sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Booking Through Thursday - 1

Para aqueles que não conhecem, o BTT (http://btt2.wordpress.com/) é um blog que todas as quintas lança uma questão relacionada com livros. Apesar de já conhecer a iniciativa há algum tempo, nunca tinha participado, mas esta semana a questão colocada despertou o meu interesse:

I am paraphrasing from a friend’s Facebook wall her question:
“How would a teen-age boy who is going to work with his hands ever use Literature of England in his work?”
The age-old “How am I going to use this in real life?” question. How would you answer it?

Traduzindo para português resumido: Como é que aquilo que lê-mos pode ser aplicado no nosso dia-a-dia?

Esta não é uma questão fácil, mas vou dar o exemplo de um caso que aconteceu comigo. Estávamos numa das minhas primeiras aulas da universidade e a disciplina chamava-se “Técnicas da Comunicação”. Era uma disciplinazeca que valia dois créditos e, como tal, não nos era exigido grande esforço. A professora propôs a elaboração da interpretação de um livro, conto ou mesmo de um artigo de jornal. Juntei me ao meu novo grupo de trabalho, e como nem toda a gente gostava de ler, resolvi sugerir um conto de Sir Arthur Conan Doyle com uma aventura do famoso Sherlock Holmes, por ser uma personagem conhecida e fácil de ler. Qual o meu espanto, quando uma das raparigas perguntou quem era esse tal Sherlock “ou lá como se diz”!
Senti-me não apenas espantada, mas irritada! Como era possível uma rapariga que estava no 1º ano da universidade não saber isso?!

Por isso, e tendo por base o que acabei de relatar, os livros são importantes na vida real, não apenas por uma questão de aprendermos mais sobre novos assuntos, mas também porque mesmo que uma pessoa não goste de ler, o seu dia-a-dia estará repleto de referências à literatura, que nos passam completamente ao lado, quando o nosso conhecimento nessa área é nulo.

2 comentários:

Luís Azevedo disse...

Até que ponto é que uma disciplina de um curso pode ser considerada parte da "vida real"? Esta é apenas mais um instrumento que te ajuda a preparar para o que vais encontrar quando terminares o estudo. O facto de deteres este pedaço de cultura só te ajudou por partires de um conhecimento teórico que só te foi útil num contexto teórico.
Alguém que necessite, ou simplesmente escolha fazer do trabalho manual a sua fonte de rendimento, dificilmente se depara com situações em que tal conhecimento lhe fosse útil.
Seria uma pessoa mais culta? Mais letrada? Talvez.
Mas não seria obrigaoriamente mais feliz ou mais preenchida. Aquilo que um leitor retira dos livros, um não-leitor pode retirar do cinema, da música, da natureza; de prazeres simples que o preencham.
A leitura tem um papel fundamental na minha vida e provavelmente será uma das pedras basilares à volta das quais tentarei construir o meu futuro; mas não é por isso que deixo de conceber que alguém opte por uma via diametralmente oposta.

Alu disse...

O que eu pretendi expressar no post, e que talvez não tenha conseguido expressar, foi que, apesar de uma disciplina não ser uma situação da "vida real" (o que é a vida real?), este exemplo do Sherlock Holmes permite ver que o simples facto de interagir com diferentes pessoas em diferentes situações é facilitada se conseguires entender do que essa pessoa está a falar. Como disses te esse conhecimento não é apenas adquirido nos livros, mas assim como esta pergunta se aplica aos livros em concreto, também podemos adaptá-la ao cinema, à arte, e no fundo, a todas as coisas da vida.

Bjinho!
Alu