sábado, 24 de fevereiro de 2018

"Sonho Febril" de George R.R. Martin

"Sonho Febril" de George R.R. Martin foi publicado, pela primeira vez, no ano de 1982. Nessa altura ainda eu não era nascida, e ainda muito tempo faltava para a publicação do primeiro volume das Crónicas do Gelo e do Fogo (aka Guerra dos Tronos), que lançou Martin para a lista de escritores famosos.

Este livro, tal como a maior parte dos que tenho, foi-me oferecido a meu pedido já há alguns anos atrás. Achei que seria interessante ler algo de Martin fora do contexto a que estava habituada. Não fazia era ideia que este livro, aparentemente sobre barcos a vapor no inicio do século XX, incluiria vampiros. 

Se tivesse lido alguma coisa sobre ele antes de o pedir, o mais certo era ter optado por outro livro de George R.R. Martin. O tempo em que o tópico vampiro me chamava a atenção já lá vai há muito e o mais certo era não ter optado pelo "Sonho Febril".

Ainda assim, apesar desta pequena e não muito positiva introdução, o livro não é mau. Não considero uma obra-prima, nem tão pouco um dos meus livros favoritos, mas tem uma onda muito "Anne Rice" á volta dele: a luta interior dos vampiros entre o bem e o mal; a luta entre espécies; a vida e a morte, bahblahblah (ou "etc", se preferirem).

A história é narrada na terceira pessoa e centra-se em duas personagens principais: Abner Marsh, um ambicioso, mas azarado, dono de uma pequena frota de barcos a vapor, como um apetite voraz e um aspecto horrendo; Joshua York, um belo e rico senhor, com hábitos e amigos estranhos. 

Joshua encontra-se com Abner e estabelece uma sociedade. Graças a esta sociedade ambos constroem o barco a vapor mais magnifico e esplendoroso de sempre, com o qual Abner Marsh ambiciona conquistar o rio Mississipi - o Fevre Dream (Sonho Febril).

Claro que, sendo um livro de George R.R. Martin, a coisa não acontece bem assim e aparece Damon Julian o vilão louco da história e uma série de personagens morre. 

Gostei da escrita de Martin. Sempre foi um dos seus pontos fortes. Gosto da forma como ele não se perde em pormenores desinteressantes e como leva o leitor precisamente para onde ele quer, sem nos distrair. No entanto, admito que talvez aqui não tenha funcionado tão bem. Isto porque não houve algo que me surpreendesse verdadeiramente e todo o enredo era bastante previsível. Ainda assim, gostei de como havia tempo para percebermos como era a vida num barco a vapor, sem se tornar cansativo (como acontece, por exemplo, no raio do livro Moby Dick de Herman Melville). 

(Sim, acabei de dizer que George R.R. Martin é melhor que Herman Melville XD).

Foi interessante ler algo de Martin diferente da Guerra dos Tronos e, apesar de não ter amado, deixou-me curiosa e pronta para descobrir outros universos deste escritor. 




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