terça-feira, 30 de junho de 2015

"Rebecca" de Daphne Du Maurier

Este foi dos melhores livros que li nos últimos meses. Não é que tenha lido muito. O último ano lectivo foi uma complicação, com muito trabalho, muito cansaço e pouco tempo para leituras lúdicas. Ainda assim, volto a repetir que gostei muito deste "Rebecca" e não percebo como pude deixá-lo na mesinha de cabeceira, por ler, durante tanto tempo.

Publicado em 1938 e da autoria da escritora inglesa Daphne Du Maurires, "Rebecca" cedo se estabeleceu como um sucesso literário e a obra que marcou a carreira da escritora,  que ainda hoje é lido e comentado por muita gente.

"A noite passada sonhei que voltava a Manderley." é a frase com que iniciamos esta nova viagem. É a segunda Senhora De Winter, que nos contará como é que Manderley veio a ocupar um lugar tão importante na sua história, desde que esta era uma simples dama de companhia, até se tornar na sucessora da inesquecível primeira Senhora De Winter, Rebecca.

É em torno do fantasma de Rebecca, vítima de um trágico naufrágio, que todos os pensamentos da segunda esposa do Senhor De Winter, Maxim, começam a viajar. A insegurança desta jovem e simples rapariga é tão evidente (por vezes é até irritante), que chega mesmo a tornar-se aflitiva a forma como a sua vida passa a girar em torno do que as outras pessoas esperam dela. Aparentemente a segunda esposa nunca será suficientemente apta ao estatuto de Senhora de Winter, soberana da luxuriante propriedade inglesa, Manderley. Ela nunca será Rebecca.

Adorei da forma como a autora nos conduz pelo enredo, fazendo-nos sentir na pele o desconforto que a narradora sente. Todos os livros são capazes, até certo ponto, de nos fazer sentir assim, mas por alguma razão senti-o com maior intensidade em "Rebecca". Talvez por isso o desfecho tenha sido uma surpresa. Por estar tão "dentro" da personagem, não me apercebi do que poderia estar para acontecer.

Outra das coisas que gostei foi da descrição que Du Maurier fez do primeiro amor,

Por felicidade não se repete a febre do primeiro amor. Porque é realmente uma febre, e um fardo, também, apesar de tudo o que os poetas possam dizer. Ninguém é suficientemente forte, aos vinte e um anos...Dias cheios de pequenas covardias e ínfimos receios sem fundamento, em que é tão fácil a gente sentir-se magoada, pois a primeira palavra má fere como arame farpado. Quando, porém, como hoje, nos sentimos envolvidos pelo manto da meia-idade já próxima, as minúsculas picadas diárias apenas nos tocam de leve e facilmente são esquecidas; mas naquela época....uma palavra descuidada permaneceria como um estigma ignominioso!

Gosto desta passagem. Acho que a vida é mesmo assim e que ao ficarmos mais velhos e ao sofrermos decepções, vamos ficando mais fortes e mais capazes de racionalizar o que está a acontecer. Pode ser bom, mas por outro lado trás uma certa pena, essa noção de que nos vamos transformando numa espécie de ser humano com armadura.

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Quero ir embora de Portugal

Quando vejo notícias de ditas "tradições" onde se queimam gatos vivos, só me apetece fazer as malas e ir me embora deste país tão "evoluído". Que adianta criar leis, onde se define que esta barbárie é considerada crime e os envolvidos devem ser penalizados, quando depois não há aplicação das mesmas?

Como é que não houve alguém no meio daquilo que pegasse numa mangueira e apagasse o fogo, ou que fizesse algo mais que olhar?! Como é que se fica assim tão bruto e insensível?

O que vale é que todas aquelas "pessoas", a observar a cena e a tirar "prazer" daquele momento degradante, foram logo depois rezar um Pai Nosso e uma Avé Maria. Tão boas e correctas estas pessoas!

Fica aqui o link de uma petição que não seria necessária, se vivêssemos num país evoluído e civilizado: 



 
 

segunda-feira, 22 de junho de 2015

Série "Hannibal" CANCELADA

Bem, segundo a informação que já começou a circular pelas internets, a série da NBC, "Hannibal" foi cancelada. A série televisiva, que nos trouxe um grande número de requintadas receitas canibais de aspecto delicioso e suculento (e não só), terá um final precoce no final dos 10 episódios que constituem a a terceira e última temporada.

