Há séculos que andava para ler este "Charlie e a Fábrica de Chocolate" de Roald Dahl. Já tinha visto a versão cinematográfica do Tim Burton, mas já sabem que uma boa leitora, gosta sempre de ler o livro.
Agora que ando numa fase de ler coisas pequeninas e ligeiras (não acham que os livros andam a ficar cada vez maiores?!), achei que seria o livro perfeito. Mesmo sendo um livro para crianças, sou da opinião que uma boa história não escolhe idades.
Para quem nunca ouviu falar, este pequeno livro conta a história de Charlie, um rapazinho muito pobre e humilde, que todos os dias tem de partilhar a pouca comida que tem com os seus quatro avozinhos e os seus pais. A família vive em tal desespero, que a única ocasião em que Charlie come alguma coisa que não couves cozidas, é no dia do seu aniversário. Depois de pouparem todo o ano, a família consegue oferecer-lhe uma maravilhosa e saborosa tablete de chocolate do internacionalmente famoso chocolateiro Willy Wonka.
Mas, neste aniversário, o desembrulhar da tablete de chocolate de Charlie será marcada por uma nova expectativa. Willy Wonka, que tem a sua fábrica misteriosamente fechada há anos, vai oferecer cinco bilhetes dourados, que irão permitir uma visita guiada à fábrica. Mas não é tudo! Os sortudos que encontrarem esses bilhetes escondidos nas tabletes de chocolate, receberão um camião gigante cheio de doces e guloseimas, que chegará para a vida inteira!
Nunca tinha lido nada de Roald Dahl. Cheguei até a pensar que o senhor era americano. Erro de julgamento, uma vez que ele é inglês. Acho que foi o facto desta história ser tão cheia de vida, cor e fantasia, que me fez cair nesse erro. Isso e o próprio facto de ser o J.Deep a fazer o papel de Willy Wonka, na versão do realizador Tim Burton. Não quero com isto dizer que todas as histórias para crianças de escritores ingleses são escuras e pouco alegres. No entanto, as que já li têm sempre um certo toque de snobismo britânico, que nunca passa despercebido. Imaginem os famosos lanches descritos em "Os Cinco" e todo o tom em que essa colecção era escrita, e entenderão o que quero dizer (espero eu).
Num tom de brincadeira Roald Dahl, consegue passar algumas lições importantes sobre a arte de educar crianças. Não é que eu seja expert em educar crianças, mas já fui uma e sei que ele tem razão. Para muitos pais e filhos insuportáveis de hoje em dia, este livro é uma leitura perfeita para antes de ir dormir. O problema é que acho que já não devem existir muitos pais que leiam histórias para adormecer os filhos. Deve ser mais fácil ligar o tablet, ou deixar passar a hora de ir dormir. Ainda assim, se um dia eu tiver filhos, esta estará sem dúvida na minha lista obrigatória!
Tenho também que dar os parabéns a quem editou o livro. Tem uma capa maravilhosa e achei perfeito incluírem as ilustrações originais de Quentin Black. São muito simples, mas bastante expressivas. Também achei muito interessante a inclusão de curiosidades sobre o escritor e sobre o ilustrador, numa linguagem adaptada às crianças.
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