Cancro é uma palavra com uma conotação negativa, pelas razões óbvias. Muitos de nós já tivemos um familiar, um amigo, ou um conhecido que teve de enfrentar a doença, com tratamentos drásticos e dolorosos, com desfechos por vezes vezes trágicos.
Em medicina veterinária a palavra cancro, ou doença neoplásica (termo científico), também faz parte do nosso dia-à-dia. Muitas vezes, à semelhança do que acontece com os humanos, quando é encontrado num estadio precoce, conseguimos actuar e trazer ao animal um estado de remissão que se pode prolongar por anos.
O que infelizmente está contra nós, é o facto da medicina preventiva ainda não ser uma realidade para todos os animais de companhia e para todos as suas famílias. A maior parte dos nossos animais geriátricos vai ao veterinário com a mesma frequência com que ia, quando era cachorro: uma vez por ano para apanhar a vacina anual. Ás vezes simplesmente não há dinheiro para mais e daí ser importante ponderar sempre a adição de um companheiro de quatro patas à nossa família.
O que ainda acontece actualmente em Portugal, e em muitos outros países, é que quando a doença é encontrada, já é tarde.
No entanto, quando uma doença neoplásica é encontrada num estadio precoce, e chega a hora de falar das opções terapêuticas com os tutores, o que acontece é que à mera referência à palavra "quimioterapia", existe uma retracção imediata. Os tutores ficam claramente assustados e muitos ainda optam por não avançar com essa opção terapêutica, por medo do sofrimento a que podem submeter o seu companheiro canino, ou felino. Imaginam que o animal se vai sentir terrivelmente mal, vai ficar sem pêlo, nauseado e sem forças. Algumas pessoas revivem experiências pessoais traumatizantes, como ver um ente querido a passar por toda a adversidade da doença neoplásica.
No entanto, na maior parte dos casos, a quimioterapia não tem esses efeitos secundários nos nossos animais e pode realmente ser a diferença entre salvar, ou não o nosso querido amigo. A parte mais difícil é realmente ter toda a família a bordo, com uma decisão informada e consciente e, acima de tudo, com expectativas realistas.
No entanto, na maior parte dos casos, a quimioterapia não tem esses efeitos secundários nos nossos animais e pode realmente ser a diferença entre salvar, ou não o nosso querido amigo. A parte mais difícil é realmente ter toda a família a bordo, com uma decisão informada e consciente e, acima de tudo, com expectativas realistas.
Esta é uma realidade que a Dr.Sue Ettinger tenta explicar aos donos, desmistificando a doença e tentando trazer algum optimismo a uma palavra tão cheia de negatividade - Cancro. A Dr.Sue, também conhecida como The Cancer Vet, tem um canal de Youtube, que descobri há poucas semanas, que realmente é muito útil e informativo para todos os tutores que tem animais e querem simplesmente aprender mais, ou que estão a passar por situação de diagnóstico de uma patologia neoplásica. O canal tem informação actualizada e baseada em bibliografia de confiança, o que é outro ponto a favor
Deixo aqui um video de uma sessão de quimioterapia em cães, para que seja desmistificada a ideia de que é algo extremamente traumático e doloroso, ou inclusive o mito de que é algo que não existe em medicina veterinária: