António José Bolivar, aprendeu a viver na selva
com os índios Shuar. Não sabe escrever, mas cedo descobriu que conseguia juntar
letras e palavras formando frases na sua cabeça; sabia ler. Depois de quarenta
anos na selva, longe do “mundo civilizado”, é através dos livros trazidos pelo
dentista Rubicundo Loachamín, que Bolivar descobre a janela para mundos
completamente diferentes do seu. Assim, António José Bolivar goza a sua velhice
na companhia destes romances de amor.
Certo dia o rio traz um cadáver de um gringo.
Bolivar não gosta deles, mas rapidamente há quem tente culpar os índios da sua
morte, coisa que o Velho sabe ser mentira. Sabe também que haverá mais mortes,
porque um animal que procura vingança é um inimigo perigoso.
Os olhos de António José Bolivar tornam-se
assim nos nossos olhos, enquanto este procura a sua presa, evitando tornar-se
nela. É através deles que nos é dada a conhecer o verdadeiro protagonista desta
história, a Floresta Amazónica.
Com uma história incrivelmente simples, Luis
Sepúlveda consegue transportar-nos para o interior deste extraordinário
ambiente, abrindo-nos uma pequena janela para um mundo tão distante do nosso e transformando-nos
no velho que lê romances de amor.
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