domingo, 29 de novembro de 2015

Playlist #11 Novembro






Novembro tem sido difícil. Cheio de dúvidas, cansativo, frio e solitário. O tempo para grandes melodias não prolifera, mas ficam aqui as músicas que marcaram o mês:

Mariza, "Melhor de Mim" - Confesso que não gosto do estilo musical, que a Mariza representa. Sou a típica portuguesa, que não gosta de Fado. Talvez não goste, porque ainda não encontrei a cantora certa. O que é certo é que esta música, escrita pelo Boss AC, e interpretada pela Mariza, soa muito bem ao meu ouvido e à minha alma. Tem uma mensagem muito bonita e faz lembrar um filme da Disney.   


 
Lukas Graham, "7 Years" - Mais uma vez, uma música, com uma letra linda e nostálgica. Pessoalmente, não gosto muito da voz do cantor dinamarquês, mas o resto compensa.

Hailee Steinfeld, "Love Myself" - Este mês comecei a treinar para a corrida de S.Silvestre na Invicta. Isso significa que andei a desenterrar as últimas novidades de música pop electrónica, para conseguir aquela energia extra. Encontrei esta e achei que tinha uma mensagem positiva e motivadora, para me concentrar naquele último quilometro! 

 

sábado, 28 de novembro de 2015

Reler, ou não reler?

Reler, ou não reler - Heis a questão, quando olho para a minha estante, ou para a lista de livros lidos no Goodreads...e ainda assim é uma coisa que não me apanham a fazer com facilidade. 

A primeira razão, prendesse com a minha vontade de andar para a frente. Para quê revisitar o passado, quando existe um cem número de caminhos/livros a explorar?! Sim, o livro era espectacular, mas com tantos livros e tão pouco tempo, como é que posso se quer considerar essa opção? 

No fundo pergunto-me se será essa a verdadeira razão para andar a adiar a primeira releitura da saga Harry Potter, por exemplo. Não será antes porque tenho medo?

- Medo? - perguntam vocês. 

Sim, medo de ficar desiludida. Medo de não sentir o mesmo entusiasmo que senti, quando tinha doze anos, ou quinze. Não será demasiado cedo para me aventurar em releituras? Não passou assim tanto tempo, desde que comecei a ler "à séria". Só uns míseros 10 anos. Claro, que não sou a mesma pessoa, que era há 10 anos atrás, mas ainda assim não sinto que seja ainda o tempo para reler seja o que for. 

Ah nostalgia da infância...como enganas e nos fazes pensar, que poderemos alguma vez experimentar sensações de forma idêntica. 

Não acredito em releituras para confortar a alma. Acredito que o acto de reler um livro de que gostamos, terá de ser sempre encarado como uma primeira leitura, ou correremos invariavelmente, o risco de nos desiludirmos. 






domingo, 22 de novembro de 2015

"A Rainha no Palácio das Correntes de Ar" - Stieg Larsson

Andei a adiar a leitura deste "A Rainha no Palácio das Correntes de Ar", porque era, supostamente, o último livro disponível, depois da inesperada morte do escritor. Este ano, com o lançamento de um quarto volume, escrito por David Lagercrantz, senti que era altura de saber o que havia acontecido a Lisbeth Salander.

Dos três livros este foi aquele de que menos gostei. A trama que se forma em redor da personagem Alexander Zalachenko, pai de Lisbeth, revela-se mais complexa do que inicialmente se suporia, com múltiplas pessoas envolvidas e com uma série de crimes cometidos, para proteger a identidade e paradeiro deste ex-espião russo.  

Em mais de metade do livro, Salander encontra-se em recuperação no hospital, depois de ter sido submetida a uma cirurgia, para remoção da bala que por pouco não lhe rebentou com os miolos. Enquanto isso, Mikael Blomkvist, jornalista da prestigiada Millenium, entretém-se a tentar limpar o nome de Lisbeth e a descobrir a verdade no meio de toda a obscuridade.

O leitor é confrontado com a evolução da investigação dos benfeitores e simultaneamente já sabe o que de facto aconteceu, tornando-se num mero espectador numa série de golpes e contragolpes entre os intervenientes no enredo. E o livro falha precisamente aqui. Toda a história se torna previsível e somos confrontados com um arrastar lento e por vezes enfadonho da leitura. 

Em comparação com os volumes anteriores, este tem muito menos acção e suspense. Não deixa de estar marcado por pequenos momentos que prendem o leitor, mas esses tendem a rarear. 

Estou curiosa por saber que rumo é que o novo escritor resolveu dar a todas estas personagens, uma vez que o final deste terceiro volume foi bastante conclusivo, mas parece-me que agora só saberei no ano de 2016.


 

sábado, 21 de novembro de 2015

Diário de uma Estagiária #Pois...é isso...

Estas últimas três semanas tem sido difíceis. Já me sentia relativamente confiante no mundo dos cães e gatos. Já me desenrascava a falar com os proprietários, a dar medicações e a começar a fazer diagnósticos e a pensar nos tratamentos mais adequados. Estava motivada e sentia-me curiosa por aprender mais.

