"(500) Days of Summer" é considerada uma comédia a fugir para o drama, que conta a história de Tom e Summer, um casal com muitos gostos em comum, mas com expectativas completamente diferentes em relação ao relacionamento que começam. Summer, é uma rapariga um pouco perdida, talvez desiludida com um antigo amor, que sabe que não pode oferecer nada de sério; Tom é o oposto: um rapaz sonhador, que acredita no destino, nas almas gémeas e no amor para a vida toda.
Obviamente (spoiler alert), duas pessoas com objectivos tão diferentes, acabam por não ficar juntas. E é aí que começa o sofrimento de Tom. A certa altura na relação percebemos que este já só vivia de expectativas, que saem sempre frustradas e que aumentam a infelicidade de Summer. Tom assume o papel que realmente tem nesta história, o de vilão. Ignora propositadamente os pequenos sinais de distanciamento de Summer até que esta se decide pela ruptura. O amor é egoísta, mas será que isso era realmente amor, ou apenas uma ideia de amor?
E é por isso que este filme mexe comigo (e com muita gente). Eu sou o Tom. A minha cabeça está cheia de histórias e cenários que imagino para mim e para aqueles que me são próximos. Fico sem saber o que fazer, quando as coisas não acontecem como nos filmes e livros bonitos. Esses filmes e livros, que sempre me ofereceram a segurança de que algo sempre corre bem no final.
O que é que eu faço? Que instruções devo seguir? Que escolhas devo fazer? Há realmente algum livro que nos valha?
Paro no tempo.
Perco-me no tempo e concluo que o livro somos nós e que o melhor é mesmo não criar expectativas, ou corremos o risco de ser o vilão da nossa própria história.