Mais um livro que estava para ler há bastante tempo. Gosto sempre de ler primeiro o livro e só depois ver o filme, mas neste caso vi primeiro o filme. Ainda assim, existem diferenças importantes entre a versão escrita e a adaptação para o grande ecrã.
O "Diário de Bridget Jones", conta a história de uma rapariga/senhora na casa dos trinta, que vive atormentada com o facto de não ter uma relação sólida/ser casada e já estar a ficar "velha".
Bridget Jones é a personificação de muitas raparigas inseguras que por aí andam. Cheia de obsessões, desde com as calorias que ingere, com o número de cigarros que fuma, até à colecção imensa de livros de auto-ajuda. É uma personagem que no inicio nos envergonha e enerva. Ela representa a típica rapariga dependente da opinião dos outros e vítima das múltiplas influências parvas dos media, mas que acaba por nos conquistar com a sua simultânea inocência e totozice.
Uma das principais diferenças em relação à adaptação cinematográfica é o destaque que é dado aos amigos da Bridget, que como ela são todos mais ao menos solteiros e revoltados com as pessoas casadas e à própria mãe da personagem principal. Mulher super desbocada e mandona, a mãe de Bridget é o pesadelo de qualquer filha, mas que dá azo a muitas situações cómicas.
Ao ler este livro não pude evitar soltar uma gargalhada ou outra, coisa que é rara em mim. A escrita é super simples e fluída (li a versão inglesa) e apesar das múltiplas expressões da "british middle class", acabei por acompanhar bem a história.
Entretanto já li o segundo volume "The Edge of Reason" e apesar de também ser engraçado, penso que devia ter deixado passar algum tempo entre a leitura do primeiro volume. As obsessões de Jones podem começar a torna-se irritantes, depois de muito tempo partilhadas.
P.S. Não percebo como é que os ingleses bebem tanto!
4 comentários:
Não costumo gostar deste tipo de livros mas gosto muito da Bridget precisamente porque é ela somos nós todas - mulheres no mundo, pressionadas a toda a hora para ser bem sucedidas, para ser exteriormente perfeitas e arranjar um homem antes que passemos do prazo. É um bocado ácido em algumas partes e se o leitor pensar bem...
Sim, no fundo a Bridget é uma caricatura e o romance acaba por passar por critica à sociedade e às mulheres que "tentam demais"...
Porque no final ela fica feliz, sem ter havido necessidade para dramas.
Não é uma questão de tentar demais- imagina viver num contexto onde te podes realizar da maneira que gostas sem pressão, em que podes fazer o que quiseres com o teu corpo, em que não és empurrada para ser assim e assado e em que és tratada de maneira justa...Para conseguires quebrar este circulo de auto-depreciação (odiares o espelho, contares todas as calorias...), tens de ser muito forte e nem toda a gente tem essa resistência...
Sim, com "tentar demais" era isso que queria dizer. Ela tenta, porque se sente pressionada a isso. Nós nem devíamos tentar seja o que for! Devíamos fazer o que nos faz sentir bem e esquecer esses artigos da treta que dizem as "10 coisas para perder barriga", ou as "10 coisas que tem de fazer para ser a melhor mãe do mundo"...Bah! Bull...
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