O mundo dos bovinos de leite não tem nada a ver. É um negócio. Não era novidade para mim, que tinha decidido estagiar em grandes animais, depois de um mini estágio de Verão há dois anos atrás. No entanto, este estágio é muito diferente do sitio anterior. As coisas são mais "à moda antiga", incluindo os produtores. São vacarias mais pequenas, algumas delas com condições higiénicas más. 

Ideologicamente não consigo identificar-me com esta forma de trabalhar. Na minha mente sonhadora, achava que ia conseguir melhorar o bem estar destes animais, agir de forma proactiva e preventiva. Mas, na conjuntura actual, não sei se isso algum dia vai acontecer. O sector leiteiro em Portugal passa por uma crise sem precedentes. Cada litro de leite é pago a cerca de 0,30€, ou mesmo 0,21€. Se considerarmos que uma vaca dá 30 litros de leite por dia e que gasta cerca de 5€/dia em comida...façam as contas. 

Em todas as vacarias a que somos chamados, a conversa é sempre marcada por um pessimismo deprimente. Ninguém tem dinheiro, estão todos a tentar sobreviver. E mesmo assim, são todos PSD-CDS...vivem mal...mas continuam com o seu discurso pró-direita e anti-algo diferente. Isso só me irrita ainda mais. O facto de as pessoas serem burras ao ponto de não entenderem que estão assim, por causa de quem está lá em cima a ditar leis e a concordar com medidas europeias que não são boas para o nosso país. E é nessas alturas que penso - "o povo tem mesmo o que merece..." e depois toda a minha vontade de contribuir para a sobrevivência deles desaparece e dou por mim a desejar não trabalhar para este sistema.

Depois há a parte dos animais em si. Não posso negar que tenho aprendido imenso, mas há certas coisas que vejo fazerem aos bichos que me revoltam e me enervam profundamente. Não posso falar, não posso dizer ao dono para parar de bater na vaca para ela se levantar, imediatamente depois de ela ter tido o trabalho de lhe dar um vitelo! Porque sou só a estagiária. Também há pessoas boas, que se nota que gostam dos seus animais, mas também há muito bruto analfabeto por aí. Ás vezes chego ao final do dia chateada com o mundo, quando na realidade estou é chateada comigo mesma por não ter dito nada. Que culpa é que as vacas tem de estarem doentes, ou de terem medo?! Neste trabalho é preciso muita paciência e não podemos simplesmente enervar-nos e descarregar nos animais. Se fizermos isso vamos acabar por embrutecer.

Quando me lembro daquela equipa de veterinários, há dois Verões atrás, penso que é como eles que quero ser - Inovadora, pro-activa e com capacidade para dizer aquilo que é preciso dizer. As pessoas tem de ser educadas e penso que isso deve começar por nós mesmos e por aquilo que permitimos que aconteça à nossa frente. 

Faltam dois meses, para o fim deste estágio e tenho que arranjar forma de me auto-motivar. Porque é muito triste chegar todos os dias a casa com vontade que seja Sexta-feira à noite...Há dois meses atrás eu estava feliz! Hoje estou a tentar aguentar-me.


  

sábado, 14 de novembro de 2015

"O Amante de Lady Chatterley", D. H. Lawrence

"O Amante de Lady Chatterley", de D.H.Lawrence, foi publicado clandestinamente em 1928, na cidade de Florença, Itália. Só em 1960, viria a ser publicado em Inglaterra. As suas passagens, com palavras ligadas à sexualidade e a relação, tida como imprópria, entre um homem da classe trabalhadora e uma "Lady", foram as principais razões para o secretismo e censura. 

Demorei meses a terminar este livro. Não porque seja mau, mas antes porque é aborrecido. Percebemos imediatamente qual é o objectivo do escritor o que faz com que metade da piada se perca. O próprio enredo é também super previsível. Não há nada que "puxe" o nosso interesse.

Lady Chatterley (Connie, para os amigos) é casada com um homem intelectualmente desenvolvido e aristocrata, Clifford Chatterley. A única desvantagem deste senhor respeitável corresponde ao facto de logo após casar, ter sido vitima de um acidente na Grande Guerra e de ter perdido todas as capacidades da cintura para baixo (se é que me entendem). 

Connie vive uma vida monótona e sem grandes preocupações, o que lhe deixa muito tempo para se lamentar da sua vida e para se sentir sexualmente frustrada, ao ponto de começar a odiar o marido. Sir Clifford vai se tornando cada vez mais insuportável ao longo da história, o que contribui para que a nossa simpatia se prenda com a Lady e que rejubilemos, quando a mulher finalmente decide entregar-se a um amante.

