Hoje é o primeiro dia de uma nova aventura. Talvez uma aventura um pouco louca. Precipitada, alguns dirão... mas, ainda assim uma aventura. E há quanto tempo eu ansiava por uma!
Lembro-me de há uns tempos atrás dizer que detestaria viver em dois sítios de Portugal: na Trofa, ou em Lisboa; o barulho, a quantidade infernal de gente, os cheiros (que muitas vezes não cheiram "bem"...), a sensação de sufoco e falta de espaço; a vida numa capital. A minha nova vida.
Mais ao menos, porque na verdade mudei-me para Oeiras e não para Lisboa. Para mim, mulher do norte, é tudo o mesmo. Mas a verdade é que deixando de parte o preconceito nortenho não é. Aqui não existem tantos turistas, as pessoas vivem sossegadamente com as suas famílias, respiram o mar, passeiam na serra de Sintra, relaxam e não é tudo tão a correr.
É engraçada a vida. Como idealizamos e planeamos todos os momentos que fazem parte dela, muitas vezes ao pormenor, e acabamos em sítios que não esperávamos de todo!
A parte mais difícil de migrar é sem dúvida deixar as pessoas que nos são próximas,. No meu caso a minha família e os meus animais de estimação seniores. Mas este ano aprendi que a distância existe na nossa cabeça e é sempre uma desculpa, ou relativa. Além disso hoje é raro o filho, ou a filha, que não migra ou emigra.
Já vivi em muitos locais diferentes. Mais lugares do que muita gente neste mundo. Nasci e cresci numa bela aldeia de Barcelos; em Famalicão passei a adolescência; estive um ano no Porto; vivi cinco em Vila Real; morei 3 meses na Escócia; passei um ano e meio em Guimarães. Agora estou em Oeiras. Não foram lugares exóticos (à excepção da Escócia...que é sem dúvida um lugar exótico...os homens usam saia), mas todos eles me ensinaram lições importantes e me trouxeram amizades, algumas delas que ficaram para a vida.
Não sei se será em Oeiras que encontrarei o meu lugar, mas para já, neste quarto cheio de sonhos, gosto de pensar que sim.