinema portuguesas a última parte da tão famosa saga literária “Harry Potter”! 


 Todos os fãs se sentem felizes, mas ao mesmo tempo nostálgicos, pois esta será a última vez que Potter nos fará ir ao cinema. Será o final de um ritual. No entanto, e apesar de estar curiosa para ver como adaptaram esta última parte ao grande ecrã, não pretendo ir a correr para o cinema! Gosto de paz e sossego quando vejo filmes, além disso, o 3D não me fascina.
Para quem decidiu ir hoje, boa sorte e bom filme!

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Dia 1 - Livro Favorito

Para quem gosta de ler, e já lê desde que o sabe fazer, é muito difícil ter apenas um livro favorito. Eu não sou excepção. Tenho vários livros favoritos. Decidi por isso seleccionar não um, mas cinco dos meus livros favoritos (com uma ordem aleatória):

1) “Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban” (J.K.Rowling) – adorei toda a saga do Harry Potter que acompanhou a minha adolescência, mas gostei particularmente deste livro (apesar de ter detestado o filme). Talvez tenha sido o facto de ser a primeira vez que o Harry saía da escola em tempo de aulas e a primeira vez que bebeu uma cerveja de manteiga, cuja simples menção me faz crescer água na boca (tem um nome apetitoso), ou talvez tenha sido por neste volume a história do passado dos pais de Potter e dos seus amigos ter começado a ser desvendada. Também achei bastante assustador com o aparecimento dos “Dementors” 

2) “O Conde de Monte-Cristo” (Alexandre Dumas, pai) - Uma história de amor, sofrimento e vingança, a receita perfeita para uma história sucesso. Este clássico da literatura, escrito por Alexandre Dumas (pai), manteve-me ocupada durante bastante tempo. Não apenas pela extensão da obra, mas também pela complexidade do enredo, apresentando várias perspectivas, não apenas da personagem principal, Edmund Dantes, mas também dos seus inimigos, tendo o autor conseguido interligar todos os aspectos da narrativa na perfeição.


3) “O Moinho à Beira do Rio” (George Elliot) – Sempre gostei de romances do século XIX. As descrições dos cenários, as maneiras controladas das personagens, os amores platónicos, tudo isto me fascina. Estas obras permitem-nos entrar num século passado e descobrir o quanto a sociedade evoluiu desde esses tempos. Nesta obra de George Elliot, a história de Maggie é contada. Esta rapariga mal compreendida, nascida no século errado, tenta sempre fazer o que está certo, mas acaba por ter um destino trágico. Gostei bastante desta obra, porque apesar de ter uma escrita semelhante à de Jane Austen e Charllote Bronte, consegue criar histórias mais realistas e que não tem obrigatoriamente um final feliz. 

4) “A Entrevista com o Vampiro” (Anne Rice) – sempre gostei de vampiros, considero-os o meu “Guilty Plesure”. Vampiros maus, sedentos de sangue, mas com sentimentos humanos. Nesta obra de Anne Rice, os vampiros são assim. São tão humanizados e ao mesmo tempo monstros. Gosto do modo como Rice os retrata. Gosto de como escreve, das histórias que cria e da forma como consegue interligar muitos dos seus livros. “A Entrevista com o Vampiro” abriu me as portas para o mundo dos verdadeiros vampiros, para os séculos passador, para as civilizações perdidas, estando por isso no meu top 5.

5) “A Muralha de Gelo” (George R.R. Martin) – Este é o segundo volume da saga “Crónicas do Gelo e do Fogo”. Comecei a ler a saga há pouco tempo e, apesar de ainda ir no terceiro volume, conseguiu fascinar-me e tornar-me fã. Gostei particularmente deste volume, pelas revelações que nele são feitas e pelos acontecimentos que mudam o destino de todo um mundo. Gosto muito da forma como a saga nos é contada, com capítulos dedicados a personagens individuais, cujas histórias se vão cruzando, e revelando-nos aquilo que se vai passando nos diferentes pontos deste mundo criado por Martin. Aqui não há personagens más ou boas, todas tem o seu ponto de vista, e todas tem alguma algo a ganhar ou a perder. É uma saga imperdível!


