"Dragonfly in Ambar" ("A Libélula presa no Âmbar", em Portugal), é o segundo volume de uma série de oito romances, intitulada de "Outlander", escritos por Diana Gabaldon.
No primeiro livro da série, conhecemos Clare Randall, uma enfermeira, que após o final da Segunda Guerra Mundial, visita a Escócia juntamente com o seu marido Frank Randall, historiador de profissão, para tentar reviver o tempo perdido. Esta segunda lua-de-mel é interrompida, quando, por uma razão desconhecida, Clare se vê transportada para um passado longínquo, fruto de alguma espécie de magia associada aos círculos de pedra, célebres pelos seus poderes no folclore escocês. É em 1743 que a jovem enfermeira se vê obrigada a casar com um desconhecido, James Fraser, por quem acaba por se apaixonar e ambos vivem uma história de amor assombrada pelo estranho fantasma de Frank, personificado sob a forma de um diabólico capitão inglês - Jack Randall, o suposto antepassado directo do marido de Claire.
A história deste volume começa em 1968, quando Clare Randall visita a Escócia, vinte anos depois de ter voltado do passado. Mas não o faz sozinha. Apesar de Frank Randall já ter falecido, Claire faz-se acompanhar da sua filha Brianna. Depois de tanto tempo a esconder a verdade, Claire, agora uma médica bem sucedida, decide revelar a verdadeira paternidade de Brianna. Para a conseguir convencer, procura a ajuda de Roger MacKenzie, filho adoptivo do reverendo que no passado, havia ajudado Frank nas suas pesquisas de historiador. Roger é também um historiador e, procurando dados sobre o passado, descobre que James Fraser, morreu na célebre Batalha de Culloden, ocorrida em 1746, três anos após a chegada de Claire ao passado.
Depois desta pequena introdução, que nos permite saber o que é feito de Claire, somos novamente transportados para o passado. O primeiro livro havia terminado com a decisão do casal em tentar evitar a ocorrência da batalha atrás mencionada, impedindo Charles Stuart de reivindicar o seu direito ao trono. Baseando-se nos seus conhecimentos de história, Claire revela a Jamie, que essa batalha será o fim dos clãs escoceses e da Escócia, tal como Jamie a conhece. Partem ambos para o velho Continente, onde a maior parte da narrativa deste volume se passará.
A narrativa mantém-se num ritmo semelhante ao do primeiro livro, com descrições ricas e um discurso sob a voz da personagem principal. Somos brindados com uma série de detalhes relativos ao estilo de vida daquela época e ao modo como a sociedade francesa funcionava.
Inicialmente achei que havia sido um erro a autora começar com Claire no futuro e depois voltar novamente ao passado. Qual era a lógica disso? Já sabíamos que ela iria voltar grávida e que Jamie ia morrer na tal batalha, ou seja, o seu plano de travar Charles Stuart ia falhar! Ainda assim a autora conta-nos tudo o que se passou. As aventuras e desventuras do casal principal, cujas acções de nada valeram para evitar que o destino se revelasse inalterável.
Ao longo de toda a história, não pude deixar de me questionar se a interferência de Claire, não estaria desde sempre condenada. Se calhar ela mesma fazia parte do grande plano. Se calhar a sua viagem ao passado já estava destinada e por isso as suas acções e escolhas já estariam incluídas naquilo que viria a acontecer. Isto é algo em que pensei e que ainda não vi esclarecido. Afinal, ela interferiu e nem assim a história mudou. Tudo aconteceu, quando teve de acontecer. O leitor nunca perde a esperança, mas o próprio inicio do livro, torna essa esperança muito pequena. Sabemos desde sempre que ela vai falhar.
Quando voltamos novamente ao futuro somos confrontados com algumas revelações surpreendentes, que contrariam o início do livro. Afinal não foi um erro da autora. Estava tudo destinado.