Não gosto da maior parte das bebidas alcoólicas. Não é porque não tento. Eu tento! Já experimentei vários vinhos; já tentei várias marcas de cerveja, desde irlandesa a chinesa; já bebi em várias situações e diferentes estados de espírito; já bebi para ficar bêbeda e sem querer ficar bêbeda; já bebi misturado com sumo, ou em estado puro; já tentei com peixe, carne ou doces. Simplesmente é tempo de admitir - sabe-me mal!
Se calhar é porque fui criada a água e suminhos doces. Continuo a preferir uma boa limonada, uma 7up fresquinha, ou mesmo água. A única bebida de que realmente gosto é de Mojitos e Gin. Numa noite escaldante de Verão sabe mesmo bem ter um desses para refrescar.
No entanto, a Escócia é conhecida pelo Whisky e tinha de levar uma garrafa para o meu pai. Como é que no meio de tanta marca e variedade eu ia conseguir fazer uma escolha minimamente fundamentada?
Por essa razão, hoje fui visitar a destilaria mais pequena da Escócia - Edradour (lê-se como se fosse para rimar com "flower").
Como não tenho carro, ainda tive de andar uns 4km, desde Pitlochry, para chegar ao sitio, que fica no meio de nenhures, mas o tempo estava bom (aka não estava a chover). Cheguei mesmo em cima da penúltima tour do dia e após pagar 7,5 libras (a meu ver, CARO!), juntei-me ao nosso guia.
Achei todo o processo de produção de Whisky bastante interessante e curioso. Sabiam, por exemplo que antes de se transformar na "água da vida", nome pelo qual o Whisky também é conhecido, temos uma mistura que não é mais do que cerveja. Acho que é algo bastante lógico, uma vez que é produzido a partir da fermentação de malte, mas confesso que nunca tinha pensado muito nisso.
A tour começa com uma breve introdução sobre o aparecimento da destilaria Edradour e somos de seguida transportados até ao local de prova. Achei um truque matreiro, isto de nos fazer provar 2 copos de whisky antes de a tour realmente começar...mas claro que acabou por ter lógica e foi importante para entendermos as diferenças de sabor que sentimos. Durante esta prova é passado um DVD sobre o processo de fabrico do Whisky nesta destilaria. No final deixam-nos ficar com o copo, o que ajuda a compensar aqueles mal fadados 7,5 pounds de entrada!
Neste local o guia explicou-nos a importância do tipo de pipa e conteúdo prévio da mesma. Falou-nos da diferença entre os vários tipos de whisky que produziam, e como a maturação na pipa variava e determinava a coloração e o sabor final da bebida. Para mim, que queria aprender como basear a minha escolha para oferecer um bom whisky ao meu pai, foi a melhor parte da visita.
No geral, foi uma experiência interessante e que aconselho, mesmo que sejam como eu e não gostem de whisky. Se gostarem de história vão gostar de visitar este sitio. Basta pensar que o que está dentro de um simples barril foi lá introduzido por alguém que viveu há pelo menos 10 anos atrás! Imaginem quão diferente é o mundo, quando o whisky volta a ver o olhar de outra pessoa?! É um pensamento absurdo. O whisky não tem sentimentos, eu sei. Mas é a paciência de quem o produz que me fascina. Torna o tempo tão relativo. Um bocado, como quando se bebe demais...
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