Desde cedo descobri que este país não é para velhos; também
cedo comecei a achar que, o mais certo, era também não ser para os novos.
Pensava, antes de ler este livro, que qualquer outro país era melhor que
Portugal e que mal pudesse fugia daqui.
No fundo, nós portugueses, pensamos todos um bocado assim.
Choramos sobre as pedras da calçada, mas acabámos, na maior parte das vezes,
por aceitar com resignação o nosso “fado”. Depois queixámo-nos e choramos mais
um bocado. A nossa auto-estima é tão baixa, que foi preciso Philip Graham,
professor e escritor americano, presentear-nos com este livro publicado pela Editorial Presença: um conjunto de
crónicas, que resumem a sua breve estadia (cerca de um ano) neste nosso
Portugal, acompanhado pela mulher e pela filha, ainda uma criança.
Nas suas crónicas o autor conta-nos aquilo que o fez
apaixonar-se pelo nosso país e relembra-nos que nem tudo o que aqui há é mau.
Nem tudo é crise, ou corrupção; há um lado bom. E é, na maior parte das suas
crónicas, esse Portugal que nos é mostrado visto do ponto de vista de um
estrangeiro. Para Graham somos mais do que um buraco no canto mais a oeste da
Europa; somos um povo único, com as suas contradições, com o seu orgulho, com
os seus defeitos (claro!), mas também com as suas qualidades.
Recomendo para quem goste de sentir o ego e o orgulho pela
pátria a aumentar! (4/7)
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