Durante a minha ausência atingi o meu objectivo mais modesto de ler vinte livros em 2013. Um dos que escolhi estava na minha prateleira há já um par de anos. Recebi-o no Natal de 2008, o ano em que decidi que ia desistir de Artes Plásticas e partir em busca do curso que me faria mais feliz, Medicina Veterinária. Agora que finalmente li “Em Busca do Carneiro Selvagem”, não posso deixar de achar esse facto curioso.
O herói desta história, um publicitário divorciado, com hábitos vulgares e um intelecto igualmente comum (pelo menos, segundo o próprio), é obrigado a abandonar a rotina diária, para encontrar um carneiro. E tudo por causa de uma simples imagem publicitária que desagrada o supra-sumo da sociedade japonesa.
Tendo por pano de fundo a cultura japonesa da década de setenta, Murakami brinda-nos com uma obra muito própria; ainda que realista e detalhada, consegue ter simultaneamente uma grande dose de misticismo e elementos irrealistas. Uma combinação que à partida não seria a melhor, mas que acaba por funcionar muito bem e cativar mesmo o leitor menos sensível ao sobrenatural.
Esta era a minha segunda tentativa para ler “ Em Busca do Carneiro Selvagem”. Como todas as coisas na vida, é preciso o momento certo, e a maturidade certa, para se conseguir apreciar Hakuri Murakami. Há cinco anos não estava pronta para ele. Hoje posso dizer, que foi das minhas obras favoritas e deu-me um grande prazer lê-lo.
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