sábado, 12 de novembro de 2016

Planos

"É mesmo isto que eu quero para a minha vida?" 

Adoro o curso que tirei. Gosto da sensação de utilidade e de estar a ajudar outros seres vivos, mas não consigo sentir que chega. Dou por mim à procura de casa para alugar e carro para comprar e visualizo uma vida que não é aquela que ambicionei. Uma vida igual à dos meus pais e igual à dos pais deles...claro que com as típicas variações do tempo e espaço, mas ainda assim, uma vida com um plano linear e mais ao menos definido. E enquanto por um lado eu quero abraçar esse lado sossegado e confortável da vida ocidental, não consigo deixar de me questionar se não haverá mais? 

Esta crise existencial poderia ser justificada pelo stress pré-apresentação de tese, ou pelo aproximar de uma monstruação, mas a segunda já passou e a primeira nunca me assustou muito. 

Yup. Acho que é altura de começar a aceitar o facto da minha vida não ser minimamente glamorosa - escrevo eu, enquanto beberico o meu copinho de whisky escocês e fumo o meu charuto cubano.  

2 comentários:

Ângela disse...

A minha sogra (é da geração dos meus avós) chegou a estar na fila para a sopa durante a segunda guerra mundial. Não quereria viver com a pobreza que ela viveu.
Os tempos são diferentes. Hoje em dia ter telemóvel e Internet é necessidade básica. Eu para trabalhar preciso de ter telemóvel e Internet. Ah, e carro. Com horários como os que tenho (estar numa escola e 10min depois ter de estar noutra, por exemplo), era humanamente impossível andar de transportes. Que necessidades básicas havia no tempo dos meus avós? Não pode ser comparado.

Anónimo disse...

Vim parar ao seu blog por mero acaso e gostei do que li. compreendo o que sente, mas se me permite um conselho de alguém que deve ter idade para ser sua mãe, não se preocupe nunca com o ser ' glamorosa:)' isso não interessa nada, o que conta na vida quanto a mim, é tentarmos progredir e evoluir ao longo do nosso percurso, se possível fazendo o que nos dá mais gosto e o que podemos fazer de melhor , sendo sempre que possível úteis...cumprir as nossas responsabilidades/deveres, exigir os nossos direitos por forma a contribuirmos também para um mundo melhor. Por vezes teremos de 'quebrar' em vez de torcer, outras teremos de ser como o bambú ou como a água (deixar correr e fluir até ao nosso destino) mas tentando ver a vida como um todo, um percurso, uma viajem...
No meu caso tentei sempre semear algo positivo e posso lhe dizer que apesar de muitos desgostos e contrariedades que a vida me trouxe, considero que posso fazerum balanço muito positivo e feliz :) (...fujo sempre de glamour ou de ser conhecida, etc :))
Desejo-lhe as maiores felicidades e parabéns continue o bom caminho!
M