Resumindo...este é um romance, escrito em modo de crítica ao snobismo da distinção entre classes, à desvalorização da sexualidade feminina e à super valorização intelectual, em detrimento do corpo. Isto não deixa de ser engraçado nos dias de hoje, uma vez que ainda assistimos a este tipo de desvalorização, mas tendo como alvo principal o intelecto e não tanto o corpo, que passou para primeiro plano.  

Como em tudo na vida, nada funciona sem que haja um equilíbrio. 

Triste.

Estou cansada. Cansada de saber se isto, ou aquilo que comemos provoca cancro; cansada das intrigas políticas de Portugal; cansada de ter de ouvir as mil razões pelas quais a esquerda não devia ir para o poder, ou as mil razões porque devia; cansada da história dos refugiados; cansada de atentados; cansada de ser espectadora do meu próprio tempo. 

Mil especulações vão resultar dos acontecimentos da noite de hoje em Paris. Vão correr rios de tinta e horas de discussão televisiva. No final não vamos ficar a perceber nada e vamos concluir que foi uma perda de tempo ouvir/ler tudo aquilo. O que importa é que morreu gente. E mais uma vez nada vai mudar por causa disso. Nos livros de história, ou na Wikipedia, este será só mais um dia mau para a Europa. Com o tempo vai desvanecer-se.

Por isso para quê importar-me, quando não passo de uma gota num oceano gigantesco? Inteligente e mais feliz era eu, quando não tinha de ver notícias. A ignorância é de facto uma bênção!

 

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Playlist #10 Outubro


Outubro foi o mês da minha última pausa antes de iniciar o meu estágio oficial. Foi um dos melhores meses do ano! 

Bebe, "Tan lejos tan cerca" - Esta música foi descoberta em Paris, quando fazíamos uma pausa de todo aquele caminhar e conhecer. Ouvimos esta música em conjunto e gostei logo dela. Depois andei a pesquisar esta cantora com um nome tão horrível e foi uma agradável descoberta. 



Alice on the Roof, "Easy Come, Easy Go" - Confesso que já nem sei como cheguei a esta música, mas gostei logo dela e é uma artista da qual espero ouvir falar mais tarde. Tem o timbre de voz que eu costumo adorar... 

Johnny Hooker, "Eu vou fazer uma macumba pra te amarrar, maldito!" - Não costumo gostar de música brasileira, mas este tipo tem garra na voz! E gosto da vulgaridade com que canta. A parte instrumental por vezes faz-me lembrar Dead Combo, mais na música "Alma Sebosa". Experimentem. Pode ser que fiquem a gostar.

 

domingo, 8 de novembro de 2015

"Cem Anos de Solidão", Gabriel García Márquez

"Cem Anos de Solidão" é talvez um dos dez melhores livros que já li na minha vida. É uma daquelas obras que vamos devorando lentamente e que no final deixa marca. 

A história desenrola-se na cidade fictícia de Macondo, fundada pela família Buendía, e acompanha o desenrolar da vida ao longo de sete gerações diferentes. A certa altura do livro torna-se quase impossível saber quem é quem, uma vez que os Buendía chamavam sempre os filhos de Aureliano, ou de José Arcadio. 

Apesar de não se puder afirmar que existem personagens principais, uma das que tem especial destaque é a de Úrsula, mãe da primeira geração. Úrsula vive entre 115 e 122 anos e vê crescerem e morrerem filhos, filhas, netos e netas. Vê a sua casa ascender na riqueza e sucumbir à miséria, para de novo se erguer e mais uma vez cair. Esteve presente em quase todo o livro e é espantosa a clareza com que começa a ver a vida e a a crescente compreensão, ainda que não totalmente expressa, daqueles que vai criando e vendo crescer. A certa altura acaba por lhe parecer que a vida é uma sucessão de reviravoltas que levam sempre ao mesmo sitio, quase como se fosse um circulo. 

À medida que fui avançando na narrativa, fui entendendo o porquê do nome "Cem Anos de Solidão" - Apesar de inumeras personagens terem vivido naquela casa, quer estivessem rodeados de pessoas, ou mesmo sozinhos, a sua incapacidade de se compreenderem verdadeiramente, ou de expressarem aquilo que compreendiam, acabava sempre por os isolar no mundo. No final todos ficavam entregues à solidão, mesmo que não o reconhecessem. Para mim é incrível como Gabriel García Márquez conseguiu criar um conjunto de histórias e de personagens, aparentemente simples, mas que escondem uma grande complexidade, quase como se quando as escreveu já soubesse tudo o que havia para saber sobre a vida.  

   Podia continuar a elogiar este livro magnífico, dizendo que está escrito de forma brilhante, cheio de passagens de bom sentido de humor e de um realismo mágico único dos escritores latinos. No entanto, este é daqueles clássicos que tem mesmo de ser lido e interpretado por cada um de vocês, podendo ser indiferente para muitos, ou especial para muitos outros.

domingo, 1 de novembro de 2015

Outubro #Insta


 Estudo e mais estudo...

  
 Últimos dias de Sol...
 
 Sonhos realizados em lugares distantes...

 Três tristes tigres...