sexta-feira, 25 de julho de 2014

"Leitores Como Nós" #6 - Mariana Almeida

"Leitores como Nós" é a nova publicação semanal (ou não) do Baú dos Livros. O objectivo é dar a conhecer diferentes visões do mundo da literatura, dadas na primeira pessoa, pelas pessoas que vamos seleccionando. Só temos um critério de admissão: gostar de ler!


Esta semana a convidada do Baú é a Mariana Almeida!

Mariana Almeida, 24 anos, a um passinho de terminar o Mestrado em Engenharia Zootécnica. É fã incondicional de livros e, por vezes, questiona-se se não “perderá” demasiado tempo a ver filme e séries. Pensou que nunca sairia da Invicta mas a vida trocou-lhe as voltas e apresentou-lhe a Bila, dividindo o seu coração entre a Trás-os-Montes e o Litoral. A par dos livros também não dispensa uma boa dose de música.  


BL: Quando é que ler se tornou uma constante na tua vida?

MA: Terá sido pela altura em que entrei no ensino básico. Nessa altura preferia ficar fechada na biblioteca durante os intervalos ao invés de ir para lá para fora. Principalmente nos primeiros anos, penso que entre os 10 e os 12/13 terá sido a altura de maior intensidade de leitura que tive até hoje. A partir daí tornou-se um hábito haver sempre uma pilha de livros na minha mesinha de cabeceira! Já havia livros por todo o lado em minha casa, fruto do gosto pela leitura que a minha mãe tem, e eu comecei a contribuir para este “caos”.



BL: Durante a infância, qual foi o teu livro favorito? Porquê?

MA: Não creio que tenha tido um livro favorito mas certamente fui muito marcada pelos livros da saga “Harry Potter”. Os porquês são imensos, comuns a milhares de fãs, acho eu, é uma história de heróis improváveis e de amizade, entre outras qualidades. Mais ou menos pelas mesmas razões, gosto muito de “O Segredo do Rio” do Miguel Sousa Tavares. Considerando que a infância acabaria aos 18, também destaco “O Diário de um Killer Sentimental” de Luís Sepúlveda, cuja personagem principal é um assassino em série, o que na altura me fascinou, pela humanidade com que tal personagem é retratada pelo autor. Por fim, todos os livros de Sophia de Mello Breyner, especialmente “A Árvore” e “A Viagem”, conto inserido no livro “Contos Exemplares”. Este último conto assombra-me até hoje, aconselho.



BL: O que é preciso para classificares um livro como “bom”?

MA: Não gosto de classificar um livro como bom ou mau. Gosto mais de dizer que não é o meu estilo, ou que não me encheu as medidas, por exemplo. Acredito que para todo o livro existe um leitor! O que para nós parece intragável, para o outro pode parecer óptimo. Há uns anos creio que, de facto, fazia essa distinção entre o livro bom e mau mas não saberia dizer quais eram os meus critérios, sinceramente.



BL: Qual o teu escritor favorito?

MA: Mais uma pergunta difícil! Gosto muito de Luís Sepúlveda e Isabel Allende. Também aprecio muito Sophia de Mello Breyner.



BL: E o que não suportas? Quais as razões?

MA: Não tenho propriamente nenhum ódio de estimação. Encasquetei com Nicholas Sparks sem nunca ter lido sequer uma linha dele porque me parecem sempre as mesmas histórias! Porque é que tenho esta panca? Não faço ideia.



BL: Qual é o livro que recomendarias a toda a gente? O que tem de especial?

MA: Talvez “Mulherzinhas” (“Little Women”) de Louisa May Alcott, pela história e pelo simbolismo que tem para mim. A minha mãe recebeu-o dos pais quando atingiu a maioridade e fez questão de mo dar quando eu atingi a mesma, criando assim uma espécie de elo entre gerações! A história continua muito actual em algumas lições mas o que me fascinou acima de tudo foi a perspectiva das mulheres de outra geração, as “funções” que desempenhavam e as lutas pelas quais passavam. É um livro que fala de raparigas e mulheres, mas sobretudo de família. “Vai Aonde Te Leva o Coração” de Susanna Tamaro, é um livro cheio de lições e óptimo para quem, como eu, adorar ler e reler determinadas citações.



BL: Que livro pensas que merecia uma adaptação cinematográfica?

MA: “O Mistério do Jogo das Paciências” de Jostein Gaarder acho que daria uma grande aventura, imagino-o assim ao estilo de “A Vida de Pi”.



BL: Alguma sugestão de outro blog literário/cultural para os leitores do Baú dos Livros?

MA: Estando agora um pouco parado por falta de tempo para me dedicar à escrita, aproveito para sugerir o meu próprio blog, uma mistura de literário com geocaching, o “Uma Volta ao Mundo com os Livros” (www.voltaaomundocomlivros.worpress.com). Sugiro também o blog que deu origem à ideia “A Year of reading the World” (http://ayearofreadingtheworld.com/). Também gosto de seguir o Ler y Criticar (http://lerycriticar.blogspot.pt/).



BL: Se tivesses que tatuar permanentemente uma frase de um livro na testa, qual escolherias?

MA: Na testa parece-me um pouco extremo! “E quando à tua frente se abrirem muitas estradas e não souberes a que hás-de escolher, não te metas por uma ao acaso, senta-te e espera. Respira com a mesma profundidade confiante com que respiraste no dia em que vieste ao mundo, e sem deixares que nada te distraia, espera e volta a esperar. Fica quieta, em silêncio e ouve o teu coração. Quando ele te falar, levanta-te e vai para onde ele te levar.". Claro que ia ter que ter uma testa do tamanho de uma cartolina A4, mas isso são pormenores.



Este foi o testemunho da Mariana! Se também quiseres participar, envia uma mensagem para o Baú dos Livros (via Facebook ou Blogger)!








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