Há muito tempo que não me deparava com um livro capaz de destruir a paciência de uma pessoa paciente, no que toca a leituras, como eu.
“Moby Dick” de Herman Melville, publicado em 1851, narra a história de Ismael, um marinheiro que decide embarcar num barco de caça à baleia, o Pequod. A personagem vê- se envolvida na perseguição ao cachalote de cor branca, Moby Dick, responsável por uma série de infelicidades que aconteceram ao capitão do navio, Ahab.
Já na época da primeira publicação, “Moby Dick” foi mal recebido, quer pelos críticos, quer pelo próprio público. No entanto, mais tarde, foi considerado uma das mais geniais obras da literatura inglesa.
Na minha opinião, não sei o que levou o público e os críticos a mudarem de opinião. Talvez tenha sido o final. Contudo, eu não saberei dizê-lo, já que este foi um dos poucos livros que me fez desistir antes de conseguir acabar o primeiro volume. Assim sendo, falarei apenas do que me fez desistir, visto que não gosto de falar daquilo que não sei.
No início da narrativa nada me fazia supor que não conseguiria acabar o livro. A história prosseguia o seu rumo e eu até estava a achar interessante, nomeadamente a parte em que é descrita a relação de amizade que se estabelece entre Ismael e o indígena Queequeg. Porém, as crescentes reflexões da personagem, as maçadoras descrições sobre baleias e cachalotes e a descrição minuciosa demais das práticas de caça dos baleeiros, acabam por cortar completamente o ritmo da história, ao ponto de na página número duzentos ainda não ter sido mencionada uma única vez a baleia “Moby Dick”.
Detestei também a forma como os animais são descritos. Compreendo que na época as baleias eram vistas como uma mercadoria, mas isso não impede que me sinta incomodada com tais descrições.
Por tudo isto, achei que esta viagem literária deveria ser imediatamente abortada. E assim foi. (1/7)
2 comentários:
Uma das razões porque ainda não li o Moby Dick, é exactamente por se tratar de uma "caça à baleia". No entanto, realmente não se entende como um livro que ao princípio foi recebido mal, depois se tornou um clássico.
Como nunca tentei ler, não sei se é ou ão aborrecido, mas se realmente se perde em descrições, como dizes, então deverá ser difícil de "digerir" :)
Vão ler Harry Potter então, bixas locas...
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