domingo, 4 de outubro de 2015

Crianças Alienadas - A educação do Tablet

Já me perguntei inúmeras vezes o que vai ser dos miúdos dos dias de hoje. É estranho falar assim, uma vez que com 25 anos, quem sou eu para fazer julgamentos acerca do futuro de crianças com menos 10, ou 15 anos que eu. Mas a verdade é que cada vez vejo mais estupidez na rua. Não posso deixar de me questionar se eu alguma vez fui assim? Estridente, a querer dar nas vistas e viciada no meu próprio umbigo e no meu telemóvel.

Se calhar até já fui e isso chamava-se adolescência. No entanto, há coisas que uma pessoa vê que não nos pode deixar indiferentes, como famílias inteiras a jantar fora, em que nenhum dos elementos abre a boca, porque cada um está entretido no seu telemóvel, tablet, ou outro tipo de aparelho electrónico. Se isso se passa assim num restaurante, imagino como será em casa. 

Esta alienação da realidade e entre as pessoas não poderá dar bom resultado.


Nos meus momentos de tédio gosto de imaginar cenários apocalípticos; maremotos, ataques de zombies e, mais recentemente, um mundo em que a Internet e os aparelhos electrónicos deixam de funcionar. Esta última possibilidade é a mais provável das três e talvez um dia, seja a arma mais perigosa dos terroristas. E se algum dia isso acontecer, eu pergunto-me o que vai ser destes miúdos, que cresceram alienados? Miúdos que nem sabem de onde vem o leite e ficam escandalizados por serem as vacas a produzi-lo. Miúdos que tem por garantida a comida que lhes aparece no prato. Miúdos que só estão bem em frente ao Facebook, ou com um tablet na mão, mas que no dia à dia nem apertar os cordões sabem. 



A culpa das limitações que estas crianças vão ter é dos pais? Sim, é. Acho que hoje em dia as pessoas tem filhos, como quem tem animais de estimação (outro tema, para outro post!). Com isto quero dizer que tem filhos, muitas vezes porque é o que se espera deles, mas acham que simultaneamente podem manter a vida que sempre tiveram e o tempo deles, que sempre tiveram. Para manterem um estilo de vida entretém a criança com o tablet, porque é o mais simples e fácil depois de um dia/semana esgotante de trabalho. É a forma mais fácil VS o difícil caminho de educar, de socializar, de interagir e os sacrifícios necessários para criar e ensinar uma criança.

Tendencialmente, vemos mais depressa aquilo que de pior há na sociedade. Talvez eu esteja a exagerar. Existem famílias muito unidas e crianças muito amorosas e simpáticas, mas este é um fenómeno que, a meu ver, tem crescido e talvez venha a tornar-se pior. Eu costumava gostar de todas as crianças. Hoje, gosto só de algumas e outras são extremamente irritantes, mais irritantes do que há uns anos atrás. Será coincidência? 



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