quarta-feira, 7 de maio de 2014

"Leitores como nós" #4 Telma Pinto


"Leitores como Nós" é a nova publicação semanal (mais ao menos) do Baú dos Livros. O objectivo é dar a conhecer diferentes visões do mundo da literatura, dadas na primeira pessoa, pelas pessoas que vamos seleccionando. Só temos um critério de admissão: gostar de ler!
 Esta semana, o Baú dos Livros foi conhecer o que Telma Pinto acha sobre o mundo dos livros:

Finalista do Mestrado em Engenharia Zootécnica, Telma Pinto tem muito para além de uma alma científica. Amiga incansável dos seus amigos, sabe defendê-los e apoiá-los como ninguém! Adora o seu gato Chico, que se parece com o Fat Louie do Diário da Princesa. Coincidência? Talvez. Ou então não. Sonhadora incurável, vê nos livros um local que a prende à realidade!


BL: Lembras-te do teu primeiro livro sem imagens? Qual foi?
TP: Sinceramente não me consigo lembrar qual foi o meu primeiro livro sem imagens. Fui completamente fanática pela colecção de livros da Anita, e pelas bandas desenhadas da Disney. Lembro-me de ficar viciada numa edição antiga de Os cinco, provavelmente foram esses os meus primeiros livros sem ilustrações.

BL: Qual o livro que mais te marcou e porquê? É o teu livro favorito? Se não for, então qual é?
TP: Escolho o livro tendo em conta o que quero ler naquela fase, e isto faz com que cada um me marque de forma completamente diferente. No entanto, se tivesse de eleger um seria A Criança Que Não Queria Falar de Torey Hayden. Este relata a história verídica da relação entre uma professora que ensina crianças com dificuldades mentais e emocionais e uma menina de seis anos, abandonada pela mãe e que até então apenas conheceu pessoas pelas quais foi severamente maltratada e abusada. 
Perguntar-me qual é o meu livro favorito é como perguntar-me qual a minha música preferida, não tenho. O meu livro preferido de hoje, amanhã dá lugar a uma nova história.

BL: Que géneros preferes?
TP: Gosto de um bom livro de acção/aventura, ou de uma boa crónica. Contrariamente à minha personalidade, gosto de livros que me façam manter os pés na terra, daí o fantástico não me atrair minimamente.

BL: Qual a melhor adaptação cinematográfica de um livro que já viste?
TP: Discordo completamente quando se diz que um filme é uma forma rápida de ler um livro. Acho que nenhuma adaptação cinematográfica consegue fazer justiça a um bom livro. Mas claro, há tempo, e dias para tudo.

BL: E a pior?
TP: O meu último livro foi O Rapaz do Pijama às riscas de John Boyne, e a adaptação cinematográfica é tão pobre, que nos leva a pensar que, apesar de estarmos perante a mesma realidade, são pontos de vista distintos. Não é provavelmente a pior das que já vi, mas é sem dúvida muito má.

BL: Qual é aquele escritor que não suportas? Quais as razões?
TP: Margarida Rebelo Pinto. Não gosto da forma como escreve, nem da forma como vê o mundo.
Palavras da Margarida Rebelo Pinto, numa entrevista: “Num grupo há as giras, as menos giras e muitas vezes há uma gordinha. E a gordinha, como ninguém lhe pega que é um bocadinho enjeitada, torna-se a melhor amiga dos homens do grupo, porque é amorosa, gordinha, optima para sair há noite, trazer umas amigas óptimas e boas. Então essas gordinhas podem fazer tudo, podem apanhar grandes bebedeiras, dizer imensos disparates, que toda a gente tem imensa pena delas.”
Sinceramente, pena tenho eu de mentes como ela.

BL: Quando escolhes um livro, o que te atrai mais?
TP: Como em tudo a aparência (título e capa) é um ponto chave, que me faz querer ler o resumo, e me pode ou não fazer apaixonar.

BL: Gostavas de ler mais? O que te impede de o fazer?
TP: Sim, leio bastante menos do que gostaria e muito por facilitismo. Culpo os bons
filmes, as séries; no entanto, acho que nada substitui a leitura.

BL: O que achas que poderia fazer as pessoas lerem mais?
TP: Penso que já existem muitos incentivos à leitura. Existe uma enorme variedade de géneros literários, para todos e para todos os preços, livros disponíveis na internet, livros de bolso. Assim, acho que as pessoas só não lêem mais se não tiverem essa vontade.
No entanto, a ideia dos livros-corrente, que se passam de pessoa em pessoa, deixando-os num local ao acaso com uma mensagem, é muito entusiasmante. Não sei é se não será um projecto muito sonhador para Portugal nos dias de hoje. 


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