Pensa-se que o fim da série tenha tido como causa um problema de direitos de autor, uma vez que na quarta temporada pretendiam introduzir a personagem principal do filme "Silêncio dos Inocentes", Clarice Starling (abaixo os direitos de autor!).

Bon Apetit!


quarta-feira, 17 de junho de 2015

E agora?

Hoje acabei o 5º ano do Mestrado Integrado em Medicina Veterinária. Já está. Agora está tudo em aberto, ou quase tudo. Tenho três estágios agendados; um em pequenos animais (cão e gato); um em bovinos de leite; um "misto" na Escócia.

Aqui há uns meses atrás andava a panicar, porque não sabia o que queria fazer da minha vida. A maior parte dos nossos professores dizia-nos que tínhamos de nos especializar, de escolher uma área, um tema de tese, um futuro! Aquilo assustou-me. Não gosto de escolher. E se alguma coisa correr fora do plano/escolha? Como é que faço? O que faço? E se eu não gostar? 



Se calhar eles não tem razão. Não vou escolher. E não escolhi. Quero aprender o máximo de prática que conseguir. Esse é o único objectivo que, nesta fase da minha vida, quero atingir. A vida é tão comprida. Se eu não sei o que vou estar a fazer nos próximos meses, como é que posso escolher e saber o que vou estar a fazer exactamente daqui a 15, ou 20 anos? 

Hoje estava a ler um texto de um senhor que gosto bastante, o James Altucher. Ele escreveu assim:


É exactamente isto que se passa hoje na minha Universidade, quem sabe se nas restantes. Acredito que exista gente que realmente sabe o que quer fazer e qual a sua paixão, mas a coisa torna-se complicada quando somos curiosos. Eu sou curiosa. Gosto de experimentar fazer coisas diferentes, livros diferentes, de áreas da veterinária completamente distintas. 

A vida seria mais fácil se não fossemos curiosos, mas também acho que seria muito mais limitada. 

terça-feira, 16 de junho de 2015

Playlist #5 Maio

 
Maio foi um mês de corridas. Sim, comecei a correr. Não gostava de correr. O problema resolveu-se quando descobri que apenas me faltava a música certa e o tempo certo. Por esta razão, a Playlist deste mês e Maio é muito electrónica. Descobri que é com este tipo de música que gosto de correr, apesar de para momentos de reflexão preferir outros géneros musicais:
 
Years & Years, "King" - Esta música é "the shit" para quem quer um ritmo de passada rápida e fica no ouvido. Não conhecia a banda, porque a música electrónica não é de todo a minha praia, mas a letra até que não é uma completa porcaria.

Galantis, "Runaway (U & I) - A letra desta é sim uma completa nulidade, mas, mais uma vez, relembro que estava mais focada em encontrar músicas de batida rápida e empolgante. Sem dúvida que esta satisfaz o requisito.

Robbie Williams, "Angels" - Esta já é velha. Não sou grande fã do Robbie. Tem uma ou outra música engraçada para dançar, mas nada com que me identifique muito. No entanto, tenho uma recordação quase tirada de filme com esta música, que não consigo não me recordar e que, por vezes, relembro com um sorriso na cara. Era fim de tarde em Veneza, e estávamos do outro lado do Grande Canal, com vista para a Praça de S.Marcos. Tínhamos caminhado até lá e estávamos sentados a descansar, simplesmente a olhar para aquela cidade extraordinária e esta música tocava, vinda do outro lado da cidade. Parecia cena de filme romântico.
Hoje, o facto daquela música ter-se feito ouvir naquele local e com aquela pessoa faz sentido, porque o final daquela relação foi um tormento, que exigiu muito crescimento pessoal, em muito pouco tempo e, nas noites mais difíceis, o mundo real não bastava para me dar força. Segundo Williams, que escreveu a música, "Angels isn't about anybody, it's about the thoughts that loved ones that have passed on come back and take care of you." 
 
Ás vezes acreditar em coisas destas ajudam a noite a tornar-se menos escura. Ainda hoje, quando não consigo parar de pensar em coisas más, tento pensar nisto e tudo parece ficar melhor.