terça-feira, 12 de julho de 2011

“45 Days Book Challenge” – 45 Dias de Desafios Literários

Nos próximos 45 dias vou participar neste passatempo que me parece bastante interessante. Ouvi falar dele através do blog "Bookeater/Booklover". O passatempo consiste em responder a uma questão relacionada com livros durante 45 dias consecutivos:

- Dia 1 – Livro Favorito
- Dia 2 – Livro detestado
- Dia 3 – Livro subvalorizado
- Dia 4 – Livro sobrevalorizado
- Dia 5 – Livro que levarias para uma ilha deserta
- Dia 6 – Livro que leste mais vezes
- Dia 7 – Livro que te desiludiu
- Dia 8 – Livro tão mau, tão mau, mas tão mau que consegue ser bom
- Dia 9 – Livro mais longo que já leste
- Dia 10 – Livro mais curto que já leste
- Dia 11 – Livro que não conseguiste acabar
- Dia 12 – Colecção (saga) favorita
- Dia 13 – Sequela que nunca devia ter sido impressa
- Dia 14 – Livro comovente
- Dia 15 – Livro hilariante
- Dia 16 – Livro perturbante
- Dia 17 – Livro inspirador
- Dia 18 – Livro para o qual escreverias uma sequela
- Dia 19 – Livro em cujo universo habitarias
- Dia 20 – Melhor citação (diálogo)
- Dia 21 – Melhor citação (descrição)
- Dia 22 – Autor(a) favorito(a)
- Dia 23 – Livro que espelha a tua vida
- Dia 24 – Personagem literária mais parecida contigo
- Dia 25 – Personagem literária favorita
- Dia 26 – Personagem literária que gostarias de conhecer
- Dia 27 – Personagem literária que odeias
- Dia 28 – Personagem literária que adoras odiar
- Dia 29 – Personagem literária com a qual trocarias de lugar).
- Dia 30 – Personagem literária que admiras
- Dia 31 – Personagem literária que nunca devia ter sido criada
- Dia 32 – Personagem literária com a qual terias uma relação amorosa estável
- Dia 33 – Personagem literária com a qual terias “one-night stand”
- Dia 34 – Personagem literária secundária que merecia um livro só dela
- Dia 35 – Personagem literária para a qual escreverias um livro
- Dia 36 – Personagem literária que não quererias encontrar num beco
- Dia 37 – Livro para os dias chuvosos
- Dia 38 – Livro para os dias solarengos
- Dia 39 – Livro que custou a ler
- Dia 40 – Autor(a) cujo talento invejas
- Dia 41 – Livro que é um “guilty pleasure”
- Dia 42 – Livro que adoravas e agora detestas
- Dia 43 – Livro que marcou a infância
- Dia 44 – Último livro lido
- Dia 45 – Próximo livro a ler

Wish me Luck!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

"A Muralha de Gelo" - George R.R. Martin

Depois de ler o primeiro volume da saga “Crónicas do Fogo e do Gelo” é difícil resistir ao segundo volume. Se na “Guerra dos Tronos” tivemos um gostinho daquilo que seria esta saga literária, em “A Muralha de Gelo” somos surpreendidos pela forma como Martin consegue criar algumas reviravoltas bastante interessantes.

Estaria a ser mázinha se revelasse as surpresas que este livro guarda. Não irei por isso revelar mais nada, apenas direi que dos três livros da saga que li até agora, este foi o volume de que mais gostei. (6/7)

Ups!

Buon Giorno!
O "Baú dos Livros" foi de férias e não disse nada a ninguém!
Peço desculpa seguidores, mas com toda a antecipação e com os preparativos, esqueci-me de avisar que o blog ia estar um pouco parado. Alguns terão pensado que se calhar me fartei dele? Ainda não.
Fica para breve uma crítica/diário detalhado na viagem da equipa do "Baú dos Livros", à maravilhosa visita às cidades de Milão e Veneza.