Tanta coisa por causa da história de amor de Romeu e
Julieta, escrita por William Shakespeare, e posso descrevê-la como uma
desilusão.
Para começar, o livro que li, traduzido para português, (não
sei se também é assim na versão original) começa com o “Coro” a relatar que nas
próximas duas horas se irá falar de uma história de amor amaldiçoada, pelo
facto dos jovens apaixonados pertencerem a duas famílias rivais, cujo ódio
entre ambas só será aplacado, após a morte trágica dos dois amantes. MUITO
OBRIGADA PELO SPOILER ALERT! NOT!
Não é que eu não soubesse que eles morriam no final, mas,
sendo este um texto dramático, seria ao menos de esperar algum suspense, para
quem vai ver a peça e é um energúmeno, que nunca ouviu falar de Romeu e Julieta
na vida (ou para as pessoas daquele tempo)!
Todas as cenas desta peça têm lugar na cidade de Verona (cidade
que só avistei da janela de um comboio, mas que me espicaçou a curiosidade!),
em Itália. Fala do amor juvenil entre Romeu, um rapaz que teve o seu coração
recentemente despedaçado e que anda macambúzio por aí, e de Julieta uma moçoila
de 13 anos, que vive à espera de ser casada. Um dia Romeu vai a uma festa em
casa da família rival da sua e vê a bela Julieta, apaixonando-se perdidamente…ou
seja, um caso típico de “rebound girl”. Como ela também lhe dá trela, mas
devido à complicada situação das duas famílias, eles decidem casar em segredo.
O Romeu, como jovem impetuoso que é, vê-se envolvido numa situação complicada e
mata o primo da Julieta, sendo enviado para o exílio. Drama Drama Drama…arranjam
um esquema manhoso para se juntarem no exilio, mas a coisa corre mal e morrem
os dois.
Deixei-me erradamente intimidar pelo nome deste escritor.
Isso explica o porquê de só agora ter começado a ler as suas tragédias. Também
sempre tive algum receio de ler para além de prosa, visto que não sou grande fã
de poesia, achei que também não seria de textos dramáticos. A verdade é que
achei a leitura bastante acessível e não muito diferente da prosa. Claro que
existem diferenças, mas nada de transcendente, que afecte a minha capacidade de
imaginação.
Sei que não se deve comparar obras escritas em épocas tão díspares, mas não posso deixar de sentir que passei do 80, que é ler William
Faulkner, para o 8 que é ler Shakespeare. A complexidade do último é mínima e
acredito que o homem terá sido bastante popular na sua época devido à
simplicidade com que abordou este amor juvenil, entregando-o ao seu público, provavelmente
sedento por coisas simples e pirosas. Ou se calhar sou só eu, que já não consigo encontrar nada de querido em dois putos que fazem umas loucuras por amor, que só por acaso consistem em cometer suicídio. Não consigo deixar de pensar, que muito se teriam rido deles mesmos, se a coisa se passasse nos nossos dias!
Oh amor lamechas! Já não me despedaças o coração!
Oh amor lamechas! Já não me despedaças o coração!
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