Esta coisa das Playlists está a tornar-se muito pessoal, mas acho que a música para ser verdadeiramente apreciada tem do ser.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Tomorrowland (2015) - Brad Bird

A última vez que fui ao cinema, foi há umas semanas atrás. Fui ver o filme "The Age of Adaline". Achei que a história tinha potencial, mas esse potencial acabou por não ser mais do que hipotético, uma vez que o filme era um conjunto de cenas previsíveis e sem sabor. (Confesso: fui ver o filme, porque era a semana de noites de cinema a 2,5€ e as alternativas eram poucas.)  

Digo muitas vezes, que a minha parte favorita da ida ao cinema são mesmo os trailers. Digo isto a brincar, mas tem a sua quota parte de verdade. Foi nesta última ida ao cinema que vi o trailer de "Tomorrowland", filme da Disney (e não festival) que fui ver ontem.

Estava curiosa, porque o trailer pareceu-me ser divertido e uma ida ao cinema uma boa opção para aliviar momentaneamente o calor, que por este Portugal se faz sentir. 

Tomorrowland, local onde tudo é possível! Terra de cientistas, criativos e das mentes mais brilhantes, que alguma vez surgiram no planeta Terra. Sitio livre de políticos, de burocracias, de ganância e de distracções mundanas, onde estes indivíduos distintos trabalharam e deram asas à imaginação, para criar um lugar mágico e único, repleto das mais incríveis invenções. Em resumo, um local perfeito para sonhadores.

A história começa com as duas personagens principais da história, Frank Walker (George Clooney) e Casey Newton (Britt Robertson), a tentar contar-nos algo de importante. Por entre várias interrupções, ficamos a saber quem são estas duas personagens, o que as aproximou e quais as suas motivações.

Casey, filha de um engenheiro da NASA, é uma optimista a cem por cento. Num mundo, onde as notícias apenas nos dão conta do que de mal acontece à nossa volta, rodeada de pessimistas e comodistas, esta adolescente faz-nos sorrir com a sua persistência e incansável busca por soluções. Casey nunca aceita uma resposta simples, questiona-se sempre, mesmo aquilo que parece inquestionável. 

Frank, um inventor forçadamente retirado do activo, é o oposto; pessimista e acomodado ao que o Futuro parece reservar.

Ambos serão peças fulcrais para resolver aquilo que colocou em causa a existência de Tomorrowland e do próprio planeta Terra.

Gosto muito da Diney. Não é segredo para ninguém. Considero-me uma pessoa sonhadora, alguém que apesar de ter momentos de puro pessimismo, não deixa nunca de sonhar e de achar, que algures no futuro as coisas acabam por correr como sempre sonhei/idealizei.  Não vejo o telejornal. Muitas coisas terríveis, que se passam neste Mundo, passam-me ao lado. Não porque não me importe, mas porque não vejo benefício em tocar constantemente numa ferida e continuar a fazê-lo durante dias, meses, ou mesmo anos; A visualização tem um efeito muito forte naquilo que nos acontece. 

Explicando resumidamente aquilo em que baseio grande parte do que faço e do que penso acerca da vida, no pequeno paragrafo atrás, digo apenas que este filme é especial. É o tipo de filme que me faz sair do cinema com um sorriso na cara e o coração cheio; o tipo de filme que recomendaria a qualquer pessoa, que ache que a vida não tem mais graça, que é tudo mau e azedo.

Não percebo porquê que Tomorrowland tem recebido críticas tão más. Não é um filme complexo, ou intrincado. Longe disso. Tem uma mensagem bastante clara e simples, mas essa característica não o torna menos capaz. 

Mas, todas as áreas de estudo, incluindo a do Cinema, estão repletas de snobismo e com falta de sonhadores e optimistas. Se calhar é por isso que Tomorrowland não lhes agrada. 

Deve tocar em alguma ferida mais sensível.





sábado, 6 de junho de 2015

Maio Insta#

Parece que ultimamente o blog se resume a fotos do Instagram e Playlists...Mas a verdade é que só agora tenho conseguido ler! Parece incrivel, não é? Mas quando já se passa o dia todo a ler porcarias de Veterinária, os intervalos não são passados a ler, mas antes a correr, a estar com as pessoas, ou a passear com os animais. Mas não se preocupem! Tenho conseguido reservar sempre uma horinha antes de ir dormir para as leituras e em breve as opiniões estarão de volta!

Aqui fica o mês de Maio, mês de muito estudo e pouco gandaio!

 "Muito adulta" para o Jantar dos Finalistas!

 Observar os outros a dormir, enquanto nós marramos.
 Brincadeiras tótós no Photoshop.

 Observação de aves.