Aturar pessoas é a parte chata do meu trabalho. Há dias que até estou com paciência, mas na maior parte do tempo dou por mim a ser cínica, ou a repetir sempre a mesma conversa e fico cansada. Mas se há coisa que me tira do sério é gente idiota!
Esta semana foi lá um senhor com o seu cãozinho, porque achava que ele estava doente. O senhor tem praticamente a minha idade e por alguma razão (sexto sentido) não vou com a cara dele. Mas faço a parte que me compete e lá vi e tratei do bichinho dele.
No final, quando estava no consultório a arrumar as coisas, ouvi a minha colega a perguntar o nome do sujeito para aceder à ficha. Ao que ele responde "Doutor Fulano da Silva". Eu até perguntei a mim mesma se tinha ouvido bem. Como é que ainda hoje há este síndrome de incluir o DOUTOR no nome?! WTF?! Será que o senhor realmente tinha Doutor no cartão de cidadão? Apeteceu-me ir perguntar, mas obviamente que me contive.
As pessoas tratam-me por doutora (excepto se forem estrangeiros), o que a mim nem me aquece nem me arrefece. Continuo sempre a apresentar-me como Luísa, médica veterinária. Acho uma idiotice o estatuto de Doutor, ou Engenheiro. Só mesmo aqui na tugalândia isso poderia ter importância...para mim parece só ridículo.
Quando mais tarde liguei para saber como estava o cãozinho, volto a ouvir do outro lado do telefone - Fala Doutor não sei quantos. Engulo o sapo e informo-me sobre o estado do patudo.
4 comentários:
O meu namorado é veterinário e ele sempre comentou que a pior parte era ter que aturar pessoas.
=)
É realmente caso para ficar doida/o, se nao te tiver a capacidade de desligar.
Concordo. A parte chata de tudo é lidar com os adultos. Com as crianças é diferente. Com os animais nunca experimentei. :-)
Mas eu aposto na possibilidade do primeiro nome do senhor ser "doutor". :-P
Eu acho que as pessoas que "precisam" de mostrar estatuto (com o carro, com a roupa, os telemóveis, com os títulos) são as que menos têm.
Emocionalmente, sem dúvida! E em conteúdo cefálico também XD
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