segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Os vírus e as bactérias...

Das poucas vezes que ligo a televisão e está a dar o telejornal, fico irritada. Não pelo estado do país, que esse não é novo, mas com a mediatização descontrolada de determinados assuntos. Ontem aconteceu-me estar na sala, quando os meus pais estavam a ver esse maldito programa "espalha terror" (não entendo como é que há quem goste de viver assustado) e começou a dar uma espécie de Casa dos Segredos, mas em que a protagonista era uma tal de Legionella em vez da Teresa Guilherme...

A primeira coisa que pensei foi "bem, o ébola deve ter ido de férias...". É que já não há pachorra! Porquê que em vez de lançarem o pânico os serviços de "informação" não informam simplesmente as pessoas? Para quê dar tanto destaque a um surto bacteriano, que o mais certo é já estar devidamente controlado (afinal, basta aumentar os teores de Cloro na água e aumentar a sua temperatura para os 40-60ºC). "Ai, mas morreu gente." Claro que morreu gente! Morre gente todos os dias de Pnemonia! Normalmente pessoas que já tem o seu estado de saúde comprometido, que são idosas, ou fumam como chaminés! Quando foi a última vez que os media nos informaram sem nos quererem assustar ou escandalizar?

A mesma coisa para o Ébola - Taxas de mortalidade acima dos 70%! Pois, mas deixaram de fora a parte de isso ser em países subdesenvolvidos, em que o controlo das condições higio-sanitárias e o acesso a cuidados de saúde são uma caca! E que tal informarem as pessoas de coisas basicas como: não, não se fica portador do Ébola, como acontece com a SIDA; sim, é uma doença autolimitante, o que significa que o que mata são os sintomas; INFORMAÇÃO ÚTIL E SEM ALARMISMO.



Se eu fosse a senhora espanhola que sobreviveu à doença e chegou a casa, para descobrir que o seu cão, saudável, tinha sido eutanasiado, para além de processar quem o fez, processava também os malditos media! Por culpa deles as pessoas ficaram em pânico e por estarem desinformadas (se ao menos o telejornal nos tornasse inteligentes...) tomaram a estúpida decisão de matar um animal inocente, um membro de uma família. Tinham medo que estivesse infectado. Já ouviram falar em quarentena? Não. A televisão não os ensinou a pensar em alternativas; não os ensinou a pensar. 

Fiquem seguros. Façam como eu, não vejam televisão ou leiam muitos jornais. Basta fazê-lo uma vez por mês, já que os assuntos são sempre os mesmos.

3 comentários:

Sara disse...

As pessoas em geral não gostam de pensar...Dá muito trabalho. Preferem encher o cérebro de porcarias, mesmo sabendo que no canal ao lado está a passar um programa muito melhor, não admira que eles acabem por falta de audiência. Elas preferem-se focar-se no sensacionalismo porque é disso que gostam, se há mortes então...Um jornal com boas notícias não durava uma semana. Da mesma maneira mete-se mau jornalismo no mesmo saco que bom (que vai existindo) porque falta o acto de reflectir...Quanto mais se ler e confrontar informação melhor. É a sociedade massificada...

Alu disse...

Infelizmente é mesmo. Não sei se conheces o blogger James Altucher, mas isto que escrevi vai de encontro ao que ele defende: se as pessoas passassem menos tempo a entrar em pânico e se aplicassem a fazer alguma coisa criativa, que os fizesse reflectir, o mundo seria um local muito melhor!

Essas noticias massificasas e estandertizadas não trazem nada de positivo ao dia-à-dia das pessoas. Muitas vezes nem lhes aquece, ou arrefece, mas os media insistem em tentar convence-las de que aquilo pode acontecer-lhes, que os impostos vão subir, que o politico x e y é isto e aquilo...Ignorem isso! Sejam felizes com os recursos que têm e com o tempo e essa forma de pensar, as coisas melhoram :)

Sara disse...

Falta senso crítico...Se houvesse as pessoas conseguiriam pegar numa notícia e interpreta-la, parece que estamos cada vez mais burros apesar de todo o manancial de informação...Eu leio jornais online, mas televisão quase nunca. Quando andava na faculdade tinha de ver sempre senão levava com o apagador na cabeça...Bons tempos.