A minha visão do que é o amor tem mudado ao longo dos anos.
Aos 12, achava que o amor era achar um rapaz giro e partilhar interesses com ele. Era querer estar no mesmo compartimento que aquele rapazinho, nerd dos jogos de vídeo. Mesmo que não trocássemos mais do que meia dúzia de palavras e impressões, era capaz de me dizer apaixonada por ele. Era platónico.
Aos 16, amar significava sacrificar tudo. Era colocar o ser amado antes de nós mesmos, fazer tudo por ele e achar que devia ser reciproco. Era obsessão e ciúme; era ilusão e desilusão.
Aos 20, amar era construir sonhos atrás de sonhos. Era olhar o futuro, sem realmente viver o presente. Era formar uma dupla "alma-gémea", que se achava diferente dos restante mortais. Amar era lutar contra o Mundo.
Aos 25, o amor é aceitar finalmente as diferenças; é compreender que o Mundo não está contra nós. É compreender que somos todos iguais, apesar das diferenças e que são essas mesmas diferenças que, de uma forma, ou outra, nos tornam melhores. Aos 25, já não digo "Amo-te" com a mesma facilidade com que dizia aos 20. Não porque não sinta isso, mas porque não preciso de dizê-lo a toda a hora, para saber que é verdade. E que bem se vive!
Nestes últimos dois anos, não senti falta de o dizer, ou de o ouvir todos os dias. Percebi como dependemos tanto dessa palavra e da facilidade com que a atiramos por aí. Vamos criando uma ideia do que as relações devem ser e do que as pessoas devem dizer, ao ponto de parecer quase um guião. Se calhar é culpa dos filmes, dos livros e de tudo à nossa volta, que nos diz como pensar, como agir e o que dizer. O amor é uma coisa levada muito a sério. Ai de quem não siga as convenções!
Toda a minha vida tive uma ideia errada do que é amar, que me levaram a perder o equilíbrio várias vezes nos últimos dez anos.
A minha visão do que é o amor tem mudado ao longo dos anos e acho que para melhor. Não há regras, nem guiões.
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