Esta é a minha segunda incursão no mundo dos thrillers da escritora Gillian Flynn. Escolhi este livro numa altura em que se torna complicado para mim ler VS ver séries televisivas. Este ano, para mal do registo do Baú dos Livros, devo ter visto mais séries do que lido livros. Não é que sejam actividades equiparáveis, mas ambas ocupam tempo livre.
"Dark Places" ("Lugares Escuros", em português) conta-nos a história de Libby Day, uma jovem adulta de 30 anos que viu a sua infância interrompida, quando o seu irmão mais velho assassinou a sua mãe e duas irmãs. Libby, com menos de seis anos de idade, foi a única sobrevivente, testemunhando contra o irmão e passando os 24 anos seguintes a viver à custa de donativos, num estado depressivo e de auto-comiseração irritante. O fim do dinheiro que a suportou e a necessidade de arranjar um emprego, levam-na a um estado de desespero tal, que Libby recorre a todos os meios para ganhar dinheiro, que não impliquem mexer uma palha. É assim que se vê num clube de nerds que tentam desvendar crimes misteriosos e o seu testemunho e a culpabilidade do seu irmão são colocados em causa.
Libby é levada de volta até aos "lugares escuros" das suas memórias e tudo o que se passou naquela noite é colocado em causa.
Este livro é narrado na primeira pessoa e isso só ajuda a que o leitor antipatize imediatamente com a personagem principal. Libby Day é fraca e isso intrigou-me logo desde o inicio. É raro o livro em que o escritor escolhe para papel principal alguém com quem é fácil antipatizar e duvido que o faça sem uma intenção. Quem leu "Gone Girl" ("Em Parte Incerta), sabe que Flynn nunca faz nada sem intenção. A questão é quando é que essa intenção se converte em frutos.
É difícil ultrapassar o alcançado com "Gone Girl". Tanto o livro, como o filme foram geniais. Este Dark Places apesar de menos surpreendente, continua a manter a linha do intrigante bem marcada e gostei bastante da forma como a autora trabalhou as diferentes personagens, dotando cada uma de uma personalidade que justifica cada acção/reacção.
Não decepcionou.
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