sábado, 13 de outubro de 2012

" O velho que lia romances de amor" - Luis Sepúlveda



António José Bolivar, aprendeu a viver na selva com os índios Shuar. Não sabe escrever, mas cedo descobriu que conseguia juntar letras e palavras formando frases na sua cabeça; sabia ler. Depois de quarenta anos na selva, longe do “mundo civilizado”, é através dos livros trazidos pelo dentista Rubicundo Loachamín, que Bolivar descobre a janela para mundos completamente diferentes do seu. Assim, António José Bolivar goza a sua velhice na companhia destes romances de amor.

Certo dia o rio traz um cadáver de um gringo. Bolivar não gosta deles, mas rapidamente há quem tente culpar os índios da sua morte, coisa que o Velho sabe ser mentira. Sabe também que haverá mais mortes, porque um animal que procura vingança é um inimigo perigoso.

 Os olhos de António José Bolivar tornam-se assim nos nossos olhos, enquanto este procura a sua presa, evitando tornar-se nela. É através deles que nos é dada a conhecer o verdadeiro protagonista desta história, a Floresta Amazónica. 

Com uma história incrivelmente simples, Luis Sepúlveda consegue transportar-nos para o interior deste extraordinário ambiente, abrindo-nos uma pequena janela para um mundo tão distante do nosso e transformando-nos no velho que lê romances de amor.

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