Ás vezes, com o ritmo acelerado da vida de veterinária, esqueço-me que gosto de falar com as pessoas e de esclarecer dúvidas. Acho realmente que é nas pequenas coisas que começamos a educar os donos (ou tutores, como agora são chamados) e a fazer a diferença.
Mas o que eu gosto realmente é quando para além dos adultos, vem ao consultório crianças entre os 5 e os 7 anos. Dispenso bem os irrequietos e mal-educados, que me mexem em tudo e não são controlados pelos progenitores, mas ainda existem crianças educadas e curiosas.
Estes dias tive de, pela milionésima vez, desmistificar o acto de dar ossos ao cão. Enquanto interiormente o adulto provavelmente pensou que eu só queria vender ração e que sempre deu ossos e nunca aconteceu nada do que eu disse que podia acontecer (olá pai!) -maior risco de fractura de dentes, obstrução respiratória, perfuração gástrica/intestinal; fístulas anais, etc. - a criança de certeza que ouviu e vai oferecer grande resistência em casa, quando o adulto insistir em fazer asneira. Muitas das crianças até pedem para eu explicar melhor como é que todas aquelas coisas terríveis podem acontecer ao seu amigo de quatro patas.
É por isso que quando faço a consulta de vacinação, ou primeira consulta, quando está presente uma criança, falo directamente para os pequenos. Eles são uma arma poderosa e é desde pequeno que se começa a interiorizar o que está certo e errado.
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