sábado, 21 de janeiro de 2012

A Rapariga que Sonhava com uma Lata de Gasolina e um Fósforo - Stieg Larson

Este é livro com o nome mais comprido que eu já li. Não sei o que se passa com os tradutores do nosso querido país, pois seria muito mais simples chamar-lhe “A Rapariga que brincava com o fogo” (aka “The Girl who played with Fire”). Além disso daria uma menor impressão de “spoiler alert”!

“A Rapariga que Sonhava com uma Lata de Gasolina e um Fósforo” é o segundo volume da trilogia Millennium, do já falecido escritor e jornalista sueco Stieg Larson. Enquanto no primeiro volume a figura central do livro era Mikael Blomkvist, este volume centra-se mais na personagem de Lisbeth Salander e no seu passado.

Depois de passar um ano no estrangeiro, Lisbeth volta a Estocolmo. Depressa os seus talentos como hacker a levam a enveredar-se nos bastidores do mundo do tráfico humano e da prostituição. Coincidência ou não, a revista Millennium está também a desenvolver uma edição especial sobre o assunto, baseada no trabalho de Dag Sevensson. Dag e a sua namorada, Mia, há muito que investigam sobre o tráfico humano e decidem recorrer à Millennium e a Mikael Blomkvist para denunciar e uma série de ilustres personalidades, responsáveis pela perpetuação destes crimes no país. Tudo parece encaminhar-se para o melhor, até que o casal é assassinado e a suspeita principal é nada mais, nada menos do que Lisbeth Salander.

Se o primeiro livro me cativou, este segundo volume fez de mim uma fã inquestionável de Larson. A capacidade que o autor teve para criar uma personagem tão estranha e simultaneamente cativante como Lisbeth Salander e a forma como conseguiu criar um enredo tão surpreendente fizeram-me querer ler sempre mais e mais.

É pena que já só me reste o último volume. Se Stieg ainda fosse vivo tenho a certeza que o seu sucesso seria igual ou superior ao da lendária Agatha Christie e Lisbeth tornar-se-ia no Poirot dos tempos modernos.(5/7)

3 comentários:

Carla M. Soares disse...

Sem dúvida um curiosíssimo Poirot, e com que manias, não é? A diferença está em que popuco (ou nada) sabemos de Poirot, do seu passado, enquanto da intratável Lisbeth conhecemos uns quantos podres... do que foi vítima e do que foi culpada, o que confere outas dimensões às suas ações e intenções.

Alu disse...

Mas isso é porque antigamente não era de bom tom falar sobre os podres das pessoas (eheheh). Nos tempos modernos as pessoas tem de ter alguns para serem mais interessantes XD

Carla M. Soares disse...

É verdade, é verdade! São coisas de época, e nós vivemos às voltas com a herança do senhor Freud. Que herói de história de mistério (ou de ação) sobrevive sem um ou outro segredo, de preferência traumático? Até alguns heróis românticos os têm! Boas leituras!