Para quem não sabe a Lena Dunham, é a autora e actriz da série televisiva Girls, da HBO. Tem actualmente 33 anos e esta espécie de autobiografia foi escrita em 2015, quando ela ainda nem 30 anos tinha. Não é qualquer pessoa que tem a lata de almejar escrever um livro de memórias, com esta idade. Isto diz muito sobre Lena.
É interessante ler as opiniões acerca deste livro no Goodreads. A maior parte dos leitores odeia o livro, porque odeiam a miúda. É compreensível. A Lena parece ser aquele tipo de rapariga privilegiada, filha de artistas, que cedo consegue atingir o topo - ter a sua própria série de televisão aos 25 anos de idade na HBO.
O sucesso precoce causa comichão a muito boa gente. Aliado a isso, não vou fingir que a miúda não é um pouco narcisista, aquela amiga que por vezes é chata e, como dizem os americanos, um pouco "Self-involved"... mas uma coisa ela tem razão - ela representa uma geração - a geração "Self-involved". Porque sejamos francos...quem não é um pouco egoísta e narcisista nos dias de hoje? Vivemos num mundo onde se promove o culto do eu a toda a hora: é instagram, é a meditação, é a terapia para o auto conhecimento, é o ginásio e os batidos paleo...a constante luta por um eu melhor. EU EU EU...
Este livro conta com uma série de episódios da vida de Lena. Desde a estranha relação com o seu corpo, até ao modo como a ansiedade sempre fez parte da sua mente, até aos episódios sexuais bizarros (mas realistas), ou as histórias relacionados com o mundo maioritariamente masculino de Hollywood.
É uma leitura muito fácil e, apesar de por vezes a rapariga ser irritante, conseguiu arrancar-me umas boas gargalhadas. Gostei sobretudo da falta de inibição e sinceridade com que Lena escreve. Percebe-se o quanto dela mesma está presenta na série televisiva e se gostaram de assistir à mesma, recomendo que leiam este livro. Vão gostar.
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