quinta-feira, 28 de abril de 2016

Eu só sei que nada sei!

Há uns dias atrás, uma amiga comentava comigo que quanto mais anos passam, menos sabe sobre o amor. 

Depois do fim de uma relação, que durou um par de meses percebeu que aquilo que sentia falta não era propriamente da pessoa, mas das coisas que conseguia usufruir ao estar numa relação. Os mais românticos dirão que se sentiu só isso é porque não era amor. 

Se calhar têm razão. Se calhar não era amor. Ou então estamos todos muito iludidos com o que é o amor. 

A meu ver o amor pode ser muito egoísta. Há histórias em que o amor é o herói da história, mas na maior parte dos casos o amor é aquele gajo irritante que justifica os meios para atingir os fins. "Ah e tal, foi por amor!". Podíamos igualmente dizer que foi por ódio, mas isso não perdoaria nada. Já o amor, esse é sempre perdoado.


Já fui romântica. Já acreditei que amar alguém era nunca pensar em mais ninguém. Pensar em mais alguém era pecado e devia ser reprimido. Amar era estar sempre feliz e fazer surpresas e passar fins-de-semana em sítios exóticos. É incrível a merda que nos metem na cabeça enquanto crescemos. Desde a imagem de amor fácil que os pais tentam passar, até aos livros e séries de televisão que vemos. Parece tudo tão cor-de-rosa e maravilhoso! O amor é tudo aquilo que queremos encontrar e ter!

O que se esquecem de nos avisar é que, às vezes, o amor não chega. Às vezes há uma maldita de uma sogra que não gosta de nós, ou surgem distâncias de 3000km que fazem com que simplesmente seja impossível estar em contacto. Às vezes aparecem outras pessoas igualmente, ou momentaneamente mais cativantes, às vezes alguém fica doente e impossível de aturar.  Às vezes simplesmente deixa de haver amor. 

Imaginem as mil coisas que aconteceram na vossa vida. Como é que alguém fica sempre igual? Como é que nos mantemos a pessoa por quem o outro se apaixonou? Sempre. É simplesmente irrealista. 

O amor. Essa coisa complicada. Mais do que algo que se sente, é algo que se escolhe. 
Dá trabalho, não é fácil e às vezes faz-nos desesperar. Às vezes transforma-se em ódio. 


Olhem, na verdade eu só sei que nada sei!

 

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