sexta-feira, 2 de junho de 2017

"Northern Lights" ("Os Reinos do Norte"), Philip Pullman

Desencantei este livro de uma loja em segunda mão por apenas 2£, algures na Escócia. Foi-me recomendado por um amigo, que o equiparou a algo do género fantástico, estilo Harry Potter. Depois de ler o dito cujo, eu optaria por comparar "Os Reinos do Norte" com "As Crónicas de Nárnia", apesar de serem diferentes na sua essência religiosa/cristã.

Este é o primeiro volume de uma trilogia, que no cinema se converteu no filme "A Bússola Dourada". Apesar de ter a Nicole Kidman no papel de vilã (ela é gira de morrer!) acabou por não ter muito sucesso. A história inicia-se num mundo paralelo ao nosso, onde as pessoas tem todas um "génio" (em inglês soa melhor..."deamon"); uma espécie de alma em forma de animal, que faz parte do indivíduo e a ele está ligado de forma irreversível. 

Lyra é a protagonista, juntamente com o seu génio Pantalaimon. Uma miúda órfã de 12 anos, que graças à sua curiosidade desmedida se vê metida em apuros daqueles que dão muito trabalho e põem a tua vida em risco. O ponto de partida para a aventura desta rapariga, que sabe demais, é o desaparecimento do seu amigo Roger. Posso dizer sobre esta personagem que não lhe achei a mínima graça. Acho que foi intenção do autor mostrá-la como as crianças podem ser na realidade - egoístas e ignorantes. Pelo menos com o desenrolar da história Lyra vai crescendo e mudando e tornando-se menos insuportável (gosto mesmo de crianças pré-adolescentes...).

Por outro lado, a vilã da história foi construída de forma genial. A Sra.Coulter é uma linda mulher de aspecto angelical e delicado, que é uma verdadeira bruxa do mal disfarçada de princesa. O seu génio é um macaco, que na minha cabeça imaginei sempre, como sendo um babuíno de cu ao léu (a verdadeira essência da mulher). 

Achei que a história começava bem. A leitura fluía, as revelações iam sendo feitas, mas a certa altura começa tudo a tornar-se um pouco aborrecido e (spoiler alert...) o segundo volume dá continuação a esse aborrecimento. Outra coisa que também não entendi foi a importância do aletiometro. Este instrumento capaz de responder a perguntas sobre o futuro, que funcionava graças ao "pó", a essência das crianças e do mundo, foi parar às mãos de Lyra. Ela aprendeu a usar este instrmento de forma instintiva, mas nunca o usou para coisas realmente importantes. O aparelho passa a vida a ser roubado, para depois ser recuperado e continuar sem ser usado...e isto é recorrente também no segundo volume da saga. Tudo bem, fazia parte da trama, para manter algumas pontas soltas na história, mas torna-se irritante as menções ao dito cujo e à importância dele, quando na realidade ninguém o usa!

Talvez se tivesse lido o livro noutra fase da minha vida tivesse conseguido tirar mais prazer da leitura. Apesar das minhas críticas, está bem escrito e gostei muito da parte de toda a gente tem uma alma animal. Também gostava de ter uma...aposto que seria um gato. Só seria mau, porque não poderia namorar com o meu namorado, já que ele é alérgico a gatos...Recomendo para quem goste de livros dentro do género Nárnia, ou Harry Potter (apesar de ser distinto). 


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